“A epistemologia genética de Jean Piaget
Jean
William Fritz Piaget foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo que nasceu na
Suíça do século XIX, mais precisamente na cidade de Neuchâtel. Entre as várias
colaborações para a ciência está, sem dúvida, o desenvolvimento de uma forma
cognitiva multidisciplinar e interdisciplinar genuína baseada na epistemologia
genética, pois, para Piaget, memória genética e inteligência são processos
mentais intrinsecamente interligados.
Etimologicamente,
“epistemologia” é o termo formado pelo vínculo das palavras gregas “episteme”,
que significa “conhecimento”, e “logos”, que quer dizer “estudo”. Por
conseguinte, a epistemologia pode ser definida, na pós-modernidade, como o ramo
da filosofia que se concentra na reflexão metodológica e sistemática do
conhecimento científico, de seus princípios, de sua organização, de seus
aprimoramentos, bem como de seus resultados lógicos.
No que
tange especificamente à epistemologia genética, que foi desenvolvida pelo
professor Jean William Fritz Piaget, podemos defini-la, em síntese, como uma
teoria científica que se ocupa, sobretudo, da gênese ou da origem do
conhecimento humano, bem como de sua evolução e consequente modificação ao
longo do tempo. Conforme a visão piagetiana, essa forma sui generis de ciência
humana também se fundamenta na tradicional neurologia, pois leva em
consideração a interação da criança com o meio sociocultural em que vive. Além
disso, esse biólogo europeu defende, categoricamente, que o conhecimento
consubstancia-se na memória genética, a qual é transferida pela genealogia
familiar. Segundo o psicoterapeuta Carl Jung, a memória genética representa o
conjunto de informações, de atributos, bem como de sentimentos que os seres
humanos herdam dos ancestrais.
Nesse
contexto, e para Piaget, toda criança realmente herda de seus antepassados uma
complexa e vasta carga de habilidades física, psicológicas e intelectuais de
seus ancestrais. Por causa disso, nossa capacidade intelectual não depende
necessariamente de um processo educacional, pois nossos familiares
consanguíneos transferem-nos, por meio do DNA, aptidões intelectuais
previamente existentes. Assim, o principal objetivo da epistemologia piagetiana
era criar novos marcos técnicos, teóricos e empíricos para a pedagogia
infantil, bem como para o desenvolvimento do conhecimento natural genético
humano.
Segundo
estudos científicos apresentados, nos últimos anos, por pesquisadores da
Universidade de Genebra, na Suíça, a existência de crianças prodígios ou
superdotadas é prova científica inequívoca da transferência de inteligência
genética por meio da hereditariedade sanguínea. Por isso, não podemos deixar de
reconhecer que esse epistemólogo suíço contribuiu, sobremaneira, para a
compreensão do intelecto humano, bem como por ter revolucionado o processo
pedagógico infantil em todo o mundo ocidental, oriental e asiático.”.
(Ricardo Lebourg Chaves. Advogado, professor e
gnóstico, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição
de 12 de abril de 2021, caderno OPINIÃO, página 19).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 16 de abril de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Olhar a
Igreja e o mundo
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua 58ª Assembleia Geral,
tratou do importante exercício de “olhar” a Igreja e o mundo. Realizada de 12 a
16 de abril, no ambiente digital, a assembleia foi emoldurada também por
momentos de oração, reunindo quase quatrocentos participantes, entre bispos,
bispos eméritos, presidentes de organismos da Igreja, assessores, diáconos e
padres, cristãos leigos e leigas, consagrados e consagradas. “Olhar” a Igreja e
o mundo, exercício da assembleia, integra a missão de cada bispo junto ao seu
povo, na sua diocese, em cumprimento ao mandato do Senhor Ressuscitado. Cristo,
antes de subir ao céu, dá aos primeiros apóstolos a responsabilidade de ir pelo
mundo inteiro pregar o Evangelho a toda criatura, fazendo com que todos se
tornem discípulos e discípulas de Jesus, o único mestre e senhor.
O
exercício espiritual de “olhar” a Igreja e o mundo, no contexto das assembleias
da Conferência Episcopal, se alicerça na comunhão e na fraternidade. Os bispos
se unem em colegialidade para fecundar seus caminhos no exercício da missão,
sempre com autonomia e no horizonte dos valores inegociáveis do Evangelho, dos
tesouros da doutrina e da tradição da Igreja. A congregação dos bispos da CNBB
em assembleia é o vértice de um caminho missionário percorrido e vivenciado em
diferentes realidades de um mundo plural, a ser banhado com a luz de Cristo. As
largas vias deste itinerário missionário incluem, pelo anúncio da Palavra de
Deus, luz para o caminho, lâmpada luzente para os pés – co0nforme canta o
salmista – participar das alegrias e tristezas, vitórias e derrotas do Povo de
Deus, a caminho, neste mundo, rumo ao reino definitivo.
