segunda-feira, 6 de maio de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS CLAMORES DA CASA COMUM E OS ILUMINADOS CAMINHOS DA ALEGRIA NA SUSTENTABILIDADE


“O meio ambiente está gritando por socorro
        Vivemos a era da tecnologia, da informática... o mundo não se aquieta, as evoluções e revoluções ocorrem na velocidade da luz. Entretanto, até hoje, o ser humano ainda não conseguiu perceber a importância da natureza, que, continuamente, sofre as agressões e o repúdio  egoísta dos seres racionais.
         O ser humano lida de uma forma predatória e inconsequente com as questões ambientais. Praticamente, em todo o processo de aglomeração de indivíduos, na maioria desorganizadamente, o grande malefício é depositado na natureza. Ela é obrigada a absorver toda e qualquer ação humana.
         Em pleno século 21, a discussão sobre a importância dos cuidados com o meio ambiente já deveria estar ultrapassada. Viver sustentavelmente deveria fazer parte da nossa rotina, mas, infelizmente, não é isso que vemos. Aos poucos, estamos poluindo tudo, dizimando nossa própria fonte de existência.
         As águas que consumimos repletas de cloro, o ar de diversos poluentes, na maioria tóxicos para a respiração humana, e as terras tornando-se inférteis ou contaminadas por agrotóxicos. E nós no meio disso tudo, vendo as coisas acontecerem, reclamando na maioria dos casos e inertes, como se os problemas também não fossem nossos.
         A importância da natureza em nossa vida é indizível. Sem ela, com certeza, não existiria vida sobre a Terra e os humanos, acredito eu, entrariam em extinção. No equilíbrio ambiental encontra-se a perpetuação da vida, a manutenção da própria espécie com qualidade de vida.
         Imaginemos um caso hipotético: como seria o planeta se, neste instante, por um toque de mágica, todos os humanos desaparecessem? Agora, pensemos o contrário: o que seria dos seres humanos se todos os animais e plantas, pelo mesmo toque de mágica, simplesmente sumissem? Acredito que o planeta não sentiria nenhuma falta nossa, já o contrário não diria o mesmo. Ou você, que está lendo este texto, pensa diferente?
         Claro que não quero ser fatalista, mas precisamos repensar nossa relação com as questões ambientais. Ter conforto proveniente das conquistas e avanços tecnológicos é algo que todos nós queremos, todavia, torna-se urgente pensar em formas alternativas para continuar vivendo assim. Alimentar uma cadeia de consumismo que mais parece uma bomba-relógio planetária não deveria ser uma ação de um ser pensante, que se diz racional.
         É dever de todos nós idosos, adultos, jovens e crianças proteger a natureza. É preciso reverter este quadro de insanidade ambiental. Precisamos assumir a responsabilidade e a consciência da transmissão, para outras gerações, de um mundo mais sadio, equilibrado, portanto, de um mundo voltado para uma educação na qual as crianças sintam o prazer e a necessidade da preservação do próprio planeta, nossa casa comum.
         É preciso saber e querer cuidar da natureza, na mesma proporção que ela sabe cuidar de cada um de nós.”.

