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quarta-feira, 14 de maio de 2014

A CIDADANIA, A INTELIGÊNCIA NAS RELAÇÕES HUMANAS E A COPA DAS CIVILIDADES

“Inteligência relacional

       No início da história da humanidade, a ideia de valor esteve ligada a algo, objeto de escolha ou de preferência, sem que houvesse nenhuma discussão mais detalhada sobre o que era isso. Estava vinculada a quando algo era desejado. Depois disso, a palavra foi usada na Antiguidade para indicar a utilidade e o preço dos bens materiais e a dignidade e o mérito das pessoas. Por não suscitar muitos problemas de natureza filosófica, a palavra foi aceita dessa forma em todas as culturas, com uma ou outra observação feita pelas escolas filosóficas. Tais observações foram desde aqueles que a queriam vincular exclusivamente às transações comerciais, até os que a viam com total subjetividade, estabelecendo-a como sinônimo de virtude.

          De forma geral acabou-se por entendê-la como os conteúdos significativos das coisas em suas características objetivas, por exemplo, raridade, escassez, o verdadeiro, o honesto, o heroico e o prazeroso. Nessa discussão, os psicólogos e sociólogos do fim do século 19, embora afirmassem que não se poderia ter uma lei universal de conduta, julgavam que era possível determinar a ordem dos valores que devem ser preferidos nas escolhas individuais. Nessas escolhas estão, por exemplo, coisas de caráter afetivo e sentimental, o que fez com que os teóricos do assunto postulassem a necessidade de classificar os valores em termos de internos e externos. Internos aqueles que se referem ao que é significativo para a pessoa em decorrência de suas experiências, afetos e vínculos. Externos aqueles que a sociedade legitima e declara, nem sempre sendo capaz de realizá-lo. Por isso, muito do que se tem como valor externo fica no domínio da utopia.

          No entanto, aquilo que é digno de escolha deve ser preferido em termos coletivos, antes que em termos individuais. Tal postulado levou à construção do entendimento de que os valores têm naturezas obrigatórias e preferenciais. As obrigatórias estão associadas às virtudes defendidas a partir da lei da moral universal – verdade, honestidade, vida, coragem, integridade, dignidade – e são determinantes da relação dos indivíduos consigo mesmos e com a sociedade e que servem de forma objetiva, às avaliações que se fazem deles. As preferenciais, associadas à identidade da pessoa, dizem respeito a saúde, beleza, força, riqueza, fama, nobreza. Essas, de caráter pessoal, podem ser diferentes de pessoa para pessoa, mas não devem intervir na “virtude” dos relacionamentos. Dessa forma, a ideia de valor, do ponto de vista objetivo, manteve-se vinculada a uma visão econômica e sobre tal não há muito a ser dito, porque o senso comum é suficiente. No entanto, na perspectiva da subjetividade, valor está ligado à quantidade de significado que atribuo às coisas da minha vida em particular: o relógio do vovô, o sapatinho da primeira filha, a foto do batizado, aquela concha colhida na primeira viagem com a namorada etc.

          No filme Riquinho (Rich Rich, Warner Bros, 1994, dirigido por Donald Petrie), uma ficção infantil que conta a história do menino mais rico do mundo, há um caso bem ilustrativo da ideia de valor. O vilão da história tenta roubar o cofre da família Rico. Ao abri-lo, descobre que dentro só tem quinquilharias do tipo carrinho de bebê, a primeira chupeta, o dentinho de leite etc. Ao confrontar o Sr. Rico, pai do Riquinho, o vilão pergunta onde estão os dólares, as cartas de crédito, as ações, as jóias etc. O Sr. Rico responde: “Nos bancos. Aqui no caixa-forte doméstico só guardamos o que tem valor para nós”.

