“Lições
das cooperativas de crédito
Nunca se falou tanto em
bancos e empresas financeiras. O termo desbancarização, por exemplo, está no
noticiário quase que diariamente. Muito por causa da popularização das
fintechs, da impopularidade das instituições bancárias tradicionais, setor cada
vez mais vulnerável à medida que as operações se tornam dependentes de recursos
tecnológicos e que os crimes cibernéticos, infelizmente, já não são mais
exceção. Nesse cenário, um segmento desponta, apresentando números
impressionantes de crescimento: o cooperativismo financeiro.
Ao
longo da nossa trajetória, de anos com auditoria e consultoria de gestão com
instituições do segmento, observamos crescimentos de até 30% em ativos,
anualmente. Entre os motivos para esse fortalecimento estão um modelo de
negócios inovador, investimentos em governança cooperativa e compliance, que
ajudam a estruturar conselhos e elaborar plano estratégico. Segundo análise da
PwC sobre dados do Banco Central e do Fundo Garantidor do Cooperativismo de
Crédito (FGCoop), esses índices se comprovam em outras empresas do setor.
O foco
no pequeno e médio empresário, que não tem acesso a vários dos serviços
ofertados pelos grandes bancos, é um dos destaques. A pesquisa da PwC Financial
Services Retail Banking 2020: Evolution or Revolution?, realizada com 560
executivos do mundo todo, evidencia, nas palavras dos próprios entrevistados,
que a simplificação dos serviços vai entregar uma infinidade de benefícios. Ou
seja, as cooperativas de crédito são, por natureza, inovadoras.
As
entidades se mostram como uma solução para empresários que buscam baixo risco
financeiro, taxas menores do que as praticadas no mercado, retenção de riquezas
e lucro revertido para as localidades e as famílias que nelas moram e investem.
Não é por acaso que as cooperativas têm seu principal foco de atuação no
interior do país, andando de braços dados com o agronegócio. Em um país com
dimensões continentais, as grandes e complexas estruturas dos principais bancos
dificultam a proximidade com o cliente final.
Esse
fator é mais um que contribui para o sucesso das cooperativas.
Além
das vantagens indubitáveis de trabalhar com taxas mais vantajosas, o segmento
sempre aplicou o que estamos começando a chamar de capitalismo consciente.
Gerar riqueza para a sociedade, mas sem perder o humano, de respeito às pessoas
e ao meio ambiente. Apesar de uma solução já tradicional, as cooperativas deste
segmento parecem estar à frente do tempo e mostram como é possível crescer de
forma descomplicada e aproveitando oportunidades regionais, mesmo em um
ambiente tão competitivo.”.
(CARLOS PERES.
Sócio da PwC Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de junho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Regência
de processos
Ninguém é
autossuficiente. A humanidade se configura a partir das relações – cada pessoa
depende da outra para sobreviver. Em cada etapa de sua história, as
civilizações se constituem a partir do modo como os mais diferentes processos são
conduzidos. É partir dessa condução que se configuram culturas e dinâmicas no
âmbito da política, da economia e, inclusive, das religiões. Por isso, a
regência qualificada dos processos fecunda respostas novas. Na direção oposta,
quando a condução é equivocada, perpetuam-se atrasos, com graves prejuízos.
Assim, é importante reconhecer: é fundamental investir na regência dos
processos, atitude determinante para cuidar da vida em suas muitas formas, do
próprio planeta, nossa Casa Comum.
Todos
os processos socioculturais, econômicos, administrativos e humanitários
dependem de atitudes individuais. Nesse sentido, cada pessoa, no cumprimento de
suas próprias responsabilidades, deve assumir o compromisso de sempre agir de
modo eficaz. E isso significa promover relações mais humanizadas, capazes de
cultivar a solidariedade – remédio determinante e, sem exageros, o mais
necessário, para se construir um mundo melhor.
