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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO GERENCIAL E A FORÇA DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA SUSTENTABILIDADE


“Despreparo gerencial
        No meio corporativo, as ideias novas que surgem, com a intenção de promover o desenvolvimento das corporações, nem sempre têm acolhida de forma natural e espontânea, como pode assim parecer. Dois complicadores se destacam: a arrogância das chefias e a vaidade da maioria das pessoas. Disputas internas, geralmente, acirram o ambiente e prejudicam os interesses das próprias organizações. Diz um pensamento árabe que “condoer-se de um amigo é fácil, difícil é alegrar-se com o seu sucesso”. Realmente, chorar em velório é mais fácil do que bater palmas para a ascensão de um colega de trabalho, de mesmo nível, compartilhar com os elogios que ele recebe e, sobretudo, com a premiação que ele, mesmo merecidamente, venha a receber. Desta forma, nenhuma organização escapa das fofocas, intrigas, boicote e outros sentimentos menores. Quanto maior a empresa, mais problemas para o administrador e. se ele fraquejar, os grupos informais crescem ou podem até mesmo tomar conta de determinadas ações.
         Em um ambiente naturalmente competitivo, como é o caso das empresas, se o gestor não tiver intuição ou competência para acompanhar os caminhos das pessoas-chave, especialmente, a forma como interagem, e com quem elas se comunicam, os resultados empresariais podem ficar comprometidos. Determinadas soluções apresentadas, sejam de desenvolvimento tecnológico ou de mudanças administrativas, causam impactos diferentes de uma organização para outra. Quando elas encontram uma liderança democrática, porém firme, há boa receptividade e as coisas tendem a caminhar para o bem de todos. As empresas que acolhem bem as ideias, geralmente, são as que detêm mais tecnologia e patentes. Entretanto, se o gerente é despreparado, arrogante e fecha os olhos e os ouvidos, o ambiente se enfraquece naturalmente e irá favorecer a rivalidade entre os pares em vez de uma união saudável. Os problemas podem extrapolar o âmbito interno, causando arranhões na imagem da organização, prejuízos na produtividade, além de gerar insatisfação dos profissionais mais importantes e responsáveis para o sucesso empresarial. Gerenciar é interagir plenamente com as pessoas.
         Não é incomum determinado chefe, temendo a competência do subordinado, passar a depreciá-lo, com medo de perder seu cargo. Também, nem sempre uma boa solução avança por inveja de quem deveria promovê-la ou pela defesa exagerada da posição que ele ocupa. Muitos executivos e empresários precisam rever conceitos gerenciais e abrir caminho para as novas ideias, sobretudo por elas custam muito menos do que as máquinas. Albert Einstein, considerado um gênio da física quântica e uma das personalidades científicas que mais influenciaram a humanidade no século 20, mantinha troca de ideias com todos os físicos renomados de sua época. Com a visão multiforme que ele tinha das coisas e seu comportamento livre de arrogância científica, quem ganhou foi a ciência. É dele a frase que muita gente precisa refletir sobre ela: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original”.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda. (Soegeo), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Vida entre diálogos
        O diálogo, amplo e permanente, tem força para fazer a vida resplandecer com toda a sua potencialidade. A promoção da dignidade depende, determinantemente, da competência dialogal. Exercício que gera lucidez, o diálogo é fundamental na construção da cidadania. Infelizmente, na contramão de tantos avanços e conquistas da contemporaneidade, observa-se generalizada incompetência dialogal. Situação preocupante, por comprometer por comprometer as relações que definem a sociedade, limitando a incidência dos avanços obtidos no cotidiano das pessoas. Seja, pois, resgatada a capacidade humana de falar e ouvir, reconhecendo o outro como semelhante, caminho rumo à autêntica força construtiva, a partir do diálogo.
         Para dialogar, é preciso reconhecer um pressuposto básico: a igualdade entre as pessoas, a partir do respeito às singularidades. Esse princípio permite a difícil conjugação das diferenças e da liberdade de escolha, o que é direito de cada um, sem comprometer a busca por entendimentos. Um caminho a ser trilhado, para que a pluralidade de perspectivas e opiniões torne-se riquezas, com resultados benéficos para todos.
         É preciso identificar as causas que inviabilizam o diálogo em muitos contextos. E merecem especial atenção as redes sociais, que, no ambiente digital, trouxeram muitas possibilidades para a interação humana, mas também abrigam muitos fenômenos ameaçadores. Nesse ambiente, verifica-se com frequência a presença de pessoas que se apresentam como detentoras de opinião com “peso absoluto”. Surpreendentemente, conseguem convencer um amplo público a respeito de determinada perspectiva, não permitindo a abertura para possíveis contrapontos ou debates.
