sábado, 4 de julho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA MEDITAÇÃO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA SOLIDARIEDADE, COMPAIXÃO E ESPERANÇA NA SUSTENTABILIDADE(44/126)


(Julho = mês 44; faltam 126 meses para a Primavera Brasileira)

“Meditação para quem não sabe meditar
        Quando pensamos em meditação, a maioria de nós visualiza uma pessoa sentada na posição de lótus, coluna ereta, um símbolo místico pintado no espaço entre as sobrancelhas, feição leve e um corpo que quase flutua.
         Essa imagem pode ser linda para os livros orientais, mas é bem distante da vida real. Nem as pernas tão bem cruzadas, nem a coluna tão bem alinhada, menos ainda a iminente flutuação parecem acessíveis.
         Não é de se espantar que a maioria das pessoas acredite não ter nascido para essa prática. De fato, o senso comum coloca a meditação como algo distante da nossa mente humana e agitada. Parece, mesmo uma prática adequada aos monges do Tibete, mas não aos seres ocidentais que carregam um smartphone em uma mão e um filho na outra.
         A boa notícia é que esses conceitos são fantasiosos e que meditação não é coisa de gente “zen”. É ferramenta para mentes agitadas e remédio para emoções conturbadas.
         Meditação pode ser simples, desde que você deixe os conceitos pré-formados de lado e aposente as expectativas de iluminação instantânea. Considere a meditação um treino para ganhar clareza, presença e serenidade.
         “Ok, mas como treinar se não sei meditar?”
         Imagine-se num estado de caos. Pense em um momento desafiador e considere este o seu ponto de partida. A linha de chegada é o seu estado mais equilibrado. A mente humana geralmente demora muito para fazer essa travessia.
         A meditação é a ferramenta que acelera o trajeto. É uma bike elétrica que te leva mais rápido do seu estado caótico à sua versão mais presente. Mas, se você nunca subiu numa bike, é claro que vai precisar treinar.
         Por isso insisto em dizer que é treino. Entre o ponto de partida e o de chegada existe uma floresta densa, a ser desbravada. Na primeira vez que você se propõe a explorar, a mata é muito fechada, os obstáculos parecem maiores do que de fato são, o medo te deixa tenso, e a bike te derruba muitas vezes pelo caminho. Agora imagine-se repetindo esse mesmo caminho dia após dia. O que é provável que aconteça?
         Naturalmente, uma trilha começa a se formar. Os obstáculos vão sendo removidos, e aquilo que antes amedrontava se torna um caminho conhecido. Quanto mais você repete o percurso, mais domínio tem sobre o caminho. A bike começa a ser uma grande aliada, e os tropeços existem, mas são cada vez mais contornáveis.
         A floresta densa é sua mente. A bike é a meditação. E entre seu estado perturbado e sua versão alinhada existe uma trilha a ser estabelecida. Quanto mais você explora, mais familiar o percurso se torna. Em outras palavras: quanto mais treina a meditação, mais rápido começa a ser o retorno ao seu eixo.
         Não é razoável desejar que a vida não apresente desafios. Não é sobre rezar para nunca sair do eixo, mas treinar para saber voltar a ele, sempre que precisar.
         E, para isso, você só precisa se sentar numa posição confortável e convidar sua mente para o momento presente. Sem dogmas, sem complicações, sem resistências.
         Existem diversas abordagens para a meditação, cujas explicações não caberiam nem em uma página inteira de jornal. Hoje, vou sugerir a que considero mais simples e acessível: a respiração.
         A respiração está sempre no momento presente. Focar o ato de inspirar e expirar é o convite mais incisivo para que sua mente se concentre no agora. Isso trará autopercepção, clareza e expansão da consciência. Nem sempre será prazeroso, mas, voltando à metáfora da bike, cair e machucar faz parte do processo, né? Quando isso acontece, não é porque não nascemos para andar de bike, mas apenas porque precisamos de mais prática.
         Meditação é um compromisso entre você e sua verdade alinhada. É um treino que te leva de volta à sua verdade. É um presente que você se dá e que te devolve com benefícios multiplicados.
         Se você acredita que não sabe meditar, eu te conforto: eu sei, mas até hoje não aprendi a andar de bicicleta. O que me falta? Treino. O que te falta? Treino. O mesmo. Apenas comece.”.

