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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA RIQUEZA IMPERECÍVEL E A LUZ DA CIÊNCIA DA AÇÃO HUMANA NA SUSTENTABILIDADE


“A riqueza imperecível
        Gente suando por mais riqueza, títulos, poder e honras – sem tempo para olhar as estrelas, a natureza, as crianças, a vida que escorre e some pela via. Gente pisando na grama, atropelando a vida, sacrificando animais, arrancando flor pela raiz.
         Riqueza fantasiada de felicidade. Riqueza acima do necessário, riqueza arrancada sem escrúpulo, disputada a qualquer preço. Riqueza que desconhece a importância de sua origem, dos métodos usados, dos sofrimentos gerados.
         Riqueza maldita. Para quê? Ansiedade, provocação, afã, luta, suor e até sangue. Ter mais, mais que o vizinho, mais do que tudo. Riqueza sem objetivo, sem rumo, sem fim, sentada sobre um monte de vítimas.
         Riqueza para pagar guarda-costas e advogados, para perder o sossego; escancarada, vulnerável, sequestrável. Riqueza para fazer a festa de malandros, exposta à queda da Bolsa, à desvalorização cambial, ao assaltante e ao gatuno.
         Riqueza monumental guardada em palácios e moradas, que não cabe no caixão, que será gasta por outro fantoche. Um atrevido, um perdulário, um dissoluto, um bobo, um trapaceiro que a desintegrará, ou um santo, um místico que não saberá o que fazer e se livrará dela como de um peso.
         Riqueza que aquieta a sede ou que aflige a alma, que enche de preocupação e tormento. Fome de vento que nunca sacia. Inútil para o espírito que dela um dia se libertará como de um empréstimo. E o que dizer ao homem que não tem pão, incapaz de conseguir saciar o seu estômago e o de seus filhos? Homens diferentes. Uns ricos querendo ser mais ricos, outros pobres querendo ser ricos. Duas humanidades aparentemente diversas. Um único Deus, Quem tem muito não tem tempo para aproveitar nem sossego para dormir profundamente.
         Riqueza, para o rei Salomão, é sabedoria. Desta diz ele com entusiasmo: “É mais que a saúde e a beleza. Gozei da sabedoria mais do que a claridade do sol, porque a claridade que dela emana jamais se apaga”.
         Deixa claro o caminho, doce o pensamento, livre o agir. E mais: “Há na sabedoria um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, sem inquietação, que pode tudo, que cuida de tudo... É ela uma efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus e uma imagem de Sua bondade”. “Eu a amei e procurei desde a juventude, me esforcei para tê-la por esposa... por meio dela obterei a imortalidade... e recolhido em minha casa, sem medo, descobridor da minha eternidade, repousarei junto dela...” Sem precisar de mais nada que não seja o essencial.
         Sabedoria: riqueza imperecível, grandeza do humilde; justiça do misericordioso; doçura do homem, força, inteligência de quem aprendeu o que é amor. Tudo sem nada em contraposição a nada com tudo. Sabedoria emprestada de Si por Deus, gerando o homem “à imagem e semelhança d’Ele. Nada custa, é de graça, apenas de quem a ama e a quer.”.

(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de novembro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de JOSÉ PIO MARTINS, economista e reitor da Universidade Positivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“A ciência da ação humana
        O ser humano tem três necessidades básicas iniciais: alimento, abrigo e repouso. Se elas não forem atendidas, em poucos dias o homem morre. Nas comunidades primitivas, em que outras necessidades quase não existiam, os homens saíam de manhã e voltava com o produto de suas atividades de caça, coleta e pesca, e então se alimentavam das frutas coletadas, dos peixes pescados e dos animais abatidos. Por óbvio, nem todos os membros da comunidade participavam do trabalho, a exemplo das crianças.
         Para abrigar o corpo e se proteger das intempéries do clima, usavam couro de animais, folhagens e adentravam as cavernas, onde repousavam e dormiam. Assim viviam as comunidades primitivas, e também dividiam as tarefas e repartiam o que produziam. Se alguém quiser saber como nasceu a economia (sistema de produção, distribuição, circulação e consumo), basta remontar à história e ver que ela nasceu com a luta do animal homem para preservar sua vida.
         Nesse sentido, a economia é a ciência da ação humana, definida como o emprego de meios para atingir os fins. À medida que a população foi aumentando, instrumentos de produção foram inventados (os chamados “bens de capital”, como as ferramentas movidas pelos braços humanos); o conhecimento sobre as leis da natureza foi se ampliando; a coexistência em grupos se expandiu, provocando o surgimento de outras necessidades, outras atividades e formas novas de produção, distribuição e consumo.
         Com o passar do tempo, começaram a se misturar ações humanas de natureza puramente econômica com formas de organização das comunidades (é o caso das cidades e, com elas, o alvorecer da política) e as interações e conflitos da vida coletiva (estudados pela sociologia), e ação humana passou a ser observada, estudada e explicada por leis e regras que poderiam ser englobadas em uma única ciência: a ciência da ação humana, que existe com o de “praxeologia”, com sua teoria geral da ação humana.
         O termo praxeologia foi empregada por Espinas, talvez pela primeira vez, em 1890, e vem do grego práxis (prática, hábito, ação). A rigor, a praxeologia é uma ciência maior, que seria a soma da economia, sociologia, política e psicologia. Para as relações humanas em comunidade e para a ação humana no âmbito da economia e das relações de mercado, foram escritas as leis jurídicas a fim de regular e controlar a vida e os atos humanos em sociedade, um corpo de leis tendo por base uma filosofia do direito. Esse ordenamento regulatório passou a fazer parte do conjunto das ciências sociais que hoje regem o destino das nações.
         A economia é uma das mais novas ciências e, à medida que o homem foi inventando máquinas, processos e tecnologia – com a ajuda da física, da química e de outras ciências da natureza –, as necessidades se multiplicaram. Com o aumento da complexidade da vida social, descobriu-se haver uma regularidade e interdependência nos fenômenos de mercado, cujo entendimento deixou a humanidade aturdida e confusa, e levou à formação de um novo corpo de teorias para explicar a ação humana e suas consequências na luta diária para atender às necessidades múltiplas com os recursos escassos da natureza, do capital e do trabalho.
         Durante séculos, os filósofos e os estudiosos da ação humana tentaram descobrir as leis (científicas) que governam o destino e a evolução da história humana. A evolução da economia (a ciência, não o sistema) mostrou ao mundo que existe um outro aspecto, diferente do bem e do mal, do justo e do injusto, segundo o qual a ação humana podia ser considerada. Quem melhor analisou a ação humana sob as teorias das nova ciência foi o grande Ludwig von Mises (1881-1973), um desses gênios raros que habitaram o planeta.
         Mises dizia que toda ação humana representa uma escolha e, ao escolher, o homem opta não apenas entre bens materiais e serviços, mas entre todos os valores humanos. Assim, os teóricos começaram a entender a economia (agora, o sistema) como uma máquina de produzir, distribuir e consumir a partir de uma “ciência da escolha”. Isto é, até mesmo a escolha de seu trabalho e dos atos de compra e venda no mercado se conecta com as escolhas que o homem faz em relação aos valores que lhe são oferecidos para opção.
         Quando a economia comportamental ganhou fama, muitos pensaram estar diante de uma novidade. Mas não. O comportamento do agente homem no mercado já vinha sendo estudado desde ao menos 1850, provocando a união entre os fenômenos econômicos e as análises científicas oferecidas pela psicologia. A partir do momento em que o Estado começou a crescer e a se tornar uma fábrica de normas intervencionistas na vida do indivíduo, sobretudo após a Primeira Guerra Mundial, o entendimento da economia passou a exigir conhecimento das teorias econômicas e, também, da psicologia, da filosofia, do direito, da sociologia e da política. Como dizia Friedrich von Hayek, não é bom economista quem é apenas economista.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

