segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A COLUNA PRINCIPAL DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E AS LUZES DO HUMANISMO SOLIDÁRIO NA SUSTENTABILIDADE


“ ‘Economia de Francisco’
        Num mundo conturbado, em que sobrevivem guerras, bolsões de miséria e doenças, o papa Francisco vem dando lições que não só renovam a Igreja Católica, mas divulgam valores fundamentais para um novo mundo que precisa ampliar diálogos e reduzir desigualdades. Ao convocar para os dias 26 a 28 de março de março um encontro de líderes do catolicismo e de pensadores do mundo contemporâneo, a realizar-se em Assis, na Porciúncula, onde nasceu são Francisco, o papa dá continuidade, com maior objetividade e aprofundamento conceitual e político, do que vem chamando de “A economia de Francisco”. A Igreja Católica procura, sob a liderança do papa Francisco, encontrar novos caminhos para reencontrar-se com os ideais de justiça social, de construção de uma nova ordem econômica, em que o acesso aos bens da civilização se faça sem as desigualdades que afastam milhões, em todo o mundo, dos direitos humanos básicos. É o respeito ao ambiente, tema que preocupa todos.
         Vida e pensamento de são Francisco, que sua famosa oração exprime (“Onde houver ódio que eu leve o amor”) e que o papa adotou, trazem muitas lições à humanidade que se encontra perante vários limites críticos para uma convivência solidária que permita a construção de uma sociedade mais justa. Francisco, o papa, não só procura reestruturar o Vaticano e sua cúria conservadora, mas trazer mensagens renovadoras para o enfrentamento dos grandes problemas do mundo atual. Em sua encíclica  Laudato Si, de maio de 2015, trata da crise global econômica e, no Sínodo sobre a Amazônia, exalta que o planeta Terra, “a casa de todos nós”, tem recursos limitados.
         A lição fundamental decorre da denúncia da “crise do capitalismo”, que tenta se renovar pelo neoliberalismo e retorna à lição de Adam Smith (“A Riqueza das Nações”, de 1776), que sustenta que o livre mercado, como uma “mão invisível”, por si seria capaz de promover a justiça social. A acumulação infinita do capital e o consumismo não se justificam perante os recursos finitos do mundo, que precisa de uma “mão visível” da responsabilidade social, capaz de reduzir desigualdades e preservar a natureza, condições essenciais à vida digna. A evolução tecnológica e científica deve servir a uma “economia do bem viver”, com paz entre as nações e as sociedades e respeito à natureza.
         O mundo gasta US$ 1 trilhão em armas e pouco e no campo social. A desigualdade aumenta. Os modelos ideológicos se desmancham. Governos em crise se mostram incapazes de transformações fecundas. Protestos ganham as ruas e pedem melhores condições de vida, nos países ricos e nos pobres. O papa Francisco incentiva o encontro entre pessoas para um novo diálogo e um novo humanismo. Propõe uma nova ciência econômica, em que valores humanos predominem. E se torna porta-voz de milhões de pessoas, esperançosas de novos tempos de renovação pela solidariedade, pela ética na política e nos governos.”.

(Mauro Werkema. Jornalista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de janeiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Do lado de quem?
        ‘Do lado de quem você está?’. Eis uma interrogação que provoca e contribui para revelar configurações partidárias que presidem relacionamentos. Inscreve-se nesse questionamento a tentativa humana de demarcar lugares – o que por vezes, evidencia vela pretensão de poder, que também se assenta na segurança do corporativismo dos aliados. A definição de “lado” hospeda a ilusória sensação de se estar “em casa”, confortavelmente, sem adversários por perto. Um equivocado sentimento de segurança que, não raramente, se fundamenta nas configurações sempre frágeis e limitadas de uma ideologia qualquer.
         A interrogação – “do lado de quem você está?” – alimenta ainda a curiosidade, um dos fermentos nas disputas. Esse questionamento cabe, na medida certa, quando se trata de torcidas esportivas ou disputas partidárias, até mesmo do discernimento sobre interesses que se tem. Quer-se sempre saber o “lado” daqueles que exercem altos cargos nas esferas públicas ou privadas, de pessoas com significativa projeção social e política, dos formadores de opinião. Mas é importante sublinhar: o desmedido apego à questão “do lado de quem você está?” pode impedir a vivência mda unidade, que exige a inclusão da diferença, possibilidade real de enriquecimento em todos os aspectos.
         E, para a superação de possível morbidez quando se move somente pelo que é partidário – considerando cenários da política, por exemplo – é preciso responder a questão sobre o “o lado de quem você está” de forma diferente. Tomar partido em variados campos, a exemplo da política, pode ser força propulsora na sociedade, mas não se deve buscar apenas defender e reforçar determinado “lado”, ideologia ou discurso que privilegia a identificação de alguma referência simbólico-cromática.
         “Do lado de quem você está?”. É possível uma resposta diferente, ao se lançar olhar atento e interessado sobre a sociedade, identificando os seus cenários, no exercício qualificado da cidadania: estar junto dos mais pobres, condição que alicerça o humanismo solidário. E os discursos que comprovadamente estão do lado dos pobres ultrapassam umbrais de academias ou de diretórios partidários, pois sempre serão seguidos de hábitos, de gestos e de atitudes dedicados aos que mais sofrem. Essa prática testemunhal, sem risco de simplesmente reforçar ou requentar falas, é o verdadeiro lado – sem a parcialidade que apenas gera divisões entre grupos e pessoas. Ao invés disso, estar com os pobres sustenta a unidade.
         A prática testemunhal, na proximidade junto aos que mais precisam, sinaliza distanciamento de lógicas perversas: a busca por acumular sempre mais riquezas sem ter a coragem de dedicar-se à partilha, à generosidade; o apego ao privilégio de integrar instâncias de decisão e exigir, dos outros, somente dos outros, a adoção de rumos novos. A prática testemunhal guarda a força da coerência necessária para a superação de todo tipo de exclusão e de preconceito. Sabe-se do risco de se apegar a um determinado lado, achando-se no direito de ser indiferente e até odiar os que estão em outro lugar. Esse apego é característica dos que apenas querem justificar privilégios, alcançar comodidades tranquilizadoras da consciência de seu próprio grupo, ampliar espaços de atuação, inclusive misturando religião e opções confessionais com interesses políticos espúrios.
         A interrogação intrigante, “de que lado você está?”, continuará a ser repetida, e mal ou bem respondida, até que um qualificado tecido civilizatório se constitua e a cidadania não seja pautada pelas parcialidades, nas hegemonias, mas na unidade edificada e mantida pela justiça. Hoje, diante da ausência de entendimentos mais lúcidos, torna-se importante identificar “lados” para, a partir do convencimento, promover adesões ao caminho que leva a correções dos funcionamentos da sociedade, dominada pelo consumo e pela ganância.
         Esse rumo a ser buscado exige a clareza para compreender que vale menos o lugar ocupado a partir do campo ideológico. O importante é estar junto dos pobres, assumindo um lado que exige coragem para defender direitos e promover a justiça, o território da solidariedade. Nesse horizonte, a partir da tarefa, compartilhada por todos, de se construir um mundo melhor, pode valer a sugestão de substituir a intrigante interrogação “de que lado você está?” por um exercício de autorreflexão. Avaliar, para além das ideias, a própria participação na mudança requerida. Assim, torna-se possível responder, com mais clareza, nova interpelação: “em que lugar você está?”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 318,3% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,6%; e já o IPCA, tem dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



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