A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA MINERAÇÃO VERDE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS MARCAS NA ALMA E RIQUEZAS DO TRICENTENÁRIO DAS MINAS GERAIS NA SUSTENTABILIDADE (49/121)
(Dezembro = mês 49; faltam 121 meses para a Primavera Brasileira)
“Mineração verde, uma realidade possível
Atribui-se
a Confúcio, filósofo chinês que viveu entre os anos 551 e 479 antes de Cristo,
o ensinamento lapidar: “Aquele que mais estima o ouro do que a virtude há de
perder ambos”. A frase deveria ser lida, relida e apreendida por todos que
atuam no setor de mineração.
Verdade
seja dita: embora seja uma das mais longevas atividades econômicas da
humanidade, a mineração é também uma das que mais produziram desequilíbrios
sociais e ambientais desde então. Infelizmente, no passado, para se extrair
riquezas da terra, exauriam-se indivíduos, comunidades, territórios e,
sobretudo, a natureza.
Felizmente,
podemos dizer que essa mineração ficou no passado. Atualmente, está em curso
uma mudança fundamental de nosso tempo, o que reflete a forma como as empresas
devem enxergar os recursos minerais e ter a consciência prática – e não só
teórica – de seu papel como indutoras do desenvolvimento das comunidades à sua
volta e na defesa dos recursos ambientais.
É uma
nova forma de fazer mineração, pautada pela ética com as pessoas, pelo trabalho
duro e responsável e pela defesa intransigente do nosso bem maior: o meio
ambiente.
Em todo
o mundo, vemos os sinais dessa mudança rumo a uma mineração verde. O uso de
energia limpa, reduzindo a dependência de combustíveis fosseis, a diminuição do
uso de barragens, o que significa a eliminação de milhões de toneladas de
rejeitos de mineração e menor risco ambiental, e o maior compromisso com o
solo, as matas ao redor e as pessoas (a comunidade em volta e os profissionais
que empregamos) são alguns caminhos de que uma mineração verde é uma realidade
possível.
Enxergar
essa mudança na mineração me enche de orgulho e me faz lembrar minha própria
história. Como é muito comum na cultura de países árabes, deixei a casa dos meus
pais ainda criança para construir meu próprio caminho de vida e profissional. Esse
caminho me levou a atuar na estruturação, gestão, operação e comercialização de
projetos estratégicos de mineração no Oriente Médio, na Ásia e no Brasil, país
que me acolheu há oito anos.
E, se a
ideia de uma mineração ancorada na sustentabilidade já era o que eu via e
buscava durante meus trabalhos realizados em outros países, no Brasil, constato
que é não apenas uma visão, mas uma necessidade e uma urgência. Pulmão do
mundo, o Brasil não pode apenas cuidar do seu desenvolvimento e se esquecer do
meio ambiente. É preciso, sim, crescer, gerar divisas e empregos. Mas é urgente
proteger o meio ambiente.
É nessa
ideia que surge o Grupo Trilha Gold, um projeto que nasceu de uma startup e
que, em seis anos, tornou-se uma empresa mineradora. Alcançar tal feito não é
para muitos: no mundo, apenas uma em cada 1 milhão de startups chega à condição
de grande empresa. Atuamos em regiões repletas de problemas sociais e
desigualdades e, portanto, precisamos enxergá-los com respeito e trabalhar para
combatê-los.
No Norte
do Brasil, por exemplo, convive-se com altíssima taxa de mortalidade infantil,
garimpos ilegais, criminalidade, desmatamento agressivo do bioma e mais de 80%
da população sem saneamento básico. Em Minas, a persistente desigualdade se
revela nas áreas do Estado com nível nas de renda abaixo da média nacional.
É a
máxima de Confúcio: a meta de extrair ouro e gerar riqueza será inútil e fadada
a perdas se não vier acompanhada de outro objetivo igualmente importante –
reforçar a virtude. E a virtude, no caso, significa apoiar pessoas e
comunidades, usar a tecnologia em favor de uma mineração sustentável e investir
no país, afinal os bens do Brasil são do Brasil e para o Brasil.”.
(Basel Ibrahim al Jughami. Fundador e
presidente do Grupo TGC e Instituto Trilha. Empreendedor com oito anos
de experiência internacional no desenvolvimento, estruturação, gestão, operação
e comercialização de projetos estratégicos sustentáveis de mineração em Oriente
Médio, Ásia e Brasil; em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 25 de novembro de 2020, caderno OPINIÃO, página
21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 27 de novembro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Minas Gerais, uma nação
A
data da criação de Minas do Ouro – 2 de dezembro de 1720 – é marco para o
início de uma história que se assenta em trezentos anos, fazendo contracenar
personagens, fatos e eventos, lutas e conquistas, raízes religiosas e culturais
– riquezas de uma nação. Essas raízes e riquezas definem uma identidade e
forjam uma missão. A têmpera de seus desbravadores primeiros – Matias Cardoso,
Fernão Dias Paes e Manuel de Borba Gato – fecundaram o solo por onde passaram
com gotas de um suor próprio que inspira a gente mineira, povo batalhador. Esse
povo é guardião de um estado que merece ser chamado de “diamante”,
particularmente por suas vastas preciosidades minerais, singularidades de suas
montanhas e de seus Gerais – a complexidade encantadora de seus biomas. Estado
que é diamante em razão da pluralidade de seu povo, com culturas diferentes,
merecendo o reconhecimento de que Minas são muitas.
