“A
alegria da comunhão com a
alma na transformação espiritual
Quando o indivíduo se
volta para o caminho espiritual, é necessária uma transformação intensa de
muitos aspectos de sua natureza humana.
Nem
todos, porém podem suportar, esse processo de transformação de forma muito
rápida, pois os graus de desenvolvimento dos indivíduos são diferentes. Por
isso, não se pode estabelecer regras a serem seguidas igualmente por todos.
Assim,
quando o indivíduo ingressa no caminho espiritual e se propõe servir a Deus,
nem mesmo um ambiente todo voltado para essa meta é capaz de promover sua
transformação completa e imediata. O conjunto de energias e forças humanas que
ele traz e expressa em suas atividades cotidianas interage com a matéria sob a
forma de forças instintivas, energias emocionais, energias mentais e toda a
carga de desejo de autorrealização que o indivíduo carrega consigo. Isso
influencia as transformações pelas quais ele deve passar.
Entretanto,
se algumas atitudes internas do indivíduo dificultam sua transformação e tornam
o processo lento, outras podem facilitá-la e agilizá-las. Assim, existem duas
formas muito instintivas de interação do indivíduo com o mundo.
Numa,
iludido pelo mundo, o indivíduo esforça-se para satisfazer suas aspirações
pessoais – buscando, portanto, uma realização egoísta. Neste tipo de interação
predomina o ego e, até que ele seja absorvido pela alma, manipulará as forças
da personalidade, levando o indivíduo a identificar-se com as aparências
externas e a deixar-se dominar pelo orgulho, pela falta de união e pela
ambição. Essa atitude faz o indivíduo querer colocar-se no centro das atenções
e buscar a própria satisfação em prejuízo dos demais. De tal impulso surgem
seus males e os da humanidade.
Em
outra, o ego deve ser transformado por meio da entrega do indivíduo aos seus
planos superiores, planos internos, para que ele possa integrar-se à sua alma
e, assim, chegar a um patamar superior.
A
superação das tendências egoístas e do domínio exercido pelo ego é feita por
meio de outro tipo de atitude, na qual o indivíduo permite a intervenção de
energias internas superiores que revelam a divindade de sua alma. Essa
intervenção leva o indivíduo além de suas tendências egoístas. De suas ilusões
e de seus conflitos. Dessa forma, ele torna-se capaz de exercer maior controle
sobre as forças da personalidade, pelo aperfeiçoamento e busca da comunhão com
a sua alma e pela introdução, em tudo o que faz, de qualidades superiores.
Essa
comunhão com a alma traz alegria e torna o indivíduo capaz de auxiliar os que
ainda não reconheceram a necessidade de voltarem-se para a Luz. E essa alegria
é muito maior do que aquela que ele tinha quando guardava só para si o que a
vida interior lhe concede.
Quando
esse contato interno existe, a transformação se dá de forma equilibrada, pois a
energia já foi elevada pela renúncia às ambições puramente mundanas e à
satisfação pessoal.
Entretanto,
a energia que move o indivíduo a agir dessa forma só poderá atuar naqueles que
estiverem abertos e deixarem-se levar por ela. Para os que a aceitarem, ela
será um manancial de cura que permitirá aos indivíduos irem além de si mesmos.
É por
meio da segunda atitude, da entrega do ego, que os estímulos superiores podem
chegar à humanidade, eterna peregrina na trilha do Divino.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 31 de julho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de agosto
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de LUIZ ROBERTO AYOUB,
juiz de direito substituto e desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro, e que merece igualmente integral transcrição:
“A
lei do século
Falar em recuperação
judicial ainda assusta no Brasil. Isso porque esse tipo de medida legal tem sua
imagem contaminada em nossa sociedade: para muitos, trata-se de um estágio para
a falência ou de uma pré-falência. Nada mais distante da realidade. Apesar de
pouco conhecida – mesmo após mais de 11 anos de sua regulamentação – a Lei da
Recuperação Judicial é considerada por aqueles que a analisam com profundidade
como a lei do século, por seu potencial positivo para a economia e o setor
empresarial. Sem ela, hoje o país estaria seguramente em piores lençóis.
É
necessário retirar o véu do preconceito estabelecido em torno do tema. A
recuperação judicial nada mais é do que uma ação que busca dar oxigenação a uma
empresa viável, mas que passa por dificuldades momentâneas. Leia-se por
oxigênio a blindagem realizada por um período determinado em relação às ações e
execuções contra ela dirigidas.
Como
ocorre com os seres humanos, uma empresa também pode passar por seus momentos
de debilidade. Nessa hora, é fundamental conseguirmos encontrar o remédio
correto, que a ajude a se restabelecer e voltar à boa forma. De preferência,
preservando empregos e garantindo que esta corporação continue a cumprir com
seu papel e suas obrigações perante a sociedade.
Com a
recuperação judicial, em muitos casos, é viável atingir esses objetivos da
forma mais transparente possível. Isso ocorre porque a medida coloca devedor e
credores, juntos, numa mesma mesa de debates para encontrar as soluções
adequadas para o caso. Não é um processo simples, nem mesmo indolor. É
necessária a solidarização do sacrifício e todos têm o seu dever de casa a
fazer em prol da busca de um cenário mais favorável ao grupo do que a simples
quebra de uma empresa.
O
problema é que – pouco mais de uma década após a regulamentação da Lei da
Recuperação Judicial, inspirada no chamado “Chapter 11” da legislação
norte-americana – o Brasil ainda não desenvolveu uma cultura sobre o assunto.
Estamos engatinhando a respeito do uso desse instrumento tão importante para nossa
economia. Temos, no entanto, uma grande oportunidade em mãos para amadurecer
essa cultura e aprimorar ainda mais o seu regimento: a crise.
Tenho
a convicção de que o Brasil estaria vivendo uma crise ainda mais profunda neste
momento se não fosse pelo instrumento da recuperação judicial. É possível
imaginar como ficaria a sociedade brasileira com a perda de companhia
importantes, que estão neste momento em dificuldades conjunturais? Afinal, são
as empresas que geram riquezas, tributos e empregos. E não há dignidade sem
emprego.
No
passado não muito distante, grandes corporações foram desmanteladas no Brasil,
sob a égide do Decreto 7.661, segundo o qual a mera impontualidade nos
compromissos era motivo para falência. Quem não se lembra das diversas lojas de
departamento ou eletrodomésticos, por exemplo, que morreram pelo caminho ao
atravessar maus momentos, mas que talvez ainda fossem viáveis? Será este o
destino de tantas outras empresas se a utilização do instituto da recuperação
judicial não se tornar algo mais recorrente em nosso país?
Deixo
aqui uma reflexão aos colegas juízes que estejam tratando do tema: deem uma
chance às empresas. E tentem fazê-lo com agilidade, pois isso ajuda na
credibilidade junto aos credores e aumenta as chances de sucesso do processo
quando a recuperação é viável.
A
recuperação judicial assusta e ainda confunde alguns. Nem todas as empresas
conseguirão atravessar o processo sem sequelas, ou mesmo sobreviver a ele. Mas
sua importância para o setor empresarial e, consequentemente, para o país é
inequívoca. Precisamos, portanto, legitimar sua utilização e torná-la cada vez
mais relevante para nosso sistema econômico.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda
estratosférica marca de 470,9% para um período de doze meses; e, em junho, o
IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84% e a taxa de juros do cheque
especial registrou históricos
315,7%...); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação,
saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e,
assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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