sexta-feira, 13 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER TRANSFORMADOR DA ERA 4.0 E A LUZ DA ALEGRIA NA SUSTENTABILIDADE


 “A quarta revolução industrial
        No final do século 18, as máquinas a vapor da primeira revolução industrial transformaram a relação do homem com o trabalho. Três séculos depois, as máquinas ganharam inteligência e se integraram em sistemas ciberfísicos para trazer a quarta revolução industrial, que irá mudar radicalmente a forma como trabalhamos e nos relacionamos.
         O parágrafo anterior não faz parte de um roteiro de ficção científica. Também conhecida como a Era 4.0, essa nova forma de pensar o trabalho está no limiar do nosso tempo. Basicamente, são empresas que englobam à produção as inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação. A partir da internet das coisas, conexões super-rápidas e inteligência artificial, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis.
         Para se ter uma noção da chamada internet das coisas, há mais máquinas conectadas no mundo do que gente. A consultoria IDC estima que, atualmente, há cerca de 14,9 bilhões de aparelhos conectados na internet. Em 2025, o número deve chegar incríveis 82 bilhões. E não se trata de smartphones e notebooks, mas sim máquinas operando nas mais diversas indústrias e serviços.
         O cenário exige das empresas que desejam crescer e manter seus negócios um movimento de convergência para acompanhar as tendências. E essa necessidade tem feito as corporações reagirem. Recentemente, mais de mil executivos compareceram ao CEO Fórum, realizado em Belo Horizonte, para debater sobre convergência e as novas perspectivas do mercado.
         A presença ao evento mostra como o tema está presente na cabeça e na agenda dos grandes CEOs do país. Não é por menos. De acordo com Yuri van Geest, coautor do best-seller Organizações exponenciais, as empresas que passam até cinco anos sem inovar estão fadadas a perder mercado.
         A inovação em direção à quarta revolução industrial aponta para alguns princípios que futuramente estarão presentes nas grandes corporações. Basicamente, diz respeito a ter capacidade de operação em tempo real; virtualização das fábricas inteligentes, descentralização das tomadas de decisão e produção moduladas de acordo com a demanda.
         Certamente, são inovações que trazem formas de atuar bem distintas do que é praticado atualmente por grande parte das empresas. O processo de mudança, como geralmente acorre nesses casos, deve ser mais rápido nos países mais desenvolvidos. Mas, absolutamente, não impede a absorção das novas práticas por empresas nacionais, que desejam ter uma melhor visão de futuro.
         Especialistas e pesquisadores de todo o mundo acreditam que a quarta revolução industrial deve alavancar a qualidade de vida de populações inteiras. Da mesma forma como ocorreu com a chegada do mundo digital e suas diversas possibilidades, como realizar pagamentos, escutar música e solicitar um transporte por meio de um celular. Vamos nos preparar para que isso ocorra o mais rápido possível.”.

(RAFAEL CARVALHO. Superintendente da Amcham Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ecos da alegria
        O coração humano foi feito para a alegria, que gera força, fecunda a criatividade e é fonte perene de humanização. Há, pois, uma permanente e legítima busca pela felicidade. Mas, no contexto atual, muitas pessoas, valendo-se da liberdade e da autonomia, tomam rumos que levam às satisfações efêmeras, distanciando-se da verdadeira alegria, que é permanente. Corre-se, assim, o risco de apegar-se ao que é efêmero, por falta de capacidade para discernir bem. Um drama existencial que conduz muitos a experimentar sensações agradáveis, mas que são fugares, alcançadas a partir de futilidades e da indiferença em relação às outras pessoas. Essa atitude egoísta configura um ciclo perverso, viciante, em que é alimentada a necessidade de experimentar, a qualquer preço, alegrias efêmeras para ocupar um vazio na interioridade, nunca plenamente preenchido.
         Esse fenômeno existencial incide na vida de muitas pessoas, influenciando fortemente as dinâmicas sociais. Cria-se, assim, um campo fértil para manipulações, descompromisso com a solidariedade, disputa predatória, esquemas de corrupção. Na raiz desses problemas está a equivocada convicção de que o poder e as posses são garantias de felicidade duradoura. Uma crença muito comum, que mostra bem como a cultura de um povo é determinante para a sociedade tornar-se capaz, ou não, de conquistar a verdadeira alegria. Certamente, é bem mais feliz um povo que consegue perceber a alegria como algo diferente de certas sensações – euforias e sentimentos passageiros, conquistados a partir de atitudes que muitas vezes desrespeitam os parâmetros da ética. Uma sociedade com essa capacidade de discernimento alcança equilíbrio em diferentes campos, a exemplo da política e da economia, pois as alegrias duradouras se propagam, geram ecos.
         Já a satisfação efêmera não sacia o coração humano de sua sede de sentido. Cada alegria passageira, quando se esvai, deixa uma lacuna interior que contribui para desajustar a vida humana, impactando negativamente os humores e as razões. Essa vazio existencial evidencia algo urgente: é preciso aprender a buscar a felicidade duradoura, dedicar-se a um processo de aprendizagem para conquistar, progressivamente, envergadura humana e espiritual. Assim será possível reconhecer, por exemplo, que a vitória em uma partida de futebol não é alegria duradoura, e a derrota também não é “o fim do mundo”, porque existem coisas mais determinantes e razões maiores que definem o futuro de uma pessoa ou do próprio povo.
         A existência humana é uma construção. Tem seus altos e baixos, as sombras e as luzes, mas deve ser sempre uma busca pelo que confere sentido e sustenta a vida: as alegrias verdadeiras que geram ecos, desdobrando-se em diferentes tempos e lugares. Na procura pela autêntica felicidade, vale recordar uma lição de São Francisco de Assis. Certo dia, em diálogo com Frei Leão, São Francisco explicou que a verdadeira alegria não reside em certos acontecimentos, aparentemente grandiosos, mas na qualidade de cultivar a paciência e de não se perturbar diante das adversidades da vida. A autêntica alegria, que produz ecos, desdobramentos, não nasce de estímulos meramente externos, da posse de certos bens. É fruto da interioridade, da capacidade de enxergar, com clareza, uma hierarquia de virtudes e ações.
         Para se conquistar essa clarividência e experimentar a verdadeira felicidade, há uma fonte referencial que é imprescindível: o evangelho de Jesus Cristo, que aponta caminhos e recomenda práticas capazes de fazer com que cada pessoa seja fonte de alegria duradoura. A Palavra de Deus tem força para corrigir os descompassos da sociedade contemporânea, em que muitos, alucinadamente, buscam alegrias efêmeras, exatamente por falta de envergadura interior. E um itinerário educativo que contribui para levar os ensinamentos do evangelho à vida cotidiana está delineado na exortação apostólica Alegria do evangelho, do papa Francisco.
         Entre as muitas indicações da exortação apostólica estão a busca pela superação de um modelo econômico que gera exclusão, o combate à idolatria do dinheiro – que nega a primazia do ser humano – e o reconhecimento de que o trabalho é fundamental para a realização da pessoa. Particularmente, o papa Francisco alerta que é preciso vencer a desigualdade social que alimenta a violência. Afinal, a miséria de muitos é sinal de que tantos outros procuram, de modo equivocado, a alegria, acumulando quase tudo para si, o que faz crescer uma grande massa de excluídos. Eis, pois, um desafio existencial a ser assumido por todos, com desdobramentos na vida social: à luz do evangelho, reconhecer o primado da ética na busca pela verdadeira felicidade – a alegria duradoura, que gera ecos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.






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