(WALBER GONÇALVES DE SOUZA. Professor e escritor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Via da alegria
        Marcado pela alegria da ressurreição de Jesus, vive-se o especial tempo da Páscoa. Singular oportunidade para vencer tristezas, decepções, desencontros que obscurecem o reconhecimento do sentido da vida, essencialmente destinada à experiência da alegria. Isso porque o coração humano não consegue manter-se saudável quando se deixa ocupar pelo mal. Referencial é a experiência dos primeiros discípulos de Jesus, que ficaram envoltos em trevas da decepção e da tristeza, mas reencontraram o caminho da esperança. Um movimento de conversão que, ainda hoje, deve inspirar cada pessoa, quando adoecimentos graves da interioridade incidem na vida pessoal e no desempenho cidadão. A cura passa por uma transformação radical, a partir da força da alegria, alavanca para levantar o caído, recuperar o doente, amparar o desolado, sustentar qualificada presença no contexto de famílias, instituições, religiões. E os evangelhos são claros ao indicar a fonte que sustenta o coração dos discípulos: eles se alegraram por ver o Senhor.
         A palavra de Deus descreve com riqueza de detalhes esse momento: olhos entumecidos com lágrimas de alegria ao verem o Senhor ressuscitado. Assim, as portas fechadas pelo medo, onde se encontravam trancados os discípulos envolvidos pela tristeza, se escancararam. Neles foi infundida a força maior que vem da presença do Cristo vivo e a alegria duradoura e verdadeira do amor. Renovados, os discípulos saíram mundo afora, com inigualável disposição, para anunciar a boa-nova. Suportaram até mesmo o martírio, fiéis à missão de entrelaçar vidas e corações, oferecendo a todos a oportunidade para também beberem nesta fonte de amor – a presença do Cristo vivo e vitorioso. E, assim, os discípulos conseguiram apresentar ao mundo o caminho: a verdade, o amor e a fé – a via da alegria.
         Mas muitos, em busca de felicidade, pegam o caminho equivocado. Seguem itinerários aparentemente fáceis que levam apenas à superficialidade. Acabam por sucumbir diante do vazio existencial e, não raramente, desistem de viver. Consequentemente, tantos jovens, crianças e até mesmo pessoas amadurecidas tornam-se incapazes de reconhecer a vida como dom. Uma grave situação, que resulta dos modos inapropriados de se procurar a alegria, a felicidade, a partir das lógicas de uma sociedade consumista: prioriza-se o que é fugaz e superficial, relativizam-se valores absolutos. Opção perigosa que conduz a frustrações e, consequentemente, cria o ambiente propício para as diferentes formas de violências. A própria vida, que deve ser respeitada e defendida desde o momento primeiro, na fecundação, até o último, com o declínio natural, é desconsiderada. Ignora-se a sua sacralidade.
         Com isso, ao invés da desejada aproximação, há progressivo distanciamento da via da alegria. E um ciclo perverso se estabelece, marcado pela falta de ideias nobres capazes de solucionar problemas contemporâneos, garantir mais civilidade e desenvolvimento integral para toda a sociedade. Vale recordar o que diz o papa Francisco, na abertura de exortação apostólica, sobre o anúncio do evangelho no mundo atual: “A alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Todos que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria.”
         Há, pois, uma via da alegria que se renova e se comunica. O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, sublinha o papa Francisco, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, cada vez mais habituado à busca desordenada de prazeres superficiais e a uma consciência que enjaula o ser humano no isolamento. As pessoas não podem se aprisionar aos próprios interesses, incapacitando-se para enxergar o outro, o pobre, para ouvir a voz de Deus e experimentar a doce alegria de seu amor, deixando esfriar o entusiasmo para fazer o bem, adverte o papa Francisco.
         É preciso que todos tomem consciência: o coração tem uma via da alegria, que ultrapassa as simples sensações ou as afinidades a partir de interesses de determinados grupos. O alicerce da autêntica felicidade é o profundo e respeitoso sentido da vida, construído a partir do reconhecimento do inestimável valor de cada pessoa. Infelizmente, o mundo contemporâneo parece estar na contramão da autêntica via da alegria. Sem reconhecer o valor do outro, especialmente dos que enfrentam a pobreza, a humanidade aproxima-se do colapso. E é preciso aproveitar este tempo da Páscoa para a necessária transformação humana. O Filho amado de Deus-Pai se oferece na cruz, morre e ressuscita pela salvação do mundo – é a vitória da vida sobre a morte. Um acontecimento que deve inspirar, em todos os lugares, as amizades solidárias, educando, principalmente, crianças e jovens para o compromisso com a sociedade e o bem comum; para a cultura da vida, capaz de transformar ambientes de violência com suas tristes histórias, suicídios, homicídios e delinquências.
         Não bastam mudanças na economia ou nos sistemas para se alcançar felicidade duradoura. Conhecer e seguir Cristo, a partir de uma espiritualidade que se desdobra em caridade, altruísmo e qualificado exercício da cidadania, é que permite conectar o coração humano, permanentemente, com a verdadeira via da alegria.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 299,45% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,74%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   

 

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