“A importância do livro infantil
A leitura é um processo
cujo estímulo pode e deve ser introduzido no cotidiano, mesmo antes da alfabetização
formal. Antes mesmo da escola, a família é o principal lugar de aproximação com
a cultura escrita e, com certeza, o lugar privilegiado para possibilitar a
entrada no mundo mágico da leitura, especialmente a literária.
A
leitura infantil compartilhada, lida e relida e com pessoas que cercam a
criança de atenção e afeto, ajuda no desenvolvimento de habilidades como o
desenvolvimento da fala, criatividade, funções neurológicas da aprendizagem,
ampliação de vocabulário e, ainda, trabalha a capacidade de interpretação. Os
livros infantis promovem o conhecimento de forma lúdica, contribuindo, também,
para a memorização e relação de empatia com o objeto de estudo.
O Dia
Nacional do Livro Infantil, comemorado ontem, é uma homenagem ao escritor
Monteiro Lobato, nascido em 18 de abril de 1882, cuja obra mais conhecida é o
Sítio do Picapau Amarelo, focada no público infantojuvenil. A estória se passa
no sítio da Dona Benta, avó de Narizinho e Pedrinho, onde habitam criaturas
como o Visconde Sabugosa e a Cuca.
Os
livros infantis contemporâneos tratam de uma diversidade de temas humanos, e,
em sua forma e conteúdo, podem ajudar a formar pessoas mais plurais, com uma
visão ampliada de si mesma, da sociedade e do mundo em que vive. O hábito da
leitura a partir do estímulo familiar é, com certeza, fator que pode colocar as
crianças em uma situação superior de preparo para o mundo letrado.
Para
aquelas crianças que não encontram no ambiente familiar o local e situações
propícias ao aprendizado da leitura e da literatura, as bibliotecas escolares
passam a ser ainda mais fundamentais, pois representarão a primeira
oportunidade de letramento. Toda a estrutura física, o acervo, as atividades e
equipe da biblioteca escolar devem ser voltados para a recepção e imersão
daquelas crianças no mundo da leitura. Um bibliotecário bem preparado e
sensível a essa fase delicada de aproximação da criança com a leitura será
fundamental para articular recursos e atividades da biblioteca para encantar o
pequeno e promissor leitor, mas também garantir o aprendizado efetivo para que
ele se torne um leitor que usufrua do prazer da leitura com autonomia.
Algumas
pesquisas, como o estudo Retratos da Leitura, apontam que a população
brasileira tem baixa índice e de compra de livros. Ressalvado o conceito
restrito que a pesquisa dá ao termo leitor, esse resultado deve nos alertar
para a importância da educação de qualidade, que envolva o desenvolvimento
pleno de competências de leitura, e nisso as bibliotecas escolares têm um lugar
de alta relevância. Se a educação é uma das principais ferramentas para a
construção de um país melhor, o investimento em conhecimento é uma forma
inteligente de melhorar o futuro.
Muitos
que dizem “não gostar de ler” são, provavelmente, pessoas que não tiveram acesso
ao mundo da leitura e da literatura na infância, quando mais poderiam se
encantar e aprender. Pode ser que não tenham sido apresentadas da forma
adequada a esse universo, por meio de mediadores afetuosos e espaços propícios.
Ou, ainda, que não tiveram a oportunidade de se identificar com algum gênero
textual que despertasse o interesse pela leitura.
O
livro apresenta um enriquecimento da vida e ampliação do mundo do leitor,
desvendando culturas e realidades diferentes, dando acesso a experiências que
não poderiam ser realizadas no curto espaço de apenas uma vida. Mesmo a leitura
de entretenimento pode reduzir o estresse e estimular o cérebro, sem contar as
possibilidades da biblioterapia.
É
importante estimular a leitura desde a infância, pois ela pode ser libertadora
e auxiliar em todas as fases da vida. O acesso à leitura na infância é
fundamental na formação do leitor competente e crítico, habilidade
importantíssima no processo de aprendizado ao longo da vida. O princípio do
pensamento é a linguagem e a leitura é meio importante para se tornar um adulto
humanista, com vocabulário, imaginação e muitas experiências.”.
(MARÍLIA
PAIVA. Presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia – 6ª Região
(MG/ES), em artigo publicado no jornal ESTADO
DE MINAS, edição de 19 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e
que merece igualmente integral transcrição:
“O
que é a verdade?