         As pessoas, inclusive, por considerar a própria opinião verdade incontestável, têm dificuldade para se avaliar, pois não concedem abertura ao “outro lado”. Evitam o necessário confronto de ideias, imprescindível para que duas ou mais pessoas, via diálogo, aproximem-se mais do conhecimento a respeito da realidade. A ilusão de se achar “dono da verdade”, emitindo juízos, é grande risco, pois atrofia a qualidade necessária para promover o entendimento. Cada vez mais, neste tempo marcado pela acelerada velocidade, não se ouve o outro lado. Consequentemente, perde-se a condição necessária para compreender o semelhante, em suas singularidades. Apega-se ao próprio modo de pensar, um completo enrijecimento que gera preocupante esclerose, obstáculo para avanços e conquistas.
         É terrível o estreitamento de mentalidades que ocorre neste momento, quando são exigidos novos passos para solucionar graves problemas. Em vez de novas propostas, tende-se a repetir, de modo estéril, velhas práticas, incapazes de conduzir a sociedade às soluções necessárias. Sem os parâmetros humanísticos, o diálogo é empobrecido pelas mediocridades, justificadas por perspectivas ideológicas que se consideram absolutas. Consequentemente, não é alcançado o desenvolvimento integral tão almejado por todos.
         A vida se constrói a partir de qualificados diálogos, estabelecidos por indivíduos que buscam, verdadeiramente, o entendimento. Pessoas hábeis na capacidade para escutar o outro, a partir de preciosa competência humanística. Cidadãos que buscam defender pontos de vista não simplesmente para fazer prevalecer interesses questionáveis, muitos relacionados simplesmente ao acúmulo do poder e do dinheiro. É preciso investir na competência dialogal que leva ao bem e à verdade, impulsionando os entendimentos e as intuições capazes de salvar contextos diversos da sociedade. Assim, todos crescem e conquistam o sentido nobre de viver em fraternidade solidária, pois de reconhece a importância inegociável de cada pessoa.
         A capacidade para dialogar é, ao mesmo tempo, dom e tarefa, promove a formação e a correção de perspectivas. Antídoto para ignorâncias e mediocridades, livrando a cidadania de graves prejuízos. A nova etapa civilizatória que a humanidade busca só pode ser alcançada quando se promove a vida no horizonte dos diálogos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
                                                                                                                                      

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA ESPIRITUALIDADE NAS NOVAS TECNOLOGIAS E OS DESAFIOS DA NOVA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE


“Inteligência artificial e humanismo
        Já bem antes da virada do século passado, sociólogos, religiosos e até pessoas comuns passaram a questionar os valores da tecnologia que crescis exponencialmente e interferia “negativamente” na educação e costumes. Realmente, à primeira vista, a tecnologia não combina com nosso espírito, com nossa alma. Parece-me que esse sentimento vem das velocidades diferentes que cada um “viaja” no nosso tempo. A informática, que é o símbolo do desenvolvimento tecnológico, apresenta inovações, com espaços de tempo cada vez menores, enquanto nosso espírito para modificar-se, substancialmente, leva muitas vezes décadas e, lamentavelmente, muitas pessoas passam pela vida toda sem apresentar progresso espiritual relevante. Para uns, o avanço tecnológico afasta as pessoas da convivência, das relações de afeto. Para outros, representa a segurança, facilidade, o conforto. Melhor vê-los então equilibradamente, também porque é perda de tempo imaginar que se possa deter a ciência e, como a técnica é a aplicação dela, não há também como frear a tecnologia. O que não podemos é nos entusiasmar ao ponto de achar que um computador de última geração é mais “inteligente” que as coisas da natureza. Basta vermos, com encantamento, uma minúscula formiga possuir engrenagens e articulações para movimentar-se. O telescópio Hubble fotografar uma galáxia a 60 milhões de anos-luz de distância e o homem mandar sonda a Marte seriam mais intrigantes que a formiguinha?
