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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DA HUMANIDADE E OS CAMINHOS DA FÉ NA SUSTENTABILIDADE

“O perigo sempre morou ao lado
        A tragédia arde em chamas em nosso cotidiano. Mais uma. Outras virão, piores, a ponto de um dia esquecermos dessa. Pois somos uma sucessão histórica de tragédias.
         Nero queimou Roma, e Hitler carbonizou judeus. Russos e sírios bombardearam crianças. Americanos, traumatizados pela derrota para destemidos vietnamitas, sempre destroem nações periféricas.
         Tragédias nos humanizam. Overdose de multimeios expurgam toda dó, toda pena, todo horror. Esse estranho vício por manchetes angustiantes e inevitáveis interpretações e profecias de fim do mundo.
         Doações, contas para familiares, fraudes, e perguntem aos familiares dos jogadores da Chapecoense como estão agora, que os holofotes mudaram para novas desgraças? Ou como estão os pobres das Bahamas, arruinados por furacões furiosos?
         E o Haiti, onde parece haver um ponto de singularidade? Pois ditadura, guerra civil, terremoto, furacões, corrupção e degradação marcaram encontro num ponto do planeta.
         Dito isso, é com certa tristeza que percebo não só o quanto a natureza humana é ainda embrionária. Constato o enorme caminho que temos de seguir nessa trajetória evolutiva que propõe passar de um estado animalesco para um ser divino.
         E nosso microuniverso, seja nos lares, seja no ambiente de trabalho ou ainda no social, reflete nossa pequenez. Ofendemos, odiamos, conflitamos, nos estranhamos, nos magoamos, agredimos, fingimos, mentimos, traímos, pecamos.
         Dia a dia, enquanto nós nos horrorizamos com a creche queimada pelo monstro, os anjinhos, pois assim os percebo, poderiam ser um filho, um neto de qualquer um de nós.
         Mas como estão nossas relações com nossos rebentos? Como anda seu casamento? E o respeito e a cooperação no ambiente de trabalho? Como é sua comunidade? E seu vizinho?
Testemunhas
O perigo está embaixo de nosso nariz, dorme a nosso lado, frequenta os mesmos lugares. Pois onde faltam humanismo, fraternidade, amor ao próximo, perdão, respeito às diferenças, empatia, seremos testemunhas passivas de tragédias ou vítimas inocentes delas.
Entender nossa imperfeição, encarar nossa incompletude, assumir-nos transitórios, pecadores, aprendizes da vida são algo libertador, um primeiro passo.
A paz, a felicidade, a serenidade são um trabalho pesado, cotidiano, eterno, íntimo e pessoal. Só então – se é que – compreenderemos essa época difícil, de mudanças profundas por que passa a nossa civilização.
Sempre fomos brutais. O que mudou é a visibilidade. A delicadeza, a lapidação de mentes e almas é um trabalho de formiguinha. Imperceptível, silente, constante. E creia, não dá Ibope.”.

