sexta-feira, 7 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS NOVOS E DESAFIANTES HORIZONTES DA TECNOLOGIA E A LUZ DAS HISTÓRICAS TRANSFORMAÇÕES DA ESCOLA NA SUSTENTABILIDADE


“Até onde irá a tecnologia?
        A velocidade da evolução tecnológica que vivemos hoje é espantosa. A impressão é que esse crescimento exponencial não terá fim, dada a diversidade de aplicações e as crescentes demandas que surgem a cada momento.
         Do uso militar à mobilidade, os softwares, sistemas e aplicativos vêm melhorando a performance do que podemos chamar de hardwares tradicionais, vide o caso de – hoje grandes – empresas como Uber, Airbnb, Trivago e Yellow. Hoje, os carros são compartilhados e utilizados de uma forma totalmente diferente de 10 anos atrás; apartamentos e casa concorrem com hotéis por hóspedes; a antiga loja de bicicletas não vende tantas bicicletas como antigamente porque em praticamente toda esquina você encontra uma compartilhável.
         Não enxergamos claramente o que vem primeiro. É a mudança dos hábitos que direciona as tecnologias ou são as novas tecnologias que mudam os nossos hábitos? Há cinco anos, por exemplo, eu não me imaginava viver sem carro. Há três anos, vivo muito feliz sem esse “estorvo” na minha vida. Essa mudança de hábito e cultura, já que fui doutrinado desde pequeno a ter um belo carro, só foi possível graças às evoluções tecnológicas.
         Estamos vivendo uma transformação da sociedade de consumo, no que tange à obtenção de bens, transformação que permeia todas as camadas da sociedade e todos os segmentos da economia. A relação “ter X usar” nunca foi tão pensada e aplicada. O uso e a qualidade da experiência do usuário hoje têm mais apelo do que o simples fato dele possuir algo.
         Essa transformação não é diferente no mercado imobiliário, um segmento até então ultraconservador e, diga-se de passagem, de baixíssima evolução tecnológica no Brasil. Hoje, um grande incorporador ou construtor é uma espécie de vendedor/fabricante de hardwares antiquados, robustos e quase sempre incapazes de se adequar às velozes evoluções que estamos vivendo.
         As mudanças de hábitos, norteados ou não pelas tecnologias, começam a transformar a forma de conceber os edifícios e a cidade. Como sou arquiteto e respondo pela concepção, viabilidade e projeto de vários empreendimentos pela cidade, vejo constantemente a necessidade de transformação do segmento que impacta totalmente a criação de um produto imobiliário.
         Em relação ao carro, à vaga e aos estacionamentos, por exemplo, além da mudança de comportamento, os custos da área construída e a menor pressão dos compradores e locatários por um número grande de vagas nos edifícios e locais públicos mudaram as relações dos construtores. Há também mais bicicletas e patinetes nas ruas, ciclovias e maior uso de transporte coletivo.
         Sobre a relação Compartilhar X Usar X Ter, destaco aspectos como lavanderia, academia e equipamentos como quadras, sauna e piscinas, já que os empreendimentos começaram a migrar para o modelo de espaços compartilhados ou mesmo para operações comerciais nos embasamentos dos empreendimentos. Ninguém mais quer arcar com a ociosidade e manutenção e as pessoas preferem pagar pelo uso, buscando custos fixos menores.
         Além disso, as pessoas têm preferido viver e trabalhar de forma compacta, com acesso à infraestrutura urbana, áreas menores e otimizadas com o intuito de baratear o custo das unidades. Os produtos comerciais também estão sofrendo profundas transformações com grandes torres corporativas perdendo espaço na preferencia para os escritórios compartilhados.
         Enfim, ainda assim, o modo de vida humano, ao longo de milênios, pouco evoluiu nos aspectos do abrigo, da morada. Há sempre o foco na questão de determinar ambientes, para determinados usos e seus produtos, com seus utensílios específicos e uma gama enorme de “coisas”. O que quis mostrar é que estamos entrando em uma era em que essas “coisas” já não têm tanto valor. O que terá grande significância daqui para frente será o uso e as experiências e os ambientes serão suportes transitórios para isso.”.

