(Julho = mês 44; faltam 126 meses para a Primavera Brasileira)
“Meditação para quem não sabe meditar
“Meditação para quem não sabe meditar
Quando pensamos em
meditação, a maioria de nós visualiza uma pessoa sentada na posição de lótus,
coluna ereta, um símbolo místico pintado no espaço entre as sobrancelhas,
feição leve e um corpo que quase flutua.
Essa
imagem pode ser linda para os livros orientais, mas é bem distante da vida
real. Nem as pernas tão bem cruzadas, nem a coluna tão bem alinhada, menos
ainda a iminente flutuação parecem acessíveis.
Não é de
se espantar que a maioria das pessoas acredite não ter nascido para essa
prática. De fato, o senso comum coloca a meditação como algo distante da nossa
mente humana e agitada. Parece, mesmo uma prática adequada aos monges do
Tibete, mas não aos seres ocidentais que carregam um smartphone em uma mão e um
filho na outra.
A boa
notícia é que esses conceitos são fantasiosos e que meditação não é coisa de
gente “zen”. É ferramenta para mentes agitadas e remédio para emoções
conturbadas.
Meditação
pode ser simples, desde que você deixe os conceitos pré-formados de lado e
aposente as expectativas de iluminação instantânea. Considere a meditação um
treino para ganhar clareza, presença e serenidade.
“Ok, mas
como treinar se não sei meditar?”
Imagine-se
num estado de caos. Pense em um momento desafiador e considere este o seu ponto
de partida. A linha de chegada é o seu estado mais equilibrado. A mente humana
geralmente demora muito para fazer essa travessia.
A
meditação é a ferramenta que acelera o trajeto. É uma bike elétrica que te leva
mais rápido do seu estado caótico à sua versão mais presente. Mas, se você
nunca subiu numa bike, é claro que vai precisar treinar.
Por isso
insisto em dizer que é treino. Entre o ponto de partida e o de chegada existe
uma floresta densa, a ser desbravada. Na primeira vez que você se propõe a
explorar, a mata é muito fechada, os obstáculos parecem maiores do que de fato
são, o medo te deixa tenso, e a bike te derruba muitas vezes pelo caminho.
Agora imagine-se repetindo esse mesmo caminho dia após dia. O que é provável
que aconteça?
Naturalmente,
uma trilha começa a se formar. Os obstáculos vão sendo removidos, e aquilo que
antes amedrontava se torna um caminho conhecido. Quanto mais você repete o
percurso, mais domínio tem sobre o caminho. A bike começa a ser uma grande
aliada, e os tropeços existem, mas são cada vez mais contornáveis.
A
floresta densa é sua mente. A bike é a meditação. E entre seu estado perturbado
e sua versão alinhada existe uma trilha a ser estabelecida. Quanto mais você
explora, mais familiar o percurso se torna. Em outras palavras: quanto mais
treina a meditação, mais rápido começa a ser o retorno ao seu eixo.
Não é
razoável desejar que a vida não apresente desafios. Não é sobre rezar para
nunca sair do eixo, mas treinar para saber voltar a ele, sempre que precisar.
E, para
isso, você só precisa se sentar numa posição confortável e convidar sua mente
para o momento presente. Sem dogmas, sem complicações, sem resistências.
Existem
diversas abordagens para a meditação, cujas explicações não caberiam nem em uma
página inteira de jornal. Hoje, vou sugerir a que considero mais simples e
acessível: a respiração.
A
respiração está sempre no momento presente. Focar o ato de inspirar e expirar é
o convite mais incisivo para que sua mente se concentre no agora. Isso trará
autopercepção, clareza e expansão da consciência. Nem sempre será prazeroso,
mas, voltando à metáfora da bike, cair e machucar faz parte do processo, né?
Quando isso acontece, não é porque não nascemos para andar de bike, mas apenas
porque precisamos de mais prática.
Meditação
é um compromisso entre você e sua verdade alinhada. É um treino que te leva de
volta à sua verdade. É um presente que você se dá e que te devolve com
benefícios multiplicados.
Se você
acredita que não sabe meditar, eu te conforto: eu sei, mas até hoje não aprendi
a andar de bicicleta. O que me falta? Treino. O que te falta? Treino. O mesmo.
Apenas comece.”.