(Eduardo Aquino. Psiquiatra e neurocientista, em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 8 de outubro de 2017, caderno GERAL, coluna Bem-vindo à Vida, página 11).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de setembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“250 anos peregrinando na fé
        Esta sábado, 30 de setembro de 2017, não será um simples dia. É marco na celebração de acontecimento histórico: há exatos 250 anos, a Cúria da Diocese de Mariana concede a autorização para que o português Antônio da Silva Barcarena comece, oficialmente, o culto à Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora da Piedade, no alto da serra que se chamava Sabarabuçu, hoje Serra da Piedade. Após ouvir a história da aparição de Nossa Senhora a uma menina surda e muda naquele território sagrado, Barcarena se converteu e decidiu viver no alto da serra, como eremita. Lá, esse português que trabalhou na construção da Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Caeté, edificou a ermida da padroeira, coração-alma do conjunto arquitetônico e paisagístico do Santuário Nossa Senhora da Piedade, que recebe peregrinos desde o século 18.
         Celebrar os dois séculos e meio do povo peregrinando ao suntuário da padroeira de Minas é reconhecer que a fé transcende o tempo, escreve a história, entrelaça vidas. Assim, constrói herança rica e um patrimônio de magnífica relevância. Por isso, valorizar este dia 30 de setembro de 2017 é oportunidade para fecundar novos caminhos, contemplando passado: as muitas gerações que caminharam rumo ao ponto mais alto da serra deixaram importantes legados a todos os mineiros, especialmente para os peregrinos que hoje buscam o Santuário Nossa Senhora da Piedade. Hoje, temos também muitos desafios que requerem novas respostas e as responsabilidades cidadãs, que são de todos, na defesa e preservação desse território sagrado.
         O Santuário Nossa Senhora da Piedade contribui para cultivar a fé, fonte da força capaz de iluminar a cidadania e conduzir a sociedade na direção de novos tempos. Percebe-se, pois, que 30 de setembro é data magna em Minas Gerais. E a magnitude desta marca no tempo remete ao mais profundo sentido da fé, que se inscreve na dinâmica das peregrinações. Uma dinâmica com força educativa. Contribui, entre outros aspectos, para fortalecer na consciência de cada pessoa o entendimento de que tudo passa e o tempo é o bem precioso. Afasta, assim, o risco nefasto de querer se perpetuar no tempo pelas ilusórias mazelas dos apegos, do acúmulo mesquinho de bens.
         Peregrinar é antídoto para não cair no domínio da ambição desmedida, que induz à corrupção e suas consequências avassaladoras: devasta vidas, arruína a sociedade e atrasa avanços. Barcarena, com a sua história de conversão mostra que há razões maiores e mais profundas do que o exclusivo objetivo de ganhar dinheiro. Ele, que veio para o Brasil em busca de riquezas, tocado pela fé, tornou-se promotor da devoção a Nossa Senhora da Piedade, no alto da serra. Em Barcarena e nos muitos fiéis que fazem parte desses 250 anos de história das peregrinações ao santuário está a comprovação de insubstituível necessidade: ter razões transcendentes, buscar a dimensão divina que faz o ser humano alcançar sua plenitude.
         A fé que move montanhas fez do maciço de Sabarabuçu – para além de suas riquezas minerais, ecológicas e do seu relevante aquífero – patrimônio imaterial. E a devoção a Nossa Senhora da Piedade nesse território sagrado tem origem oficial no documento da cúria de Mariana, de 30 de setembro de 1767. Um marco inaugural na história do santuário que é coração-síntese de Minas Gerais, pois reúne dons da natureza e da fé que definem o estado. A religiosidade está, pois, nas raízes da cultura mineira, nas tradições do povo. A vivência da fé cultiva valores que humanizam, sensibilizam e por isso mesmo podem orientar rumos e vidas. A fé contribui para resgatar o necessário sentido humanístico que pode debelar cenários degradantes, substituindo-os por dinâmicas alicerçadas na solidariedade e no respeito.
         Por tudo isso, 30 de setembro há de se tornar em Minas Gerais dia especial de lembrança e comemoração: marco relevante na história tricentenária do estado. Uma data que tem força diferente em relação {as celebrações da Inconfidência Mineira, mas guarda a mesma importância, pois também impulsionar a transformação de ideais a partir de personagens diversos com importância em diferentes campos – política, arte, cultura e religiosidade. Entre essas ilustres pessoas, encanta pensar, por exemplo, que a força da fé, em Barcarena – o ermitão convertido – amalgamou-se com a arte admirável de Aleijadinho, referência do barroco mineiro. Dessa união nasce a imagem veneranda da Virgem da Piedade e o retábulo da ermida da padroeira.
         Jubileu da devoção a Nossa Senhora da Piedade, padroeira do estado de Minas Gerais, 30 de setembro é convite para todos mineiros contemplarem sua maior preciosidade: o lugar que é conjunto histórico, cultural, paisagístico, ambiental e religioso, santuário da padroeira de Minas Gerais. Todos possam peregrinar ao santuário, deixando que esse território sagrado inspire dinâmicas cidadãs e religiosidades. Eis um exercício importante para desbravar novos caminhos e adotar práticas audaciosas, coerentes com a importância de Minas Gerais, estado diamante. Que cada pessoa possa vivenciar este jubileu – 250 anos de história do povo peregrinando na fé ao Santuário Nossa Senhora da Piedade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