Essa indagação feita
por Pilatos a Jesus, a quem julgava, é a reação de quem está desafiado a uma
compreensão que ultrapassa aparências e circunstâncias. Pilatos sabia que sua
função política não poderia jamais dispensar a verdade, mas, ao mesmo tempo,
ele representava e estava subordinado aos interesses de um imperador. O
governador Pilatos questionou Jesus: então, tu és rei? O Mestre, que falara
pouco antes sobre seu reino não ser deste mundo, confundiu o seu interlocutor
ao responder: tu dizes, eu sou rei. Nasce o confronto entre duas perspectivas
sobre reinado. Jesus ensina que, na lógica mundana, um reino se estabelece por
meio da imposição. Já o reino que “não é deste mundo” fundamenta-se na força da
verdade. A realeza de Cristo incomodou Pilatos e os poderosos da época. Por
isso, o governador questiona sobre o que é a verdade. Naquela época e ainda
hoje, a sociedade padece por não se orientar pelo que é verdadeiro.
O
caminho que leva a avanços sociais na direção da justiça e à maturidade na
vivência do amor é forjado nos parâmetros da verdade. Percorrer esse caminho
deve ser compromisso permanente, que se efetiva a partir do exercício cotidiano
da solidariedade. Sem se deixar tocar pelo amor e a verdade, o ser humano fica
fragilizado, não age nos parâmetros da civilidade, deixa-se cair no abismo das
polarizações irracionais e se sucumbe a outros males. Os resultados são
terríveis e humilhantes. Grupos e nações se fecham na mediocridade, cenários
que revelam a absoluta falta de entendimentos lúcidos se consolidam. Idolatrias
e hegemonias aprisionam pessoas na insensatez, incapacitando-as para reconhecer
o que, de fato, importa.
Ainda
assim, nesse contexto caótico, emergem também alguns sinais que são broto de
esperança. As atitudes dos que se dedicam ao bem se aproximam da verdade
testemunhada por Cristo, na sua corajosa e oblativa oferta ao morrer na cruz.
Essa proximidade com Cristo fecunda a competência humana para reconhecer o que
merece ser valorizado. Na outra margem está o hábito de substituir a verdade
pela mentira, arma dos covardes. Infelizmente muitos, de modo semelhante a
Pilatos, abrem mão da verdade e permitem, assim, que a sociedade continue a
naufragar no fracasso. Agem tomados pela força do medo.
Temem
a verdade que liberta, testemunhada por Ele, Cristo, Único Mestre, o Filho de
Deus. Pilatos poderia ter compreendido que há uma realeza muito além da que se
efetiva na ilusão de um poder dos cargos que se ocupa, de honras e vestes,
configurada e sustentada por um dinheiro que é fruto da mesquinha lógica. A
autêntica realeza, a de Cristo, se firma pela nobreza do serviço à vida, do
respeito reverente a cada pessoa. A verdade ensinada por Jesus, quando
aprendida, faz com que o ser humano se incomode com a atual configuração
civilizatória, manchada por diferentes e vergonhosas segregações, a exemplo do
abismo que separa pessoas muito ricas de uma grande maioria que sofre com a
extrema pobreza.
A
verdade que liberta vai além do mero conceito da sinceridade sobre o que se
pensa da realidade. Também vai além das relativizações que distanciam muitos do
que é real. Infelizmente, as pessoas buscam mascarar o que está diante de
todos, optando pela falsidade. Criam o hábito de recorrer, até inconscientemente,
à mentira. Há um antídoto para esse mal. Nesta Sexta-Feira da Paixão,
acompanhando os passos de Jesus rumo à crucifixão, cada um dedique-se ao
exercício de se revestir dos personagens que participam das diferentes cenas
detalhadas no Evangelho. São muitas pessoas, em diferentes situações, que
revelam as contradições humanas.
Ao
mesmo tempo, quando se fixa o olhar nele, Jesus, o Messias Salvador, homens e
mulheres são impulsionados a deixar brotar de seus lábios os ecos de uma
interpelação que vem da consciência: o que é a verdade? E a resposta surge na
presença e à luz dos gestos daquele que é a verdade e dela dá testemunho, o
Filho de Deus. A certeza do encontro com Ele é o caminho novo e a possibilidade
de novas respostas para os graves problemas que ameaçam a humanidade.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca
de 299,45% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,74%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é grande.
Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está
imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito
mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do
Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao
excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do
direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria
da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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