          Valor é o reconhecimento do que é significativo. Em muitos anos de atendimento às pessoas, como coaching, escuto histórias de quem que se queixa da ausência dos pais, do cônjuge etc. Trabalhamos tanto para dar “coisas” aos nossos filhos e aos demais que nos cercam, mas no esquecemos de doar-nos a nós mesmos. Assim é que não me lembro de escutar histórias em que as pessoas lembrem-se da roupa de grife, das viagens ao exterior, etc. Aí me pergunto: quanto trabalho excessivamente, onde está meu senso de valor? Quando não tenho tempo, nem para mim mesmo, onde está meu senso de valor? É preciso lembrar que revelo meus valores nas escolhas que faço.

          Muitas pessoas anseiam por altos salários, posições sociais expressivas, frequentar lugares importantes, serem reconhecidas etc. Diante disso, há que se perguntar a que propósito tais anseios atendem. Estar disposto a lutar por “um lugar ao sol” é uma premissa válida, mas fazer qualquer coisa para isso é não ter valor.

          O que se espera de cada um e de todos nós é que sejamos capazes de construir uma vida com integridade e dignidade que se reconheçam nas práticas da vida e nos relacionamentos que a sustentam. Espera-se que busquemos uma justiça para todos e não apenas para nós; que busquemos qualidade de vida para todos, e não apenas para nós; que lutemos por melhores condições de trabalho para todos, e não apenas para nós. Espera-se honestidade na sociedade, mas que também atuemos com honestidade; que sejamos alvos das benfeitorias sociais, mas que as façamos também; que todos reconheçam seus valores e que também reconheçam os valores dos outros. Que as atitudes mais simples estejam cheias de significado, e não apenas os grandes atos. Que a microvida seja a sustentação das grandes políticas públicas, de modo tal, que nos orgulhemos daquilo que somos e do que fazemos, a ponto de desejar que seja público e que reverta para nós mesmos.”

(HOMERO REIS. Coach, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de maio de 2014, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 12).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de maio de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Copa das civilidades

       Estamos vivendo a catástrofe do surto de incivilidades, avalanche de barbáries que está assolando nossa sociedade. Constata-se a perda irracional dos limites e, sobretudo, de referências, sem as quais tudo é possível, inclusive escolhas que estão na contramão da cidadania. Aos rosários de lamentações inevitáveis diante dessa cenário desolador, é preciso acrescentar uma efetiva atitude reativa. Somente assim não se permitirá que esse tempo de conquistas admiráveis da inteligência humana se sucumba diante das irracionalidades que geram violências, corrupção, eleições “sujas”, insanidade nas relações interpessoais e uma série de outros desafios que expõem o avanço da desumanização.

          Os números e estatísticas são indispensáveis como instrumento de conscientização e sensibilização. Mas o determinante nessa necessária postura reativa é a identificação das raízes e causas produtoras desses preocupantes cenários. O que se está vivendo é um grande drama social, com perdas de rumo na busca da verdade, no gosto pelo bem e pela justiça. Certamente, aí está um gargalo produtor de situações caóticas. Cada um estabelece e busca impor o seu próprio critério. Os resultados têm sido terríveis, como mostram os episódios em que se busca fazer “justiça com as próprias mãos”. Infelizmente, vivemos um tempo de linchamentos, desentendimentos com desfechos violentos, que muitas vezes resultam em perdas irreversíveis.

          A ordem, enquanto justiça e garantia de respeito irrestrito à dignidade humana, tem um percurso e balizamentos éticos próprios. A perda dessa referência é grave e torna-se um grande desafio chegar às raízes dos males contemporâneos. Fixar o olhar nas bases que instauram a desordem é o passo determinante para promover grandes mudanças. E alcançá-las não se faz sem o que é próprio da fé, como experiência e como caminho para a fonte perene dos valores essenciais. Ela é um patrimônio insubstituível da pessoa, da família e da sociedade, capaz de corrigir rumos e recompor o tecido da cultura.