 


              

domingo, 1 de maio de 2016

A CIDADANIA, A ARTE DO BEM-VIVER E A RIQUEZA DA SOLIDARIEDADE (21/3)

(Maio = mês 21; faltam 3 meses para a Olimpíada 2016)

“Desapego: a arte do bem-viver
        Somos desde sempre atormentados por nossa finitude. A cada dia seguimos, na estrada da vida, o caminho inexorável em direção à morte. Assim sendo, a angústia se torna companheira de viagem. Da alegria do nascimento até a tristeza do fim, seguimos malresolvidos, enquanto, a cada dia, sentimos na pele o constante desgaste de nossa frágil materialidade. Envelhecer é algo que no início é imperceptível, em nível celular. Após décadas, se amplia para os nossos órgãos e corpo físico. Envoltos numa luta diária pela sobrevivência, numa penúria estressante para nos adaptarmos aos desafios que o meio ambiente nos impõe, mal temos tempo e serenidade para compreender o sentido da vida.
         Basicamente encontramos, num extremo, os que amam a vida e temem seu fim e, no outro extremo, os que pede a morte como solução de seus sofrimentos físicos, psicológicos, existenciais. Daí uma pergunta que nunca se cala: vir à luz é um milagre ou dádiva, ou seria um fardo pesado e uma prisão no tempo e no espaço, na qual cumprimos uma pena terrível e sofrida? Para cada um de nós, a resposta é íntima e pessoal. Afinal, somos sujeitos de nossas ações, autores do nosso personagem, arquitetos de nosso mundo. Mas, acima de tudo, responsáveis por nosso arbítrio. Peço que não culpemos o mundo, as pessoas ao nosso redor, por nossas trajetórias e insatisfações. Somos o que merecemos ser, frutos de escolhas e renúncias.
         Daí vem uma palavra e, mais que isso, um conceito, que, se praticado a cada dia, se mostra um bálsamo: o desapego! Sofrida a vida de quem teme perder. Deprimente o cotidiano daqueles que temem a morte de si ou de pessoas queridas e próximas. Insensata a existência dos que acumulam matéria e poder. Pobres serão de espírito. Tudo é ilusório e transitório. Ninguém, mesmo que seja pai, irmão, cônjuge, amigo do peito, tem o poder de alterar os enredos que já nascem em cada ser. No máximo, ajudamos ou atrapalhamos a vida dos que amamos. Numa última e mais íntima instância, somos naturalmente solitários, no nosso mundo mental. Dialogamos a cada segundo com aquela voz interior, nossa consciência. Entre preocupações desnecessárias, sofrimentos imaginários, ideias de ruína, medos paralisantes, mal sobrevivemos, num ambiente caótico e pessimista.
         Benditos os desapegados, que entendem as leis naturais, que compreendem os ciclos da vida, que lutam para evoluir, mas sabem lidar  com as adversidades e aprendem com elas. Bem-vindos os que amam sem reter, possuir, sofrer com ciúmes, ódios, mágoas. Os que vivem o presente, se recusando a habitar a ansiedade quanto ao futuro, ou remoendo os traumas do passado depressivo. Tudo passa, se transforma, flui. Vaidades, tempo que voa. Beleza, riqueza, poder. E pergunto se conhece a história do pai do seu bisavô. Pois o filho de seu bisneto nem lembrará de seu nome, e você achando que tem que deixar algo para filhos, netos... Algum pássaro mora nos ninhos que os pais fizeram? Ensiná-los a construir os seus próprios ninhos é sábio, e mais sábio ainda é entender que podem ser maus construtores, ou simplesmente não merecem ter um ninho. Como diria meu avô, “caixão não tem gaveta” assim como ser generoso é partilhar conhecimento, respeitando aqueles que não se interessam por isso. Usufruir o momento, sem medo de viver ou perder.”.

