quarta-feira, 22 de abril de 2015

A CIDADANIA, A VONTADE SUPERIOR E AS EXIGÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE E COMPROMISSO SOCIAL


"O momento de seguir o caminho da vida guiado pela vontade da Alma
        As escolhas mais decisivas para o curso da vida partem do centro do ser, da nossa Alma. Mas, embora seja ela que determine os rumos básicos que temos de seguir, a personalidade, o eu externo, também possui certo poder de decisão.
         Como personalidade, usamos o livre-arbítrio, e por meio dele aprendemos a escolher. É pelo exercício de inumeráveis escolhas que vamos aprendendo a abandonar o que prejudica a evolução, até o momento em que começamos a perceber a voz da Alma e a sermos atraídos por ela.
         A capacidade de decisão da personalidade varia segundo os graus evolutivos que vamos atingindo, varia de acordo com nossa receptividade ao mundo da Alma, um mundo espiritual.
         Essa capacidade de decisão é bastante forte e dominante enquanto nos deixamos conduzir pelos aspectos materiais do nosso ser: o físico, o emocional e o mental. Redimensiona-se gradualmente, todavia, à medida que optamos pela evolução, crescimento superior. A partir dessa opção, a vontade da Alma vai prevalecendo nas nossas escolhas. Passamos a aceitar razoavelmente essa orientação que vem de dentro de nós. Passamos a permitir que conduza nossos atos.
         Quando transferimos nossas decisões para a Alma, dela começam a vir oportunidades para evoluirmos. A personalidade então se vai tornando mais flexível e obediente e, por fim, compreendemos qual é a tarefa que nos cabe neste planeta.
         Para cumprir essa tarefa necessitamos de indicações do nosso interior, provindas da Alma, que conhece as Leis Maiores e o nosso destino. Assim, quando nos entregamos à vontade da Alma, quando é ela que nos guia os atos, consuma-se o que está previsto para nossa vida sobre a Terra.
         Um período de purificações e ajustes acontece antecede a vida regida pela vontade da Alma. Desse período pode fazer parte o que se costuma chamar de “fase do arrependimento”.
         No sentido espiritual, arrependimento é a predisposição para reconhecer erros e imediatamente agir de modo a equilibrá-los. Não é apenas lamentação e não deve ser confundido com a tendência de chorar pela dor que causamos ou de pedir desculpas sem que nada se transforme em nós.
         O arrependimento verdadeiro é um impulso para sanar as desarmonias que causamos no passado. Se nos arrependemos dessa maneira, isto é, se passamos a agir equilibradamente, preparamo-nos de fato para novas etapas da vida.
         Importante saber que quando estamos sendo guiados pela Alma, amplia-se a nossa capacidade de servir, de ajudar os semelhantes. Vemos dentro de cada ser uma essência espiritual. Sabemos que todos vêm de uma única fonte criadora, e que o amor é a primeira lei do sistema solar.
         O amor é a capacidade de coesão, de união. Se não existisse, prevaleceriam no universo as forças contrárias à unidade, e este se desintegraria.
         Pela lei do amor, todo ser tem seu lugar no universo, onde melhor pode desenvolver sua aptidão, sua forma de doar-se. Mas ninguém é capaz de reconhecer esse lugar usando apenas a mente ou o desejo de servir. Só no profundo do ser sabemos onde está.
         O fundamental é buscar nosso ser interior como prioridade na vida. É a partir disso que nossos dias se vão tornando puro serviço da Alma, em benefício de qualquer pessoa que precise de auxílio.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de março de 2014, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e a Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de abril de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora aposentada da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia  e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação, compromisso social
        Apesar de investimentos e boas políticas, o Brasil ainda não conseguiu alcançar as metas para a educação de qualidade. Dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostram que o Brasil está entre os dois terços dos países que não conseguiram alcançar todas as metas traçadas para o período de 2000 a 2015. O Brasil cumpriu apenas duas das seis metas mundiais para a educação. Somente um terço dos países atingiram todos os objetivos. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o país avançou no acesso à educação e vê grandes avanços na educação na pré-escola, no ensino profissionalizante e no combate ao analfabetismo. Segundo o relatório, o Brasil atingiu duas metas: universalizar o acesso à educação primária (1º ao 5º ano do ensino fundamental) e igualdade de gênero, levando meninos e meninas para as escolas.
