(Julho
= mês 33; faltam 137 meses para a Primavera Brasileira)
“Oceano
de possibilidades
Quando falamos de oceano,
costumamos ser levados a momentos de alegria e bem-estar, como mergulho entre
as ondas, caminhadas à beira da praia, brincadeiras na areia ou viagens.
Contudo, os oceanos nos oferecem benefícios que vão além da zona costeira, em
uma rede socioambiental, cultural e econômica que está atrelada ao nosso
cotidiano. É por essa razão que a Organização das Nações Unidas (ONU)
estabeleceu o período de 2021 a 2030 como a Década dos Oceanos, com o objetivo
de ampliar a cooperação internacional em pesquisa para promover a preservação
dos mares e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras.
A maior
parte da biodiversidade do planeta está no oceano, que nos oferece inúmeros
recursos para o modelo de vida que temos hoje, como lazer, pesca, petróleo e
energias renováveis. Na área da saúde, pesquisas revelam que a proximidade com
atua na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar. Reconhecer a variedade
e a importância dos serviços ecossistêmicos marinhos nos traz maior clareza
sobre como somos beneficiados pelos mares.
O oceano
também regula o clima do nosso planeta – tanto na zona costeira como nas áreas
continentais –, sendo um dos principais responsáveis por isso. Alterações nas
condições oceano-climáticas geram efeitos ambientais e socioeconômicos. Provocam
o aumento de eventos climáticos extremos, variações de temperatura, a
prolongação de períodos de seca e chuvas, o aumento do nível do mar e a
acidificação dos oceanos.
Contudo,
a exploração desses serviços nem sempre se dá de forma sustentável e gera
múltiplos impactos. A ponta desse iceberg é o acúmulo de lixo no mar, que
mostra como as ações humanas podem degradar o ambiente. A poluição marinha
inclui, ainda tudo o que vai para o esgoto sem o devido tratamento, como
medicamentos e produtos de limpeza, além de derramamentos de óleo e compostos
químicos. Somam-se a esse cenário, a sobrepesca comercial, a ocupação irregular
da região costeira, a destruição de hábitats e o turismo desordenado.
A
pesquisa, muitas vezes reconhecida apenas como geração de conhecimento, tem
papel essencial na formação de cidadãos conscientes. Da mesma forma, a
oceanografia e outras ciências devem ser usadas pelo poder público como
subsídio para políticas públicas e tomada de decisão em busca do
desenvolvimento sustentável.
Devemos
incorporar novos hábitos, além de propor e acompanhar mudanças. Quando somadas,
pequenas ações locais vão gerar impactos positivos em escalas nacionais e
globais, garantindo o oceano que precisamos para o futuro que queremos.”.
(MALU NUNES,
engenheira florestal, mestre em conservação e diretora-executiva da Fundação
Grupo Boticário de Proteção à Natureza; RONALDO
CHRISTOFOLETTI, biólogo, doutor em zootecnia, professor da Universidade
Federal de São Paulo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da
Natureza, e, VINICIUS GRUNBERG LINDOSO,
coordenador de comunicação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da
Unesco, em artigo publicado no jornal ESTADO
DE MINAS, edição de 23 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição,
caderno INTERNACIONAL, página 11, de
autoria de PAULO DELGADO, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Armadilhas
do baixo crescimento
Sempre que insistimos em
desconhecer os desafios da realidade mundial ficamos um pouco mais pobres.
Negar de tudo que é realidade sempre estimulou reflexões pouco certeiras. Em
relação ao capitalismo e sua força, por exemplo, dizendo que a riqueza e o
lucro são ruins e de direita. Agora, vem o discurso de direita, dizendo que
calor, CO2 e direitos humanos são mentiras de esquerda. Aliás, a organização do
mundo por ideologia cultural e mística é um circo montado para que as pessoas
se esqueçam do que realmente está em jogo.