(Eduardo Aquino. Neurocientista, autor de Crônicas sobre o comportamento e o relacionamento humano, em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 3 de abril de 2016, caderno GERAL, coluna Bem-vindo à vida, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de abril de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Solidariedade: lacre do bem
        A menina Júlia Macedo, de 11 anos, aluna do Colégio Santa Maria, aqui de Belo Horizonte, brilha como uma luz no fim do túnel, diante dos cenários confusos e desesperançados da política, das dificuldades que afligem milhões de pessoas provocadas pelos descompassos na economia e pela crise moral. Um gesto simples de solidariedade incendeia uma campanha, Lacre do Bem, que troca os lacres das latas de alumínio por cadeiras de rodas. Em dois anos, a garota, com o apoio dos pais e dos colegas, conseguiu juntar 26 milhões de lacres, agregando a essa campanha muitas outras pessoas, com a força da solidariedade que transforma vidas e corações. É um broto de esperança exemplar apontando a direção certa da aposta que precisa ser assumida como lição. O segredo é simples, revelado nos traços do rosto sereno, inocente e sustentado pela convicção do bem que está no coração da garota de 11 anos.
         O segredo maior é alicerçar o coração e a mente nos balizamentos da solidariedade. Obviamente, esse é o remédio para curar os desvios que embaraçam os exercícios da representação política. O investimento prioritário, portanto, na família, na escola e nas relações sociais todas é entender e vivenciar a solidariedade como princípio social, pois é ela que agiganta ações como a campanha Lacre do Bem. Esse investimento efetiva soluções para problemas que se arrastam sem saída nos debates políticos, nas análises sociológicas sofisticadas, mesmo nos discursos de denúncias ou na superficialidade de apontar o dedo para os outros. As instituições não conseguem encontrar seu ordenamento adequado e esperado fora dos parâmetros da solidariedade como princípio social. Sem esses balizamentos, os funcionamentos institucionais todos, da família à escola, da empresa à universidade, as relações entre as pessoas e os povos caem na incapacidade de eleger o bem comum como prioridade. Perdem a sensibilidade de cultivar o cuidado com os mais pobres.
         Uma garota consegue mudar quadros na vida de pessoas, alimentar esperanças nos funcionamentos de creches e outras instituições com a força transformadora, a sabedoria própria e incisiva do amor ao próximo. Convence que há possibilidade de crescimento e consolidação de estruturas de solidariedade. É isso que pode, deve e é urgente ocorrer com a criação e modificação de leis, regras de mercado e ordenamentos, da mais alta esfera até as relações mais domésticas. Só assim será possível configurar novo tecido cultural solidário, capaz de tirar a sociedade do caos, da falta de horizontes. A ausência da solidariedade produz prejuízos terríveis, a exemplo do preço patente e devastador da corrupção que compromete o bem comum. É próprio da solidariedade, como virtude moral a ser aprendida e praticada, manter acesa na consciência de cada um a determinação de se empenhar pelo bem comum, priorizando os mais pobres. Somente esta virtude poderá evitar os esquemas de corrupção, o terror do crime organizado e frear a indiferença para com o próximo.
         Sem solidariedade não se alcançará a almejada paz no mundo, o bem comum sempre estará comprometido. Quando, pois, se afirma, com  certeza, que na base de todas as crises que afetam a sociedade está a crise moral, compreenda-se que o remédio é a aprendizagem da lição da solidariedade, investimento prioritário na formação de criançada e da juventude, pela comprometida modelagem que os adultos devem assumir como tarefa primeira.
         Só a solidariedade articula os pilares fundamentais da vida social: verdade, justiça e liberdade. É hora de grandes correções de rumos, ajustamentos de procedimentos, intervenções incisivas. É hora de envolver o conjunto dos cidadãos em práticas, pequenas ou grandes, para além de obras públicas ou dos convencionais deveres de investimentos, inserindo as camadas todas da população brasileira em campanhas, projetos e programas que mereçam o reconhecimento, pelo alcance de sua solidariedade, como o Lacre do Bem.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 449,1% para um período de doze meses; e mais ainda em março, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,39%, com os juros do cheque especial em históricos 300,8%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  