         Se já havia uma grande apreensão, a vedete do século 21 é a inteligência artificial, que preocupa ainda mais os humanistas. O escritor judeu Yuval N. Harari, PhD em história pela Universidade Oxford e autor dos best-sellers Sapiens e Homodeus, colocou mais dúvidas e indagações para onde está caminhando a inteligência artificial. Ele sugere que, num futuro próximo, cerca de 10 anos, muitas profissões como corretor de imóveis, contadores e outras irão desaparecer, porque os robôs se encarregarão delas. Vai além ao imaginar que num futuro um pouco mais distante, talvez daqui a 40 ou 50 anos, os robôs, em determinadas situações, poderão até dominar os humanos. Penso, com as minhas limitações, que é difícil acontecer porque o homem é dotado de consciência, e ela será sempre superior aos algoritmos das máquinas.
         É oportuno relembrar que a sabedoria milenar chinesa ao estudar os opostos, denominados Yin e Yang, defende que tudo na vida tem vantagem e desvantagem: quando ganhamos de um lado, certamente iremos perder do outro. O crescimento espiritual ou ascese é que vai nos ajudar a entender e ver cada lado das coisas. A espiritualidade pode ser ferramenta para não tornarmos mecanicistas na convivência com a tecnologia. A colisão com nossa espiritualidade é inevitável se não aceitarmos o mundo tal qual ele é, com pluralidade, avanços, mas também com todas as limitações que a vida nos impõe. Em contraposição à supervalorização tecnológica, a filosofia e a religião têm um papel importante na formação humanística, sobretudo, dos jovens que são mais carentes de valores. Bernard Shaw tem um sábio conselho sobre o tema: “Os racionais adaptam-se ao mundo, os irracionais só a si mesmos”.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio e diretor da Soluções em engenharia geotécnica Ltda. (Soegeo), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO, engenheiro-agrônomo em Nanuque (MG), e que merece igualmente integral transcrição:

“A nulidade política
        O grande poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, ao publicar um diário que manteve por longos anos com o nome de Observador no escritório, descreve na data referente a 17 de agosto de 1977 a seguinte ironia de cunho político: “Às vezes a gente tem saudade do extinto PRM, órgão pouco democrático da democracia anterior a 1930. Ele tinha sempre o cuidado de eleger, fosse que de maneira fosse, alguns mineiros ilustres, no meio de muitas nulidades ou mediocridades, para compor a bancada na Câmara e no Senado federais. Um poeta como Augusto de Lima não perdia eleição, assim como Calógeras ou Afrânio de Melo Franco, mais intelectuais do que propriamente políticos. E o estado tinha uma representação equilibrada: gente que pensava e brilhava, e gente que simplesmente dava número”.
         Comparando a já longínqua época do PRM com o atual cenário político, fica um certo amargor para a população brasileira, pois, apesar de ter ocorrido um suposto avanço democrático no país, houve, também, uma tremenda deterioração na qualidade dos homens públicos. E isso tanto do ponto de vista moral quanto intelectual. Trazendo prejuízos irreparáveis. Além de imensa saudade do tempo no qual as tribunas nacionais eram ocupadas em grande parte por pessoas realmente capacitadas. Ainda que naquela época fosse necessário fazer uso de meios não muito democráticos para evitar o estabelecimento do reino da nulidade do meio político.
         Lógico que o momento atual não permite – nem deveria – tais mecanismos antidemocráticos na escolha dos representantes do povo. Então, como fazer para que o nível dos políticos em todo o Brasil se eleve e com isso as perspectivas futuras da nação sejam menos desalentadoras? Quais seriam as soluções para evitar que o número de nulidades fosse reduzido a “níveis aceitáveis”? Questões como essas devem estar na pauta das discussões dos que irão reformular o atual corrompido sistema político. Pois ele é o responsável em tomar as decisões vitais ao futuro existencial da nação. E isso é urgente. Afinal, nenhum fruto benéfico colhe o país das nulidades que se apropriam das possiblidades oferecidas pelo sistema democrático. E com isso se elegem sem, na verdade, representar ninguém, apenas a si mesmo.
         O debate desse precioso tema deve visar ao aperfeiçoamento da democracia em sua essência. E constituir empecilho à manipulação dos ingênuos pelos populistas demagogos dispostos a fazer uso de recursos ilícitos. E, dessa forma, evitar possíveis manipulações ideológicas portadores de futuras deletérias restrições democráticas. Pois o futuro de uma nação é por demais precioso para ser refém do humor errático de uma população totalmente entorpecida e fanatizada. E dessas tragédias evitáveis, salva-se não apenas a geração presente, mas, principalmente, as futuras gerações que sempre pagam pelos erros e excessos dos seus país.
