quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E AS LUZES DA CIÊNCIA E SOLIDARIEDADE NO APRENDIZADO E TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“O poder e a necessidade da transformação digital

        Um dos ensinamentos trazidos pela pandemia foi a importância de se adaptar e, principalmente, de se transformar, fazendo uso dos recursos e tecnologias disponíveis, até mesmo daquelas que, até mesmo daquelas que, até então, não eram empregadas em determinados mercados. E essa lição se aplica tanto para empresas quanto para profissionais.

         Quem já estava no caminho da transformação digital foi menos abalado pelo “tsunami” provocado pela Covid-19. Dados divulgados em novembro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam, por exemplo, que 54% das empresas que investiram em tecnologias digitais na produção registraram lucros iguais ou maiores, em comparação com o período pré-pandemia. A MRV Engenharia, por exemplo, soube contornar a crise e usar o digital a seu favor. A organização preparou seus canais digitais para que a busca por imóveis e o processo de documentação fossem feitos totalmente online. Dessa forma, a empresa registrou um aumento de 28% em suas vendas em julho.

         Esses resultados foram possíveis porque o investimento em tecnologia contribui para agilizar a comunicação interna e externa, reduz custos e torna a produção mais eficaz, já que otimiza os processos. Um exemplo recorrente em 2020 foram as reuniões online, que agilizaram acordos e mantiveram o andamento das negociações. Além disso, o digital contribui para a melhora da experiência do cliente, uma vez que no meio online a relação entre empresa e consumidor fica mais ágil.

         No entanto, algumas empresas ainda têm dificuldades de ingressar ou migrar para o digital. Isso acontece, principalmente, pela falta de colaboradores capacitados para lidar com novas tecnologias ou até mesmo por desconhecimento das possibilidades e recursos disponíveis. Por isso é importante que empresas e profissionais busquem por treinamentos, cursos de digitalização e verifiquem o que há de inovador na área em que atuam. A Natura, por exemplo, lançou a Consultoria Digital, que exigiu que as revendedoras modificassem a forma de vender e usassem a plataforma digital como meio de conectar com os clientes. O projeto possibilitou que cada vendedora tivesse sua loja online personalizada, tornando a relação com o consumidor mais próxima. Com isso, a empresa teve um crescimento de 75% em vendas online.

         Mesmo que a pandemia tenha exigido uma aceleração no campo digital dentro das corporações, tal implementação acontece por etapas. É importante analisar a situação atual da empresa e ver quais processos podem ser otimizados com o digital, depois deve ser feita a capacitação dos colaboradores. Além disso, cabe à empresa analisar os resultados que o uso do digital teve e ver quais pontos podem ser melhorados.

         A adoção de ferramentas e recursos digitais nas organizações ainda é algo recente e que está em constante desenvolvimento, afinal novas tecnologias surgem a cada dia. Por isso, é essencial acompanhar as transformações que acontecem no mercado, as novidades que surgem e investir de forma contínua em capacitação.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de /belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de dezembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 24 de setembro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Marcelo A. Mori e Marimelia Porcionatto

Professor do Instituto de Biologia da Unicamp e secretário regional da Ssociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

Professora da Escola Paulista de Medicina e coordenadora de Pesquisa da Unifesp, é secretária regional da SBPC

“O aprendizado com a pandemia

e a ciência no pós-Covid-19

        A Covid-19 trouxe mazelas incalculáveis, muitas irreparáveis. Como é comum em crises humanitárias, revelou o que há de melhor e pior nas pessoas. Embora o sofrimento com a pandemia não possa ser ignorado, é preciso entender o que de bom podemos tirar da crise. Nesse aspecto, há de se destacar o papel da ciência e a organização de cientistas no enfrentamento da doença.

         Enquanto o mundo observa a devastação causada pela Covid-19, cientistas se organizam, montam forças-tarefas, mobilizam recursos, desenvolvem protocolos, geram conhecimento, compartilham dados e servem de bastiões de esperança diante do caos anunciado.

         Caos que, de acordo com princípios físicos básicos, é tendência espontânea no Universo, somente antagonizado pela injeção constante de energia na forma de trabalho. Sabendo disso, a academia se organizou.

         Um exemplo é a Rede Vírus, criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para integrar iniciativas de combate a viroses. A mobilização no enfrentamento da Covid-19 vem demandando trabalho e organização, catalisada pela massa crítica e infraestrutura formadas por décadas de financiamento em educação e ciência.

         Cinco meses depois da doença chegar ao Brasil, enquanto em algumas regiões o vírus avança sem muita resistência, em outras o nível de resposta chega ao patamar adequado. O grau de respostas se confunde com a capacidade de organização das instituições acadêmicas locais. Assim, a pandemia expôs de forma óbvia a necessidade de reforçarmos nosso arcabouço de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).

         Mas como mobilizar cientistas e instituições no Brasil para trabalhar de maneira integrada? Como manter a estrutura para nos preparar para o advento de outras pandemias?

         A resposta para a primeira pergunta passa por conciliar realidades locais distintas. Por sorte, a Covid-19 nos ensinou os valores da empatia. O simples reconhecimento de que isolamento social e uso de máscara pode proteger vidas alheias já serve como exemplo da força que o cooperativismo encontra na sociedade.

         Cientistas perceberam que trabalhos em parceria alcançam maior impacto. Estreitar relações com parceiros, derrubando fronteiras ou desigualdades, é o caminho natural a ser seguido. É necessária a formação de uma rede nacional integrada de enfrentamento a doenças, com profissionais de diferentes áreas do conhecimento e instituições de várias regiões do Brasil, usando a infraestrutura instalada e as qualidades locais para cooperar e prover soluções para crises de saúde pública.

         A manutenção dessa rede se daria pela estruturação de polos regionais, que coordenariam iniciativas locais e trabalhariam de forma integrada para ampliar suas capacidades. Esses polos seriam centros de natureza interdisciplinar, com foco no estudo e controle de doenças com impacto socioeconômico significativo e cujas prevalências vêm aumentando. O financiamento da rede, sua estruturação e iniciativas poderiam vir de agências governamentais e empresas sensibilizadas com a necessidade de investimento em CT&I.

         Dengue, Chikungunya e zika incentivaram, mas não foram suficientes para construirmos uma rede permanente de prevenção e controle de doenças no Brasil. Organizamo-nos e nos desestruturamos. Criamos nichos de excelência, mas não os integramos. Fizemos grandes descobertas, mas nosso sistema nacional de CT&I não estava suficientemente maduro para transformá-las em ações concretas de longo prazo de forma a colocar o Brasil numa posição de prontidão para futuros desafios.

         É necessário fortalecer o sistema de CT&I brasileiro para que todo o esforço coletivo realizado até agora não se dissipe e que, quando vierem novas pandemias, a resposta de cientistas seja ainda mais ágil e acolhida de maneira inequívoca, num reconhecimento de que ciência não é gasto, e sim investimento num futuro melhor para todos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 317,48% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,91%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

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