A CIDADANIA, A RIQUEZA QUE NÃO MORRE, A EDUCAÇÃO E A FLOR NO LAMAÇAL (10/14)

(Junho = mês 10; faltam 14 meses para a Olimpíada 2016)

“A riqueza imperecível
        Gente suando por mais riqueza, títulos, poder e honras – sem tempo para olhar as estrelas, a natureza, as crianças, a vida que escorre e some pela via. Gente pisando na grama, atropelando, arrancando flor pela raiz.
         Riqueza fantasiada de felicidade. Riqueza acima do necessário, riqueza arrancada sem escrúpulo, disputada a qualquer preço. Riqueza que desconhece a importância de sua origem, dos métodos usados, dos sofrimentos gerados. Riqueza maldita. Para quê?
         Ansiedade, provocação, afã, luta, suor e até sangue.
         Ter mais, mais que o vizinho, mais que tudo.
         Riqueza sem objetivo, sem rumo, sem fim, sentada sobre um monte de vítimas. Riqueza para pagar guarda-costas e advogados, para perder o sossego; escancarada, vulnerável, sequestrável. Riqueza para fazer a festa de malandros, exposta à queda da Bolsa, à desvalorização cambial, ao assaltante e ao gatuno.
         Riqueza monumental guardada em palácios e moradas, que não cabe no caixão, que será gasta por outro fantoche. Um atrevido, um perdulário, um dissoluto, um bobo, um trapaceiro que a desintegrará, ou um santo, um místico que não saberá o que fazer e se livrará dela como de um peso.
         Riqueza que aquieta a sede ou que aflige a alma, que enche de preocupação e tormento. Fome de vento que nunca sacia. Inútil para o espírito que dela um dia se libertará como de um empréstimo.
         E o que dizer ao homem que não tem pão, incapaz de conseguir saciar o estômago e o de seus filhos? Homens diferentes. Uns ricos querendo ser mais ricos, outros pobres querendo ser ricos. Duas humanidades aparentemente diversas. Um único Deus. Que tem muito não tem tempo para aproveitar nem sossego para dormir profundo.
         Riqueza, para o rei Salomão, é Sabedoria. Dessa diz ele com entusiasmo: “É mais que a saúde e a beleza. Gozei da sabedoria mais do que a claridade do sol, porque a claridade que dela emana jamais se apaga”. Deixa claro o caminho, doce o pensamento, livre o agir.
         E mais: “Há na sabedoria um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, sem inquietação, que pode tudo, que cuida de tudo... É ela um efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus e uma imagem de Sua bondade”.
         “Eu a amei e a procurei desde a juventude, me esforcei para tê-la por esposa... por meio dela obterei a imortalidade... e recolhido em minha casa, sem medo, descobridor da minha eternidade, repousarei junto dela...”. Sem precisar de mais nada que não seja o essencial.
         Sabedoria: riqueza imperecível, grandeza do humilde; justiça do misericordioso, doçura do homem, força, inteligência de quem aprendeu o que é amor. Tudo sem nada em contraposição a nada com tudo.
         Sabedoria emprestada de Si por Deus, gerando o homem “à imagem e semelhança dEle”. Nada custa, é de graça, apenas de quem a ama e a quer.”

