segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A CONSTITUIÇÃO NA FORTALEZA DA DEMOCRACIA E A FORÇA DO PRINCÍPIO ÉTICO DO BEM NA SUSTENTABILIDADE (26/144)


(Dezembro = mês 26; faltam 144 meses para a Primavera Brasileira)

O ESPÍRITO DA CONSTITUCIONALIDADE É A
FORTALEZA DA DEMOCRACIA
        Por uma dessas boas coincidências promovidas pelo tempo, quis o destino que os 30 anos da Constituição Federal de 1988 fossem celebrados na antevéspera da escolha presidencial mais acirrada no país sob os pontos de vista político-ideológico e eleitoral. O debate acalorado e por vezes até mesmo passional do momento não pode, contudo, ser prenúncio de uma ruptura, mas sim daquilo que guia nossa lei fundamental: o consenso e a conciliação como normas para pacientar os espíritos.
         A construção de consenso e a conciliação como norma resultante da civilidade, conversação e negociação foram recorrentes na Constituinte que concebeu a Carta de 1988. Foi o espírito da constitucionalidade que permitiu a todos serem considerados, ouvidos e atendidos, na medida do que pôde ser acordado. Por isso, é emblemático que a Carta esteja completando três décadas num momento em que o país discute como nunca o risco de ruptura das estruturas democráticas, como possibilidade de substituí-las por algum simulacro de democracia ou mesmo por um sistema autoritário garantido institucionalmente por um tecido constitucional tramado sob medida pelos interesses do poder de plantão. Sabemos que a Constituição tem os remédios contra aventuras autoritárias, além de ser a base para a construção de consenso que reduz os riscos de trincaduras no edifício democrático.
         Embora o cenário desenhado seja adverso, convém manter a esperança na maturidade política do país na força de suas instituições – todas elas assentadas na Constituição, cujo espírito é o de ser a garantidora de um sistema democrático firme, embasado em um sistema de contrapesos entre os poderes, independentes e harmônicos entre si, como sugeriu no século 18 o pensador Montesquieu.
         É dever nosso, individual, social e coletivo, jamais nos deixar seduzir pelos que praguejam contra a Carta, apontando nela culpas que são construídas não pelo espírito da constitucionalidade, mas exatamente pela ausência desse espírito nas pessoas, falta de crença nele ou, ainda pior, uma deliberada ação contra ele.
         Carecemos de manter vivo o espírito de constitucionalidade do país, com efeito. Compete a nós, sociedade, atuar firmemente como desencorajadores de quaisquer aventuras contrárias à Constituição, o que inclui medidas como as ideias de cambiar o texto sem que se respeite, sobretudo, o que está no preâmbulo da Carta: ela nasceu para firmar entre nós “um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”.
         Portanto, o espírito da constitucionalidade deve ser mantido vivo, por mais que se pretenda alterar o texto constitucional e até reescrevê-lo integralmente. O que se está dizendo muito claramente é: a importância da Constituição está em esse documento representar um avanço civilizatório que não pode ser ignorado ou solapado. O caminho que a constitucionalidade aponta de aperfeiçoamento de direitos e deveres sociais do Estado é sempre para ser seguido adiante, nunca para se obter um atalho ou permitir retrocessos.
         A quebra da ideia fundante e poderosa de que o espírito da constitucionalidade nos deve fazer avançar na democracia, sem qualquer chance de retroceder, é um perigo sedutor que encanta muita gente, às vezes, sob o manto das boas intenções, às vezes, pelo motor de uma vontade verdadeira em fazer a coisa certa, mas tomando o caminho errado.
         Lembremos, por necessário, que estamos sob o espírito da constitucionalidade e, portanto, do Estado de direito, quando temos a possibilidade da escolha de um presidente em dois turnos, a garantia de que o Executivo está sob fiscalização permanente e necessária do Legislativo e um Judiciário e um Ministério Público capazes de fazer a aplicação da lei como mecanismo protetivo aos direitos fundamentais contidos na Carta.
         Dentro dessa ideia de prevalência do espírito da constitucionalidade, garantidor de direitos fundamentais, pedra sobre a qual se assenta, se consolida e se expande o edifício democrático, saúdem-se os 30 anos da Constituição Federal de 1988 como um guia que nos fez atravessar e vencer crises.
         Assim, que siga vivo e cada vez mais renovado, como o tempo que não para e nunca envelhece, esse espírito constitucional. Devemos a ele respeito e reverência, como, aliás, apontou Ulysses Guimarães no discurso histórico da promulgação: “A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca.””.

