quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA MINERAÇÃO VERDE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS MARCAS NA ALMA E RIQUEZAS DO TRICENTENÁRIO DAS MINAS GERAIS NA SUSTENTABILIDADE (49/121)

(Dezembro = mês 49; faltam 121 meses para a Primavera Brasileira)

“Mineração verde, uma realidade possível

        Atribui-se a Confúcio, filósofo chinês que viveu entre os anos 551 e 479 antes de Cristo, o ensinamento lapidar: “Aquele que mais estima o ouro do que a virtude há de perder ambos”. A frase deveria ser lida, relida e apreendida por todos que atuam no setor de mineração.

         Verdade seja dita: embora seja uma das mais longevas atividades econômicas da humanidade, a mineração é também uma das que mais produziram desequilíbrios sociais e ambientais desde então. Infelizmente, no passado, para se extrair riquezas da terra, exauriam-se indivíduos, comunidades, territórios e, sobretudo, a natureza.

         Felizmente, podemos dizer que essa mineração ficou no passado. Atualmente, está em curso uma mudança fundamental de nosso tempo, o que reflete a forma como as empresas devem enxergar os recursos minerais e ter a consciência prática – e não só teórica – de seu papel como indutoras do desenvolvimento das comunidades à sua volta e na defesa dos recursos ambientais.

         É uma nova forma de fazer mineração, pautada pela ética com as pessoas, pelo trabalho duro e responsável e pela defesa intransigente do nosso bem maior: o meio ambiente.

         Em todo o mundo, vemos os sinais dessa mudança rumo a uma mineração verde. O uso de energia limpa, reduzindo a dependência de combustíveis fosseis, a diminuição do uso de barragens, o que significa a eliminação de milhões de toneladas de rejeitos de mineração e menor risco ambiental, e o maior compromisso com o solo, as matas ao redor e as pessoas (a comunidade em volta e os profissionais que empregamos) são alguns caminhos de que uma mineração verde é uma realidade possível.

         Enxergar essa mudança na mineração me enche de orgulho e me faz lembrar minha própria história. Como é muito comum na cultura de países árabes, deixei a casa dos meus pais ainda criança para construir meu próprio caminho de vida e profissional. Esse caminho me levou a atuar na estruturação, gestão, operação e comercialização de projetos estratégicos de mineração no Oriente Médio, na Ásia e no Brasil, país que me acolheu há oito anos.

         E, se a ideia de uma mineração ancorada na sustentabilidade já era o que eu via e buscava durante meus trabalhos realizados em outros países, no Brasil, constato que é não apenas uma visão, mas uma necessidade e uma urgência. Pulmão do mundo, o Brasil não pode apenas cuidar do seu desenvolvimento e se esquecer do meio ambiente. É preciso, sim, crescer, gerar divisas e empregos. Mas é urgente proteger o meio ambiente.

         É nessa ideia que surge o Grupo Trilha Gold, um projeto que nasceu de uma startup e que, em seis anos, tornou-se uma empresa mineradora. Alcançar tal feito não é para muitos: no mundo, apenas uma em cada 1 milhão de startups chega à condição de grande empresa. Atuamos em regiões repletas de problemas sociais e desigualdades e, portanto, precisamos enxergá-los com respeito e trabalhar para combatê-los.

         No Norte do Brasil, por exemplo, convive-se com altíssima taxa de mortalidade infantil, garimpos ilegais, criminalidade, desmatamento agressivo do bioma e mais de 80% da população sem saneamento básico. Em Minas, a persistente desigualdade se revela nas áreas do Estado com nível nas de renda abaixo da média nacional.

         É a máxima de Confúcio: a meta de extrair ouro e gerar riqueza será inútil e fadada a perdas se não vier acompanhada de outro objetivo igualmente importante – reforçar a virtude. E a virtude, no caso, significa apoiar pessoas e comunidades, usar a tecnologia em favor de uma mineração sustentável e investir no país, afinal os bens do Brasil são do Brasil e para o Brasil.”.

