segunda-feira, 19 de abril de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA GENÉTICA E PEDAGOGIA INFANTIL NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, HUMANISMO, SOLIDARIEDADE E CULTURA DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE

“A epistemologia genética de Jean Piaget

        Jean William Fritz Piaget foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo que nasceu na Suíça do século XIX, mais precisamente na cidade de Neuchâtel. Entre as várias colaborações para a ciência está, sem dúvida, o desenvolvimento de uma forma cognitiva multidisciplinar e interdisciplinar genuína baseada na epistemologia genética, pois, para Piaget, memória genética e inteligência são processos mentais intrinsecamente interligados.

         Etimologicamente, “epistemologia” é o termo formado pelo vínculo das palavras gregas “episteme”, que significa “conhecimento”, e “logos”, que quer dizer “estudo”. Por conseguinte, a epistemologia pode ser definida, na pós-modernidade, como o ramo da filosofia que se concentra na reflexão metodológica e sistemática do conhecimento científico, de seus princípios, de sua organização, de seus aprimoramentos, bem como de seus resultados lógicos.

         No que tange especificamente à epistemologia genética, que foi desenvolvida pelo professor Jean William Fritz Piaget, podemos defini-la, em síntese, como uma teoria científica que se ocupa, sobretudo, da gênese ou da origem do conhecimento humano, bem como de sua evolução e consequente modificação ao longo do tempo. Conforme a visão piagetiana, essa forma sui generis de ciência humana também se fundamenta na tradicional neurologia, pois leva em consideração a interação da criança com o meio sociocultural em que vive. Além disso, esse biólogo europeu defende, categoricamente, que o conhecimento consubstancia-se na memória genética, a qual é transferida pela genealogia familiar. Segundo o psicoterapeuta Carl Jung, a memória genética representa o conjunto de informações, de atributos, bem como de sentimentos que os seres humanos herdam dos ancestrais.

         Nesse contexto, e para Piaget, toda criança realmente herda de seus antepassados uma complexa e vasta carga de habilidades física, psicológicas e intelectuais de seus ancestrais. Por causa disso, nossa capacidade intelectual não depende necessariamente de um processo educacional, pois nossos familiares consanguíneos transferem-nos, por meio do DNA, aptidões intelectuais previamente existentes. Assim, o principal objetivo da epistemologia piagetiana era criar novos marcos técnicos, teóricos e empíricos para a pedagogia infantil, bem como para o desenvolvimento do conhecimento natural genético humano.

         Segundo estudos científicos apresentados, nos últimos anos, por pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, a existência de crianças prodígios ou superdotadas é prova científica inequívoca da transferência de inteligência genética por meio da hereditariedade sanguínea. Por isso, não podemos deixar de reconhecer que esse epistemólogo suíço contribuiu, sobremaneira, para a compreensão do intelecto humano, bem como por ter revolucionado o processo pedagógico infantil em todo o mundo ocidental, oriental e asiático.”.

(Ricardo Lebourg Chaves. Advogado, professor e gnóstico, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de abril de 2021, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 16 de abril de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Olhar a Igreja e o mundo

        A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua 58ª Assembleia Geral, tratou do importante exercício de “olhar” a Igreja e o mundo. Realizada de 12 a 16 de abril, no ambiente digital, a assembleia foi emoldurada também por momentos de oração, reunindo quase quatrocentos participantes, entre bispos, bispos eméritos, presidentes de organismos da Igreja, assessores, diáconos e padres, cristãos leigos e leigas, consagrados e consagradas. “Olhar” a Igreja e o mundo, exercício da assembleia, integra a missão de cada bispo junto ao seu povo, na sua diocese, em cumprimento ao mandato do Senhor Ressuscitado. Cristo, antes de subir ao céu, dá aos primeiros apóstolos a responsabilidade de ir pelo mundo inteiro pregar o Evangelho a toda criatura, fazendo com que todos se tornem discípulos e discípulas de Jesus, o único mestre e senhor.

         O exercício espiritual de “olhar” a Igreja e o mundo, no contexto das assembleias da Conferência Episcopal, se alicerça na comunhão e na fraternidade. Os bispos se unem em colegialidade para fecundar seus caminhos no exercício da missão, sempre com autonomia e no horizonte dos valores inegociáveis do Evangelho, dos tesouros da doutrina e da tradição da Igreja. A congregação dos bispos da CNBB em assembleia é o vértice de um caminho missionário percorrido e vivenciado em diferentes realidades de um mundo plural, a ser banhado com a luz de Cristo. As largas vias deste itinerário missionário incluem, pelo anúncio da Palavra de Deus, luz para o caminho, lâmpada luzente para os pés – co0nforme canta o salmista – participar das alegrias e tristezas, vitórias e derrotas do Povo de Deus, a caminho, neste mundo, rumo ao reino definitivo.

