“Jogos de tabuleiro e desenvolvimento
infantojuvenil
De origem bastante
antiga, os jogos de tabuleiro tiveram seus primeiros registros na história
cerca de 5.000 a.C., em regiões da Mesopotâmia e do Egito. Atingindo seu auge
ao longo das décadas de 30, 70 e 80, essa modalidade ficou por muito tempo
esquecida e sem novidades em nosso país, mas vem se reinventando e ganhado um
maior número de adeptos nos últimos dez anos.
Hoje, além de proporcionar momentos de
diversão e lazer, os jogos de tabuleiro podem impulsionar o desenvolvimento
cognitivo e social dos participantes. Durante a atividade, os jogadores são
estimulados a exercitar habilidades como a atenção, a memória, o raciocínio
lógico-matemático e também habilidades interpessoais.
Ao lidarem com regras, vitórias e
derrotas, os participantes ainda aprendem a colocar em prática importantes
conceitos, como estratégia, concentração, paciência, liderança e comunicação.
Já no âmbito social, a brincadeira promove interação, convívio e estreitamento
de laços entre todos que partilham momentos de diversão ao redor de uma mesa,
envoltos nos jogos de tabuleiro.
Por contribuir para o relacionamento
entre os seus jogadores e incentivar a obediência a regras e limites, os jogos
de tabuleiro também vêm ganhando espaço no ambiente das escolas. Vejo com muito
entusiasmo a adoção dos jogos como uma atividade lúdica e didática nas salas de
aula, pois, ao longo das partidas, as crianças entram em contato com uma série
de ensinamentos e princípios que não são essenciais só para a dinâmica do jogo,
mas também para o desenvolvimento intelectual e o estabelecimento de uma boa convivência
em comunidade.
Atitudes como a de respeitar a vez do
colega, saber lidar com a vitória ou com a derrota e compreender o êxito ou o
insucesso como consequências comuns aos jogos são alguns dos principais
preceitos e valores que a prática pode fornecer às crianças. Elas também
começam a assimilar a ideia de que aquele que ganha não é superior ao que
perde. E tudo isso pode ajudar muito na construção da maturidade de uma pessoa
e também no aumento de sua capacidade de enfrentamento de adversidades durante
a vida.
Além de estarem presentes em escolas e
casas, os jogos de tabuleiro são cada vez mais comuns em estabelecimentos
comerciais e em diversos outros locais e contextos. Mesmo que os jogos digitais
e virtuais ocupem um lugar de destaque no mercado, os de tabuleiro vêm
assumindo novas roupagens e conquistando cada vez mais adeptos. Para que os
jogos desenvolvidos pela minha editora ofereçam experiências mais interessantes
e atualizadas, sempre procuramos estudar o nosso público e entender quais são
as suas expectativas. Esse processo nos
permite atingir novas pessoas e consolidar o nosso trabalho entre as pessoas
que já o acompanham.”.
(Renato Simões. Game designer e CEO da editora especializada em
jogos de tabuleiro e cartas Geeks N’Orcs, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de
novembro de 2019, caderno OPINIÃO,
página 24).
Mais uma importante e
oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado
no site www.domtotal.com, edição de 22 de novembro de 2019, de
autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Presunção e água benta
Os ditados populares
são sabedorias inscritas na vida do povo, fonte incontestável de referências e
têm a força pedagógica necessária para importantes correções. Por isso mesmo, é
oportuno lembrar, aqui, um ditado popular recitado, em muitas oportunidades,
por velha amiga com longa experiência de vida, o que lhe confere autoridade:
“presunção e água benta, cada um pode ter o quanto quiser”. Lembrando que a
escolha equivocada é um risco. Certamente, além de afronta à civilidade, agir
com presunção pode trazer prejuízos a diferentes processos, com perdas sociais
e institucionais. É preciso, pois, buscar o remédio para esse mal e a receita
vem dos evangelhos, nos muitos ensinamentos de Jesus.
Se a presunção não
for tratada, ela se agrava e torna-se soberba, a grande responsável pelas
indiferenças, que enjaulam o ser humano na incompetência para se relacionar.
Distancia-o da sensibilidade indispensável para o exercício da solidariedade.