  


quarta-feira, 13 de abril de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA DA INSPIRAÇÃO E A BUSCA DE NOVOS E ILUMINADOS HORIZONTES

“Inspiração e a crise
        Há quem diga que essa é a mãe de todas as crises. Mas o que é a história senão um suceder interminável de crises e bonanças, auges e decadências?
         Daí a inspiração para falar sobre ... Inspiração. Se sofrimento amadurece e nos grandes erros aprendemos as melhores lições, há um recreio no meio de tantas aulas.
         Os amigos e leitores mais fiéis devem se lembrar que sou um apaixonado por palavras. Se meu mundo mental é manifesto por aquilo que penso, emoções que sinto e desejos de quem nunca deixa de sonhar, são as palavras que me permitem estar no mundo, na tentativa de compreendê-lo e me apresentar a ele.
         A palavra é a mágica que decodifica o mundo interior e exterior. Quem tem o dom da palavra tem o poder de liderar, construir, desvendar os mistérios que a natureza nos propõe.
         De igual maneira, a história é cheia de exemplos do poder da palavra de líderes que mentem, mascaram, distorcem e destroem.
         Adoro ainda mais a “alma das palavras”. Pena que o latim e o grego, que constituem a base de nossa fala e escrita, tenham sido expurgados do nosso currículo. Pois, “inspiração” é derivada de “ins” ou dentro de e “piros”, que significa “chama sagrada”. Inspiração é pois algo como trazer dentro de si a chama sagrada. Portanto, algo divino e transcendente. Não é justo que se peça a artistas, escritores ou qualquer um de nós que todos os dias esteja inspirado.
         Mas é nas crises ou situações angustiantes que essa chama sagrada costuma ser adentrada na mente e na alma humana. Homenageando aqueles que haverão de emergir desse caos que permite gestar novas e verdadeiras lideranças, ilustrarei a possível gênese do que seja essa inspiração.
         Conta a lenda que, no Monte Éfeso, sábios habitavam seu cume e recebiam nos seus parlatórios as pessoas do povo que iam até lá para amenizar suas dores e sofrimentos. Talvez fosse o embrião das terapias modernas. O interessante é que os ajudadores deveriam, a cada novo dia, perceber se estavam ou não inspirados para o atendimento. Caso sentissem a chama sagrada, emitiriam uma fumaça branca, e a pessoa subia o monte para ser acolhida. Se não estivessem inspirados, lançavam uma fumaça escura e desciam aos porões da edificação.
         Ali, mulheres (não necessariamente bonitas do ponto de vista estético) recebiam os homens sábios para transmitirem a transcendência inspiradora. Daí o mito das “musas inspiradoras”. O interessante é que experimentos modernos, feitos no antigo local, constataram um escape de gases vulcânicos, que provavelmente expandiam a consciência das mulheres, permitindo que ajudassem os ajudadores com revelações, intuição, insight.
         Assim gira o mundo, se renovando, extinguindo, renascendo. De crise em crise, de inspiração a inspiração, sofrendo, sendo recompensado. Aliás, nunca se deve esquecer que a alma da palavra “sacrifício” significa “sagrado ofício”. Todo trabalho é sagrado!
         Que lutemos para não permitir que o desemprego nos tires o que há de mais digno na vida. Muita força, fé e serenidade a todos nós!”.