(ALEXANDRE NAGAZAWA. Arquiteto urbanista, sócio-diretor da Bloc Arquitetura, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de maio de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de EUDÁSIO CAVALCANTE MELO, professor, graduado em filosofia e pós-graduado em história, psicopedagogia, gestão educacional e médias na educação, e que merece igualmente integral transcrição:

“A educação pela história
        Para entendermos um pouco o sentido da educação, gostaria de iniciar este artigo levantando uma questão um tanto instigante: nascemos humanos ou nos tornamos humanos? Somos seres pré-determinados ou nos determinamos ao longo da vida? Existem defensores de ambas as teses. As respostas giram em torno da ideia de que ora fazemos parte de um projeto pensado por um ser superior definido previamente, ora somos resultado de um projeto pensado e construído na individualidade de cada pessoa, como teorizam os existencialistas. Quis aqui apenas fazer uma provocação, mas não é este o propósito inicial para a produção deste artigo, e sim o de entendermos o ser humano como resultado de um processo formativo que chamamos de educação, e esse processo ocorreu antes e ocorre hoje de forma intencional dentro das diferentes comunidades humanas de acordo com sua organização sociopolítica e econômica.
         Entre as civilizações antigas, nessa perspectiva, podemos destacar a civilização grega, que com a sua Paideia revolucionou a educação. Nasce a filosofia, que destaca a importância do conhecimento na condução da vida humana. Aqui encontramos as primeiras academias como forma embrionária do que hoje conhecemos como escola. E também os primeiros grupos humanos que se reuniam em defesa de uma ideia ou de uma causa, que tiveram como referências nada mais, nada menos educadores como Sócrates, Plantão, Aristóteles e tantos outros. A partir desses referenciais a construção de uma única ideia: preparar o ser humano para a vida como condição norteadora na condução do exercício da cidadania.
         Continuando com esta viagem educativa, uma breve parada na medievalidade da história. A educação então apresenta um formato diferente, novo ingrediente: o pensamento cristão. O homem recebe uma formação cujo princípio fundamental era a obediência àquilo que a Igreja, como representante do poder divino, pregava. Uma sociedade cuja preocupação maior era a salvação da alma. A classe intelectual, na sua maioria, bem como toda a produção do conhecimento, estava sob o controle da Igreja Católica. O pensar independente torna-se algo perigoso.
         Mas é dentro desse contexto que surgem as primeiras universidades, sob a coordenação e vigilância da Igreja. A questão continua: mais fé ou mais razão? Uma grande tempestade intelectual está prestes a acontecer. A Terra perde o seu trono e o Sol assume de forma soberana a centralidade universal. Uma nova visão de mundo emergente. A razão volta a ocupar lugar de destaque na produção do conhecimento. Nasce a ciência como resultado do domínio humano sobre a natureza.
         Um novo mundo, nova história. Academia, liceu, escola tradicional, profissionalizante, técnica, tecnológica. Essas são faces diferentes da educação em seu percurso histórico. A escola contemporânea está inserida numa grande explosão tecnológica/revolucionária que mudou o rumo da humanidade. Com os instrumentos da nova cultura tecnológica, o homem é mais máquina, menos homem.
         Na educação, mudanças significativas. A princípio, a impressão de mudança de foco; algumas escolas têm preocupação exacerbada em manter uma estatística elevada com relação ao índice de aprovação, em detrimento da formação humana mais consistente que prepare melhor o aluno para a vida. Uma nova relação entre professor/aluno dá um tom diferente no processo ensino/aprendizagem, instituindo-se uma horizontalidade, sobretudo no desenvolvimento e fortalecimento da ideia do protagonismo do aluno na aprendizagem, o que é muito positivo. Há uma maior aproximação entre gestores com os demais segmentos da comunidade escolar.
         Porém, dentro desse quadro desafiante, a escola não pode perder a sua autonomia, ainda que precise dar autonomia àqueles que colaboram para a sua sobrevivência dentro dessa nova realidade. A escola, porém, não pode permitir que vozes exteriores a ela ditem normas de como deve ser conduzido o processo educativo com verbos conjugados na primeira pessoa, mas, sim, criar possibilidades para que o nós prevaleça sempre.
         A escola moderna deve exercer o papel de condutora e não de controladora no processo ensino/aprendizagem, bem como deve provocar mudanças necessárias em vista da contribuição de novos paradigmas que lhe dê sustentabilidade na missão de educar. Com pessoas livres e conscientes de que a verdadeira educação acontece quando todos os segmentos convergem para um único ponto: o futuro do ser humano. Portanto, educar é gerar provocação que resultará num movimento de expansão intelectual. Se a nossa prática, através da nossa fala, não provocar esse movimento, a nossa fala será vazia e estéril.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
   




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