Saber o
papel da ignorância na compreensão das coisas e qual a força do atraso de quem
quer desestruturar a ordem institucional e científica do mundo por razões
ideológicas ou políticas é fundamental. Uma das características mais duradouras
encontradas em pesquisas de opinião nas democracias do mundo é o estarrecedor
desconhecimento que as pessoas têm sobre assuntos que são pautas de políticas a
serem decididas. Desconhecimento no sentido de incompreensão, falta de
conhecimento. Não que as pessoas não tenham ouvido falar e até tenham opinião a
respeito, mas simplesmente que elas não estão suficientemente informadas.
Evidente
que existe um componente educacional, mas essa falta de conhecimento vai de
analfabeto a doutor. Algo compreensível, já que boa parte dos assuntos são
específicos e mesmo quem estudou ou vivenciou muito um tema nem sempre está
melhor equipado para julgar um assunto de uma área alheia. Como a maioria dos
britânicos não sabiam da importância da União Europeia (UE) para o país.
O que
explica muito o Brexit, por exemplo, é que de todos os países da UE, a
Inglaterra é a que pior avalia o grupo desde sempre. Foi o único país da UE que
em todos os anos, de 2001 a 2018, mostrou que mais de 50% da população não
confiava na UE. Ou seja, terreno fértil para se semear a discórdia. Enquanto
isso, a população da maioria dos países do grupo diz confiar mais na UE do que
nas instituições de representação nacionais. Os britânicos, pós Thatcher,
desconfiam de ambas.
Considerando
que desconhecer é a regra, a opção pela moderação e uma opinião de centro é uma
boa sabedoria. Um ponto de partida. Pouca gente se dá realmente ao trabalho de
entender um tema a fundo, ouvir todos os argumentos, refletir, fazer as contas.
Assimetria de informação é algo muito real e presente. Grande parte das vezes
custa muito ter as informações certas. Por isso, na dúvida, o meio. Melhor
regular a vida com mão leve.
Aqui que
está o problema atual. As pessoas estão fugindo do meio. Estão indo para as
beiradas. Ou melhor elas estão sendo expulsas do centro, ou atraídas – através
da coação – para os extremos. Isso é um fenômeno mundial nas democracias. O
pior da polarização.
O
problema é que pautar sua opinião de forma constante e polarizada não é
natural. Uma hipótese é que o ser humano evoluiu privilegiando a sensatez. A
pessoa que não se interessa muito sobre um assunto e decide não aderir a
nenhuma opinião extrema a respeito é uma sábia. Ela tem mais chances de
sobreviver no quadro geral da vida, porque vai errar menos.
Uma
segunda hipótese é que a despeito da sabedoria do caminho do meio imperar ao
longo da história, ela não permite grandes mudanças que alguns desejam ver em
vida. o anseio por sentir-se parte de um grande momento transformador é
cativante. Grandes mudanças de curso são naturalmente arriscadas. Por isso não
são propostas nem lideradas por sábios.
Como
apontado por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, o Brexit foi uma
vacina sobre o deslumbrado desejo de mudança radical dos destruidores de
instituições. Ainda é cedo para dizer se a vacina chega à próxima eleição. Por
isso, o crescimento dos partidos verdes no Parlamento Europeu é um ótimo alerta
para quem prega o discurso obscuro que nega o problema das mudanças climáticas.
É prejuízo certo aos interesses da agricultura de países com pretensão de
entrar de forma positiva no comércio com a OCDE.
O mundo
vem balançando “fora da curva” da razoabilidade. Está visivelmente
desequilibrado. A briga dos EUA com a China pelos cercamentos da tecnologia de
informação e comunicação; a ganância sem fim que o petróleo segue impondo ao
Oriente Médio; a possibilidade crescente de a China enfrentar de forma heroica
seu lugar no mundo; os EUA dando empurrões inconvenientes na economia pelos
quatro cantos do planeta; a Europa enfraquecida por seus antagonistas e pela
falta de coragem de assumir uma união fiscal no bloco e liderar o mundo para a
paz; a armadilha do baixo crescimento que tomou conta da América Latina e do
Brasil. (Com Henrique Delgado).”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de
299,78% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação,
saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e,
assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia
federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura,
além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências
do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações,
da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental,
com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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