(Vittorio Medioli, em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 31 de maio de 2015, caderno OPINIÃO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2428 – ano 48 – nº 22, de 3 de junho de 2015, páginas 86 e 87, de autoria de Gustavo Ioschpe, economista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Uma flor no lamaçal
        A realidade é complexa. Pense no simples ato de ler esta página e na quantidade de áreas e saberes que foram necessários para possibilitar o nosso diálogo. Ele depende de muitos anos da minha formação; do computador em que escrevo e suas centenas de patentes; de toda a tecnologia de plantio e colheita de árvores, do processamento dessas árvores até que se tornem celulose e depois papel; do conhecimento de editores, diagramadores, revisores, fotógrafos mais a equipe que opera o maquinário da gráfica. Ainda há a equipe de logística, de transporte, financeira etc. Tudo isso está embutido no seu simples ato de folhear esta página (para quem a lê on-line, a quantidade de inovações e saberes envolvidos provavelmente é maior).
         A escola precisa preparar as pessoas para a complexidade desse mundo. Que está cada vez mais complicado, mas que já era complexo e multifacetado desde que o mundo é mundo. Seria muito difícil abarcar toda essa complexidade e interdependências em um currículo escolar. O professor teria de dominar todas essas áreas, o que é virtualmente impossível, e também controlar o ambiente para que as crianças só fossem expostas ao nível de complicação que pudessem deglutir. O que o sistema escolar fez, então, foi replicar o reducionismo da ciência: fracionar a complexidade em seus múltiplos elementos e ensiná-los de forma separada. Ao fazê-lo, garantiu que os pupilos pudessem ter mestres que dominam profundamente o assunto ensinado e que o nível de dificuldade da matéria fosse controlado e ajustado à capacidade de compreensão dos alunos. É um modelo brilhante, que vem produzindo grandes resultados há milênios.
         Com em toda atividade de especialização e divisão do trabalho, porém, há um dowside: perde-se a visão global. Alguém já disse que um especialista é aquele que sabe cada vez mais sobre cada vez menos. O professor de história precisa mergulhar não apenas nessa disciplina, mas também, provavelmente, nos conteúdos de história das séries em que leciona. A mesma coisa acontece com seus colegas de todas as outras disciplinas. Esse foco no conhecimento gerou grandes avanços, mas acarretou um importante retrocesso: tudo o que está fora do currículo é ignorado, parece desimportante.
         Desde a década de 90, pelo menos, com o trabalho do psicólogo Daniel Goleman, tornou-se amplamente difundido o achado de que os fatores não cognitivos são tão ou mais importantes para o sucesso na vida adulta – não apenas profissional, mas também pessoal – que o QI ou a cultura geral. A popularização dessa ideia, chamada de inteligência emocional, também penetrou a área da educação, especialmente em países desenvolvidos, onde muitas escolas criaram programas para ensinar os pequenos a ser pacientes, perseverantes, abertos, respeitosos etc. O movimento é compreensível. Se algo muito importante na idade adulta, faz mais sentido ensiná-lo ainda na infância, pois depois pode ser difícil ou tarde demais. E também é lógico que a dianteira tenha sido tomada por países desenvolvidos. Primeiro, porque eles já resolveram o bê-a-bá, de forma que têm liberdade para se preocupar com problemas mais avançados. Segundo, porque nosso mundo é regido por uma competição de talentos – e, se houver uma dimensão do talento humano que está sendo cultivada em um lugar mas não em outro, quem ficar para trás terá uma desvantagem estratégica importante. E, terceiro, porque até nos países em que o sistema funciona muito bem há crianças que não aprendem, que abandonam a escola e se rendem ao crime ou às drogas. Um sinal de que mesmo um sistema azeitado pode estar deixando alguma coisa de lado.
         Nos últimos anos, começou a emergir uma literatura coesa e robusta, da qual o livro Uma Questão de Caráter (péssima tradução de How Children Succedeed), de Paul Tough, oferece um competente resumo, da importância de qualidades não cognitivas como garra e autocontrole para o sucesso de crianças (já mencionei aqui, em outro artigo, o experimento clássico de Walter Mischel com os marsmallows; para quem conhece, vale a pena dar um Google ou ver twitter.com/gioschpe).
         Recentemente, uma ONG deu um passo além: entendeu que a promessa desse novo olhar sobre o desenvolvimento humano não era apenas de incorporar os temas não acadêmicos à educação, mas, de forma mais ambiciosa, trazer todos os conhecimentos da ciência para a sala de aula. Sim, pois paradoxalmente a instituição que forma os futuros cientistas não tem se beneficiado de quase nada do que eles vêm descobrindo ao longo das últimas décadas. Desde a década de 60 do século passado, economistas já buscam quantificar o processo educacional. Mais recentemente tivemos neurocientistas descobrindo muito sobre como o cérebro aprende e psicólogos notando os impactos de questões de higidez mental sobre a capacidade de aprendizado de crianças e jovens. Mas nada disso entra no radar da esmagadora maioria dos professores do mundo todo, que não costumam aprender sobre esses conhecimentos em suas formações. Passam a vida tentando mudar a cabeça de seus alunos mas não têm a menor ideia de como o cérebro funciona. Baseiam sua prática em pensadores teóricos do século XIX. E eis o mais surpreendente: essa ONG não é da Finlândia, da Coreia nem de qualquer outra potência educacional, mas do... Brasil! Trata-se do Instituto Ayrton Senna.
         O IAS acaba de lançar uma iniciativa chamada eduLab21, em parceria com o Insper e a Universidade de Ghent, na Bélgica. É um laboratório destinado a trazer o conhecimento em educação para o século XXI e o conhecimento do século XXI para a área de educação. O polo belga será o responsável pela geração de novos estudos, inicialmente usando inputs das áreas de psicologia, neurociência e economia. O polo brasileiro, comando por Ricardo Paes de Barros, o melhor economista brasileiro de sua geração, terá como responsabilidades a organização do conhecimento gerado (em todo o mundo) e sua implantação e teste em sala de aula. E aqui a coisa fica mais interessante: como o IAS atende milhões de alunos através de parcerias com secretarias municipais e estaduais de Educação em quase todo o país, o que há de mais avançado nessa pesquisa poderá ser quase que imediatamente testado em campo, em centenas de escolas. Poder realizar experimentos em tantos e tão grandes grupos de alunos é o sonho de todo pesquisador; beneficiar-se do conhecimento de ponta em primeira mão é o sonho de todo bom gestor público. O IAS já vinha tomando um papel de liderança internacional na pesquisa do impacto dos aspectos socioemocionais sobre a aprendizagem por meio de uma parceria com a OCDE. Com o eduLab21, não seria surpreendente se virasse a instituição referência mundial no assunto. Tudo isso sem custar um centavo ao Erário. É quase inacreditável, mas do lamaçal que se tornou a educação brasileira brota uma flor que há de nos orgulhar.
         A morte de Ayrton Senna foi um evento traumático para a maioria dos brasileiros acima de 30 anos, entre os quais me incluo. Foi-se num acidente estúpido nosso compatriota que triunfava no mundo das máquinas, da tecnologia de ponta. Seu falecimento institucionalizou o trabalho pelo bem das crianças brasileiras, que Senna fazia de maneira informal e quase escondido. O choque da sua morte e o amor de tantas pessoas mundo afora ajudaram seu instituto a obter as doações de pessoas e empresas que até hoje o mantêm operando. Que doce ironia que agora sua irmã, Viviane, comande uma instituição que também tem pinta de líder mundial em uma área que está na ponta do conhecimento.
         P.S. Full disclosure: este articulista está em conselhos do Insper e do Instituto Ayrton Senna, de forma não remunerada.
         P.P.S. Em twitter.com/gioschpe cito alguns programas de intervenções na área socioemocional com resultados comprovados.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – Anefac –, a alta de abril dos juros  do cartão de crédito chegou a 295,48%  ao ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade das crônicas paralisações de obras e serviços públicos, gerando perdas bilionárias...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...     
     

           

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A CIDADANIA, A SABEDORIA E A LUZ DO MUNDO

“O verdadeiro Natal

Da última vez que visitei Oslo, reuniam-se na capital noruoguesa ministros do turismo de países escandinavos e bálticos para decidir: qual é a terra de Papai Noel? Ministros da Noruega, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Islândia quebravam a cabeça para decidir como evitar propaganda enganosa junto ao público infantil. A criançada queixava-se: alguém mentia. Papai Noel não pode ter nascido – como sugeria a concorrência entre agências de turismo – na Lapônia e na Groenlândia, lugares distintos e distantes um do outro.

Não conheço o resultado da conferência de Oslo. Espero que, se não chegaram a um acordo, pelo menos a guerra, se vier, seja apenas de travesseiros. Mas é a Finlândia que melhor explora a figura do velho presenteador transportado no trenó puxado por renas. Assinala inclusive a sua terra natal: Rovaniemi, onde o Santa Park é, todo ele, tematizado por Papai Noel, lá denominado Santa Claus.

Sabemos todos que Papei Noel nasce, de fato, na fantasia das crianças. Acreditei nele até o dia em que me perguntei por que o Paulo, filho da empregada, não recebera tantos presentes de Natal como eu. O velhinho barbudo discrimina os pobres?

Malgrado tais incongruências, Papai Noel é um figura lendária, reaviva a criança que trazemos em nós. E disputa a cena com o Menino Jesus, cujo aniversário é o motivo de festa e feriado de 25 de dezembro. Papai Noel enriquece os correios no período natalino, tantas as cartas que são remetidas a ele. Aliás, basta ir aos Correios e solicitar uma das cartas que crianças remetem ao velhinho barbudo. Com certeza o leitor fará a alegria de uma criança carente.

Não se sabe o dia exato em que Jesus nasceu. Supõem alguns estudiosos que em agosto, talvez no dia 7, entre os anos 6 ou 7 antes de Cristo. Sabe-se que morreu assassinado na cruz no ano 30. Portanto, com a idade de 36 ou 37 anos, e não 33, como se crê. Tudo porque o monge Dionísio, que no século 6 calculou a era cristã, errou na data do nascimento de Cristo.