(EDUARDO AQUINO. Escritor e neurocientista, em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 10 de abril de 2016, caderno GERAL, na coluna Bem-vindo à vida, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de abril de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Boa notícia
        Frequentemente a informação veiculada na mídia provoca um travo na alma. Corrupção, violência, crise, trânsito caótico e péssima qualidade da educação e da saúde, pautas recorrentes nos cadernos de cidade, compõem um mosaico com pouca luz e muitas sombras. A sociedade desenhada no noticiário parece refém do vírus da morbidez. Crimes, aberrações e desvios de conduta desfilam na passarela da imprensa. A notícia positiva, tão verdadeira quanto a informação negativa, é uma surpresa, quase um fato inusitado.
         Jornais, frequentemente dominados pelo noticiário enfadonho do país oficial e pautados pela síndrome do negativismo, não tem “olhos de ver”. Iniciativas que mereceriam manchetes sucumbe à força do declaratório. Reportagens brilhantes, iluminadoras de iniciativas que constroem o país real, morrem na burocracia de um jornalismo que se distancia da vida e, consequentemente, dos seus leitores. O recurso ao negativismo sistemático esconde uma tentativa de ocultar algo que nos incomoda: nossa enorme incapacidade de flagrar a grandeza do cotidiano.
         Precisamos valorizar editorial e informativamente iniciativas que tentam construir avenidas ou vielas de paz nas cidades sem alma. É preciso investir numa agenda positiva. A bandeira a meio pau sinalizando a violência sem-fim não pode ocultar o esforço de entidades, universidades e pessoas isoladas que, diariamente, se empenham na recuperação de valores fundamentais: o humanismo, o respeito à vida, a solidariedade. São pautas magníficas. Embriões de grandes reportagens. Denunciar o avanço da violência e a falência do Estado no seu combate é um dever ético. Mas não é menos ético iluminar a cena de ações construtivas, frequentemente desconhecidas do grande público, que, sem alarde ou pirotecnias do marketing, colaboram, e muito, na construção da cidadania.
         A preocupação social, felizmente, já mobiliza muita gente. Multiplicam-se iniciativas sérias de promoção humana. Conheço de perto uma obra notável. Sob inspiração da prelazia do Opus Dei, foi fundado em 1985 o Centro Educacional Assistencial Profissionalizante (Ceap). Nasceu de um ideal de diversos profissionais e estudantes preocupados em organizar um trabalho social sério na Zona Sul de São Paulo. Após estudo da situação e das suas necessidades, verificou-se que, no bairro de Pedreira, a 30 km do centro da capital paulista, jovens de 10 a 18 anos se encontravam numa situação de grave risco social, expostos a drogas, marginalidade e criminalidade. Implementou-se, então, uma escola técnica para jovens carentes que dispusesse de tudo o que uma escola de “primeira linha” pode oferecer.
         O Ceap atende atualmente mais de 600 alunos e conta com aproximadamente 10 mil m de área construída, distribuídos em um terreno de 23 mil m2. Oferece cursos livres de eletricidade residencial e industrial, auxiliar de informática e informática aplicada, e cursos técnicos de administração, curso técnico de redes de computador e telecomunicações, com duração de um a dois anos.
         Muitos dos alunos passam a ser a principal fonte de renda em sua família, o que constitui um impacto social relevante. Além disso, deixam a escola com a clara consciência da necessidade de estudar com afinco e dedicação. Com essa mentalidade, é comum que muitos dos alunos do Ceap cheguem ao nível universitário, uma meta quase impensável no início de seus estudos, em virtude de suas difíceis condições de vida. Mudar é possível.
         Por isso, os esforços do Ceap e de tantas pessoas engajadas no mutirão da inclusão merecem registro jornalístico. Não resgatarão, por óbvio, nossa imensa fatura social, mas sinalizam uma atitude importante: olhar a pobreza não com o distanciamento de uma pesquisa acadêmica, mas com a fisgada de quem se sabe parte do problema e, Deus queira, parta da solução. Iluminar boas iniciativas e construir uma agenda positiva é um modo de construir a paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 432,24% para um período de doze meses; e mais, em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  


        

         

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A CIDADANIA, A EXCELÊNCIA DO ESTRESSE E A MISSÃO DE SERVIR O PÚBLICO

