quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS ESCOLAS NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DO AMOR E QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Desenvolvimento integral: vivendo e aprendendo

        Não existe caminho para educação fora da realidade como ela é: inacabada. A presença de cada vida humana na Terra se manifesta no movimento e na consciência de nossa incompletude. O aprendizado é, portanto, um caminho longo e pode ser expresso pela fórmula de Bhaskara, por um dia no museu ou por aquele abraço de adeus. Até a areia quente nos pés descalços nos ensina, porque, na concepção de uma educação integradora, o corpo e as várias dimensões que perpassam a vida são importantes, sejam elas emocionais, culturais, intelectuais ou físicas.

         Em tempos de corpos distanciados, é necessário reinventar maneiras de viver. Mas, como nos diz Paulo Freire, a educação para a vida sempre assim se fez, se refazendo, transbordando espaços, tempos e conteúdos para além dos muros da escola.

         A unidade escolar, embora seja uma instituição-chave para a educação, não é o único lugar onde habilidades e conhecimentos podem ser conquistados. Embora não seja comum a reflexão sobre outros espaços que compõem o saber, um olhar mais atento perceberá que, mesmo nas salas de aula, diferentes mundos convivem por meio da bagagem de cada aluno e professor. Neste cenário, merece destacar o trabalho das Organizações da Sociedade Civil (OSCs), que sustentam oportunidades para crianças e adolescentes refletirem sobre o percurso de suas vivências, experimentarem novas linguagens e expressarem suas ideias.

         Assim como a educação transcende os espaços, o tempo da aprendizagem não termina quando bate o sinal da escola. Em momentos de confinamento fica ainda mais evidente que diversidade também se manifesta nos ritmos, na forma como cada um tem seu momento exato de chegar até a última linha e passar para a página seguinte. O respeito e a compreensão dessa amplitude de tempos para desvendar o mundo também fazem parte de um olhar para o desenvolvimento pleno.

         Neste momento histórico de crise, é de extrema importância o fortalecimento das instituições, das redes e movimentos de base que vivenciam essa concepção de educação, profundamente conectada às pessoas e à realidade, e que, a partir daí, evidenciam as consequências das desigualdades e da situação de direitos, mas também enxergam o poder de cada agente social na tarefa de transpor esse cenário.

         Por mais contraditório que pareça, o (des)envolvimento depende das relações, do comum que nos atravessa como seres sociais e coletivos para gerar autonomia. Autonomia de ser quem somos e ler o mundo com a mesma peculiaridade que marca a experiência de cada ser neste planeta.”.

(Fernanda Zanelli. Especialista da área de comunicação do Itaú Social; mestranda em ciência da informação (ECA-USP), com especialização em globalização e cultura e gestão de políticas culturais, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de julho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 28 de dezembro de 2020, de autoria de DOIM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que merece igualmente integral transcrição:

“Ecoe a voz do amor

        Dia de Natal, deixe ecoar a voz do amor. O Natal remete a humanidade ao mistério maior, o nascimento de Jesus, estrela luzente no horizonte sombrio deste tempo, quando a humanidade sofre pelo luto, por suas perdas e angústias. Deixar ecoar a voz do amor é convite para experimentar a alegria extraordinária que tomou conta do coração dos pastores de Belém, gente simples e rude, nos limites próprios da vida da roça, capacitando-os para ver e escutar um mistério de amor que estava para além de suas compreensões. Ecos do amor maior rompem com o que é estreito e iluminam uma compreensão que jamais a acuidade da ciência pode permitir alcançar. Essa compreensão nasce da experiência de se buscar Deus, a fonte inesgotável do amor, do amor verdadeiro e duradouro, comprovadamente indestrutível.

         É o amor verdadeiro e duradouro que alicerça a verdade, convence sobre a importância de se dedicar ao bem, inspira convictamente o exercício da solidariedade, a busca por justiça, causando inquietação diante de preconceitos e discriminações. Do amor vem a força para multiplicar multidões de obreiros da paz, promotores da justiça e empreendedores de uma lógica nova nos funcionamentos da sociedade. O convite para deixar ecoar a voz do amor não é empreendimento humano. Sozinha, a humanidade não consegue alcançar uma realização dessa magnitude. A obra é de Deus, a fonte do amor, Deus é amor.

         O divino convite para que ecoe a voz do amor se revela no mistério da celebração do Natal do Senhor, o Verbo que se faz carne e põe sua morada no chão da humanidade. A humanidade é convidada a escutar a voz do amor. E só a Palavra, Cristo, Verbo encarnado, é a voz do amor. Aceitar este convite significa acolher Cristo. Requer um despir-se de pretensões orgulhosas para cultivar simplicidade, em tudo, e deixar-se guiar pela força de uma beleza capaz de transformar cada pessoa só pode ser alcançada a partir da intervenção de Deus. E a escuta da voz do amor requer silêncios para apurar percepções e aprofundar a interioridade – tudo renovando a partir do amor.

         A celebração do Natal se repete a cada ano, na singularidade da liturgia, na celebrada confessional da fé, a partir de práticas que fecundam a vivência deste momento. No atual contexto, de uma humanidade mais sofrida, afligida por uma pandemia, fechada sobre si mesma, nos seus cálculos egoístas e mesquinhos que geram milhões de excluídos, fome e miséria – uma sociedade temperada pelo insosso da indiferença – o Natal traz forte interpelação: deixe ecoar a voz do amor. Um apelo dramático, na hora última de um ano com perdas irreparáveis. Acolher a convocação do Natal é sonhar com uma humanidade nova, uma sociedade solidária. Por isso mesmo, a celebração do Nascimento de Jesus não pode ser vivida sem que se deixe ecoar a voz do amor. E a sociedade deve vencer o seu despreparo para escutar essa voz.

         Do silenciar-se para ouvir, sabe-se pouco. A superficialidade de gestos e reflexões empurra o ser humano na direção de algazarras que ferem a contemplação, criando o perigo de aglomerações que ameaçam a saúde, a escuta, o encantamento. Natal é tempo por excelência para fomentar o encantamento que possibilita o reencontro do belo que transforma, devolvendo sentido à vida, fazendo brotar, como nascente, a força de uma verdade libertadora que somente se revela no encontro com o amor maior.

         O Natal oferece uma possibilidade para que a civilização aprisionada, mesmo com tantos progressos científicos, possa avançar. Mas há, lamentavelmente, os que insistem em entender que o Natal é simples expressão poética, sem se aprofundar no seu genuíno sentido. Outros muitos, orgulhosos, permanecem encastelados no que julgam ser sabedoria, mas, na verdade, se resume a considerações inócuas e sem força transformadora. Ainda mais perigoso é o horizonte construído por confissões religiosas que incentivam práticas desalmadas, lugar de perversidades, apropriando-se de certos valores e princípios para deturpá-los, em busca de vantagem política e econômica. Por tudo isso, a humanidade continua a padecer com tristes situações, que incluem as desigualdades sociais vergonhosas e as depredações mesquinhas da natureza.

         Sem a genuína celebração do Natal, a interioridade humana poderá ser povoada por insatisfações e pela ausência de sentidos e, em casos extremos, à desistência da vida. A edificação de um novo tempo, contemplando solidariamente as dores da humanidade, sensibilizando-se ante os clamores dos pobres, sonhando com um mundo melhor, mais justo e fraterno, só será possível se a celebração do Natal for vivida de modo pleno: experiência simples de deixar ecoar no coração a voz de Deus, a voz do amor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 319,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 113,57%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

 

          

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