Até o século 3, o nascimento de Jesus era celebrado a 6 de janeiro. No século seguinte mudou, em muitos países, para 25 de dezembro, dia do solstício de inverno no Hemisfério Norte, segundo o calendário Juliano. Evocavam-se as festas de épocas remotas em homenagem à ressurreição das divindades solares. Os cristãos apropriaram-se da data e rebatizaram a festa, para comemorar o nascimento daquele que é “a luz do mundo”. Para não ficar de fora da festa, os não cristãos paganizaram o evento por meio da figura de Papai Noel, mais adequado aos interesses comerciais que marcam a data.

Vivemos hoje num mundo desencantado, porém ansioso de reencantamento. Carecemos de alegorias, mitos, lendas, paradigmas e crenças. O Natal é das raras ocasiões do ano em que nos damos o direito de trocar a razão pela fantasia, o trabalho pela festa, a avareza pela generosidade, centrados na comensalidade e no fervor religioso.

Pouco importa o lugar em que nasceu Papai Noel. Importa é que o Menino Jesus faça de novo o presépio em nosso coração, empregnando-o de alegria e amor. Caso contrário, corremos o risco de reduzir o Natal a efusiva mercantilização patrocinada por Papai Noel. Isso é particularmente danoso para a (de)formação religiosa das crianças filhas de famílias cristãs, educadas sem referências bíblicas e práticas espirituais.

Lojas não saciam a nossa sede do absoluto. Há que empreender uma viagem ao mais íntimo de si mesmo, para encontrar um outro que nos habita. Essa é, com certeza, uma aventura bem mais fascinante do que ir até a Lapônia. Contudo, as duas viagens custam caro. Uma, uns tantos dólares. Outra, a coragem de virar-se pelo avesso e despir-se de todo peso que nos impede de voar nas asas do espírito.”
(FREI BETTO, Escritor, autor do romance Um homem chamado Jesus (Rocco), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE, ORIENTADORA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Dá-me sabedoria

É grande a movimentação do comércio neste tempo do Natal. São muitos os comentários a respeito da condição desnorteada de quem vende e de quem compra. Há quem até considere insuportável o vai e vem de multidões nas ruas, o barulho ensurdecedor nos shoppings e o aumento exagerado do desejo de comprar. No meio de tudo isso, é verdade, está o gesto nobre e fraterno de presentear. Dar um presente é manifestação de amor, uma linguagem do coração reunindo razões, valores e sentimentos que sustentam a vida e expressam agradecimento. É um gesto que transforma. Derruba a soberba e abranda o vento terrível do orgulho que cega os olhares para a compaixão e a solidariedade.

Contudo, ainda mais nesta época do ano, é grande o risco de ser arrastado pela avalanche de novidades, que instiga um desejo descontrolado de ter mais e provocar a patologia de só ganhar e guardar pra si. O impulso e o desejo sem limites desfiguram a nobreza do presentear no tempo em que a humanidade celebra a oferta do maior presente que ela já recebeu: o Natal de Cristo, o salvador do mundo.

Bem às vésperas do Natal, em meio a vozes, músicas, confraternizações e tantas coisas outras, vale o esforço de resgatar no fundo do coração o desejo de sabedoria. A celebração do Natal é oportunidade, na ação de graças e na alegria da festa, para conhecer mais.

É oportuno ler, meditar e assumir a súplica na prece de Salomão pela sabedoria, como narra o livro homônimo no novo capítulo: “Ó Deus de meus antepassados, Senhor de misericórdia, que tudo fizeste com a tua palavra e com tua sabedoria criaste o ser humano para dominar as criaturas que fizeste, para governar o mundo com santidade e justiça e exercer o julgamento com retidão de coração! Dá-me a sabedoria que se assenta contigo no teu trono e não me excluas do número de teus filhos. Pois sou teu servo, filho de tua serva, homem frágil e de vida breve, e incapaz de compreender a justiça e as leis. Por mais que alguém entre os mortais seja perfeito, se lhe falta a tua sabedoria, será considerado como nada. Contigo está a sabedoria que conhece as tuas obras e que estava presente quando fazias o mundo; ela sabe o que é agradável aos teus olhos e o que é correto, conforme os teus preceitos. Manda-a dos teus sagrados céus e faze com ela venha do teu Trono glorioso, para que me acompanhe e trabalhe comigo e eu saiba o que é agradável diante de ti. Pois ela tudo conhece e compreende, e me guiará com prudência em meus trabalhos, protegendo-me com a sua glória”.

Entre presentes incontáveis, recebidos e ofertados, o mais precioso é o dom da sabedoria, única dádiva cuja luminosidade esclarece o enigma da condição humana. O Natal é a revelação plena do diálogo de amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E cada pessoa é convidada a participar desse diálogo. É nele que está fonte da sabedoria.

Natal é mais do que tempo de alvoroço. É o momento de fixar os olhos no menino Deus e escutar a sua voz, que amorosamente fecunda no coração da humanidade o chamamento interior para fazer o bem, e, consequentemente, evitar o mal. Compreende-se que a celebração do Natal é festa para acolher de coração o mais importante e completo presente dado à humanidade: Jesus Cristo. N’Ele, unicamente, está a fonte de sabedoria. Suplicar a graça de recebê-la e, de fato, possuí-la, no tempo do Natal, deve ser o mais importante desejo de todo coração humano.

Se o governante pedir sabedoria, seguindo o exemplo de Salomão, poderá discernir prioridades, intuir empreendimentos novos e escolher o que mais conta no bem de todos. Se o parlamentar, de qualquer esfera, alcançar esse dom, não votará em causa própria. Ficará envergonhado de ganhar mais, no tempo do Natal, quando muitos ainda têm tão pouco. Com sabedoria, servirão com amor. Na família, os pais que buscarem a sabedoria conhecerão os caminhos que educam nos valores fundamentais. Essa sabedoria é remédio que cura a mesquinhez das disputas e o entender como natural tudo que é absurdo.

É Natal! Que todos almejem a sabedoria. No silêncio do coração, ou nas preces da comunidade, que se aproveite este tempo, fixando o olhar em Cristo, para suplicar-lhe o que é Ele mesmo: a sabedoria, caminho para refazer propósitos no sustento da vida cidadã.”

Eis, pois, mais páginas contendo RICAS, PROFUNDAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de um NOVO pensar e agir na condução das nossas INSTITUIÇÕES, estruturas e dinâmicas POLÍTICAS, SOCIAIS, AFETIVAS, ECONÔMICAS e CULTURAIS, de modo a inserir o PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e DESENVOLVIDAS...