          É hora de percorrer o caminho da fé. O colapso que se abate sobre nós é uma séria crise de valores em razão da superficialidade que emoldura o viver humano contemporâneo. Só dá conta de alcançar o equilíbrio e a seriedade quem se alimenta diariamente de sólidas referências. A dinâmica da cultura contemporânea tem empurrado a sociedade para o esquecimento de um princípio básico inegociável. Trata-se da justa compreensão de que o essencial está na interioridade, vem das raízes, e não se resume nas coisas colocadas ao nosso redor. Ao ignorar esse princípio, a humanidade alimenta a tempestade que tem gerado naufrágios no percurso da vida. Todos precisam compreender que o essencial está na interioridade. Caso contrário, perde-se o rumo, não se consegue a força necessária para superar adversidades, perde-se o balizamento da ética, escorregando-se na direção de todo tipo de imoralidades. A cultura contemporânea está ficando cega para esse princípio, que se cultiva com a fé.

          Compartilho a experiência vivida por nós, bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunidos na Assembleia Geral que será concluída hoje. Neste último dia, viveremos um tempo dedicado ao investimento na fundamental experiência da fé. A conclusão da Assembleia será com um retiro, marcado pelas orações, balizando uma carregada pauta de trabalhos, debates, reflexões sobre temas relacionados à evangelização e à construção da sociedade justa e fraterna. Meditaremos à luz de grandes personagens bíblicos, como Abraão, Maria – Mãe de Jesus, Pedro e Paulo. Desse modo, amadureceremos a compreensão  de que é peregrinando na fé que se consegue manter a vida no rumo certo.

          A partir dessa peregrinação, nós, bispos do Brasil, encontramos força e fôlego para produzir, nesses dias de Assembleia, um importante documento que indica o caminho para fortalecer as paróquias e comunidades de fé, presença solidária e comprometida na vida do povo em diferentes realidades, grande capilaridade da Igreja Católica. Também aprovamos rico e corajoso documento sobre a Igreja e a questão agrária brasileira. Não menos importante foi a abertura da reflexão sobre a cidadania de cada cristão na Igreja e sua atuação testemunhal na construção da sociedade. Nessa direção, desenvolvemos nosso Projeto Brasil, cujo coração é a continuação da luta pela reforma política. Em resposta à crescente violência, foi aprovada, por unanimidade, a vivência do Ano da Paz, do dia 30 de novembro de 2014 até o Natal de 2015, quando serão promovidas ações para mudar esse triste cenário de desumanidades.

          O grande volume de assuntos tratados, encaminhamentos e compromissos assumidos nos confirmam, às vésperas da Copa do Mundo, que é hora de avaliações e escolhas de rumos novos, uma prolongada copa de civilidades. Se não jogarmos essa copa, não venceremos. É hora de chutar a bola que desfigura a civilidade. Caso contrário, perderemos o jogo pela vida. Os cenários que horrorizam nossa sociedade só serão vencidos se conseguirmos, com a graça da fé alimentando nossa cidadania e o respeito à dignidade humana, jogar uma copa de civilidades.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

