quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA E A TRANSCENDÊNCIA DO ZELO COM A CASA COMUM NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Automação nas relações de trabalho

        O progresso tecnológico tem acarretado alterações inevitáveis nas relações de trabalho, tanto públicas como privadas. No entanto, tratando-se de serviço público, os impactos da automação são, necessariamente, sentidos mais lentamente, considerando o privilégio da dita “estabilidade” dos servidores, já que o Estado atualmente não pode dispor livremente sobre o encerramento das carreiras e o consequente desligamento daqueles admitidos mediante concurso público.

         Com a reforma administrativa, no entanto, esse cenário poderá mudar, quando vislumbramos a nova realidade, segundo o estudo do economista Willian Adamczyk, doutorando da PUC-RS, em coautoria com Leonardo Monastério, coordenador geral de ciências de dados na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), e Adelar Fochezatto, professor na pós-graduação em economia da PUC-RS, que será apresentado no Encontro Nacional de Economia da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpee), em dezembro deste ano, de acordo com matéria publicada no “Valor”, que concluiu que o Executivo federal tem 105 mil servidores alocados em posições com alta probabilidade de automação.

         De acordo com a matéria, “as funções mais ‘automatizáveis’ são, em geral, as de escolaridade mais baixa, considerando o “maior impacto da automação sobre profissões de menor qualificação e menor nível salarial”.

         Assim, quando se vislumbra a iminente reforma administrativa, que intenta, sobretudo, extirpar a estabilidade dos servidores que ingressarem sob a égide da nova legislação, sob a alegação de redução de custos e elevação de produtividade, o que se observa é a clara possibilidade de extinção de algumas funções e até carreiras, com a consequente redução dos concursos públicos. Tais impactos já são, há muito realidade, como, por exemplo, vem ocorrendo com as tarefas dos digitadores, que estão sendo substituídas gradativamente por tecnologias mais avançadas.

         Por outro lado, nas atividades em que, por sua própria natureza, o elemento humano afigura-se imprescindível, a automação tende a assumir um caráter complementar, causando menos impactos, como ocorre nas áreas de pesquisa e saúde.

         Diante da concretização das inovações e do aumento do campo de abrangência da automação sobre as carreiras dos servidores, em geral, o Judiciário poderá se deparar com situações nunca antes debatidas e levadas ao seu crivo, quando instado a apresentar soluções de conflitos surgidos com a nova realidade, em contrapartida aos rígidos princípios que regem as carreiras dos servidores públicos.”.

(Laís Pinto Ferreira. Advogada do escritório Mauro Menezes & Advogados, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de novembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 04 de janeiro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Saber cuidar

        O papa Francisco, em sua mensagem dedicada ao Dia Mundial da Paz, faz importante indicação para resgatar a humanidade dos seus estreitamentos sufocantes: trata-se da sabedoria do cuidado. Se o ser humano não aprender a cuidar do próximo e da Casa Comum, continuará a conviver com as vergonhosas desigualdades sociais, com a gradativa perda do sentido da vida, aprisionando-se em correntes escravizadoras. A interpelação central da mensagem do papa Francisco, chamando a atenção para a sabedoria do cuidado, não permite flexibilizações. Sem a sabedoria do cuidado, a humanidade continuará ameaçada por esta pandemia e por muitas outras terríveis crises de saúde, econômica, social e político-cultural. Orienta o papa Francisco: a escolha racional para superar tantos problemas é todos se tornarem profetas e testemunhas da cultura do cuidado.

         A compreensão de que a humanidade deve se unir e remar no mesmo “barco”, cujo “leme” é a dignidade de cada pessoa, deve inspirar, interpelar e desafiar o ser humano. Não tem outro caminho para se alcançar uma civilização melhor. Na contramão dessa via está a irracionalidade. Por isso mesmo, todos se reconheçam aprendizes – de governantes a cientistas renomados – da ciência do cuidado. Isto, entre outras medidas, exige combater “negacionismos” que buscam minimizar a gravidade da atual crise sanitária, social, ambiental e política. Saber cuidar, na contemporaneidade, inclui também investir na ciência e em suas pesquisas, capazes de conceber vacinas eficazes no combate à pandemia que ameaça a humanidade. Nos campos da religião, da política e da cultura, saber cuidar refere-se à capacidade de aprender novo estilo de vida, reconhecendo a dignidade de cada pessoa.

         Na direção oposta do compromisso com o cuidado, multiplicam-se palavrórios, invectivas que apenas provocam curiosidades e alimentam o número de visualizações nas redes sociais, reforçando dimensões existenciais patológicas e juízos condenatórios sobre os outros. Proliferam-se discursos obscurantistas camuflados de fidelidade a um arcabouço doutrinário confessional. Para a humanidade é urgente a aprendizagem do saber cuidar, ciência da vida que inclui o zelo pela ecologia, avanços em clarividências políticas, intuição de novos caminhos civilizacionais, capazes de substituir situações de violência por mais respeito à dignidade humana – sem racismos, exclusões ou outras formas de discriminação.

         Saber cuidar é o caminho novo para estabelecer adequadamente o nobre sentido da autoridade política, alicerçado na efetiva defesa de valores e princípios indispensáveis à sociedade, vencendo incoerências. Política qualificada é a que se dedica a cuidar, jamais agindo com indiferença. Nessa mesma perspectiva, uma civilização se qualifica quando todos, igualmente, são respeitados em seus direitos e reconhecem seus deveres – todos cuidando uns dos outros. Também a vivência autêntica da fé, especialmente da fé cristã, exige incondicional adesão à cultura do cuidado.

         A Igreja Católica, por exemplo, desde a sua origem, investe nas chamadas obras de misericórdia, priorizando o compromisso com os pobres. Essencial, pois, é o adequado entendimento sobre o cristianismo, que tem por princípio pétreo a valorização de cada ser humano. Na perspectiva cristã, a pessoa humana jamais pode ser considerada simples instrumento, a ser avaliado por sua utilidade – toda pessoa merece e deve ser cuidada. Testemunha-se com autenticidade aa fé quando se considera o outro mais importante, especialmente quando se trata dos pobres, inocentes ou vulneráveis. O cristão tem, pois, o dever de promover os Direitos Humanos, que precisam ser mais respeitados nesta sociedade marcada por uma economia que mata.

         Saber cuidar é ciência existencial que, para ser aprendida, exige profunda conversão do próprio coração. O cotidiano da humanidade com as suas lógicas clama por essa ciência existencial que pede conversões, para que seja edificada a paz na solidariedade e na fraternidade, dissipando as artimanhas de poderosos que manipulam opiniões para não cumprir com seus deveres em relação aos empobrecidos do planeta. Essencial e urgente é investir na cultura do cuidado. Trata-se de um resgate do que é genuinamente humano, pois saber cuidar é habilidade que gera humanização.

         A regeneração da civilização contemporânea exige disciplina no exercício do cuidado – com o outro, que é irmão, e com a Terra, a Casa Comum. Sem esse exercício, continuarão a se multiplicar calvários para a humanidade. A novidade esperada para o ano que se inicia depende da dedicação de todos à ciência capaz de resgatar a humanidade de seus abismos: a ciência do saber cuidar.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 319,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 113,57%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a

proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

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