segunda-feira, 16 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DAS NOVAS FONTES DE PODER E OS GRAVES DESAFIOS PARA A SUSTENTABILIDADE


“O poder bebe de novas fontes
        O poder no Brasil bebe de novas fontes. Expliquemos. Espraia-se pelo país um fenômeno que terá impacto sobre nossa modelagem democrática. Uma sociedade mais plural, a partir da organização de suas entidades de representação, com maior distribuição de poder. As pedrinhas do dominó vão se tocando. A democratização da sociedade civil adensa e amplifica a democracia. A prova mais eloquente se verifica na formidável malha de centros de poder em todos os âmbitos (associações, movimentos, grupamentos etc.).
         Isso enfraquece o poder da instituição parlamentar? De certo modo, sim, pois o sistema político padece de monumental crise de imagem. A formação desses novos centros no meio e nas margens da sociedade é motivada também pela falta de respostas adequadas do ente parlamentar. Os mais de 30 partidos políticos constituem uma massa amalgamada, incolor e sem ideologia, na esteira da debacle do socialismo clássico, da globalização e da quebra de fronteiras físicas, psicológicas e ideológicas entre países.
         As doutrinas se fundem, enquanto o desempenho menos convicto dos participantes do universo partidário impregna os ambientes. As lutas políticas e sociais do passado perderam sentido. Direita e esquerda cruzam seus ideários, enquanto o liberalismo e o socialismo procuram novos conceitos. O primeiro demonstrou saber produzir riquezas, mas não sabe distribuí-las; o segundo demonstrou saber distribuir riquezas, mas não sabe produzi-las. Aí surgem os “caçadores” da ideologia dos novos tempos.
         Oposições partidárias buscam antes a tomada do poder, depois a ideologia. Que partido político tem hoje um projeto de poder? O socialismo clássico do PT? Já era. O que os partidos de centro, a partir do PSDB? O social-liberalismo? Quais seus limites? Por isso, o oposicionismo se dá menos em função de uma visão ideológica do mundo e mais em razão de projetos de poder, centrados no pragmatismo e inspirados nas vontades e expectativas dos novos polos de pressão da sociedade.
         A ação política para a conquista do poder leva em consideração a micropolítica dos grupos de interesse, das regiões, das comunidades locais, tornando o processo político no Brasil mais distritalizado, espacial. Veja-se a guerra fiscal entre Estados. A democracia participativa ganha alento com as manifestações e decisões dos cidadãos em suas entidades.
         Os conjuntos organizados da sociedade recebem grande espaço da mídia, que descobre na investigação e na cobertura de eventos de impacto uma forma de adensar a taxa cívica da nação. Até parece que a sociedade entoa o canto de Zaratrusta (Nietzsche) para expressar o estado de espírito da força emergente: “Novos caminhos sigo, uma nova fala me empolga; como todos os criadores, cansei-me das velhas línguas. Não quer mais, o meu espírito, caminhar com solas gastas”.”.
(Gaudêncio Torquato. Jornalista, professor titular da USP e consultor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de julho de 2018, caderno O.PINIÃO, página 21).
Eis, portanto, mais páginas contendo importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 5, de autoria de RENATO DE ARAGÃO RIBEIRO RODRIGUS, secretário de inteligência e relações estratégicas da Embrapa, e LUIS TADEU ASSAD, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, e que merece igualmente integral transcrição:
“Alianças para a Agenda 2030
        Mês passado, na Espanha, realizou-se a Conferência Iberoamericana sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre as paredes medievais da secular Universidade de Salamanca, que sediou o evento como parte das comemorações de seus 800 anos, especialistas em mudança do clima, meio ambiente, inovação, energia, economia circular, cultura e alianças estratégicas, entre outras áreas do conhecimento, discutiram formas de implantar a mais ambiciosa e completa agenda de desenvolvimento sustentável já produzida pela humanidade. Olhando para um passado de oito séculos, discutiu-se o que fazer para avançar com sustentabilidade nas próximas duas décadas.
         Os 17 ODS e suas 169 metas associadas lideradas pela ONU são ambiciosos, mas constituem a única maneira de construirmos um mundo possível, desejável e sustentável em 2030. Esse mundo ainda não existe, mas um grande passo foi dado na reunião: A Declaración de Salamanca, documento fundamental para essa transformação. Trata-se de um convite aberto a todos, organizações e indivíduos, de todos os países, idades e condições, para aceitar uma série de princípios gerais e forjar compromissos para o avanço do desenvolvimento sustentável.
         Um diferencial marcante da Agenda 2030 é que não é possível avançar parcialmente. Temos que pensar todos os objetivos de forma integrada. Outro importante princípio que está sendo criado é o do “não deixar ninguém para trás”. E, para isso, as pessoas e instituições precisarão aprender a viver e trabalhar de uma nova maneira.
         Não há espaço para palcos individuais. O mundo será feito de parcerias e alianças. Por isso, este texto – e as discussões da conferência – tem por objetivo destacar o ODS 17, que trata de parceria e tem a missão de “fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável”.
         As alianças têm sido definidas como “o coração” da agenda 2030, o mecanismo mais efetivo para fazer frente aos desafios dos ODS. Porém, muitas organizações ainda não estão atuando para se adaptar a esse mecanismo. O business as usual e as estruturas do passado não parecem preparadas para essa nova era de colaboração e cocriação.
         A transformação sustentável não pode esperar, e o trabalho colaborativo em alianças permite identificar limitações e oportunidades, fomentando a criatividade e permitindo imaginar possibilidades e cenários novos. Necessitamos promover, humildemente, trocas, acordos e visões transversais que se construam sobre a base da confiança mútua, um marco das alianças multifatores, multiatores e multiculturais.
         Um grande desafio das próximas décadas será produzir alimentos para uma população crescente e em um mundo cada vez mais exigente. Novos padrões de consumo estão surgindo e países como China e Índia passarão a um novo patamar econômico. Estima-se que, em 2050, esses dois países tenham 4 bilhões de pessoas e US$ 80 trilhões em PIB. Além disso, cada vez mais pessoas estarão vivendo nas cidades. Ou seja, mais gente com maior poder de compra e hábitos alimentares mais exigentes. Para suprir essas necessidades, precisaremos de um meio rural sustentável, que adote conhecimento, conectividade, tecnologia e inovação. E isso só é possível com alianças.
         Tendo isso em vista, o governo brasileiro estabeleceu uma parceria, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o governo britânico (Defra), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), setor privado (Associação Rede ILPF) e terceiro setor (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade/IABS) para promover a agricultura de baixo carbono e o desenvolvimento sustentável no meio rural. O objetivo é mitigar emissões de gases de efeito estufa e reduzir a pobreza no campo.
         Conforme argumenta o presidente de uma das empresas da Associação Rede ILPF, “nossa aliança permite que pessoas de bem, em instituições de bem, promovam o bem”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







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