segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DAS LIÇÕES DE CHURCHILL NA QUALIFICAÇÃO DA DEMOCRACIA E A TRANSCENDÊNCIA DA SABEDORIA E ESPIRITUALIDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Aprendam com Churchill

        O velho Winston sabia das coisas. “A democracia não é um sistema perfeito. No entanto, está comprovado que a democracia é o pior sistema de governo entre outros que se tentam, mas que nunca deu certo” – escreveu.

         Pois é: a democracia ainda é a melhor opção, mas tem suas regras. Chega-se ao poder unicamente através da aritmética. Para ganhar a eleição, o candidato “A” deve ter mais votos do que seu adversário “B”. Simples assim. Qualquer outro atalho para vencer dá uma confusão dos diabos, briga, tiroteio, mortes – bagunça geralmente seguida por uma ditadura.

         Outra vantagem da democracia é que ela preserva a sagrada liberdade de opinião do cidadão. Já numa ditadura – como a cubana, a venezuelana, a chinesa, a coreana, a iraniana e as de outros países – o sujeito faz uma piadinha qualquer, zoa a cara do governante e, um belo dia, é levado pela polícia para uma conversinha. Nunca mais volta. Até prova em contrário, o Brasil é um dos países democráticos da atualidade. Já passamos por várias rebordosas e vamos nos equilibrando em nossa atribulada democracia alcançada a duras penas.

         Sendo o Brasil uma democracia, portanto é permitido criticar o governo em curso livremente. O nível dessas críticas varia. Podem ser desde observações inteligentes até atrocidades cometidas pelos que não aceitaram perder a eleição anterior. Esses insistem nas piadinhas bobocas, na supervalorização de picuinhas, slogans vazios e até artigos de jornal que torcem para que o governante morra após contrair uma doença. No limite extremo do grotesco joga-se futebol chutando a cara do adversário eleito. Alguns aplaudem.

         Nas redes sociais percebem-se graus diversos dessa obsessão raivosa, algumas similares à Síndrome de Estocolmo. O indivíduo inconformado comenta, ofende, esbraveja – e assim se mantém psicologicamente atrelado àquele governante que detesta, não é engraçado? A vida dele vira uma prisão, é triste. Sobre isso, disse também Churchill: “os problemas da vitória são mais agradáveis do que os da derrota, mas não são menos difíceis”.

         Felizmente, no sistema democrático os derrotados na eleição anterior não estão perdidos: podem tentar vencer a próxima; claro. Mas para isso é necessário trabalhar duro, não desperdiçar tempo e energia em tolices. A primeira providência é escolher um candidato legal, um cara bom de serviço, sem sujeiras no passado e com carisma para conquistar corações e mentes. No caso do Brasil, estamos em falta. Pelo visto, até agora não surgiu ninguém com tal disposição e qualidades. E olhe que faltam menos de dois anos para a próxima eleição.

         Os sonhadores com a vitória devem, urgentemente, estudar e entender a fundo o grupo social que os marqueteiros chamam de “público-alvo” – os eleitores, a base da democracia. Essa gente, que deposita seu voto na esperança de dias melhores, não se ilude mais com conversa mole. Está cada vez mais atenta e bem informada; não engole mentiras, sabe filtrar e criticar o que aparece por aí. Afinal, como constatou o velho líder do uísque e do charuto, “não existe opinião pública, existe opinião publicada”.

         Sagaz, estabanado, bruto quando necessário, Churchill deixou frases engraçadas tais como “um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado”. Porém, sabia também ser sério e incisivo: “construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos. Destruir pode ser o ato impulsivo de um único dia”. Guardei a melhor delas para o fim: “a verdade é inconvertível, a malícia pode atacá-la, a ignorância pode zombar dela, mas, no final, lá está sempre a verdade”.

         De Churchill, aprendi pelo menos uma coisinha: às vezes a ironia pode ser também a diversão de um cronista.”.

