quarta-feira, 3 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DO PODER E DA AUTORIDADE E A TRANSCENDÊNCIA DA FLORESTA AMAZÔNICA NA SUSTENTABILIDADE


“Poder e autoridade
        Que diferença tem entre poder e autoridade?
         Aparentemente nenhuma, os melhores dicionários da língua portuguesa colocam os dois termos como sinônimos; ao sabor das circunstâncias se confundem. Entretanto, há uma distância enorme. Max Weber mergulhou fundo nesse abismo abaixo da lâmina das aparências e voltou com conceitos fantásticos que lhe mereceram a fama de iluminado.
         O poder encontrado por Weber pode cair no colo de um personagem por motivos que nem sempre se relacionam às qualificações para exercê-lo. Acontece pela capacidade de alcançá-lo ou simplesmente pelo acaso (herança, conjugação de circunstâncias, transitoriedade, erros alheios, até por defeitos etc.).
         O poder, quando conquistado à revelia da capacidade de exercitá-lo, se revela instável, vacila como prédio sem alicerces. Uma coisa é chegar lá, outra é se manter no vértice da estrutura que balança pelos golpes de quem deseja ocupá-lo.
         A história registra aos borbotões descendentes de monarcas que, apesar de vazios e ineptos, se aproveitaram do fator hereditariedade, mas o poder que cabia a eles foi exercitado por outros ou lhes escapou das mãos em curtas temporadas. Seus reinados foram breves e geraram intensas confusões. Regressos e não progressos.
         Já a autoridade é uma condição do poder sólido alicerçado na confiança, na admiração, nos resultados. Trata-se de um reconhecimento externo de capacidades internas. Essa “autoridade natural” confere o “poder” pelo mérito. Possui a vareta mágica de fazer acontecer, de erguer, de prosperar não só os Estados, mas os grupos, as associações, as empresas. Melhor quando acompanhada pelo talento, pela justiça, pela virtude, pelo desapego, pelo amor à causa, pelo uso estoico da verdade.
         A Coroa espanhola reconheceu autoridade a Cristóvão Colombo, um simples genovês, para desbravar rotas ao Novo Mundo; o povo francês a Napoleão, um corso que consagrou seu imperador. Foi também o fascínio da autoridade, “não violenta”, de Gandhi a levar o povo indiano a conquistar a própria autonomia sem disparar um só cartucho.
         O poder para ser tal, para ser real, precisa de magnetismo como um corpo do sopro de vida. A autoridade é a força do poder, não vice-versa.
         Ainda hoje, o líder que cai em desgraça é o líder que depois de ter tropeçado na verdade perdeu a confiabilidade e enterrou sua autoridade.”.

(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de junho de 2019, caderno A.PARTE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“A Igreja na Amazônia
        O papa Francisco, exercendo sua missão de sucessor do apóstolo Pedro, no zelo apostólico com o povo da Amazônia e para qualificar sempre mais a presença missionária e servidora da Igreja Católica, convocou um sínodo especial para a Amazônia, a ser realizado de 6 a 27 de outubro deste ano, em Roma.
         Sabe-se que a Igreja Católica, incontestavelmente, tem uma qualificada presença capilar em diferentes culturas de todo o mundo e sua presença na região pan-amazônica é de especial importância, com todos os muitos desafios e exigências. Lidar com essas exigências e desafios requer o exercício da escuta para servir mais e melhor no anúncio do evangelho de Jesus Cristo. O sínodo é, pois, um longo caminho de escuta. Oporunidade para a Igreja Católica qualificar ainda mais a sua missão na Amazônia, oferecendo a todos singular chance de se dedicar mais atenção a essa realidade ambiental, histórica, cultural, política e religiosa de notável relevância. Por isso mesmo, a realização do sínodo interpela a ouvirem a Amazônia, repleta de vida e sabedoria.
         Essa realidade clama e exige novas posturas para enfrentar o doloroso processo de desflorestamento e extrativismo, urgindo uma conversão ecológica integral. A consideração do território amazônico deve se transformar em grande oportunidade de mudanças sociais e civilizatórias, com ganhos para essa região e todo o conjunto da sociedade. Essa é a valiosa contribuição promovida pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), alargando e clareando horizontes para um tempo de muitas conversões. De modo especial, é urgente a conversão ecológica para assimilação de novos rumos e, em razão das ricas singularidades, ouvir a zoa da Amazônia.
         É preciso considerar a grave crise socioambiental em curso, atingindo de modo fatal a Amazônia. Ora, a Amazônia é fonte de vida. Por isso, o sínodo considera o conjunto da vida na região amazônica – o território, a Igreja, os povos e o planeta. Avançar na consideração da Amazônia a partir dos parâmetros da ecologia integral é determinante. O horizonte é o evangelho de Jesus Cristo e a Igreja Católica, com sua presença evangelizadora, é essencial. Seu foco mais importante é, pois, o discipulado no seguimento de Jesus Cristo, desdobrado em compromisso com a vida plena, oferta de Jesus que todos têm a responsabilidade de buscar, contemplando os povos indígenas – respeitados os seus parâmetros de bem viver. Cultivar a harmonia consigo mesmo, com a natureza, com os seres humanos e com Deus é a conquista exemplar a ser buscada.
         Há de se encontrar caminhos para superar os processos que ameaçam a vida, pela destruição e exploração que depreda a casa comum e viola direitos humanos elementares da população amazônica. Essa ameaça à vida deriva de interesses econômicos e políticos de setores dominantes da sociedade com conivências de governos. É preciso, assim, enfrentar a exploração irracional e construir um novo tempo, tempo de Deus, humanizado, na Amazônia. Importa, agora, estar e comunhão com esse caminho. Isso significa buscar uma participação mais ativa e estar aberto a um novo modo de viver, conforme a dinâmica do evangelho de Jesus Cristo. Um momento para aprender e exercitar-se numa nova compreensão. Deixar-se educar à luz da palavra de Deus, que revela a aliança fecunda entre a humanidade e o ambiente, para uma cultura do encantamento, do cuidado responsável e da beleza, inspirados no Criador que “viu que tudo era bom” (Gn 1,31). Eis a oportunidade para a grande virada civilizatória, a partir de nova compreensão desdobrada em comprometimentos com os valores do evangelho de Jesus Cristo, pela força missionária da Igreja na Amazônia.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



  

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