         As metas foram estabelecidas na Cúpula Mundial de Educação em Dakar (Senegal), em 2000, com 164 países. O objetivo global era que todos eles pudessem chegar a 2015 cumprindo seis metas: 1) expandir a educação e os cuidados na primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis; 2) alcançar a educação primária universal, particularmente para as meninas, minorias étnicas e crianças marginalizadas; 3) garantir acesso igualitário de jovens e adultos à aprendizagem e às habilidades para a vida; 4) alcançar uma redução de 50% nos níveis de analfabetismo de adultos até 2015; 5) conseguir a paridade e a igualdade de gênero, e 6) melhorar a qualidade da educação e garantir resultados mensuráveis de aprendizagem para todos. Apenas 57 países alcançaram os seus objetivos. “O Brasil faz esforço grande para expandir o ensino público de educação infantil, mas ainda precisa avançar mais para cumprir essa meta”, diz a coordenadora de educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, em relação à meta 1.
         O Inep questiona: “Em 2002, tínhamos 3 mil creches públicas e em 2015 temos 35 mil. Implantamos boas políticas na área e trouxemos a educação da primeira infância para o centro das discussões”. A Unesco vê progressos nos programas de educação tecnológica, como o Pronatec. O país dobrou o número de matrículas em cursos profissionalizantes de 2 milhões para 4 milhões. A maior qualidade da educação e a valorização do professor no Brasil são apontadas como grande desafio, metas 4 e 6. Segundo a Unesco, faltam 4 milhões de professores no mundo. Novas metas para 2015 a 2030 serão traçadas em Seul em maio deste ano.
         O novo ministro da educação assume com boas propostas: investir ainda mais na qualificação e eficiência da educação brasileira. Apesar da crise econômica, o governo pretende construir 6 mil creches no país nos próximos quatro anos, sendo prioridade a educação básica. A proposta de engajar as universidades federais e seus estudantes na tarefa de melhorias na educação básica é muito positiva. Penso ser fundamental qualificar e estimular ainda mais os cursos de licenciatura que formam professores nas universidades, estimulando talentos com compromisso social. As nossas universidades federais constituem importante rede em todo o país com competentes profissionais e pesquisadores de todas as áreas, que muito podem contribuir para a melhoria da educação básica. Grande parte dos recursos para educação vai para as universidades federais. Em 1968, eram 100 mil estudantes universitários, hoje são 8 milhões. A responsabilidade com a educação deve começar em casa com pais incentivando os filhos para estudar. Esse importante estímulo pode formar gerações de crianças e jovens talentos comprometidos com o saber e com a educação. Felizmente, pais e escolas estão mais empenhados nessa tarefa no Brasil.
         Fomentar a responsabilidade social de professores, alunos e pais desde a educação básica é fundamental. Isso pode se dar de diversas formas: nos trabalhos e projetos escolares e nos trabalhos comunitários. Nas universidades, especialmente nas públicas, é importante que alunos  pratiquem maior compromisso social, engajando-se em projetos comunitários e grandes projetos de pesquisa nas escolas da educação básica para o salto qualitativo que tanto queremos. Essa importante contribuição social e senso de cidadania pode se dar em todas as áreas do conhecimento nas universidades – jovens estudantes em salas de aula e/ou projetos nas escolas públicas país afora, disseminando conhecimentos, ciência e inovações tecnológicas, proporcionando a maravilhosa e democrática popularização da ciência e da tecnologia para fins educativos e de cidadania.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (assim sendo, já é crítica a superação da marca de 8% no acumulado de doze meses...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, vai ganhando novos contornos que transcendem ao campo quantitativo, mensurável, econômico,  e que podem afetar até mesmo gerações futuras...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade da dupla crise de falta – de água e de energia elétrica...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...
            



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