“Confiança
e cooperativismo: um contexto de sucesso
Vivemos um tempo em que
as pessoas e a sociedade como um todo clamam por instituições, autoridades e
gestões baseadas na transparência, na confiança e no bem comum. E esse é,
justamente, o tripé de atuação do cooperativismo. Sempre falamos com orgulho
sobre os valores, os princípios e a forma diferenciada de fazer negócios desse
segmento. Mas, muito mais inda nos orgulha o fato de atuarmos no ambiente de
cooperativas, que agregam tantas pessoas, tantos contextos e tantas realidades
locais, tendo a confiança como base direcionadora.
Confiança
é um bem intangível e imensurável, que deve ser cultivado, preservado, levado
adiante. Isso reverbera dentro do cooperativismo e vem, ano após ano,
impulsionando o crescimento do número de cooperados e os resultados do setor.
As pessoas confiam nas cooperativas e veem nelas a esperança para um futuro
melhor, com mais igualdade, dignidade, autonomia e justiça social.
O
presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, com frequência, reitera que o maior
armazém que o cooperativismo tem não é para guardar grãos, nem cofres para
guardar dinheiro, mas o grande e inabalável armazém do cooperativismo é o da
confiança. Atuamos em um segmento que tem a capacidade de despertar a confiança
das pessoas, mesmo em tempos tão difíceis, de individualismo e descrença.
Essa é
nossa maior conquista, o que mais nos enche os olhos e o que mais nos motiva.
As cooperativas são empreendimentos que geram empregos, resultados positivos e
que reúnem as melhores condições de negócios, aumentando a produtividade,
contribuindo para o desenvolvimento da economia local, regional, nacional e
mundial. Quanto orgulho temos por isso.
De
acordo com a Aliança Cooperativa Internacional, as 3 milhões de cooperativas na
Terra cooperam para o crescimento econômico e sustentável, gerando serviços
estáveis e de qualidade. Hoje, no mundo, elas empregam 280 milhões de pessoas,
ou seja, 10% da população está empregada em algum empreendimento cooperativo,
gerando um faturamento de US$ 2,1 trilhões, proporcionando a infraestrutura que
a sociedade precisa para prosperar.
Esses
resultados existem porque temos uma visão de longo prazo para o crescimento,
considerando a sustentabilidade para tudo e para todos. Estimulamos a cultura
da confiança entre as pessoas, além de representarmos uma força de trabalho
mais feliz e disposta para toda a sociedade. No cooperativismo, as atitudes
simples, a competência das pessoas, a seguridade dos serviços e produtos, a
transparência, o compromisso, a ética, o cumprimento de metas, a consistência
nas ações e relações são a confirmação de que sim, é possível prosperar mesmo
diante das incertezas, porque ainda temos e onde e em quem confiar. Disse João
Paulo II: “a confiança não se consegue por meio da força; nem mesmo se obtém
somente com declarações. Para construir a confiança são necessários gestos e
fatos concretos”, como demonstrado cotidianamente pelo cooperativismo.”.
(RONALDO
SCUCATO. Presidente do Sistema Ocemg, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de maio de
2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de ANTONIO
BENEDITO LOMBARDI, médico e professor de medicina da PUC Minas Betim,
professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:
“Um
desafio para todas as ciências
Não há como permanecer
calado em relação a uma série de notícias polêmicas. É difícil até escolher por
qual delas deve-se começar um reflexão. Vejamos, por exemplo, as notícias sobre
a oferta de cursos de medicina e das ciências humanas e sociais. Durante
algumas décadas fazendo pediatria, conheci muito de perto doenças infantis
associadas às condições socioeconômicas. Posso citar a desnutrição, as
gastroenterites, a desidratação, as pneumonias, as parasitoses intestinais, as
doenças infectocontagiosas, entre elas, a tuberculose, a sífilis, o tétano, a
difteria, a coqueluche, o sarampo, a paralisia infantil e muitas outras.
Testemunhei,
assim, como médico formado em 1975, que no último quarto do século passado os
hospitais pediátricos viviam lotados. A mortalidade nos primeiros anos de vida
era muito alta. Os transtornos emocionais, comportamentais e de aprendizagem também
eram muito comuns, porém, se escondiam atrás das doenças prevalentes. Na
maioria desses casos o pano de fundo era sempre o mesmo, ou seja, fatores
sociais adoeciam e matavam milhares de crianças. Muitas vezes doenças
associadas primordialmente com a indiferença humana sempre muito presente
nesses cinco séculos da formação da sociedade brasileira. Leituras de história,
geografia, sociologia, direito, filosofia me ajudaram nessa compreensão. Graças
a elas descontruí paradigmas que norteavam o entendimento equivocado que tinha
sobre o desenvolvimento humano neste país.
Nessas
décadas do século atual, diferentemente, os impactados já não são crianças
pequenas e, sim, milhares de adolescentes e adultos jovens. Hoje, convivemos
com o estresse, a obesidade, a depressão, a automutilação, o suicídio, o abuso
de drogas, a violência, o aprisionamento, a mortalidade alta de adolescentes e
de adultos jovens e com a dengue. Essencialmente, entretanto, os fatores
causais continuam os mesmos.
Isso
ocorre porque falta neste país a aplicação consistente de medidas fundamentadas
em conceitos de filosofia, como a razão e a lógica, a ética, a reflexão, da
antropologia e sociologia, que orientam a organização e o funcionamento das
sociedades humanas saudáveis; do direito, como os conceitos de justiça e de
cidadania implícitos na Declaração Universal dos Direitos Humanos; das ciências
da religião, como espiritualidade, fraternidade, solidariedade e, por fim,
conceitos da psicologia e psicanálise relacionados à subjetividade, ao
altruísmo, à compreensão das emoções básicas, à construção da personalidade e
às origens da indiferença, da agressividade, da perversidade. São conceitos que
uma vez garantidos na formulação dos textos das políticas públicas e na postura
ética da governança (Executivo, Legislativo, Judiciário, e mais economia,
agricultura, meio ambiente, educação, saúde, desenvolvimento social, justiça,
segurança pública etc.) contribuem para melhorar os seres humanos e as
sociedades. É tempo, portanto, da valorização da universidade e potencialização
da produção dos conhecimentos e socialização perseverante dos mesmos até
alcançar o cidadão onde ele estiver.
Por
fim, propositadamente, cabe aqui recorrer a uma história sobre crianças que,
desesperadas, desciam continuamente rio abaixo lutando contra a correnteza. As
pessoas consternadas procuram retirá-las do rio até que uma delas decidiu ir
rio acima para tentar descobrir o que estava acontecendo. Na verdade elas
estavam sendo jogadas no rio.
Como
na história acima, além de tentarmos cuidar das crianças e adolescentes, muitas
vezes impactados biopsicossocialmente, que lutam cotidianamente contra as
experiências adversas, é preciso erradicar as causas que levam a esse quadro
preocupante. Certamente que essa não é uma missão unicamente das “ciências da
saúde” e sim de todas as “ciências”, por meio das ações transdisciplinares e
integradas a curto, médio e longo prazo.
Há um
abismo estarrecedor entre o ritmo das decisões políticas e a implementação das
intervenções sociais. A tragédia social no Brasil é grave, não pode esperar
mais, exige ações urgentes.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de
299,45% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou em históricos 322,74%; e já o IPCA, em abril,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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