         Pois é notório que toda nação, nos seus capítulos iniciais, vive a expectativa de que o seu processo de formação a tornará uma pátria exemplar e preciosa. Sobressaindo, visando a esse fim, o imenso esforço humano de grande parte do seu povo. Predominam, nesse período, ideais de um viver idílico, onde todos no futuro usufruirão do bem-estar construído. E a paz e a dignidade humana prevalecerão. Esses são os tempos dos sonhos.
         No entanto, o Brasil, após décadas de lutas por um país digno, viu nesses últimos anos quase tudo se tornar fumaça. Evidenciando que muitos vezes os desejos mais alvissareiros dos homens não se realizam. Pois sempre existem os que se aproveitam do suor do trabalho derramado pela maioria da população em benefício próprio. E transformam os sonhos do povo de uma nação em futuros pesadelos nacionais.
         Por isso, nunca o momento foi mais oportuno do que agora para se criar uma nova forma do ser político. Em que não apenas sejam resgatados os mais nobres valores morais no trato da coisa pública, mas, principalmente, sobressaia a capacidade do indivíduo como diferencial na reconstrução de uma nação que foi levada à beirada do precipício. E nessa toada sejam criados mecanismos que melhorem a representatividade política. Se não impedindo totalmente a presença das nulidades no trato da coisa pública, pelo menos amenizando drasticamente a presença de tais perniciosos elementos.
         A crescente importância do Brasil na nova geopolítica mundial requer uma classe política que esteja à altura do novo papel a ser desempenhado pela nação. E os nulos não apenas não somam, como ainda subtraem. Urge, portanto, criar-se uma nova formatação em que o brilhantismo do indivíduo público reflita sua imensa capacidade. E, com isso, uma nova perspectiva de futuro seja criada para toda a nação. Tão bela e harmoniosa como os mais belos versos do mavioso poeta itabirano.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,83% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
 


sexta-feira, 8 de junho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS E AS LIÇÕES PARA AS LIDERANÇAS NA SUSTENTABILIDADE


“Emprego, tecnologia e automação
        Uma grande preocupação atual é a geração e manutenção do emprego. O desemprego atinge todos os níveis sociais: operários, executivos, educadores, artistas etc. O Brasil se debate com dois problemas interligados: o crescimento econômico e a tecnologia. Como estamos ainda muito atrasados em relação ao chamado primeiro mundo, a modernização é imperativa, mas, inexoravelmente, “rouba” os empregos com a automação. Um só robô pode substituir dezenas de funcionários de uma empresa. A única solução é o maior crescimento econômico, cerca de 5% ao ano, para equilibrar e recuperar perdas.
         A paralisação do país pelos caminhoneiros foi uma ducha de água fria no que está sendo feito e um golpe colossal na economia. Aumenta, portanto, o risco de o país não conseguir controlar suas contas públicas e, sobretudo o governo federal, que detém a maior fatia da receita fiscal. Entretanto, a inflação de cerca de 3% ao ano e juros de 6,5%, como atualmente, ainda continua a ser um alento.
         O trabalho deveria ser um direito natural, como comer e dormir. O ensinamento bíblico nos lembra “comerás o pão com o suor do teu rosto”. Faltam pão e dignidade onde exatamente falta trabalho. O mundo se mostra impotente de ter pleno emprego. A Espanha que chegou a tomar o lugar do Brasil no posto de oitava economia do mundo, hoje está com desemprego de 17% e, atualmente, amarga a décima quarta posição. A Alemanha, maior economia da Europa e maior produtora de bens de capital do planeta, nas últimas décadas consegue manter o desemprego na faixa de 3%. Não é hora de ver como ela faz, mesmo com tecnologia avançadíssima, sobretudo robótica.
         Numa visão uniforme, talvez a explicação mais forte do desequilíbrio do emprego esteja na ganância do homem. Junto ao seu instinto inovador, esconde também o desejo desmedido de ganhar mais com a automação. Soma-se, ainda, certa covardia diante das responsabilidades sociais: pessoas custam mais, já que nenhum robô irá à Justiça do Trabalho. A gerência capitalista, nos países em desenvolvimento, é imediatista e exercitada meramente no resultado econômico da relação custo/benefício. Entende-se por benefício apenas o dinheiro.
