segunda-feira, 6 de abril de 2015

A CIDADANIA, AS RAÍZES DA CORRUPÇÃO, A SUSTENTABILIDADE E A SAÚDE

“Os precatórios e os precavidos
        Precatórios, ilegalidades com títulos públicos, deságios criminosos, mais um escândalo envolvendo dinheiro do povo e comprometendo as finanças combalidas dos erários. Nessas horas, ninguém compara o gasto com os servidores públicos, mal remunerados, e a folia de vultosas quantias embolsadas por quadrilhas à custa do Tesouro Público. Tendo sido esta a característica dos nossos governantes: desrespeito à lei, burla à lei e aos procedimentos legais – até quando? Nenhum governante pode agir acima da lei e do interesse público, sob qualquer pretexto, qualquer eventualidade, qualquer surto financeiro. A administração pública é atividade a ser exercida em estrita obediência à lei, mesmo quando autorizada a agir discricionariamente. Nenhum fim justifica um meio ruinoso e ilegal, ainda mais contra o patrimônio público. Para os que fecham os olhos à lei, só há um caminho: Fechem-se-lhes as grades do xilindró, com todos dentro!
         Os esforços divulgados e promessas eleitorais davam conta de um consenso nacional para racionalizar e equilibrar as despesas públicas, e eis o que nos aprontaram os senhores-de-colarinho-branco... Cabe aos Ministérios Públicos (Federal e Estadual), às Assembléias Legislativas Estaduais e a todo cidadão consciente pugnarem dentro da lei, pela exemplar punição dos culpados, quais sejam!
         Precavidos contra essa rede de enriquecimento ilícito são os nossos poetas. Dizia-o Oswald de Andrade: “Se há ainda alguma coisa, que salva este país, é a literatura”. Gregório de Matos era fustigante: “Eu sou aquele, que os passados anos/ cantei na minha lira maldizente/ torpezas do Brasil, vícios e enganos”. O nosso Manuel Bandeira, em resposta a Vinícius de Morais: “Com que sonho? Não sei não./ Talvez em me bastar, feliz”. O mais arrebatado é Mário de Andrade: “Por que os homens não me escutam os plutocratas e todos os que são chefes e são fezes?/ Todos os donos da vida?””.

(José Rodrigues é procurador federal, em artigo publicado no JORNAL DO COMMERCIO Recife, edição de 7 de Março de 1997, caderno OPINIÕES, página 3).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de abril de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de EDUARDO DOMINGUES, diretor da Premium Distribuidora e representante da Green Produtos Orgânicos, e que merece igualmente integral transcrição:

“De olho na saúde
        Cada vez mais atentos aos cuidados com a saúde, os brasileiros têm se preocupado com a forma como os alimentos ingeridos são produzidos, por isso os produtos orgânicos têm caído nas graças de grande parte dos consumidores há algum tempo. O país é um dos maiores produtores agrícolas do mundo e, segundo o Ministério do Meio Ambiente, é, também, líder em consumo de agrotóxicos. Por outro lado, apesar da grande utilização dessas substâncias, dados da organização não governamental (ONG) Projeto Organics Brasil apontam que o segmento de orgânicos vem crescendo no país, apresentando aumento médio anual de 40%. Segundo informações do site Portal Brasil, a quantidade de produtores aumentou 51,7% em janeiro de 2015, em comparação com o mesmo período de 2014. Esse é um reflexo da realidade dos brasileiros, que estão mais conscientes dos benefícios do cultivo e do consumo dos alimentos orgânicos, como a preservação ambiental, recomposição dos ecossistemas e a garantia de mais saúde pela ingestão de alimentos livres de aditivos químicos.
         Inserido cada vez mais nas culturas que sabem da relevância de uma alimentação saudável e dos benefícios para a saúde, o segmento de orgânicos já se consolidou com um importante pilar da economia no Canadá, na França, na Holanda e Suécia, e, no Brasil, vem crescendo consideravelmente, já que, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o país é responsável por mais de 10 mil unidades de produção desse tipo de alimento. Também nesse cenário, empresas e estabelecimentos, como lojas, restaurantes e bistrôs especializados, lançam, constantemente, alternativas diferenciadas, adotando os orgânicos como matéria-prima de seus produtos. Atualmente, é possível encontrar no mercado diversas opções voltadas para o público que prioriza os alimentos orgânicos, seja para compor as principais refeições, como almoços, com saladas de verduras e legumes; quanto para lanches, com picolés compostos de frutas sem agrotóxicos.
         Não é necessária uma análise aprofundada para identificar os benefícios proporcionados pelo consumo de orgânicos. Entre eles estão a prevenção de problemas de saúde provocados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas, que podem causar reações alérgicas respiratórias, distúrbios hormonais e até câncer, dependendo do organismo e da intolerância ao elemento nocivo. De acordo com o portal Orgânics Net, idealizado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), os orgânicos são mais nutritivos, pois são produzidos em solos ricos e balanceados com adubos naturais e não têm compostos químicos, garantindo a preservação das substâncias e do sabor. Outro fator importante é a proteção das futuras gerações de contaminação, pois a intensa utilização de produtos químicos na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas. Como esse segmento da agricultura exclui o uso de fertilizantes e agrotóxicos ou qualquer outro produto que altere a estrutura dos elementos, o para o meio ambiente é preservado, assim como seus recursos naturais.
         A agricultura orgânica também restaura a biodiversidade, garantindo mais proteção da vida animal e vegetal, pois respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas mais saudáveis. Mais um benefício do consumo de orgânicos é o fomento da agricultura familiar e a ajuda aos pequenos agricultores, pois a maior parte da produção provém de núcleos de pessoas que encontram na terra a única forma de sustento e, com isso, o cultivo retém o homem do campo, garantindo a permanência das comunidades rurais.
         Se, nos últimos anos, ir ao supermercado significava comprar grandes quantidades de alimentos industrializados, felizmente essa realidade está sendo transformada. É importante ressaltar, também, que os pais estão mais atentos à alimentação dos filhos devido aos dados alarmantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que mostram que uma em cada três crianças brasileiras de 5 a 9 anos está acima do peso. Além da adoção de medidas saudáveis, como a introdução de alimentos naturais e orgânicos, é cada vez mais comum entre os brasileiros a disseminação da ideia da melhoria da qualidade de vida. Inserir hábitos e dietas saudáveis no cotidiano, principalmente das crianças, que ainda estão formando suas opiniões, contribui para que o país cresça cada vez mais sustentável, e a alimentação adequada é um importante pilar que contribui para essa mudança.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (por pertinente, um cenário assaz preocupante: segundo o Banco Central, no período de 11/03/2015 a 17/03/2015, foram praticadas taxas de juros de cheque especial de até 15,01%  A.m. e 435,62%  A. a.); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, vai ganhando novos contornos que transcendem ao campo quantitativo, econômico,  que podem afetar até mesmo gerações futuras...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade da dupla crise de falta – de água e de energia elétrica...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...
            



  

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