segunda-feira, 1 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DO OCEANO DE POSSIBILIDADES E AS ARMADILHAS E POTENCIALIDADES DO DESENVOLVIMENTO NA SUSTENTABILIDADE (33/137)


(Julho = mês 33; faltam 137 meses para a Primavera Brasileira)

“Oceano de possibilidades
        Quando falamos de oceano, costumamos ser levados a momentos de alegria e bem-estar, como mergulho entre as ondas, caminhadas à beira da praia, brincadeiras na areia ou viagens. Contudo, os oceanos nos oferecem benefícios que vão além da zona costeira, em uma rede socioambiental, cultural e econômica que está atrelada ao nosso cotidiano. É por essa razão que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o período de 2021 a 2030 como a Década dos Oceanos, com o objetivo de ampliar a cooperação internacional em pesquisa para promover a preservação dos mares e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras.
         A maior parte da biodiversidade do planeta está no oceano, que nos oferece inúmeros recursos para o modelo de vida que temos hoje, como lazer, pesca, petróleo e energias renováveis. Na área da saúde, pesquisas revelam que a proximidade com atua na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar. Reconhecer a variedade e a importância dos serviços ecossistêmicos marinhos nos traz maior clareza sobre como somos beneficiados pelos mares.
         O oceano também regula o clima do nosso planeta – tanto na zona costeira como nas áreas continentais –, sendo um dos principais responsáveis por isso. Alterações nas condições oceano-climáticas geram efeitos ambientais e socioeconômicos. Provocam o aumento de eventos climáticos extremos, variações de temperatura, a prolongação de períodos de seca e chuvas, o aumento do nível do mar e a acidificação dos oceanos.
         Contudo, a exploração desses serviços nem sempre se dá de forma sustentável e gera múltiplos impactos. A ponta desse iceberg é o acúmulo de lixo no mar, que mostra como as ações humanas podem degradar o ambiente. A poluição marinha inclui, ainda tudo o que vai para o esgoto sem o devido tratamento, como medicamentos e produtos de limpeza, além de derramamentos de óleo e compostos químicos. Somam-se a esse cenário, a sobrepesca comercial, a ocupação irregular da região costeira, a destruição de hábitats e o turismo desordenado.
         A pesquisa, muitas vezes reconhecida apenas como geração de conhecimento, tem papel essencial na formação de cidadãos conscientes. Da mesma forma, a oceanografia e outras ciências devem ser usadas pelo poder público como subsídio para políticas públicas e tomada de decisão em busca do desenvolvimento sustentável.
         Devemos incorporar novos hábitos, além de propor e acompanhar mudanças. Quando somadas, pequenas ações locais vão gerar impactos positivos em escalas nacionais e globais, garantindo o oceano que precisamos para o futuro que queremos.”.

(MALU NUNES, engenheira florestal, mestre em conservação e diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza; RONALDO CHRISTOFOLETTI, biólogo, doutor em zootecnia, professor da Universidade Federal de São Paulo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, e, VINICIUS GRUNBERG LINDOSO, coordenador de comunicação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno INTERNACIONAL, página 11, de autoria de PAULO DELGADO, e que merece igualmente integral transcrição:

“Armadilhas do baixo crescimento
        Sempre que insistimos em desconhecer os desafios da realidade mundial ficamos um pouco mais pobres. Negar de tudo que é realidade sempre estimulou reflexões pouco certeiras. Em relação ao capitalismo e sua força, por exemplo, dizendo que a riqueza e o lucro são ruins e de direita. Agora, vem o discurso de direita, dizendo que calor, CO2 e direitos humanos são mentiras de esquerda. Aliás, a organização do mundo por ideologia cultural e mística é um circo montado para que as pessoas se esqueçam do que realmente está em jogo.
         Saber o papel da ignorância na compreensão das coisas e qual a força do atraso de quem quer desestruturar a ordem institucional e científica do mundo por razões ideológicas ou políticas é fundamental. Uma das características mais duradouras encontradas em pesquisas de opinião nas democracias do mundo é o estarrecedor desconhecimento que as pessoas têm sobre assuntos que são pautas de políticas a serem decididas. Desconhecimento no sentido de incompreensão, falta de conhecimento. Não que as pessoas não tenham ouvido falar e até tenham opinião a respeito, mas simplesmente que elas não estão suficientemente informadas.
         Evidente que existe um componente educacional, mas essa falta de conhecimento vai de analfabeto a doutor. Algo compreensível, já que boa parte dos assuntos são específicos e mesmo quem estudou ou vivenciou muito um tema nem sempre está melhor equipado para julgar um assunto de uma área alheia. Como a maioria dos britânicos não sabiam da importância da União Europeia (UE) para o país.
         O que explica muito o Brexit, por exemplo, é que de todos os países da UE, a Inglaterra é a que pior avalia o grupo desde sempre. Foi o único país da UE que em todos os anos, de 2001 a 2018, mostrou que mais de 50% da população não confiava na UE. Ou seja, terreno fértil para se semear a discórdia. Enquanto isso, a população da maioria dos países do grupo diz confiar mais na UE do que nas instituições de representação nacionais. Os britânicos, pós Thatcher, desconfiam de ambas.
         Considerando que desconhecer é a regra, a opção pela moderação e uma opinião de centro é uma boa sabedoria. Um ponto de partida. Pouca gente se dá realmente ao trabalho de entender um tema a fundo, ouvir todos os argumentos, refletir, fazer as contas. Assimetria de informação é algo muito real e presente. Grande parte das vezes custa muito ter as informações certas. Por isso, na dúvida, o meio. Melhor regular a vida com mão leve.
         Aqui que está o problema atual. As pessoas estão fugindo do meio. Estão indo para as beiradas. Ou melhor elas estão sendo expulsas do centro, ou atraídas – através da coação – para os extremos. Isso é um fenômeno mundial nas democracias. O pior da polarização.
         O problema é que pautar sua opinião de forma constante e polarizada não é natural. Uma hipótese é que o ser humano evoluiu privilegiando a sensatez. A pessoa que não se interessa muito sobre um assunto e decide não aderir a nenhuma opinião extrema a respeito é uma sábia. Ela tem mais chances de sobreviver no quadro geral da vida, porque vai errar menos.
         Uma segunda hipótese é que a despeito da sabedoria do caminho do meio imperar ao longo da história, ela não permite grandes mudanças que alguns desejam ver em vida. o anseio por sentir-se parte de um grande momento transformador é cativante. Grandes mudanças de curso são naturalmente arriscadas. Por isso não são propostas nem lideradas por sábios.
         Como apontado por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, o Brexit foi uma vacina sobre o deslumbrado desejo de mudança radical dos destruidores de instituições. Ainda é cedo para dizer se a vacina chega à próxima eleição. Por isso, o crescimento dos partidos verdes no Parlamento Europeu é um ótimo alerta para quem prega o discurso obscuro que nega o problema das mudanças climáticas. É prejuízo certo aos interesses da agricultura de países com pretensão de entrar de forma positiva no comércio com a OCDE.
         O mundo vem balançando “fora da curva” da razoabilidade. Está visivelmente desequilibrado. A briga dos EUA com a China pelos cercamentos da tecnologia de informação e comunicação; a ganância sem fim que o petróleo segue impondo ao Oriente Médio; a possibilidade crescente de a China enfrentar de forma heroica seu lugar no mundo; os EUA dando empurrões inconvenientes na economia pelos quatro cantos do planeta; a Europa enfraquecida por seus antagonistas e pela falta de coragem de assumir uma união fiscal no bloco e liderar o mundo para a paz; a armadilha do baixo crescimento que tomou conta da América Latina e do Brasil. (Com Henrique Delgado).”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




  

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