“Sua excelência, o estresse
        
         Sou fã do estresse! E, de cara, como psiquiatra, ouvi muitos apelos do tipo: “Quero que o senhor acabe com meu estresse”. Nunca, nunquinha! Afinal, seu inventor foi um Deus maior, e o estresse sendo uma das maiores invenções da natureza! Então, sejamos justos e reflitamos antes de denegrirmos a imagem desse mecanismo injustiçado pela nossa ignorância.
         O estresse é um mecanismo natural, inerente aos seres que habitam nosso planeta, cujo objetivo único é permitir uma reação aguda, profunda e precisa para responder a um perigo imediato real (prestem atenção no termo “real”) do ambiente externo, que ameace a vida. Em poucas palavras, é “lutar ou correr”! Tal mecanismo, quando ativado, aumenta muito a capacidade de combater o inimigo que nos ataca: ficamos imensamente mais fortes, ágeis, lúcidos.
         É bem verdade que, para criar esse “super-humano estressado”, capaz de se atracar com um ladrão, correr de um pit Bull, saltar um muro alto, desviar-se de um caminhão na estrada com a agilidade de um Ayrton Senna, por exemplo, nosso organismo tem que acelerar: o coração dispara, a pressão arterial sobe, a respiração acelera, ficamos pálidos, suamos.
         A química do estresse é simples e eficiente: adrenalina, que, liberada no corpo, mediada pela cortisona, permite tal aceleramento de órgãos, que nos torna super-humanos, heróis ou covardes, dependendo se somos os que lutam ou os que fogem correndo. Aliás, nada mais democrático que o estresse, e, a priori, só nos décimos de segundo em que ativamos nosso sistema de defesa, como num assalto, saberemos o que nos aguarda: ou nos atracamos e lutamos contra dois ou três atacantes, ou saímos em desabalada carreira, capazes de fazer 100 m rasos em nove segundos, tal qual um medalhista olímpico! Assim como os assaltantes que podem tanto lutar como correr ou, infelizmente, até atirar. Mas todos nós, tomados pelo estresse, somos, no fundo, gladiadores do violento mundo moderno, deflagrado por conflitos de toda a ordem. Não se estranha a epidemia de estressados e medrosos, vítimas do pânico e do salve-se quem puder!
         Pois é, graças ao estresse, sobrevivemos a cada dia, e os mamíferos dominaram a Terra. Afinal, mamíferos são muito mais eficientes e, ao somarem o instinto típico dos répteis ao afeto de quem amamenta, se tornaram estressados campeões. Isso porque tinham que defender não só a si, mas também aos filhotes e aos familiares, já que o afeto trouxe emoções que nos ligam a quem amamos. Quebramos o “cada um cuida de si e Deus de todos” por sacrifícios coletivos, noção de família, bando, coletivo. As estratégias de defesa sofisticaram, e a empatia fez com nos importássemos com nossos semelhantes.
         Mas aí vem a velha história: certo mamífero, sentindo-se superior, capaz de falar, usar a lógica, emitir pensamentos, começou a criar perigos imaginários. Ouvia ruídos à noite, escura e tenebrosa, e já se imaginava que era um predador. Ia caçar e imaginava que outro bando poderia roubar sua tribo, levar sua fêmea e seus filhos. Desconfiava de seus pares e ficava grilado em ser “corneado” ou desafiado na sua posição de comando. E por aí vai a nossa imensurável capacidade de criar inimigos e problemas imaginários. Como nos ensina a filosofia quântica, “ pensar equivale a agir”!
         Sendo ainda mais didático, nosso cérebro-computador biológico e insuperável processa tudo aquilo que nossa mente emite, em termos de energia psíquica, em forma de pensamentos, sentimentos, desejos (pensar, sentir, agir). Como se a mente fosse um software, e o cérebro, um hardware. Daí, ao criar preocupações em forma de sofrimentos antecipados, projetamos pit bulls, ladrões, perigos e situações imaginárias de estresse, que infelizmente nosso cérebro processa como reais, liberando adrenalina, nos acelerando, gerando desconforto, coração disparado, insônia, falta de ar, aumento e queda da pressão arterial, dor de cabeça, no corpo, intestino solto e mil sintomas com exames médicos normais.
         Sim, o “mau estresse” é fruto de nossa incompetência e “pensação disparada”! Criamos um mundo insuportável mentalmente falando, no qual o perigo é imaginário e não tem solução. Cerca de 70% das doenças modernas vêm desse estresse crônico que nenhum organismo suporta. Já o “bom estresse” é aquele que nos ajuda diante dos perigos reais e que, se bem administrado e usado, gera campeões, vencedores. Por fim, nunca esqueçamos que o contrário do estresse é o relaxamento! E que pessoas felizes, que têm prazer, alegria, satisfação em viver, são mestres e sábias em usar o estresse e emoções a seu favor.”