(Basel Ibrahim al Jughami. Fundador e presidente do Grupo TGC e Instituto Trilha. Empreendedor com oito anos de experiência internacional no desenvolvimento, estruturação, gestão, operação e comercialização de projetos estratégicos sustentáveis de mineração em Oriente Médio, Ásia e Brasil; em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de novembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 27 de novembro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Minas Gerais, uma nação

        A data da criação de Minas do Ouro – 2 de dezembro de 1720 – é marco para o início de uma história que se assenta em trezentos anos, fazendo contracenar personagens, fatos e eventos, lutas e conquistas, raízes religiosas e culturais – riquezas de uma nação. Essas raízes e riquezas definem uma identidade e forjam uma missão. A têmpera de seus desbravadores primeiros – Matias Cardoso, Fernão Dias Paes e Manuel de Borba Gato – fecundaram o solo por onde passaram com gotas de um suor próprio que inspira a gente mineira, povo batalhador. Esse povo é guardião de um estado que merece ser chamado de “diamante”, particularmente por suas vastas preciosidades minerais, singularidades de suas montanhas e de seus Gerais – a complexidade encantadora de seus biomas. Estado que é diamante em razão da pluralidade de seu povo, com culturas diferentes, merecendo o reconhecimento de que Minas são muitas.

         Muitas Minas, de tanta riqueza em único chão, síntese de diferentes lugares. Estado que exige sabedoria de cada mineiro para bem cuidar da sua terra, pois não se pode menosprezar um legado que hospeda força: o patrimônio cultural e natural de Minas Gerais. Esse patrimônio é herança que produz uma experiência singular a quem passa a residir no estado, um senso de pertencimento que se desdobra na adoção da cidadania mineira, com sua vitalidade preciosa. Minas congrega pluralidades espelhadas nos muitos sotaques que adornam a mesma língua – verdadeiro idioma com idiossincrasias próprias, marca de um lugar de todos e para todos.

         Na raiz da história de Minas Gerais encontram-se sinais de uma participação política que emoldura um povo com a disposição para defender o seu destino e a sua honra. Emblemática e inspiradora é a figura de Filipe dos Santos, capaz de alargar a compreensão de que é preciso respeitar a identidade mineira, enraizada na presença de povos originários – Cataguases, Botocudos e Caiapós – com propriedade para amparar outras culturas que consolidam as muitas Minas de Minas. Por isso, nas veias mineiras circula um sangue que gera vínculos de pertencimento, a serem reavivados para fecundar a cidadania e possibilitar, sempre, um novo tempo – com posturas atualizadas que selam a vocação desse povo para a liberdade. Uma liberdade que tem força para reerguer o “caído”, fecundar o insosso e, sabiamente, reinventar os caminhos, formulando adequadas respostas aos mais diferentes desafios.

         O desenvolvimento ancorado nas riquezas de Minas alavanca o surgimento de vilas – Mariana, Ouro Preto e Sabará – onde se planta o ouro da fé cristã católica. Esse ouro é patrimônio do tesouro mineiro – força que molda um jeito de ser com marcas da religiosidade, das culturas, da culinária, dos modos de sentir e de falar. E a Igreja, com a sua presença evangelizadora nessa tricentenária história, a partir da fé professada, compreende: as montanhas de Minas são altar de Cristo. E as Gerais? São os campos dos seus cuidados de pastor. A profundidade dessas raízes da fé brinda a religiosidade mineira com quatro leigos eremitas, ainda nas primeiras décadas da história do estado: Antônio da Silva Bracarena, o “eremita da Piedade”, no alto da Serra da Piedade, irmão Lourenço, no Caraça, Félix da Costa, no eremitério e convento de Macaúbas, em Santa Luzia, e Feliciano Mendes, com o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. A pedra preciosa da fé é tesouro inegociável do Estado Diamante, pois é fundamento da mineiridade.

         Em todas as etapas da história de Minas Gerais, contracenam plêiades de ilustres personalidades – artistas, estadistas, religiosos, educadores, cidadãos – que convertem suas vidas em lições para o povo seguir adiante. Um estado belo, de muitos patrimônios que merecem ser adequadamente tratados, nos parâmetros do desenvolvimento integral. A celebração do tricentenário de Minas Gerais é oportunidade para revisitar a história do estado, onde estão as bases para construir um tempo novo, que precisa chegar logo. Um tempo marcado pelo respeito aos pobres, por exercício nobre da cidadania, capaz de contribuir para edificar uma civilização renovada.

         Que a memória dos três séculos de Minas Gerais interpele, particularmente, os representantes do povo – que são servidores – para que ajudem o estado a articular suas riquezas humanas, culturais, religiosas e ambientais. A história de Minas compromete e exige da mineiridade passos rápidos rumo a um ciclo de mais justiça, equilíbrio ambiental, respeito incondicional à dignidade de toda pessoa humana. As muitas culturas que se articulam fazem de Minas Gerais uma nação admirável. Essas culturas sejam inspiração para construir renovado contexto civilizatório, cada vez mais exemplar e encantador.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 317,48% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,91%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,92%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...   

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

  

       

 

 

          

        

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