Buscando, ainda mais neste NATAL e na LUZ do mundo – JESUS CRISTO – a SABEDORIA para, entre outras dimensões, PROBLEMATIZARMOS questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, com vistas a consolidar a ESTABILIDADE – mas em patamar CIVILIZADO;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, solapando nosso ECONOMIA e minando nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas modalidades;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, também a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE e QUALIFICADA AUDITORIA, eis que já atinge níveis deveras INTOLERÁVEIS, com previsão para 2012, segundo o ORÇAMENTO da UNIÃO, de gastos da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS e ENCARGOS e AMORTIZAÇÃO da DÍVIDA...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A NECESSIDADE DE SABEDORIA E O ORÇAMENTO IMPOSITIVO

“A sabedoria de Salomão
RIO – No meio da confusão geral e do distúrbio das mentes, que caracterizam os nossos dias de sombra, apreensivos e cheios de enigmas alucinadores, pensei que seria de bom alvedrio reler os provérbios de Salomão. Fonte de tanta sabedoria, espírito de justiça, apontando os caminhos da retidão e os preceitos de honra. Tão esquecidos de tantos, precisamente daqueles que mais necessitam desse alimento espiritual. O alimento que está nos livros, condensação dos milênios, escritos na pedra e no bronze, no pergaminho e no papel, tão mais preciosos quanto mais antigos. Pontos de luz na escuridão da noite, como as estrelas do céu.

Leiam e meditem, porque de ler sem meditar, nenhum proveito tira o homem prudente. Nos Provérbios-12, assim está exarado: “Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece à repreensão é estúpido”. Pois bem, se alguma coisa menos se ama agora é a disciplina, e mais se aborrece é a repreensão, pela falta da primeira se perdem os homens, e se não aceitam a advertência dos mestres experientes, o que os aguarda é o abismo da servidão. São estes os riscos a que se expõem os ambiciosos, que não afastam os olhos de si mesmos e nunca se preparam para combater o com combate. O combate que conduz ao entendimento e se justifica para restaurar a harmonia perdida. Sendo o temor dessa perda o início da sapiência.

“As palavras dos perversos são emboscadas para derramar sangue, mas a boca dos retos livra os homens”. Nestes dias ominosos, mas se ouve a palavra dos perversos, do que as que saem da boca dos justos para apascentar o rebanho e libertá-lo da iniquidade dos lobos, famintos de poder e vanglória. “O melhor é o que se estima e pouco e faz o seu trabalho, do que o vanglorioso que tem falta de pão”. Falta de pão ao que não trabalha e não lavra a sua terra, preferindo correr atrás de coisas vãs e por isso perverte-se e falha o seu senso. “O filho sábio é o que ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão. Do fruto da boca o homem comerá o bem, mas o desejo dos pérfidos é a violência. O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína”. Assim disse Salomão e a luz do seu ensinamento vara pelos milênios como a dos astros, parelha com a eternidade.”
(AUSTREGESILO DE ATHAYDE, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de setembro de 1993, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA – edição 2227 – ano 44 – nº 30, de 27 de julho de 2011, página 96, de autoria de MAÍLSON DA NÓBREGA, que é economista, e igualmente merece INTEGRAL transcrição:

“Orçamento atrasado

Duas crises recentes envolveram emendas parlamentares ao Orçamento da União. Na primeira, aliados do governo obtiveram o desbloqueio dos recursos sob a ameaça de votar a favor de projetos que arrebentam as finanças públicas. Na segunda, emendas fizeram parte do escândalo no Ministério dos Transportes.

Na raiz desses eventos está o atraso institucional do Orçamento, incluindo a ideia de que ele é “autorizativo”. Por aí, o governo poderia gastar apenas com o que fosse obrigatório: pessoal, previdência, transferências constitucionais a estados e municípios, educação e saúde. O resto ficaria a seu critério. Não há base para essa interpretação.

Pela Constituição (artigo 165, parágrafo 8º), “a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa” (grifos meus). Os dois substantivos diferenciam os atos de arrecadar (estimativo) e gastar (obrigatório). O orçamento é uma lei e como tal deveria ser cumprido.

O processo orçamentário contemporâneo nasceu de longa evolução, que limitou o poder dos reis absolutistas da Europa de tributar a seu talante e de gastar como lhes aprouvesse, sobretudo para fazer guerras. Os oito séculos de feudalismo criaram bolsões de forte resistência ao autoritarismo da monarquia.

Os barões feudais ingleses impuseram ao rei João sem Terra a Carta Magna (1215). A aprovação de tributos passou a depender da aprovação de uma assembléia de nobres e bispos. Caía um dos maiores poderes discricionários do monarca. Para muitos autores, o feudalismo, ao confrontar o absolutismo, lançou os alicerces da democracia moderna.

O aparecimento das cidades e a expansão do comércio internacional criaram novas forças políticas e interesses a defender. No século XVII, ideias de pensadores como Hobbes e Locke vincularam a legitimidade dos monarcas ao consentimento dos governados, e não à inspiração divina. Na Inglaterra, a solidariedade entre grupos sociais relevantes permitia defender seus direitos, mais do que em outros países.

A Revolução Gloriosa inglesa (1688) adveio dessas transformações. A supremacia do poder passou para o Parlamento, ao qual se subordinavam os dois lados do orçamento, a receita (tributos e dívida) e a despesa. O Judiciário se tornou independente. O estado se fortaleceu. A Inglaterra se tornou a maior potência europeia no século seguinte.

Portugal não experimentou o feudalismo, pelo menos nos moldes existentes em outros países europeus. O absolutismo lusitano, livre de contestações semelhantes, sobreviveu até o começo do século XX. Sob o patrimonialismo português, as posses do rei se confundiam com o orçamento. Herdeiros dessa tradições, atribuímos pouca importância ao orçamento, que vira peça de ficção. As emendas parlamentares constituem instrumento de barganha entre o Executivo e o Legislativo.

O Brasil avançou em muitas das instituições fundamentais para construir uma democracia funcional e uma economia orientada pelo mercado, associada a programas sociais em favor de segmentos menos favorecidos. Pode dar mais um passo essencial, o de assegurar a natureza impositiva do orçamento.

A mudança seria precedida de medidas para evitar que o Congresso Nacional superestime a receita e assim abrigue gastos excessivos e desastrosos. Países como a Alemanha e os Estados Unidos dispõem de mecanismos institucionais pelos quais a estimativa da receita é feita por indivíduos ou organizações independentes. Aqui, isso poderia ser feito por uma comissão mista de técnicos do Executivo e do Congresso, da qual participariam especialistas de reputação e saber reconhecidos.

Para a hipótese de a receita ficar abaixo das estimativas, seriam instituídas regras para o ajuste das despesas, mas sob a aprovação do Legislativo e rito sumário. O Executivo não mais poderia fazer cortes orçamentários, como estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal. No curso da atual crise europeia, os ajustes na Grécia, na Irlanda, em Portugal e em outros países foram previamente aprovados pelos respectivos parlamentos.

O orçamento impositivo melhoraria a execução orçamentária, reduziria o potencial de corrupção do processo atual e contribuiria para melhorar a qualidade do sistema político.”

Eis, pois, mais RICAS páginas contendo SÉRIAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES que ACENAM para a URGENTE e INADIÁVEL inclusão da EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA do GOVERNO e da SOCIEDADE CIVIL; a uma, para o APRIMORAMENTO das nossas PRÁTICAS republicanas e, a duas, para o ACESSO ao SELETO mundo dos PAÍSES já DESENVOLVIDOS e TRANSPARÊNCIA, QUALIFICAÇÃO e PRODUTIVIDADE dos RECURSOS PÚBLICOS...