(ÁLVARO FERNANDO DA ROCHA MOTA. Presidente do colégio de Presidentes dos Institutos dos Advogados do Brasil, procurador do estado e ex-presidente da OAB-PI, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de novembro de 2018, caderno DIREITO & JUSTIÇA, página principal).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Princípio ético do bem
        Fazer sempre o bem. E fazer o bem o que se faz. São esses os princípios éticos que devem orientar a vida de todos, para que floresçam as potencialidades sociais, políticas e culturais da sociedade. A simplicidade desses princípios tem força para operar transformações e recompor a moralidade no tecido cultural, pois a cultura desprovida de moralidade conduz a sociedade rumo a fracassos. Acirra disputas predatórias, acentua o desrespeito às instituições. Produz destruição pelas ações dos que se consideram “os donos da verdade”. Reconhecer o bem como princípio ético permite a cada indivíduo avaliar, prioritariamente, a própria interioridade, em vez de, sempre, julgar o outro. Estar atento ao próprio interior é dinâmica educativa indispensável.
         Fazer o bem e promover o bem são atitudes que dependem do cuidado com a dimensão interior, conquistando clareza de consciência. É preciso reconhecer o papel que se tem no mundo. Identificar também os parâmetros ideológicos que moldam a própria mentalidade, o que permite a cada pessoa fazer escolhas com mais lucidez. E todo cuidado é pouco no sentido de evitar impor ao outro, ou mesmo a instituições, certas perspectivas que são apenas convicções pessoais, traços da própria identidade, muitas vezes problemáticos. Quem age sem observar esses princípios distancia-se da tarefa de exercer nobre missão, prejudicando contextos pessoais, comunitários e institucionais.
         E é, especialmente, nas redes sociais que hoje se evidencia a necessidade de se cultivar o bem como princípio ético capaz de orientar todas as atitudes. O ambiente digital abre novas e bem-vindas possibilidades de interação, mas, ao mesmo tempo, torna-se verdadeiro “campo de batalha”. As recorrentes agressões, cada vez mais presentes na internet, obscurecem o caminho da verdade, inviabilizando o bem. Com frequência, indivíduos assumem falsa autoridade, apresentam-se como detentores da verdade, e sentem-se no direito de proferir vereditos. Porém, por ser incapazes de fazer distinções, promovem uma mistura que coloca, no mesmo quadrado, “ovelhas, bois e carneiros”, como se diz proverbialmente.
         Há um agravante a ser considerado: para muitas pessoas, falta formação humanística, ética e espiritual. São necessários investimentos para corrigir essa carência, para que todos possam oferecer contribuições relevantes às instituições e ao mundo. Se essa necessidade não for reconhecida, continuarão desvirtuados os sentidos intocáveis, no âmbito político, cultural e, muito gravemente, no contexto religioso, que não se pode deixar corromper, justamente por ser referência para a ética e a moralidade. Por isso mesmo, não basta apenas o grande volume de informações que circulam no planeta para construir um futuro melhor. É fundamental dedicar atenção ao desenvolvimento cognitivo de cada indivíduo, cultivando o princípio ético que inspira todos a fazermos o bem – e a fazer bem o que fazem.
         O horizonte pluralista do contexto contemporâneo permite à humanidade reconhecer e apontar para tudo, mas, ao mesmo tempo, não se comprometer com nada. Uma situação que precisa ser superada, pois o princípio ético alicerçado no bem convoca cada pessoa a tornar-se força transformadora que modela nova cultura. Essa cultura renovada, urgente, está exatamente na contramão de escolhas bizarras que assombram a sociedade e deterioram boas práticas. Passo decisivo para a requerida mudança é promover sempre o bem, dedicando-se a cumprir adequadamente as próprias tarefas e responsabilidades.
         Ajuda a moldar novas práticas e, consequentemente, constituir uma cultura renovada, deixar-se guiar por nobres princípios: promover sempre o bem, e fazer bem o que se faz. Não se deixar vencer pelo mal, mas vencer o mal com o bem. Reconhecer que é bom ser bom. Saber que o bem se promove com o bem. Esses princípios, se aprendidos, permitem superar o circuito vicioso formado por perversidades, inveja, incompreensões, descompromisso com referências fundamentais.
         Não se transforma a realidade buscando apenas os melhores índices da economia, nem só pela força da política, ou pela influência de confissões religiosas. Urgente é o despertar da consciência cidadã a partir do compromisso com a ética. É tempo de escrever, não em páginas de livros, mas no coração humano, a gramática da lei moral. Uma atitude prioritária para conquistar o desenvolvimento integral e configurar uma qualificada cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




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