(Fernando Fabbrini, em artigo do jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de janeiro de 2021, na página www.otempo.com.br/opinião/fernando-fabbrini/aprendam-com-churchill-1.2437418).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 22 de janeiro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Sábios e loucos

        A sabedoria proverbial popular traz referência muito adequada para reflexões sobre o momento atual quando diz que “de sábio e de louco todo mundo tem um pouco”. De fato, a humanidade parece estar diante da bifurcação de um caminho que pode levá-la à loucura ou à sabedoria. A civilização está, pois, em momento decisivo de sua história. Vive esgotamentos sacrificantes que acentuam processos de loucura e, ao mesmo tempo, constituem interpelação para uma virada civilizatória. Para a mudança esperada, há necessidade de uma conquista sapiencial capaz de reerguer sociedades em queda e ajudar o ser humano a se recompor. A realidade exigente e pesada, vivida desde o ano passado, faz sombras à esperança do ano novo recentemente iniciado. Indica que é preciso recuperar, promover e defender a vida, em todas as suas etapas e circunstâncias. Diante dos muitos problemas vividos em todo o planeta, precisamos de respostas que requerem o tempero da sabedoria.

         Na bifurcação entre a loucura e a sabedoria, a humanidade carece de sábios para conduzi-la nos processos de mudança, a partir de narrativas que possam desencadear ciclos diferentes na história. Levar a humanidade a novos caminhos é tarefa especialmente difícil quando se considera que tantas pessoas não conseguem desempenhar minimamente o próprio papel e corresponder às suas responsabilidades. Certamente, entre os veios da loucura contemporânea está a ambição por assumir um ofício, um papel, ocupar uma cadeira confiada a autoridades, julgando-se capaz, mas sem reunir as mínimas condições exigidas para a posição social almejada. Também é sinal de insanidade querer defender princípios inegociáveis, mas cair em contradições comprometedoras, provando não ter qualificações para cumprir o que se propõe a fazer. Essas loucuras acabam por afetar as instituições, enfraquecendo-as, desgastando-as. Atrasam processos de reconstrução na sociedade, geram desgastes e desperdício de energia.

         Falas desconexas dos que integram ou representam instituições não raramente são apreciadas por muitos, vistas por milhares, sinalizando o atual estado de loucura. Essas falas contribuem para acirrar posturas que são fruto de polarizações, alimentam extremismos, prejudicando a abertura de novos ciclos civilizatórios. Há, pois, lições para se aprender, para que cada vez mais cidadãos conquistem sabedoria e a humanidade seja curada, preservada dos horrores da loucura. Esse aprendizado é urgente, pois a insanidade chegou a tal nível que negacionismos, interpretações equivocadas ou tendenciosas, levam a humanidade a um percurso sem saída. Na história, não é novidade a coexistência de desvarios em contraponto com incontestáveis possibilidades para constituir uma realidade melhor. Trata-se da situação enfrentada pela sociedade brasileira, com seus cenários graves que precisam ser vencidos a partir de reconfigurações culturais e sociopolíticas.

         Há de se buscar os diagnósticos das muitas loucuras que ameaçam o tecido social para que seja escolhida a estrada da sabedoria. Esse investimento é indispensável, semelhante a uma vacina, em um processo de imunização para garantir rumos novos a este tempo, com o aproveitamento inteligente de oportunidades e conquistas já garantidas pela civilização contemporânea. Para isso, são necessários os sábios, e não os loucos.

         Sinaliza sabedoria a capacidade de gerar a união, articulando diferenças, delas fazendo riquezas. A sociedade precisa de cidadãos habilidosos na gestão de perspectivas divergentes, humanisticamente preparados para promover, continuamente, diálogos construtivos. Cidadãos comprovadamente preparados para amar seu semelhante, sustentados por uma referência espiritual que ilumine suas visões e fecundem a capacidade para poder ouvir cada pessoa, particularmente os clamores dos deserdados e injustiçados deste mundo. Muitos campos existenciais, a exemplo da política do bem, da economia solidária – na contramão daquela que mata –, podem contribuir para cultivar a sabedoria no ser humano. De modo especial, a espiritualidade tem importante papel para gestar a condição de sábio, e não de louco.

         A genuína espiritualidade cristã tem propriedades para garantir equilíbrios e saúde mental, sentido social alicerçado em solidariedades, reverência e respeito à história, compromisso de se promover a vida de todos. Oportuno é retomar o que a espiritualidade cristã indica como experiência sapiencial: adotar estilo de vida profético e contemplativo que é fonte de duradoura alegria – livre de sensações efêmeras motivadas pelo consumismo; suplicar ao Criador – fonte única e inesgotável da sabedoria – que derrame bênçãos, copiosamente, em cada coração, tornando-o sábio, jamais louco.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 319,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 113,57%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,52%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a

proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

        

 

 

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