Tudo isso ao lado, também, da IMPERIOSA e IMPOSTERGÁVEL necessidade da PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como, por exemplo:

a) a INFLAÇÃO;


b) a CORRUPÇÃO;


c) o DESPERDÍCIO;

d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA...

São, sabemos, DESAFIOS GIGANTESCOS que mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A CIDADANIA, A VIDA MODERNA E SEUS SABERES

“Vida moderna
A vida moderna tem nos acrescentado muitos conhecimentos e experiências decorrentes de uma verdadeira revolução científica e tecnológica. Com tantas opções, o tempo fica curto e as pessoas se estressam, cada vez mais, para conseguir realizá-las. A verdade é que o ser humano nunca foi tão exposto a tantas novas tecnologias, hábitos e estresses como hoje: inúmeras atividades diárias, alta competitividade na escola, no trabalho, alto consumismo e adaptações a tantos novos hábitos. Ser extremamente ativo e altamente competitivo em tudo significa ter saúde e boa performance.

A vida moderna parece exigir estresse e, absurdamente, parece que certas pessoas sentem prazer em dizer que estão estressadas. Estresse seria um novo inusitado vício? Mas, de acordo com estudos, o estresse representa dois terços das queixas daqueles que freqüentam os consultórios médicos. Ele diminui a nossa qualidade de vida e gera inúmeras doenças, que podem ser simples dor de cabeça ou mal-estar, perda de sono, cansaço, úlceras, amnésia, ata ques cardíacos, derrames, depressão e até suicídio. Dormir pouco é outro resultado da vida superagitada. Em 2010, pesquisadores da Universidade de Warwick e da Universidade de Medicina Federico 2º descobriram que dormir menos de seis horas por noite aumenta em 12% os riscos de problemas de saúde e diminuição da expectativa de vida.

Importante destacar que além da duração, a qualidade do sono é fundamental. O sono saudável proporciona menor batimento cardíaco, melhor circulação sanguínea e maior oxigenação em todo o organismo. Infelizmente, com tantas exigências e performances múltiplas na sociedade moderna, o descanso, equivocadamente, tem significado ociosidade. Estudar e dominar múltiplos idiomas, produzir e ganhar muito dinheiro, correr, dirigir e enfrentar trânsito, trabalhar, malhar, viajar, assistir muito à TV, conectar-se à internet e passar horas no computador tem sido a nossa agenda. Até que ponto a tecnologia tem movido os indivíduos? Como analisar a corrida desenfreada para comprar e esgotar momentaneamente estoques de novidades tecnológicas lançadas, como IPhone, IPad, tablets, TV LED Full HD, Stimy Pad, smart TV, entre outras? Consumismo e vícios preocupantes. O fato ocorre com adultos e jovens. Pesquisa recente com 3,5 mil adolescentes na Universidade de Yale (EUA) mostrou que um em cada 25 jovens fica muito tenso longe do computador e mostra correlação entre alto uso de internet a casos de depressão, uso de drogas e comportamentos agressivos.

Depois de muitos estudos, dados recentes e preocupantes divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam para a correlação entre o uso excessivo de celular e a maior incidência de câncer, especialmente no cérebro. Espantosamente, o Brasil tem mais de 207,5 milhões de assinantes da telefonia celular. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 17 estados brasileiros registraram a marca de mais de um celular por habitante. Há pessoas que têm até quatro celulares fala-se ao celular até no trânsito! A poluição sonora e os efeitos constantes das ondas eletromagnéticas no organismo precisam ser reavaliados. Com certeza, há que se repensar os riscos de tantas tecnologias.

O cérebro trabalha sempre acelerado e, claro, também o coração e todo o organismo. Nesse frenesi por viver e experimentar modismos, onde fica o descanso? Aprender a dar pequenas pausas e relaxar é fundamental. Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard mostram que o relaxamento profundo aumenta a imunidade e aciona genes que proporcionam bem-estar e protegem o organismo especialmente contra pressão alta, dores e artrite reumatóide. Importante ter um tempinho para relaxar todos os dias e obter serenidade. Importante também saber preservar a nossa própria identidade para além de tantos modismos e repensar os custos de tantas tecnologias e estresses. Buscar o equilibro em tudo isso, com certeza denota inteligência e capacidade de decidir sobre os nossos melhores comportamentos e hábitos.”

(VIVINA RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade do Ceará, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 17 de junho de 2011, página 11, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A vida e seus saberes

É simples, mas ao mesmo tempo desafiador, concluir que a vida se conduz e se sustenta de saberes, que são muitos, fonte de poder e até de dominação. Sabido pode ser entendido como aquele que consegue, com palavras e artimanhas, ludibriar os outros. Encontrar saídas e passagens, fazer valer e alcançar seus objetivos e metas, até quando são espúrios e distantes do que se entende e é cidadania. Já vão se tornando obsoletas, e até ridículas, frases ou atitudes que caracterizaram a sagacidade política. Por exemplo, a arte de engambelar os outros, prometer e não cumprir, dar tapinhas nas costas para agradar ou fazer afirmações – até contrárias à própria convicção – para garantir simpatias e resultados positivos para pretensões, mesmo distantes, em projetos próprios.

É esperançoso ver desmoronar, ainda que lentamente, esse traço antipático na cultura e nas posturas, fruto da projeção que a exigência e o gosto pela transparência e a verdade emolduram na vida social e política. Os saberes científicos alargam horizontes, corrigem descompassos, realimentam a esperança de conquistas e momentos novos mais propícios para a vida. Esses saberes constituem um tesouro que expressa a magnificência da inteligência humana, os engenhos admiráveis das pesquisas que modificam perspectivas. Abrem possibilidades e configuram esperanças e boas condições para o viver humano e tratamentos mais racionais da natureza. Dão iluminação diferente ao sentido da vida, ao grande e crucial desafio da existência.

Está localizada na gama complexa e fascinante dos saberes – ciência, política, arte, tecnologia – a referência, sem igual, do saber que é a sabedoria. Vale lembrar o tesouro da palavra de Deus, no Livro bíblico da sabedoria, referência insubstituível e coluna de sustento na vida do povo de Deus, a compreensão da sabedoria como virtude e companheira. No oitavo capítulo dessa obra, ela é tida como um amor que se procura desde a juventude. Quem quer ser sábio deve buscá-la com a pretensão de fazê-la sua esposa, compreendendo que ela é conhecedora da ciência de Deus, é quem seleciona as obras do Criador, é artífice do bom senso para tudo o que existe. Essa obra recorda que o amor à justiça é fruto da sabedoria, pois ela ensina a temperança e a prudência, a fortaleza – os bens mais úteis na vida.