         Se o avanço tecnológico, mesmo com crescimento econômico. Reduz mão de obra, vejo que o caminho é depositar nossa crença na gerência holística, tão esquecida. Um registro histórico na contramão do holismo foi o governo Reagan gastar um US$ 1 trilhão em um só ano, com os programas espaciais, armamento e defesa (“guerra nas estrelas”). Esse valor foi três vezes o PIB do Brasil, que na mesma época era de US$ 350 bilhões, e tão astronômico que daria para construir 100 milhões de casas populares. A esperança, portanto, está na convicção de que a gerência holística possa penetrar na alma dos empreendedores, que o homem passe a ser o centro das coisas e não só o lucro. Pode-se até aceitar determinadas vaidades e diletantismos, tais como ter motorista particular, mordomos, carregadores de taco de golfe, desde que visem à geração de empregos. Lembremo-nos das palavras de Michel de Montaigne: “Tomemos cuidado para que o tempo não nos enrugue mais o espírito do que o rosto”.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio e diretor da Soluções em engenharia e geotécnica Ltda-Soegeo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de junho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 1º de junho de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Lições, Brasil
        Os acontecimentos da vida, que é uma escola, são lições. Por isso, é muito comum ouvir o dito popular “vivendo e aprendendo”. As lições são muitas e o desafio maior é aprendê-las. Só as aprende quem se coloca no lugar de aprendiz. Há quem se arvora em mestre dos outros e perde a capacidade para aprender, pois acredita que já sabe de tudo. Aprende mais quem está disposto a escutar. A incompetência para o aprendizado atinge seu patamar avassalador quando incide no de tecido cultural da sociedade, revelando um fenômeno: muitos se julgam na condição de ensinar, e acreditam que não precisam mais aprender.
         Consequentemente, há o travamento das dinâmicas que promovem as evoluções na compreensão. Falta lucidez para a solução dos problemas e a sociedade permanece ameaçada pelos extremismos. Nesse contexto, convive-se ainda com desmandos e corrupção. Falta vergonha aos que se permitem usufruir de privilégios, que alimentam exclusões e discriminações. Eis a névoa que confunde as feições e paira sobre a sociedade brasileira, obscurecendo a verdade e tornando a mentira a protagonista da história. Tudo vale para defender interesses particulares, até mesmo ações inconsequentes.
         Não deveria ser assim, pois a sociedade brasileira, em seus mais de cinco séculos de história, já deveria ter assimilado muitas lições. Mas a incapacidade para aprender pode explicar o desenvolvimento pífio do país. Se as lições da história fossem aprendidas, a classe política brasileira poderia, agora, ajudar o Brasil a sair do caos dos desencontros e aproveitar melhor as oportunidades deste tempo, valendo-se das riquezas ambientais e culturais da nação. Em vez disso, vê-se um pavoroso “bate-cabeça” entre os que ocupam os lugares de lideranças sem serem líderes. A consequência é a disseminação de um jeito de ser que contamina também os espaços políticos. A demagogia torna-se a tônica principal, contracenando com a desconfiança e os ataques mútuos.
         Os posicionamentos polarizados, quando se transformam em hostilidades, ferem visceralmente o andamento da vida do povo, enfraquecem as indispensáveis alianças, obscurecem os diálogos e instalam o caos. Há uma completa perda do sentido de limite. A insistência nos equívocos e as miopias que impedem enxergar as soluções agravam os problemas e multiplicam os pesos sobre os ombros de todos. Assim, o cidadão se distancia das lições que o possibilitariam ajudar na construção de um país melhor. Passa-se a enxergar apenas a própria causa, a considerar como único e intocável o discurso que se defende. O resultado é a gravíssima perda da sensibilidade para se abrir a uma inadiável dinâmica de conversão, capaz de inspirar atitudes com força de mudanças.
         Sem os aprendizados necessários, contenta-se apenas com o conforto institucional do lugar ocupado e seus privilégios – a incapacidade para se colocar no lugar do outro, a quem se deveria servir e ajudar. Para mudar essa postura, devem-se habilitar os olhos para enxergar além dos próprios interesses e comodidades. Admitir que o exercício qualificado da cidadania não pode conviver com os conchavos, os privilégios e a busca por vantagens a partir da corrupção.
         A sociedade brasileira clama precisada de um novo ciclo de aprendizagens das muitas lições que estão inseridas em sua história. As instituições e segmentos da sociedade carecem de gestos corajosos para aprender, por meio do diálogo, a cuidar do bem comum a todo custo. A transformação do país, para conseguir sair dos limites perigosos a que chegou, exige de todos um gesto de conversão, bem concreto. É preciso modificar funcionamentos para recuperar a credibilidade perdida, importante para o urgente processo de mudança: um tempo novo para o aprendizado das lições, Brasil!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 331,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 320,96%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,76%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.