(Carol Rache, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de julho de 2020, caderno INTERESSA, coluna FILOSOFADAS, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“O luto e a dor humana
        O mundo acompanha, pelos meios de comunicação, a dor do luto sofrida, anonimamente, por uma grande multidão, revelando, de maneira desconcertante, o sofrimento humano, provocado pela pandemia da Covid-19. Muitas famílias sequer tiveram a oportunidade para se despedir de seus entes queridos. Uma dor sem bálsamo, um peso necessário ante as exigências para a prevenção de novas contaminações. Há, pois, um clamor silencioso, mas ensurdecedor, que vem do luto dessas famílias. Esse clamor deve sensibilizar a sociedade, para que seja adotada a lógica da compaixão solidária, capaz de aliviar a dor dos enlutados e de promover a aprendizagem de um novo jeito de viver.
         É preocupante a indiferença em relação ao luto vivido pelo outro. Essa indiferença, entre tantas outras, aumenta ainda mais o risco de um colapso humanitário. A insensibilidade para a dor do outro, que é irmão, impede a construção de um tempo novo para a humanidade, pois leva à banalização da vida – um dom precioso. Sua preciosidade deve ser tratada com ternura, nobre reverência e sempre a partir de gestos solidários entre as pessoas. É nessa perspectiva da solidariedade que se deve, inclusive, lidar com as muitas perdas que fazem parte da vida. No caminho oposto – o da indiferença – é ainda mais difícil passar pelo luto, não somente aquele provocado pela morte, mas também pelo fim de ciclos. Cegamente, muitas vezes, as pessoas não aceitam nem a perda daquilo que, na verdade, constitui oferta para o bem de todos. Em vez de consolação, essas pessoas cultivam a revolta.
         O luto é inevitável nas circunstâncias da vida humana, mas pesa muito mais aquele que se origina nas irresponsabilidades, a exemplo do que é imposto pela atual pandemia. O luto torna-se especialmente pesado quando não é vivido adequadamente, pois não se alcança a sua fecundidade dolorosa, a força de redenção que surge nos limites próprios da condição humana. Não se pode tratar o luto com indiferença. Trata-se de experiência a ser vivida considerando a singularidade de sua dor, a consolação que se recebe das pessoas próximas, a oportunidade para aprendizados e qualificação da própria existência, alcançando sentidos profundos sobre o dom da vida.
         Assim é o luto cristão, caminho experiencial terapêutico que se distingue por estar fundamentado na esperança. Essa experiência no contexto da fé cristã é convite a vislumbrar, para além da separação terrena, o reencontro com Deus. Os cristãos consideram seus falecidos não como pobres mortos – eles são os que nos precedem e nos esperam diante de Deus. A morte provoca uma separação muitas vezes desconcertante. Há os que ficam extremamente desconsolados e até deixam de enxergar sentido na vida. O luto cristão se assenta na certeza da vida pós-morte. Assim, reorienta o viver de enlutados, ajuda a permear o coração com recordações consoladoras dos que morreram. E, mesmo na impossibilidade do contato, na invisibilidade, continua forte a presença de quem parte, ajudando a superar tristezas e angústias dos que ficam.
         A fé cristã leva à certeza da vida eterna, conquistada com Jesus – o Filho de Deus. Sua morte e ressurreição abriram as portas da vida que nunca passa. A morte é um trânsito pascal, significação luminosa que devolve a certeza de uma vitória definitiva. Essa certeza, se cultivada, ameniza a sensação de fracasso que a perda e a partida sempre trazem. A dor da morte impõe sempre o luto, alguns ainda mais dolorosos, sobretudo por circunstâncias incompreensíveis à racionalidade humana. O cristão também sente o trauma da morte biológica, com as suas angústias e sofrimentos, mas deve deixar-se orientar sempre por uma luz amorosa: a vitória da vida sobre a morte, bálsamo para a dor humana. No caminho indicado por essa luminosidade, os que professam a fé em Jesus devem se comprometer com a vida, zelar por ela em todas as suas etapas. Isto inclui saber sobre a tarefa cristã de se dedicar aos enlutados, sensibilizar-se ante a dor do próximo, que é irmão, tratando-a com o bálsamo da consolação e da solidariedade.
         Neste contexto contemporâneo de tantas feridas, de corações tomados pela dor, é urgente que cada pessoa busque ser presença solidária, compartilhando palavras que devolvam a esperança. Trata-se de cumprir missão paraclética, isto é, consoladora, responsabilidade de todos – uns cuidando dos outros, unidos, para levar luz aos momentos de luto e aliviar a dor humana.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 1,88%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

          

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