A ação
missionária da Igreja – que é servidora, sinal e sacramento de salvação – se
efetiva a partir do compromisso insubstituível com a vida, primeiro e maior dom
de cada pessoa. A Igreja se dedica à defesa e à promoção da vida desde o
momento primeiro, na concepção, até o último, com o declínio na morte natural.
Por isso mesmo, os pastores do Povo de Deus têm o permanente dever de olhar a
Igreja e o mundo. Trata-se de compromisso missionário, exercício desafiador que
cada integrante do episcopado assume quando pastoreia, com autonomia, a porção
do Povo de Deus que lhe foi confiada, incluindo grupos, segmentos,
colaboradores. O exercício de “olhar” a Igreja e o mundo é também experiência
de comunhão, de partilha, de fortalecimento e solidariedade, em tudo,
congregados como Conferência Episcopal. Uma experiência alicerçada na
consciência de que todos pertencem à Igreja, presente no mundo inteiro.
A CNBB
está a serviço da comunhão solidária, das experiências e partilhas que
fortalecem e consolidam a missão de anunciar Jesus Cristo a cada pessoa. Não
constitui instância de governo da Igreja em nível nacional. A força da comunhão
colegial entre os bispos tem o papa Francisco como referência primeira. O papa
é o chefe do Colégio dos Bispos do mundo inteiro, sucessor do apóstolo Pedro,
constituído pelo próprio Cristo para essa missão.
A
Assembleia Geral Ordinária da CNBB é um evento culminante de caminhos,
práticas, serviços, partilhas, articulações, troca de experiências, escolhas
fortalecedoras e correção de rumos para que a Igreja cumpra, na sua missão, o
desejo de Jesus, seu Mestre e Senhor. Um desafio que requer dedicar atenção ao
mundo e à própria Igreja, movimento com exigências relevantes e necessidades
urgentes. A Assembleia Geral é o órgão máximo da CNBB, que fortalecem sempre
mais a comunhão, a participação e os serviços evangelizadores. A realização da
assembleia oferece aos bispos todos do Brasil a possibilidade de aguçar
continuamente o olhar sobre o conjunto da Igreja. Uma oportunidade rica de
avaliações, compartilhamentos de experiências, revisões e ajustes. Investimento
na unidade que promove riquezas pastorais e espirituais, fontes de autonomia e
de qualificação contínua no exercício do pastoreio. É clara a consciência da
importância dessa comunhão sinodal, fecundando a missão de cada pastor junto ao
seu rebanho, uma prática iluminada pelo Evangelho de Jesus – todos são
aprendizes e servidores.
A
importância da Igreja, com a sua voz e compromisso, no coração da sociedade,
cumprindo, obedientemente e de modo profético, a missão recebida do seu Senhor,
é reconhecida. Sublinhe-se que o mandato desta missão, há mais de dois mil
anos, constitui serviço evangelizador essencial e indispensável, merecendo
sempre respeito irrestrito nos parâmetros democráticos de todas as sociedades.
Um serviço que está para além de novas legislações e decretos. A Igreja,
presente na humanidade, sempre a serviço da vida, “olha” o mundo e desempenha
seu papel educativo ao anunciar o Evangelho, contribuindo para a construção da
sociedade, da cultura da paz e da solidariedade. Um desafio enorme: fazer com
que a voz da Igreja seja cada vez mais ouvida, considerando a disputa de outros
sons pela atenção das pessoas, incluindo desvarios de interpretações e
posicionamentos marcados por extremismos.
A voz da
Igreja, mantendo o uníssono que ecoa de seus tesouros inesgotáveis, continua a
inspirar a formação de coros capazes de impulsionar o surgimento de um novo
tempo, marcado pelo humanismo integral e pelo reconhecimento de que a vida é um
dom precioso, inviolável, semeando a solidariedade dedicada especialmente aos
pobres e sofredores. A voz da Igreja, articulada nas conferências episcopais de
diferentes nações, jamais é ecoada com a pretensão descabida de regência
totalitária do mundo. Ao invés disso, a Igreja busca congregar, pela força da
atração, prestando, de modo irrenunciável, o seu serviço essencial, por saber
que tem o melhor para oferecer: Jesus Cristo, o Salvador e Redentor de seu povo
na Igreja e no mundo.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
59
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído
com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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