quarta-feira, 5 de junho de 2013

A CIDADANIA, O PODER, A CORRUPÇÃO E A ARTE DE TRABALHAR EM EQUIPE

“Reflexões sobre poder e corrupção
         
          Partirei do princípio de que o conceito “poder” é, foi e sempre será o maior desejo do ser humano. De pequenos poderes – ser chefe numa empresa, síndico de um prédio, o preferido da turma, o mais temido da galera – passando por poderes que a sociedade valoriza – chefe de família, líder comunitário, presidente de alguma associação ou clube –, chegando ao poder constituído – vereador, deputado, senador, ministro, juiz e por aí vai. O certo é que, desde que o mundo é mundo e em busca dos poderes econômico, político, social, religioso, milhões morrem em guerras e catástrofes e por fome e ódio. Os poucos líderes que manipulam o poder se vão, após “venderem caro suas almas”.
         Desfazendo-se aos nossos olhos, queimando em fogueiras de vaidades! Viciados pela doença do poder, contaminados pela “mosca azul” que infecta a política, a economia e os três Poderes constituídos, nossos falsos messias se embriagam nas ilusões, na idolatria falsa que ergue monumentos, depois os depreda, que os ama e, logo após, os odeia, pois é assim que a humanidade sempre caminhou.
         Assistimos impassíveis – afinal brasileiros são pacíficos e bastam futebol, samba, cerveja, carnaval e baladas decadentes, porém eternos políticos – “autoridades”, incluindo religiosas, sociais, classistas, jurídicas, executivas, empresariais e semelhantes, nos conduzindo a abismos colossais e seguimos, ainda que injuriados, espantados com a cara de pau dos nossos líderes falando que moramos num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza! Apertado em ônibus, preso em trânsito, com péssimas saúde e educação, pagando absurdos por serviços horrorosos, ficamos esperando “opa disso, Olimpíada daquilo”, ou “bolsa-faz-de-conta-que-tá-tudo-bem”. Afinal, nunca antes no Brasil ... Cada líder descobre que foi ele que descobriu o país.
         Nesse filme, somos apenas os espectadores, que pagamos caro o ingresso, apanhamos na fila para entrar, não conseguimos sentar na sala vip, passamos fome e sede e, ainda, perdemos o jogo. Somos lanterninhas, segunda divisão em saúde, educação, moradia! Mas, calma, hão que comemorar, afinal, brasileiro adora título: somos a quinta economia do mundo! E campeões na corrupção!
         Por falar em corrupção, ela é tudo isso que fazemos no dia a dia: molhar a mão do guarda, comprar do cambista, fingir que está doente para não trabalhar e matar aula. Sim, tudo que é grande começou minúsculo. Mas a corrupção do outro é sempre o pior!
         Fica a sabedoria do ditado indígena: “a consciência é uma pedra pontiaguda: se age mal, a pedra rola e a consciência dói. Se continua com as más ações, a pedra esmerilha e já não há mais dor”! Quanto a mim, desejo que minha consciência sempre doa, quando eu transgredir meus parâmetros, moralidades. Pois tentação nunca falta! Uma coisa: meus 30 anos lidando com comportamento e mais de 64 mil clientes atendidos permitem que eu diga: nunca vi um poderoso, corrupto, feliz e com paz de espírito!
         Acorda Brasil! Acorda mundo! Vamos construir um novo tempo!”

(EDUARDO AQUINO. Escritor e neurocientista em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 2 de junho de 2013, caderno CIDADES, coluna Bem-vindo à Vida, crônicas sobre o comportamento e o relacionamento humano, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de junho de 2013, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE,  coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2, de autoria de HOMERO REIS, que é coach, e que merece igualmente integral transcrição:

“A difícil arte de trabalhar em equipe
        
          As transformações que ocorrem nas organizações não são apenas relacionadas com processos e estruturas, abrangem especialmente as relações entre as pessoas e dessas com o trabalho. A transição do trabalho individualizado para o trabalho em equipe  exige o desenvolvimento de novas habilidades nos gestores. Com essas mudanças nas características do mundo do trabalho, cresce cada vez mais a importância de desenvolver habilidades para lidar com as pessoas e com as equipes.
         Trabalhar em equipe é parte essencial da vida profissional. O trabalho em equipe tornou-se a prática preferida das instituições, à medida que sistemas hierárquicos tradicionais dão lugar a métodos de trabalho mais polivalentes e horizontalizados. Para que os gestores desenvolvam um bom trabalho em suas equipes, é preciso integrar seus componentes, envolver todos em torno do mesmo objetivo, manter a motivação, maximizar o desempenho do grupo, conduzir os trabalhos mantendo o foco na missão corporativa, avaliar os resultados alcançados, entre outras coisas.
         Nesse sentido, coordenar os trabalhos de uma equipe envolve uma série de habilidades e competências para a gestão. É necessário criar integração entre os membros do grupo para que o trabalho flua em direção às metas coletivas.
         Mediante o trabalho, o ser humano, ao produzir algo, produz também a si próprio. A atividade individualizada, isolada, muitas vezes não consegue alcançar os resultados esperados, dada a fragmentação existente na divisão do trabalho e os limites do próprio ser humano no desenvolvimento da tarefa. A interação propiciada pelo trabalho em grupo vem contribuir, e muito, para que haja um enriquecimento sempre maior dos membros que participam da atividade pela influência inevitável que ocorre entre todos.
         Os melhores talentos de uma pessoa impulsionam os melhores de outra e de mais outra, para produzir resultados muito além do que qualquer uma delas poderia conseguir individualmente.
         Tornam-se cada vez mais vitais as equipes de pessoas a que podemos recorrer para obter informação e conhecimento especializado – isto inclui companheiros de repartição, colegas de profissão, parceiros e outros a quem podemos enviar mensagens eletrônicas. Não há dúvida de que a capacidade do grupo pode ser mais poderosa do que a do indivíduo.
         O grupo surge oferecendo mais vantagens para a organização do trabalho de uma forma geral. Mas o fato de as pessoas estarem trabalhando juntas não é suficiente para garantir a eficácia do que está sendo feito.
         Ao interagir, cada grupo constrói um clima emocional próprio por meio das relações de troca entre seus membros. Um grupo dificilmente trabalhará como equipe se não desenvolver uma razoável competência interpessoal. Aperfeiçoando suas habilidades de comunicação, de liderança, de divisão de tarefas e papéis, de negociação e de abertura para a mudança. O clima criado no grupo afeta o trabalho e o desempenho global, caracterizando tendências de coesão e integração de esforços ou competição e desagregação.
         Um grupo transforma-se em equipe quando passa a prestar atenção à sua forma de trabalhar e procura resolver os problemas que afetam o seu funcionamento. Seu crescimento e desenvolvimento resultam no modo como os conflitos são enfrentados e resolvidos. Quando as equipes trabalham no seu ponto máximo, com participação ativa de seus integrantes, os resultados podem, mais do que apenas se somar, se multiplicar. A explicação desse aspecto do desempenho da equipe está nos relacionamentos dos seus membros, na química entre eles.
         Os seres humanos  são os componentes essenciais da equipe. Nossos relacionamentos sociais singularmente complexos constituem uma vantagem crucial para a sobrevivência desde os tempos mais remotos. O próprio Darwin foi o primeiro a considerar que “os grupos humanos cujos membros estavam prontos para trabalhar em conjunto em prol do bem comum sobreviviam melhor e tinham mais descendentes do que aqueles cujos membros agiam em benefício próprio, ou do que os indivíduos que não faziam parte de grupo algum”.
         É verdade que o futuro pertence a organizações baseadas em equipes. O trabalho de equipe é considerado um caminho testado para aumentar a qualidade do serviço, reduzir os custos, aumentar a produtividade e promover a satisfação de todos os envolvidos.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história  - que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), também a exigir uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos);  a educação; a saúde; a moradia; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; pesquisa e desenvolvimento; logística; ciência, tecnologia e inovação; sistema financeiro nacional; comunicações; esporte, cultura e lazer; turismo; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários  previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações neste mês, a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...

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