(Carol Rache,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 3 de julho de 2020, caderno INTERESSA, coluna FILOSOFADAS,
página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A
EXCELÊNCIA EDUCACIONAL vem de artigo publicado no site www.domtotal.com,
mesma edição, de autoria de DOM WALMOR
OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“O
luto e a dor humana
O mundo acompanha, pelos
meios de comunicação, a dor do luto sofrida, anonimamente, por uma grande
multidão, revelando, de maneira desconcertante, o sofrimento humano, provocado
pela pandemia da Covid-19. Muitas famílias sequer tiveram a oportunidade para
se despedir de seus entes queridos. Uma dor sem bálsamo, um peso necessário
ante as exigências para a prevenção de novas contaminações. Há, pois, um clamor
silencioso, mas ensurdecedor, que vem do luto dessas famílias. Esse clamor deve
sensibilizar a sociedade, para que seja adotada a lógica da compaixão
solidária, capaz de aliviar a dor dos enlutados e de promover a aprendizagem de
um novo jeito de viver.
É
preocupante a indiferença em relação ao luto vivido pelo outro. Essa
indiferença, entre tantas outras, aumenta ainda mais o risco de um colapso
humanitário. A insensibilidade para a dor do outro, que é irmão, impede a
construção de um tempo novo para a humanidade, pois leva à banalização da vida
– um dom precioso. Sua preciosidade deve ser tratada com ternura, nobre
reverência e sempre a partir de gestos solidários entre as pessoas. É nessa
perspectiva da solidariedade que se deve, inclusive, lidar com as muitas perdas
que fazem parte da vida. No caminho oposto – o da indiferença – é ainda mais
difícil passar pelo luto, não somente aquele provocado pela morte, mas também
pelo fim de ciclos. Cegamente, muitas vezes, as pessoas não aceitam nem a perda
daquilo que, na verdade, constitui oferta para o bem de todos. Em vez de
consolação, essas pessoas cultivam a revolta.
O luto é
inevitável nas circunstâncias da vida humana, mas pesa muito mais aquele que se
origina nas irresponsabilidades, a exemplo do que é imposto pela atual
pandemia. O luto torna-se especialmente pesado quando não é vivido
adequadamente, pois não se alcança a sua fecundidade dolorosa, a força de
redenção que surge nos limites próprios da condição humana. Não se pode tratar
o luto com indiferença. Trata-se de experiência a ser vivida considerando a
singularidade de sua dor, a consolação que se recebe das pessoas próximas, a
oportunidade para aprendizados e qualificação da própria existência, alcançando
sentidos profundos sobre o dom da vida.
Assim é
o luto cristão, caminho experiencial terapêutico que se distingue por estar
fundamentado na esperança. Essa experiência no contexto da fé cristã é convite
a vislumbrar, para além da separação terrena, o reencontro com Deus. Os
cristãos consideram seus falecidos não como pobres mortos – eles são os que nos
precedem e nos esperam diante de Deus. A morte provoca uma separação muitas
vezes desconcertante. Há os que ficam extremamente desconsolados e até deixam
de enxergar sentido na vida. O luto cristão se assenta na certeza da vida
pós-morte. Assim, reorienta o viver de enlutados, ajuda a permear o coração com
recordações consoladoras dos que morreram. E, mesmo na impossibilidade do
contato, na invisibilidade, continua forte a presença de quem parte, ajudando a
superar tristezas e angústias dos que ficam.
A fé
cristã leva à certeza da vida eterna, conquistada com Jesus – o Filho de Deus.
Sua morte e ressurreição abriram as portas da vida que nunca passa. A morte é
um trânsito pascal, significação luminosa que devolve a certeza de uma vitória
definitiva. Essa certeza, se cultivada, ameniza a sensação de fracasso que a
perda e a partida sempre trazem. A dor da morte impõe sempre o luto, alguns
ainda mais dolorosos, sobretudo por circunstâncias incompreensíveis à
racionalidade humana. O cristão também sente o trauma da morte biológica, com
as suas angústias e sofrimentos, mas deve deixar-se orientar sempre por uma luz
amorosa: a vitória da vida sobre a morte, bálsamo para a dor humana. No caminho
indicado por essa luminosidade, os que professam a fé em Jesus devem se
comprometer com a vida, zelar por ela em todas as suas etapas. Isto inclui
saber sobre a tarefa cristã de se dedicar aos enlutados, sensibilizar-se ante a
dor do próximo, que é irmão, tratando-a com o bálsamo da consolação e da
solidariedade.
Neste
contexto contemporâneo de tantas feridas, de corações tomados pela dor, é
urgente que cada pessoa busque ser presença solidária, compartilhando palavras
que devolvam a esperança. Trata-se de cumprir missão paraclética, isto é,
consoladora, responsabilidade de todos – uns cuidando dos outros, unidos, para
levar luz aos momentos de luto e aliviar a dor humana.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de
313,43% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, em
maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 1,88%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos
e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como:
a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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