(Eduardo Aquino. Escritor e neurocientista, em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 27 de julho de 2014, caderno CIDADES, coluna Bem-vindo à vida – crônicas sobre o comportamento e o relacionamento humano, página 5) .

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de julho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS RODOLFO SCHNEIDER, empresário, coordenador do Movimento Brasil Eficiente (MBE), e que merece igualmente integral transcrição:

“Servir o público
        
         A mensagem central que vem sendo passada aos gestores  públicos pelas manifestações de junho de 2013 para cá é que o governo deve devolver mais à sociedade pelo que dela cobra. O poder público, fazendo-se de surdo, tenta cobrar ainda mais do contribuinte para tentar entregar apenas uma parte do que já deveria estar retribuindo. Essa demonstração consta no orçamento federal, que prevê para 2014 uma expansão da receita com impostos e contribuições de 8,3%, contra um crescimento previsto da economia de aproximadamente 1%. Pior do que isso é o fato de que, no primeiro trimestre do ano, a arrecadação com impostos aumentou “apenas” 7% em termos nominais, enquanto as despesas do Tesouro avançaram 10,8% acima do crescimento do PIB, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional.
         Na medida em que o governo projeta o aumento de receita tributária acima da expansão do país, deliberadamente está nos aprisionando em uma armadilha de baixo crescimento. Com o incremento dos gastos correntes ainda mais alto, cria-se a necessidade de novos aumentos da carga tributária, num círculo vicioso que, além de frear o crescimento, compromete progressivamente a competitividade do país.
         Os brasileiros que foram às ruas disseram que há recursos públicos suficientes para termos uma contrapartida adequada, desde que sejam bem aplicados e se reduza a corrupção. Ou seja, mais e melhores serviços públicos não depende de mais impostos, e sim de mais gestão. Não é necessário, por exemplo, como defende parte do governo, restabelecer a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para termos bons serviços de saúde. Até porque, a carga tributária no Brasil subiu de 20% do PIB, em 1988, para mais de 36% em 2013, contra 24,6% no Chile, 22,4% na Colômbia, 19,5% no México, e 19,4% no Peru.
         O Movimento Brasil Eficiente (MBE) tem feito simulações que demonstram o caminho para a criação de um círculo virtuoso de crescimento: a expansão dos gastos públicos correntes a uma taxa inferior à da economia – tendendo à metade –, permitirá a redução gradual da carga tributária para 30% do PIB; o aumento da taxa de investimento para 25%, com o consequente incremento da produtividade; e o crescimento econômica na casa dos 5%.
         A necessidade de uma ajuste fiscal é partilhada por economistas tanto da posição como da oposição. O próximo presidente da República terá que enfrentá-lo com coragem, de preferência no início do mandato, e os principais candidatos prometem fazê-lo. Os últimos ex-presidentes tentaram, mas pararam sempre nas resistências daqueles que ganham com o caos e daqueles que temem perder arrecadação. O MBE tem uma proposta consistente tanto para a simplificação dos impostos, a partir de um ICMS nacional partilhado entre União, estados e municípios, como para não prejudicar a arrecadação dos entes federativos no momento de uma reforma tributária, sem a necessidade de criar um grande fundo de compensação, que, certamente, também sairia do bolso do contribuinte.
         A condição primeira para viabilizar a menor necessidade de arrecadação por parte do governo, contudo, é justamente a contenção do crescimento do seu gasto, a ser conquistada com mais eficiência, meritocracia no serviço público, mais planejamento e controle nas obras, menos desvios e corrupção e menos aparelhamento da máquina. Em resumo, resgatando a função primeira do poder público, que é servir o público e não dele servir-se.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate,  implacável e sem trégua, aos três dos nossos  maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos (por oportuno, o fato de termos eleições no país a cada dois anos, com campanhas eleitorais cada vez mais bilionárias; e, por que não, a cada cinco anos?; a quem interessa tanta perda?...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a exigir uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...