c)    a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A CIDADANIA, O SERVIÇO À HUMANIDADE E AS ESTAÇÕES DA VIDA

“Um chamado à prática mais universal do serviço e da ação abnegada
        
         Se quisermos avançar no caminho evolutivo, espiritual, precisamos encontrar dentro de nós esse núcleo profundo que é a alma. É o contato com ela e a inspiração dos níveis espirituais que nos permitem servir livremente, doar-nos à vida universal.
         A prática de ações abnegadas e o serviço compreendido como doação de si à meta que a alma conhece trazem o fluir de energias sublimes para a Terra. Fortalecem os ideais elevados e o altruísmo.
         Se buscamos ou escolhemos o tipo de serviço a prestar, impedimos o fluxo da energia da alma sobre os nossos corpos e, portanto, sobre a nossa ação. Quando temos uma ideia preconcebida de como servir, a alma não pode agir com liberdade; e só ela conhece o tipo de energia espiritual que pode canalizar em dado momento, e a quem dirigir essa energia.
         Lembremo-nos que, ao assumirmos uma tarefa movidos pelo impulso da alma, temos ajudas especiais. A energia espiritual começa a fluir quando entramos em quietude e em sintonia com a alma.
         Com harmonia e tranquilidade, percebemos claramente que somos meros veículos para o trabalho da alma sobre a Terra. A ação que nos cabe é permanecer em sintonia com ela e retirar da mente qualquer conceito sobre o que seria uma ação útil. Devemos abandonar toda preocupação por resultados, pois estes são sempre imprevisíveis.
         A preparação para o serviço pode ser contínua, pois sempre há o que aprender e purificar em nós mesmos. Nunca ficaremos estagnados se nos mantivermos abertos para o que há de mais elevado em nós, e se cultivarmos o desapego.
         O desapego é essencial na preparação para o serviço: desapego pelo tipo de serviço a ser prestado, desapego pelo que sucede enquanto servimos, desapegos pelos resultados – quanto mais desapegados nos mantivermos, mais clareza teremos e mais abrangente será a obra realizada por nosso intermédio. O desapego abre canais, e assim o que vem do Alto pode fluir livremente na consciência e nos corpos.
         O serviço requer outros ajustes na personalidade: no corpo físico, no emocional e no mental. Para estar bem, o corpo físico precisa de vida ritmada e de organização no tempo e no espaço. Disciplina e horários a cumprir no dia a dia ajudam a harmonizá-lo e a torná-lo receptivo à energia da alma. Além de ampliar sua capacidade, essa energia é equilibradora. O corpo emocional é trabalhado pelo cultivo sadio da devoção e da fé. Sentimentos que nos predispõem a uma vida espiritualizada, qualitativa. Nossas reações emocionais não devem prejudicar os outros, por isso precisamos invocar as energias do amor e da sabedoria, que vêm da alma, para permeá-las. As energias do amor e da sabedoria são curadoras, e o nosso nível emocional foi criado para ser veículo delas, em benefício das pessoas e do mundo.
         Quanto à mente, é ajustada quando se ocupa com ideias superiores e segue impulsos vindos da alma. A obediência a esses impulsos traz ideias claras e pensamento reunido.
         Se formos devotos das nossas melhores qualidades e obedientes aos sinais que a vida nos apresenta, e se estivermos prontos para seguir os imprevisíveis ditames da alma, seremos um bom veículo para as energias espirituais permearem a vida material. Estaremos então de fato servindo à humanidade e colaborando para que se liberte dos seus atuais condicionamentos.”

(TRIGUEIRINHO, que é escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de junho de 2013, caderno O.PINIÃO, página 26).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de dezembro de 2013, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2, de autoria de HOMERO REIS, que é coach, e que merece igualmente integral transcrição:

“As estações da vida
        
         Quando eu e minha esposa chegamos em North Vancouver, Canadá, em 31 de dezembro de 2009,  demos de cara com uma cidade submersa na neve. O motorista de táxi que nos levava do aeroporto para casa comentava que o inverno seria rigoroso. “Rigoroso” me chamou a atenção considerando que, poucas horas antes, embarcara no Galeão, Rio de Janeiro, com destino ao Canadá, a uma temperatura de quase quarenta graus, no típico verão carioca. O que poderia ser rigoroso?
         Chegamos. A rua ladeada por “muralhas” de neve escondia as casas, quando o taxista parou o carro e me informou que havíamos chegado. Não consegui ver nada além de neve. O que a fé não faz!? Resoluto e determinado, enfrentei a  montanha branca e achei a porta da casa. Esta foi minha primeira experiência canadense.
         Durante as primeiras semanas, tudo aquilo foi bem emocionante. Era muito bonito ver neve em abundância, perceber a natureza em variações de cinza e ter um bom sistema de calefação. Com o passar do tempo, comecei a pensar quando é que “aquilo” iria terminar. Com mais algum tempo comecei a ter certeza de que “aquilo” não terminaria jamais. Os dias e as noites haviam se tornado num branco-sobre-branco, envolto em frio-mais-frio.
         Até que um dia a temperatura começou a subir; vagarosamente, é claro. Aos poucos os verdes começaram a aparecer, os pássaros voltaram a cantar e, como um milagre, todo o branco começou a pigmentar-se de cores sem fim, revelando uma infinidade de nuances jamais imaginada. Chegara a primavera.
         Os jardins reflorescidos tornaram-se espaços para brincadeiras, passeios, namoros ou simplesmente contemplação. Pessoas saíram de casa, apareceram nos espaços abertos e aquela cidade “fantasma” ressurge linda e colorida. Mas, assim como a neve deu lugar à primavera, o verão apareceu trazendo consigo um calor inicialmente aceitável, mas que, em breve, se tornou insuportável. Os jardins sedentos e as pessoas abafadas foram regados como se o universo se liquefizessem e as chuvas torrenciais encharcavam tudo, o tempo todo. Quando tudo isso parecia novamente insuportável, eis que surge novamente um inverno que “iria ser rigoroso”. Esse é o ciclo.
         De repente, percebi, por trás de tudo isso, uma lição de vida que precisamos aprender para atuar na perspectiva da inteligência relacional. A vida tem suas estações. Às vezes, vivemos momentos que nos parecem um eterno inverno, frio, monocromático. As noites longas e os dias curtos trazem a sensação de que nada pode ser feito. Em outros momentos a vida torna-se colorida e julgamos que tudo será sempre assim; mas, logo chegam aqueles momentos da agitação desenfreada e do calor intenso, que acabam por se liquefazer, permitindo que, novamente, o frio se instale.
         De tudo isso fica a certeza de que tudo passa e esse momento também vai passar. Aquilo que hoje nos parece enfadonho, certamente será algo de que nos lembraremos no futuro com muita saudade. Aquela incerteza do futuro, de repente se desvanecerá e a vida estará realizada. Teremos passado por ela, deixado o nosso legado, construído possibilidades para outras gerações que também viverão suas próprias estações.
         Como coach, atendo pessoas de todas as idades e fases da vida. É interessante vê-las transitar por situações tidas como insolúveis, para soluções satisfatórias. É comum ver a desesperança sucumbir diante das possibilidades; mas, é alentador acolher agora algo que no passado parecia insuportável. Com isso, brinco com meus alunos dizendo-lhes que quando não suportarem mais a universidade, estará na época de se formarem. Depois de algum tempo, os escuto dizer que “aqueles tempos acadêmicos” foram muito divertidos. Quando me casei e minha esposa engravidou, julgava que não iria dar conta daquela tarefa. Hoje, quando vejo meus netos enchendo a casa de alegria, percebo que a tarefa não foi fácil, mas foi prazerosa.
         Quando comecei minha vida profissional como auxiliar administrativo e tinha pela frente chefes e situações difíceis, às vezes parecia que jamais haveria para mim “um lugar ao sol”. Hoje, olhando para a caminhada, vejo que as diversas estações da vida foram se sucedendo numa espiral ascendente. Certamente, não foi fácil como gostaria que fosse, mas não foi impossível como julgava que seria.
         A vida nos proporciona o que somos capazes de suportar, com o desafio de exigir de nós um pouco mais de foco, persistência e esforço para nos capacitarmos a voos mais altos. Perder de vista as estações da vida é perder a beleza da vida. Julgar que a dificuldade presente será sempre presente é desfalecer prematuramente; crer que nada mudará “os tempos paradisíacos” é uma infantilidade. O ciclo da vida requer viver suas estações. Fique firme em seus propósitos, esse inverno vai passar. Contemple sua primavera e desfrute dela, porque ela também vai passar. Viva intensamente o verão, mas saiba que o outono chegará, preparando tudo e todos para um novo ciclo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, política, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa; meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade;  minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...   