Para
compreender essa situação, vale recorrer a um contexto próximo a todos: a
realidade doméstica. Imagine duas pessoas. Uma prepara o alimento. A outra se
dedica a cuidar do ambiente onde a família se reunirá para a refeição. No fim,
no lugar está perfeitamente arrumado. Porém, o alimento não foi preparado
adequadamente – ficou com gosto de “cabo de guarda-chuva”, conforme o dito
popular. Percebe-se que uma das pessoas conseguiu reger, com qualidade, um dos
processos. A outra não foi bem-sucedida. E, no fim, ambas perderam, sem
conseguir deliciar-se com uma boa refeição.
Obviamente,
não se pode esperar que todos os indivíduos reúnam, desde sempre, os requisitos
necessários para desempenhar bem os seus papéis. Mas deve ser a meta de cada
pessoa buscar as condições para cuidar, de modo qualificado, das própria
responsabilidades. Isso inclui dedicar-se ao indispensável exercício da
autocrítica, para avaliar se, de fato, as próprias atribuições estão sendo
exercidas de modo responsável e apropriado. Todos devem se reconhecer, como
pessoas que integram uma sociedade, construtoras do conjunto de processos que
impactam a rede de relações.
Desenvolver
a competência para conduzir processos é fundamental na conquista de avanços, em
diferentes áreas e instituições. De modo contrário, uma pessoa com fraco
desempenho na regência de dinâmicas pode dizimar uma organização. Por isso se
diz que uma instituição assimila traços de feição de seu dirigente. Pode ser
inovadora ou de conservação, não importa, vai refletir o perfil do gestor.
Lamentavelmente, por vezes, é marcada por retrocessos, refletindo a
incapacidade de seu dirigente. Vale, pois, rever sempre os métodos de gestão,
buscando identificar e superar os vícios que ferem a moralidade, a corrupção, a
falta de vontade política, particularmente quando inviabilizam conquistas para
o povo.
Qualificar
a ação humana na regência de processos exige considerar, especialmente, as
influências de aspectos ambientais e da interioridade na conformação da conduta
de cada pessoa. Deve-se cuidar dos muitos aspectos exteriores que ajudam a
constituir pessoas – os ambientes familiar, educativo e cultural, por exemplo,
promovendo práticas pedagógicas e organizacionais arejadas, e até ousadas,
capazes de impulsionar a evolução humana, inspirar a elaboração de respostas
adequadas aos desafios contemporâneos.
Ao
mesmo tempo, a atuação qualificada na gestão das muitas dinâmicas da vida
depende do que vem da interioridade: as atitudes, as escolhas, as decisões e os
modos de agir. Cada pessoa precisa se orientar pelos parâmetros da moralidade e
da ética. Se todos agissem dessa forma, muitos passivos poderiam ser evitados,
pois ninguém iria candidatar-se a determinada função sem antes realizar um
necessário exercício de autocrítica e avaliar, com honestidade, se, de fato,
está preparado para assumir os desafios do cargo que deseja ocupar.
Consequentemente, as instituições estariam livres das cegueiras que impedem o
seu desenvolvimento e cada pessoa ocuparia o lugar adequado às suas
características individuais. Ao mesmo tempo, com o contínuo processo de
autocrítica, os indivíduos poderiam se desenvolver, conquistando novas competências.
O crescimento pessoal, orientado para a promoção do bem comum, levaria as
instituições a ampliar os processos de participação, determinantes para se
alcançar sucesso em diferentes projetos. Afinal, uma grande rede de agentes
focados em um objetivo partilhado confere mais inteligência às dinâmicas
institucionais.
Oportuno
lembrar que o cérebro humano é um território extenso, com conexões equivalentes
ao número de astros de uma galáxia. Cada cidadão dispõe, assim, de todas as
condições para evoluir e, dessa forma, oferecer contribuições na edificação de
um mundo melhor. Sem esse compromisso com o próprio desenvolvimento pessoal,
todos perdem, não por falta de condições, mas pela incapacidade de gerenciar as
próprias responsabilidades. É tarefa de cada pessoa capacitar-se para a
regência de processos, dedicando-se à própria qualificação, para contribuir na
defesa da vida e do planeta, a nossa Casa Comum.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de
303,62% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no
acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e
irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito,
a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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