Uma experiência vasta, como capacidade de conhecer o passado e entrever o futuro, conhecendo a sutiliza das palavras e as soluções dos enigmas, brota e se mantém pela força da sabedoria. Sem seu saber e o sabor, o bem se compromete, a justiça não é prioridade e a vida fica mais difícil de ser vivida. Perde facilmente o sentido genuíno de dom. Aquele que se empenha, em meio aos embates, para se apropriar de saberes que sustentam o exercício profissional, abre caminhos para ganhos e sustentos da vida, por fazer da sabedoria a sua esposa. “Nela tem uma fiel conselheira para o bem, o conforto nas preocupações e tristezas”, assevera a literatura sapiencial mais genuína do Israel antigo. Por causa dela é que se podem conquistar louvores diante da multidão; o jovem ser honrado pelos anciãos e nos julgamentos se reconhece a perspicácia. De volta para casa, nela se encontra descanso, pois sua companhia não traz amargura nem tédio a sua convivência, mas sim alegria e contentamento.

Os saberes todos têm sua dinâmica e lugar de produção, destinação e atendimento de demandas próprias. O saber da sabedoria não está simplesmente no ar. Ele se produz e se sustenta também em lugares e por dinâmicas. As obras de infraestrutura em instituições ou cidades são de extrema importância. A queixa mais lamentável é a defasagem no atendimento de demandas, com retardamentos que esgotam a paciência, com escândalo de sacrifícios impostos, em especial sobre os mais pobres, com a complicação advinda da falta de mão de obra especializada e de objetividade e honestidade na gerência de processos.

As instituições e cidades precisam também de obras, lugares de produção da sabedoria, certamente o tesouro mais precioso para a vida de cada um, que pode amalgamar diferenças e com elas construir tempos novos. Garantir sentido para a vida, que se não for autêntico e profundo não tem gosto e torna-se campo aterrador de batalhas, disputas, desgostos e vaidades que enjaulam a vida entendida e vivida no efêmero, que está no que é espetacular. É preciso ter obras como lugar, referência símbolo permanente de beleza e ensinamentos, a busca e a súplica, como o sábio Salomão dirigia a Deus, a fonte inesgotável da sabedoria. “Dá-me a sabedoria que se assenta contigo no teu trono, pois ela tudo conhece e compreende e me guiará com prudência.”

Eis, pois, mais PRECIOSAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que estão colocados, exigindo, de ESTADO, GOVERNO E SOCIEDADE a acolhida da EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA e, assim, estabelecermos os PILARES de SUSTENTAÇÃO de uma VIDA que seja DIGNA, HONRADA, ALEGRE, FELIZ e FECUNDA... para TODOS...

Porém, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO nestra grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXRTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) EM 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A CIDADANIA, A VIRTUDE DA CIÊNCIA, O SONHAR E O REALIZAR

“Sonhar e realizar

Viver com os pés na terra é uma afirmação que muita gente faz, sinceramente convencida de que sua maneira de proceder, decidir e agir é a melhor possível, a mais correta e gratificante.

Entretanto, há gente que aprende a colocar os pés na terra, porém num exíguo território, numa faixa estreita de chão, ficando ali, morando ali com seus sonhos limitados, suas ambições tolhidas, seus desejos atrofiados. A lucidez e a iniciativa em muitas dessas pessoas incide num mesmo ponto, prevalece numa única direção, desenvolve-se em torno de um mísero punhado de coisas, sempre as mesmas, como se o indivíduo vivesse trancado numa propriedade sua, mas impedido de olhar por cima do muro, através da janela ou de caminhar em frente, alcançar o portão e encarar o mundo.

É que a luta pela vida, a imposição dos deveres, o sufoco dos compromissos, a entrega tenaz e cega à missão humana e profissional de cada um deixa pouco tempo, pouca disposição ou coragem ao indivíduo, de sacudir o sistema em que vive, refletir, analisar seu íntimo, investigar seus sonhos e ambições e questionar suas opções transformadas em hábito. Com o tempo, uma tal atitude de bloqueio empobrece a criatura, despoja-a de suas riquezas mais preciosas, de seu comportamento mais positivo e, dentro de uns poucos anos, eis mais uma pessoa irremediavelmente frustrada, ressentida, irrealizada.

Viver com os pés na terra é pisar firme e forte na superfície do mundo; é escancarar janelas; é atravessar divisas; é transpor fortalezas; é olhar do outro lado; olhar longe; é caminhar e conhecer; é saber assumir o desconforto e o receio; é balançar o coreto do comodismo e, acima de tudo, é definir o que o coração pede, o que a mente deseja, o que os sonhos sugerem. Ninguém pode gabar-se de viver com os pés na terra, ocupando apenas alguns centímetros do chão, um chão do tamanho da sola dos pés, chão pisado, obscuro, massacrado por um peso hirto, um peso imóvel, estático e escravizado à rotina imutável.

Viver com os pés na terra é percorrer distâncias, sejam elas geográficas ou práticas, porque viver em estado de vigília e lucidez é saber usar a vida que Deus concedeu a cada um de nós. Quem se deixa conduzir pela rotina, o marasmo – perde chances, oportunidades e esperança.

Quanta gente compromete seus sonhos, seus anseios, seus castelos, seus lirismos e se torna impregnada de amargura, de tristeza, revolta e ressentimento. Isso ocorre pelo fato de o indivíduo privar-se das coisas que sua estrutura reclama e aceitar outras que sua personalidade repele. Ninguém pode viver exclusivamente trabalhando, perenemente mergulhado num programa de atividades desgastantes, desdobrando-se entre tarefas exigentes – tudo sem lazer, sem pausa, sem um pingo de concessão a si mesmo, seja em que sentido for. O pior, talvez, nem seja a aceitação de disciplina férrea, de responsabilidades incessantes, mas a negação daquilo que o íntimo de cada um estabelece como desejo de seu coração.

Não existe nada tão maléfico ao ser humano, tão negativo, tão pernicioso, como o estado de frustração. Acontece mesmo que, em inúmeros casos, essa frustração não decorre de situação econômico-financeiro, falta de oportunidade de buscar alterações, mas justamente das viseiras que, sem querer, as criaturas criam para si mesmas. E, de tanto usá-las, não conseguem ver o mundo em torno, alcançar horizontes, enxergando tudo estreito, contínuo e imutável.

Os sonhos que se têm, devem ser analisados, dissecados, avaliados, respeitados, devem ser realizados. Esse empenho é o único gerador do estímulo que nada destrói: nem pessoas, nem incidentes, nem tristezas a que todos estamos sujeitos. Saber conceder a si próprio aquilo que representa um desejo real, imperioso e antigo, é o mesmo que renovar todas células do corpo e todas as faces da alma.”

(IVONE BORGES BOTELHO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de janeiro de 1981, na coluna Seu Lar e Você), página 2).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de julho de 1978, Caderno OPINIÃO, de autoria de PEDRO MACIEL VIDIGAL, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A virtude da ciência

“Todos os homens desejam saber”, afirmava Aristóteles no Livro I de sua Metafísica.

Na verdade, se o maior dos males é a ignorância, o maior dos bens é a ciência, que para ser adquirida custa grande trabalho, visto que não dorme em colchão de mola. Quanto a este particular, um poeta escreveu: “Non jacet in moli veneranda scientia letho”.