Muitas
Minas, de tanta riqueza em único chão, síntese de diferentes lugares. Estado
que exige sabedoria de cada mineiro para bem cuidar da sua terra, pois não se
pode menosprezar um legado que hospeda força: o patrimônio cultural e natural
de Minas Gerais. Esse patrimônio é herança que produz uma experiência singular
a quem passa a residir no estado, um senso de pertencimento que se desdobra na
adoção da cidadania mineira, com sua vitalidade preciosa. Minas congrega
pluralidades espelhadas nos muitos sotaques que adornam a mesma língua –
verdadeiro idioma com idiossincrasias próprias, marca de um lugar de todos e
para todos.
Na raiz
da história de Minas Gerais encontram-se sinais de uma participação política
que emoldura um povo com a disposição para defender o seu destino e a sua
honra. Emblemática e inspiradora é a figura de Filipe dos Santos, capaz de
alargar a compreensão de que é preciso respeitar a identidade mineira,
enraizada na presença de povos originários – Cataguases, Botocudos e Caiapós –
com propriedade para amparar outras culturas que consolidam as muitas Minas de
Minas. Por isso, nas veias mineiras circula um sangue que gera vínculos de
pertencimento, a serem reavivados para fecundar a cidadania e possibilitar,
sempre, um novo tempo – com posturas atualizadas que selam a vocação desse povo
para a liberdade. Uma liberdade que tem força para reerguer o “caído”, fecundar
o insosso e, sabiamente, reinventar os caminhos, formulando adequadas respostas
aos mais diferentes desafios.
O
desenvolvimento ancorado nas riquezas de Minas alavanca o surgimento de vilas –
Mariana, Ouro Preto e Sabará – onde se planta o ouro da fé cristã católica.
Esse ouro é patrimônio do tesouro mineiro – força que molda um jeito de ser com
marcas da religiosidade, das culturas, da culinária, dos modos de sentir e de
falar. E a Igreja, com a sua presença evangelizadora nessa tricentenária
história, a partir da fé professada, compreende: as montanhas de Minas são
altar de Cristo. E as Gerais? São os campos dos seus cuidados de pastor. A
profundidade dessas raízes da fé brinda a religiosidade mineira com quatro
leigos eremitas, ainda nas primeiras décadas da história do estado: Antônio da
Silva Bracarena, o “eremita da Piedade”, no alto da Serra da Piedade, irmão
Lourenço, no Caraça, Félix da Costa, no eremitério e convento de Macaúbas, em
Santa Luzia, e Feliciano Mendes, com o Santuário do Senhor Bom Jesus de
Matosinhos, em Congonhas. A pedra preciosa da fé é tesouro inegociável do
Estado Diamante, pois é fundamento da mineiridade.
Em todas
as etapas da história de Minas Gerais, contracenam plêiades de ilustres
personalidades – artistas, estadistas, religiosos, educadores, cidadãos – que
convertem suas vidas em lições para o povo seguir adiante. Um estado belo, de
muitos patrimônios que merecem ser adequadamente tratados, nos parâmetros do
desenvolvimento integral. A celebração do tricentenário de Minas Gerais é
oportunidade para revisitar a história do estado, onde estão as bases para
construir um tempo novo, que precisa chegar logo. Um tempo marcado pelo
respeito aos pobres, por exercício nobre da cidadania, capaz de contribuir para
edificar uma civilização renovada.
Que a
memória dos três séculos de Minas Gerais interpele, particularmente, os
representantes do povo – que são servidores – para que ajudem o estado a
articular suas riquezas humanas, culturais, religiosas e ambientais. A história
de Minas compromete e exige da mineiridade passos rápidos rumo a um ciclo de
mais justiça, equilíbrio ambiental, respeito incondicional à dignidade de toda
pessoa humana. As muitas culturas que se articulam fazem de Minas Gerais uma
nação admirável. Essas culturas sejam inspiração para construir renovado
contexto civilizatório, cada vez mais exemplar e encantador.”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a
estratosférica marca de 317,48% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em
históricos 112,91%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses,
chegou a 3,92%); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e
comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela
trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é
que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da
União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão
Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de
juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica,
previsão de R$ 1,004 trilhão), a
exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
59 anos de testemunho de um servidor público
(1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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