sábado, 24 de outubro de 2020

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA HUMANIDADE DO ENSINO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E OS DESAFIANTES CUIDADOS NA VOLTA À SALA DE AULA NA SUSTENTABILIDADE

“Educação para humanizar o mundo e a história

      

No último dia 15 de outubro, Papa Francisco participou, por meio de uma mensagem em vídeo, de um encontro promovido pela Congregação para a Educação Católica, sobre o Pacto Educativo Global. Essa iniciativa vincula-se à percepção do Papa quanto à fratura da corresponsabilidade na tarefa de educar as novas gerações. Observou o Papa, em diferentes ocasiões, que assistimos à quebra do pacto educativo, isto é, família, escola e sociedade.

 

          Pelo mundo afora existem muitas iniciativas interessantes no campo da educação que precisam ser mais divulgadas e conhecidas. Há sempre caminhos possíveis para maior integração da família com a escola e a universidade. As instituições de ensino, por sua vez, têm grande potencial para mobilizar a comunidade educativa não apenas nos processos de ensino-aprendizagem, mas também na abertura de novas perspectivas para as relações interpessoais e incidência nos diferentes âmbitos da vida social. Diferentes expressões da sociedade são desafiadas a interagir com escolas e universidades e com as famílias para ajuntar forças em favor da humanização do mundo e da história.

         

          Nesse sentido, Papa Francisco, em sua mensagem em vídeo, nos convida a nos comprometermos e conjuntamente com os seguintes objetivos: “1º) colocar no centro de cada processo educativo – formal e informal – a pessoa, o seu valor, a sua dignidade para fazer emergir a sua especificidade, a sua beleza, a sua singularidade e, ao mesmo tempo, a sua capacidade de estar em relação com os outros e com a realidade que rodeia, rejeitando os estilos de vida que favorecem a difusão da cultura do descarte; 2º) ouvir a voz das crianças, adolescentes e jovens a quem transmitimos valores e conhecimentos, para construir juntos um futuro de justiça e paz, uma vida digna para toda a pessoa; 3º) favorecer a plena participação das meninas e das jovens na instrução; 4º) ver na família o primeiro e indispensável sujeito educador; 5º) educar e educarmo-nos para o acolhimento, abrindo-nos aos mais vulneráveis e marginalizados; 6º) empenhar-nos no estudo para encontrar outras formas de compreender a economia, a política, o crescimento e o progresso, para que estejam verdadeiramente ao serviço do homem e da família humana inteira na perspectiva duma ecologia integral; 7º) guardar e cultivar a nossa casa comum, protegendo-a da exploração dos seus recursos, adotando estilos de vida mais sóbrios e apostando na utilização exclusiva de energias renováveis e respeitadoras do ambiente humano e natural, segundo os princípios de subsidiariedade e da economia circulante”.

 

          Como se percebe, o transfundo desses objetivos é a visão humanista integral, capaz de agregar parceiros em busca de uma nova cultura e de uma sociedade justa, fraterna, inclusiva, participativa e poliédrica. Sabendo da proximidade das eleições municipais, a educação é um tema bastante pertinente para os que pretendem servir a cidade no executivo ou no legislativo. E um critério para identificar a visão de educação de quem se candidata é verificar seu parecer sobre a relação família-escola-sociedade.”.

(Dom João Justino de Medeiros Silva. Arcebispo de Montes Claros, em artigo publicado no site www.cnbb.org.br/educação-para-humanizar-o-mundo-e-a-história/, edição de 16 de outubro de 2020).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 15 de outubro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de José Ruy Lozano, sociólogo e autor de livros didáticos, é membro da Comunidade Reinventando a Educação (coredu.org), e que merece igualmente integral transcrição:

“Voltar à sala de aula para reinventá-la

       ‘Uma escola é uma fábrica é um poema é uma prisão é academia é tédio, com flashes de pânico.’ A frase do poeta russo Joseph Brodsky, retirada de um de seus ensaios autobiográficos, diz muito sobre as imagens associadas à instituição escolar ao longo do tempo – de centro de difusão de conhecimento e formação humana até estabelecimento repressivo normatizador de condutas. Nas últimas semanas, porém, a expressão “flashes de pânico” pode defini-la melhor, diante da iminente autorização para retorno às aulas presenciais em meio à pandemia de Covid-19.

          O receio do contágio é plenamente justificado diante de números que não cedem, ou cedem lentamente. Mas o retorno às atividades presenciais nas escolas pode desencadear outros medos, frustrações ou, pelo menos, necessidades de adaptação – e não apenas no que se refere a normas de higiene e distanciamento.

          Em pouquíssimo tempo, e de forma quase heroica, educadores do mundo todo fazem a transferência de sua atuação presencial para o espaço virtual, com maiores ou menores recursos e êxitos. No ambiente on-line, no entanto, vemos com frequência a aula como commodity: mera transmissão de informações. O professor fala, o aluno escuta. De aulas assim, o YouTube está cheio, sobre todos os tópicos tradicionais da educação básica. Por que investir tempo e disposição para assistir ao professor, se posso acessar os mesmos conteúdos com recursos visuais mais interessantes e “professores” por vezes mais divertidos?

          A adaptação forçada aos meios virtuais e a constatação da reprodução de práticas analógicas no universo digital devem levar os educadores a uma importante reflexão: como aproveitar ao máximo a permanência do aluno em sala de aula? A presença do estudante diante do professor, de cuja falta tanto nos ressentimos, é fundamental para quê? Se conteúdos e treinamentos podem ser disponibilizados em vídeos, o que fazer quando estivermos de volta às escolas?

          Se há alguma herança positiva do período da pandemia, em meio a um cenário tão desolador, é a constatação de que a escola já não pode mais se estruturar como transmissora de conteúdos. Além de seu fundamental papel na socialização e na aprendizagem de tudo o que ela envolve (cooperação, solidariedade, respeito ao outro e ao espaço público), sua função contemporânea é desenvolver a reflexão – crítica, problematizadora, cidadã – sobre conceitos e informações há muito instantaneamente acessíveis na sociedade em rede.

          O trabalho começa com a intensa e necessária curadoria de fontes de informação, cada vez mais urgente nesses tempos de terraplanismo e fake News, negacionismo e revisionismo histórico. A inserção inteligente na cultura digital é imprescindível para que o debate sobre pontos de vista divergentes seja feito em bases sólidas.

          Também aprendemos nos tempos de pandemia que as aulas on-line mais bem-sucedidas foram aquelas que solicitaram ao aluno a observação, a pesquisa, a experiência e a aplicação prática de conceitos, realizadas previamente, cujos resultados, satisfatórios ou não, eram colocados em discussão durante a aula.

          Foi possível igualmente perceber que o aluno poderia ler um texto ou assistir a um vídeo-aula antes da interação ao vivo com o professor, chegando a ela já com as informações necessárias para pensar sobre o assunto estudado, responder perguntas, propor questionamentos e reflexões a respeito do que viu ou leu.

          Inverter, enfim, a ordem dos fatores. Deixar de priorizar a transferência de dados – commodity – para agregar valor à indispensável reunião presencial denominada aula. Aperfeiçoar a proximidade com o que aprendemos na distância. Assim poderemos evitar os “flashes de pânico” do retorno a um normal escolar que há muito já deveria ter sido superado.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 310,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,59%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,14%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

         

 

          

 

         

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