Conhecendo o justo e o injusto, o falso e o verdadeiro, quem estuda é admirado pelo ignorante. Por isso, Aristóteles escreveu a seu discípulo Alexandre que muito mais domina a alma de um Príncipe com a ciência, do que com um corpo coberto de galas. Este ensinamento o filósofo aprendera de seu mestre Platão, que advertia ser feliz somente o reino governado por sábios.

A História registra que Alexandre tirou notável proveito da doutrina do seu mestre e muito se dedicou ao estudo das letras. Assim pôde atrever-se a conquistar o mundo, mais armado com o que havia aprendido de Aristóteles do que com as riquezas e povos herdados de seu pai Felipe.

Bem entendeu Salomão o quanto lhe era necessária a ciência para bem governar o seu reino, quando Deus lhe aparecera em Gabaon, permitindo-lhe pedir as graças e mercês que quisesse.

Diz a Sagrada Escritura que Salomão não pediu a Deus longa vida, nem felicidade na saúde, nem um vasto império, nem grande riqueza, mas ciência, só a ciência, a fim de poder distinguir o justo do injusto. Consta na Bíblia que Deus lhe concedera a graça de tal sabedoria, que não houve quem antes dele lhe pudesse ser comparado.

Em um de seus epigramas, Auduenus advertiu aos Príncipes que é muito danosa a ignorância para o governo de um reino. “Labitur indoeto populus sub Príncipe, sicut/Prae capitis titubant ebritate pedes”.

Ao estudo das letras devem César a glória, que teve na força de suas palavras, e Tibério, na ponderação; Claúdio, na suavidade, e Adriano, na brandura. Mais pela cultura, que possuíam, do que usando outros recursos, foi que Licurgo, Pisístrato e Agesilau subiram a Reis de Lecedemônia. Os persas só elegiam para Rei o mais sábio. Enquanto conservaram este processo de escolha, prosperaram, floresceram. E, logo que o abandonaram, entraram em um longo período de decadência.

Basílio, rei da Sicília, se entregava tanto ao estudo das ciências, que houve quem chegasse a adverti-lo que estava faltando às obrigações do seu ofício. A sua resposta foi esta: “Não posso ser Rei sem ser sábio. E a troco de ser sábio, deixarei de ser Rei”. Certamente havia aprendido, de Sócrates, que não eram Reis e Príncipes aqueles que empunhavam os cetros, mas os sábios que sabiam governar bem. Segundo Aristóteles, governa bem aquele que sabe e conhece o que importa para um bom governo. Foi ele mesmo que, certa vez, disse que será feliz e bem afortunada aquela Cidade ou aquela República que os sábios governarem.

Só é apto para a direção do governo, quem tem perfeito conhecimento dele.

Cícero declarou que, com a sabedoria, passam as cousas de boas a melhores, e as ruins se emendam e se tornam boas: “Quae bona sunt, fieri meliora possunt doctrina, et quae non optima, aliquo modo corrigi possunt”.

Não é de hoje que todo o compêndio da felicidade está na cultura das letras. Nelas o pobre acha riquezas; o rico, honra; e o velho, recreação: “Philosophia ad omnem fortunam parat, pauperibus divitias, divitibus ornamentum, senibus oblectamentum” (Lúcio Floro).

É a ciência guia da vida, pregoeira da verdade e destruidora dos vícios: (“Scientia est vitae ductrix, veritatis indagatrix, vitiorum expultrix” (Cícero).

Não há ciência que não traga consigo, anexa, a honra. “Nulli discipline sui honores desunt” (Erasmo). Não há ciência que não traga após si a riqueza: “Si fuieres sapiens. Craessi superaveris aurum;/Nam sapiens nullo tempore vivit inops”. (Erasmo).

São as ciências, riquezas que sempre duram com igual estimação.

São delícias que nunca encontram desgostos. São alegrias, que nunca finalizam em tristezas. São gostos que nunca se avizinham com os pezares.

Com a abundância, as riquezas perdem a estimação. Creso as arrojou ao mar. Nidas, farto do ouro, as aborreceu. E as ciências, quanto mais se acumulam, mais o desejo arrebatam. Os prazeres chegam a causar tédio. Mas as ciências sempre ao apetite provocam e ao entendimento dão gosto. Quanto mais sabemos, maior o nosso desejo de saber mais.

Nada há mais vizinho do prazer que o pesar. Nada há nas ciências, que não recreie. Nada se inculca nelas, que não agrade. As honras, quanto maiores, tanto mais pesadas. São as ciências, quanto mais excelentes, mais sublimes.

As ciências nunca enfadam, nunca aborrecem. Quanto mais se sabe, mais se deseja saber. Sêneca recomendava que se devia estudar, não para saber muito, mas para viver bem: “Stude non ut plus aliis scias, sede ut melius fias”

Da perseverança nas boas e interessantes leituras ou nos sérios estudos se tiram grandes e muitos proveitos. Em todas as cousas, a continuação produz efeitos.

Com certeza, o leitor conhece aqueles dois versos em que Ovídio fala: a gota cava a pedra, não pela violência, mas caindo muitas vezes, assim o homem se faz sábio, não à força, mas sempre lendo ou estudando “Gutta cavat lapidem, non vi, sed saepe cadendo; Sic homo fit sapiens, non vi, sed saepe legendo”

Quando não for possível a aquisição de livros por causa do seu alto preço, qualquer homem poderá conseguir bons e até profundos conhecimentos, perguntando o que não sabe a quem possui cultura humanística ou filosófica, cientifica ou teológica, em grau elevado.

Santo Agostinho se confessava preparado para aprender ainda que fosse de um menino. E o papa Pio II, quanto mais duvidava, mais perguntava e ficou sabendo muito.

Torpe e vergonhoso é ignorar o que a todos convém saber.

É claro que o estudo nunca deve ser feito para vanglória ou superestimação de quem quer que seja. Pois o muito estudo muito humilha a quem estuda. Quanto mais aprendemos com o estudo, mais se dilata o horizonte da nossa ignorância. Por mais que saibamos, sabemos poucas cousas. E ficamos na certeza de que a nossa ciência é como a gota d’água diante do mar da nossa ignorância.

Nas letras, o ignorante acha misteriosas luzes para a sua cegueira e o prudente novos reforços para a sua sabedoria.

Da famosa encantadora Circes se conta que, com suas mágicas bebidas, transformava homens em animais. A virtude da ciência opera o contrário, de maneira prodigiosa: “In porcos homines mutarunt pocula Circes; Ex porcis homines docata Sophia facit”.

“Vai tanta diferença entre um homem sábio e o ignorante, quanta vai da luz à sombra” (Ecclesiastes, cap. I).

Entre os mais homens, o sábio é o primeiro, como é o comandante no avião, o general no exército, a unha no corpo.

A maior excelência que o pode ter é saber. Pelo saber, se faz mais semelhante a Deus.”

Eis, pois, mais RICAS e PROFUNDAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, entre outros, para o GIGANTESCO DESAFIO de se ter POLÍTICAS PÚBLICAS que primam e ANCORAM a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e da SOCIEDADE...

Portanto, são RAZÕES como essas que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CULTA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...