Deve-se buscar a humildade, virtude que é o grande antídoto para curar
presunções. Por ser virtude, requer dinâmicas existenciais e espirituais para
desenvolvê-la. A referência a húmus, na etimologia do vocábulo
humildade, remete ao sentido de “pés no chão”, à vida em parâmetros de
simplicidade. Para se orientar a partir desses parâmetros, torna-se oportuno
cada pessoa reconhecer a sua condição frágil e mortal que é própria de todo ser
humano. Assim se encontram razões para atitudes e hábitos simples,
reconhecendo-se humilde servidor.
Desconsiderar a
humildade, nas dinâmicas espirituais e existenciais diárias, é um risco. Pode
provocar o desvirtuamento de identidades, da personalidade e, consequentemente,
desfigurar o caráter, sustentáculo para o exercício da cidadania e da vivência
autêntica da fé cristã. Há de se ter presente que a presunção tem força de
perversão. Enfraquece o relacionamento humano, indispensável para o
desenvolvimento das iniciativas necessárias ao bem de todos.
Esse mal distancia e
alimenta perigosa pretensão: se achar melhor, muitas vezes, a partir da
desvalorização do outro. Na esfera religiosa, há de se calcular o prejuízo
terrível da presunção, causa de práticas tortas, que se dizem ligadas à fé
cristã.
Presunção é o habitat
do orgulho e da ganância. Manifesta-se em disputas por privilégios, na busca
egoísta completamente oposta à verdade do Evangelho, que tem por princípio
fundamental a igualdade, o sentido de pertencimento e a solidariedade.
A presunção propicia
a manipulação das razões e sentimentos religiosos, desfigurando a autenticidade
evangélica. É um mal que induz as pessoas a buscarem somente arrebanhar mais,
conquistar mais seguidores, arrecadar mais.
Os resultados são
nefastos pelo desvirtuamento da genuinidade do cristianismo, com a consequente
perda de seu valor profético e profundamente transformador de mentes e de
dinâmicas culturais. No horizonte da religiosidade, a presunção também impõe
atrasos, gera entendimentos rígidos, retrógrados, que buscam alimentar certo
domínio das aparências, servindo apenas para camuflar interesses contrários à
fé cristã e ao nobre sentido da religiosidade. Esses entendimentos equivocados
dão origem às idolatrias que alimentam perspectivas patológicas. E não se pode
considerar normal, especialmente no contexto religioso, a idolatria a pessoas.
No mundo político não
é diferente. A presunção também alimenta a inconsciência a respeito dos
próprios limites, o que leva à lamentável perda do sentido de realidade. Gera,
assim, incapacidade para solucionar, com a necessária urgência, os graves
problemas da atualidade. A representatividade no mundo da política,
contaminada pelo veneno da presunção, limita-se a agir em favor de oligarquias
e na busca por privilégios. A presunção cega a indispensável e saudável
capacidade para a autocrítica. Em vez desse necessário exercício, grupos e
segmentos se pautam por pretensões inconsistentes, completamente desconectadas
da realidade. Contexto que favorece a projeção de ídolos políticos revestidos
de feições religiosas. Indivíduos que fazem da política o que ela não deveria
ser, com atrasos na promoção da participação cidadã, inviabilizando, inclusive,
a renovação dos nomes no exercício da representatividade e a rapidez na solução
dos muitos problemas sociais.
Vale avançar no
horizonte deste ditado popular - “presunção e água benta, cada um pode ter o
quanto quiser”- para se reconhecer patologias que levam a atrasos
civilizatórios, com a incapacidade para se enxergar novos rumos e nomes, novas
práticas e respostas para as demandas da sociedade. Quem precisa sair de cena
não sai, por não reconhecer que é necessário fechar um ciclo para a abertura de
um novo. Alimentar a presunção é permanecer no parâmetro da mediocridade,
escondida por muitas roupagens que apenas enganam para não ter que mudar o que
precisa sofrer rápidas e urgentes intervenções. Tudo se justifica pela
deliberada falta de consciência clarividente e de autocrítica, porque
“presunção e água benta, cada um pode ter o quanto quiser”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca
de 317,24% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 305,89%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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