quarta-feira, 5 de junho de 2013

A CIDADANIA, O PODER, A CORRUPÇÃO E A ARTE DE TRABALHAR EM EQUIPE

“Reflexões sobre poder e corrupção
         
          Partirei do princípio de que o conceito “poder” é, foi e sempre será o maior desejo do ser humano. De pequenos poderes – ser chefe numa empresa, síndico de um prédio, o preferido da turma, o mais temido da galera – passando por poderes que a sociedade valoriza – chefe de família, líder comunitário, presidente de alguma associação ou clube –, chegando ao poder constituído – vereador, deputado, senador, ministro, juiz e por aí vai. O certo é que, desde que o mundo é mundo e em busca dos poderes econômico, político, social, religioso, milhões morrem em guerras e catástrofes e por fome e ódio. Os poucos líderes que manipulam o poder se vão, após “venderem caro suas almas”.
         Desfazendo-se aos nossos olhos, queimando em fogueiras de vaidades! Viciados pela doença do poder, contaminados pela “mosca azul” que infecta a política, a economia e os três Poderes constituídos, nossos falsos messias se embriagam nas ilusões, na idolatria falsa que ergue monumentos, depois os depreda, que os ama e, logo após, os odeia, pois é assim que a humanidade sempre caminhou.
         Assistimos impassíveis – afinal brasileiros são pacíficos e bastam futebol, samba, cerveja, carnaval e baladas decadentes, porém eternos políticos – “autoridades”, incluindo religiosas, sociais, classistas, jurídicas, executivas, empresariais e semelhantes, nos conduzindo a abismos colossais e seguimos, ainda que injuriados, espantados com a cara de pau dos nossos líderes falando que moramos num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza! Apertado em ônibus, preso em trânsito, com péssimas saúde e educação, pagando absurdos por serviços horrorosos, ficamos esperando “opa disso, Olimpíada daquilo”, ou “bolsa-faz-de-conta-que-tá-tudo-bem”. Afinal, nunca antes no Brasil ... Cada líder descobre que foi ele que descobriu o país.
         Nesse filme, somos apenas os espectadores, que pagamos caro o ingresso, apanhamos na fila para entrar, não conseguimos sentar na sala vip, passamos fome e sede e, ainda, perdemos o jogo. Somos lanterninhas, segunda divisão em saúde, educação, moradia! Mas, calma, hão que comemorar, afinal, brasileiro adora título: somos a quinta economia do mundo! E campeões na corrupção!
         Por falar em corrupção, ela é tudo isso que fazemos no dia a dia: molhar a mão do guarda, comprar do cambista, fingir que está doente para não trabalhar e matar aula. Sim, tudo que é grande começou minúsculo. Mas a corrupção do outro é sempre o pior!
         Fica a sabedoria do ditado indígena: “a consciência é uma pedra pontiaguda: se age mal, a pedra rola e a consciência dói. Se continua com as más ações, a pedra esmerilha e já não há mais dor”! Quanto a mim, desejo que minha consciência sempre doa, quando eu transgredir meus parâmetros, moralidades. Pois tentação nunca falta! Uma coisa: meus 30 anos lidando com comportamento e mais de 64 mil clientes atendidos permitem que eu diga: nunca vi um poderoso, corrupto, feliz e com paz de espírito!
         Acorda Brasil! Acorda mundo! Vamos construir um novo tempo!”

(EDUARDO AQUINO. Escritor e neurocientista em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 2 de junho de 2013, caderno CIDADES, coluna Bem-vindo à Vida, crônicas sobre o comportamento e o relacionamento humano, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de junho de 2013, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE,  coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2, de autoria de HOMERO REIS, que é coach, e que merece igualmente integral transcrição:

“A difícil arte de trabalhar em equipe
        
          As transformações que ocorrem nas organizações não são apenas relacionadas com processos e estruturas, abrangem especialmente as relações entre as pessoas e dessas com o trabalho. A transição do trabalho individualizado para o trabalho em equipe  exige o desenvolvimento de novas habilidades nos gestores. Com essas mudanças nas características do mundo do trabalho, cresce cada vez mais a importância de desenvolver habilidades para lidar com as pessoas e com as equipes.
         Trabalhar em equipe é parte essencial da vida profissional. O trabalho em equipe tornou-se a prática preferida das instituições, à medida que sistemas hierárquicos tradicionais dão lugar a métodos de trabalho mais polivalentes e horizontalizados. Para que os gestores desenvolvam um bom trabalho em suas equipes, é preciso integrar seus componentes, envolver todos em torno do mesmo objetivo, manter a motivação, maximizar o desempenho do grupo, conduzir os trabalhos mantendo o foco na missão corporativa, avaliar os resultados alcançados, entre outras coisas.
         Nesse sentido, coordenar os trabalhos de uma equipe envolve uma série de habilidades e competências para a gestão. É necessário criar integração entre os membros do grupo para que o trabalho flua em direção às metas coletivas.
         Mediante o trabalho, o ser humano, ao produzir algo, produz também a si próprio. A atividade individualizada, isolada, muitas vezes não consegue alcançar os resultados esperados, dada a fragmentação existente na divisão do trabalho e os limites do próprio ser humano no desenvolvimento da tarefa. A interação propiciada pelo trabalho em grupo vem contribuir, e muito, para que haja um enriquecimento sempre maior dos membros que participam da atividade pela influência inevitável que ocorre entre todos.
         Os melhores talentos de uma pessoa impulsionam os melhores de outra e de mais outra, para produzir resultados muito além do que qualquer uma delas poderia conseguir individualmente.
         Tornam-se cada vez mais vitais as equipes de pessoas a que podemos recorrer para obter informação e conhecimento especializado – isto inclui companheiros de repartição, colegas de profissão, parceiros e outros a quem podemos enviar mensagens eletrônicas. Não há dúvida de que a capacidade do grupo pode ser mais poderosa do que a do indivíduo.
         O grupo surge oferecendo mais vantagens para a organização do trabalho de uma forma geral. Mas o fato de as pessoas estarem trabalhando juntas não é suficiente para garantir a eficácia do que está sendo feito.
         Ao interagir, cada grupo constrói um clima emocional próprio por meio das relações de troca entre seus membros. Um grupo dificilmente trabalhará como equipe se não desenvolver uma razoável competência interpessoal. Aperfeiçoando suas habilidades de comunicação, de liderança, de divisão de tarefas e papéis, de negociação e de abertura para a mudança. O clima criado no grupo afeta o trabalho e o desempenho global, caracterizando tendências de coesão e integração de esforços ou competição e desagregação.
         Um grupo transforma-se em equipe quando passa a prestar atenção à sua forma de trabalhar e procura resolver os problemas que afetam o seu funcionamento. Seu crescimento e desenvolvimento resultam no modo como os conflitos são enfrentados e resolvidos. Quando as equipes trabalham no seu ponto máximo, com participação ativa de seus integrantes, os resultados podem, mais do que apenas se somar, se multiplicar. A explicação desse aspecto do desempenho da equipe está nos relacionamentos dos seus membros, na química entre eles.
         Os seres humanos  são os componentes essenciais da equipe. Nossos relacionamentos sociais singularmente complexos constituem uma vantagem crucial para a sobrevivência desde os tempos mais remotos. O próprio Darwin foi o primeiro a considerar que “os grupos humanos cujos membros estavam prontos para trabalhar em conjunto em prol do bem comum sobreviviam melhor e tinham mais descendentes do que aqueles cujos membros agiam em benefício próprio, ou do que os indivíduos que não faziam parte de grupo algum”.
         É verdade que o futuro pertence a organizações baseadas em equipes. O trabalho de equipe é considerado um caminho testado para aumentar a qualidade do serviço, reduzir os custos, aumentar a produtividade e promover a satisfação de todos os envolvidos.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história  - que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), também a exigir uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos);  a educação; a saúde; a moradia; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; pesquisa e desenvolvimento; logística; ciência, tecnologia e inovação; sistema financeiro nacional; comunicações; esporte, cultura e lazer; turismo; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários  previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações neste mês, a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...