         A ação missionária da Igreja – que é servidora, sinal e sacramento de salvação – se efetiva a partir do compromisso insubstituível com a vida, primeiro e maior dom de cada pessoa. A Igreja se dedica à defesa e à promoção da vida desde o momento primeiro, na concepção, até o último, com o declínio na morte natural. Por isso mesmo, os pastores do Povo de Deus têm o permanente dever de olhar a Igreja e o mundo. Trata-se de compromisso missionário, exercício desafiador que cada integrante do episcopado assume quando pastoreia, com autonomia, a porção do Povo de Deus que lhe foi confiada, incluindo grupos, segmentos, colaboradores. O exercício de “olhar” a Igreja e o mundo é também experiência de comunhão, de partilha, de fortalecimento e solidariedade, em tudo, congregados como Conferência Episcopal. Uma experiência alicerçada na consciência de que todos pertencem à Igreja, presente no mundo inteiro.

         A CNBB está a serviço da comunhão solidária, das experiências e partilhas que fortalecem e consolidam a missão de anunciar Jesus Cristo a cada pessoa. Não constitui instância de governo da Igreja em nível nacional. A força da comunhão colegial entre os bispos tem o papa Francisco como referência primeira. O papa é o chefe do Colégio dos Bispos do mundo inteiro, sucessor do apóstolo Pedro, constituído pelo próprio Cristo para essa missão.

         A Assembleia Geral Ordinária da CNBB é um evento culminante de caminhos, práticas, serviços, partilhas, articulações, troca de experiências, escolhas fortalecedoras e correção de rumos para que a Igreja cumpra, na sua missão, o desejo de Jesus, seu Mestre e Senhor. Um desafio que requer dedicar atenção ao mundo e à própria Igreja, movimento com exigências relevantes e necessidades urgentes. A Assembleia Geral é o órgão máximo da CNBB, que fortalecem sempre mais a comunhão, a participação e os serviços evangelizadores. A realização da assembleia oferece aos bispos todos do Brasil a possibilidade de aguçar continuamente o olhar sobre o conjunto da Igreja. Uma oportunidade rica de avaliações, compartilhamentos de experiências, revisões e ajustes. Investimento na unidade que promove riquezas pastorais e espirituais, fontes de autonomia e de qualificação contínua no exercício do pastoreio. É clara a consciência da importância dessa comunhão sinodal, fecundando a missão de cada pastor junto ao seu rebanho, uma prática iluminada pelo Evangelho de Jesus – todos são aprendizes e servidores.

         A importância da Igreja, com a sua voz e compromisso, no coração da sociedade, cumprindo, obedientemente e de modo profético, a missão recebida do seu Senhor, é reconhecida. Sublinhe-se que o mandato desta missão, há mais de dois mil anos, constitui serviço evangelizador essencial e indispensável, merecendo sempre respeito irrestrito nos parâmetros democráticos de todas as sociedades. Um serviço que está para além de novas legislações e decretos. A Igreja, presente na humanidade, sempre a serviço da vida, “olha” o mundo e desempenha seu papel educativo ao anunciar o Evangelho, contribuindo para a construção da sociedade, da cultura da paz e da solidariedade. Um desafio enorme: fazer com que a voz da Igreja seja cada vez mais ouvida, considerando a disputa de outros sons pela atenção das pessoas, incluindo desvarios de interpretações e posicionamentos marcados por extremismos.

         A voz da Igreja, mantendo o uníssono que ecoa de seus tesouros inesgotáveis, continua a inspirar a formação de coros capazes de impulsionar o surgimento de um novo tempo, marcado pelo humanismo integral e pelo reconhecimento de que a vida é um dom precioso, inviolável, semeando a solidariedade dedicada especialmente aos pobres e sofredores. A voz da Igreja, articulada nas conferências episcopais de diferentes nações, jamais é ecoada com a pretensão descabida de regência totalitária do mundo. Ao invés disso, a Igreja busca congregar, pela força da atração, prestando, de modo irrenunciável, o seu serviço essencial, por saber que tem o melhor para oferecer: Jesus Cristo, o Salvador e Redentor de seu povo na Igreja e no mundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 326,68% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 6,10%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário: