segunda-feira, 26 de abril de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS CIDADES ECOINTELIGENTES NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA PALAVRA ASSERTIVA, ESCUTA FECUNDA E QUALIFICADO JUÍZO NA SUSTENTABILIDADE

“Pandemias como pauta das cidades ecointeligentes

        A interconexão entre os componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores físicos, químicos e geológicos do ambiente) constituintes do meio é um aspecto essencial da ecologia. Nas cidades – da mesma forma como ocorre nos ambientes naturais –, plantas, animais e seres humanos coabitam e interagem entre si e com o meio urbano. A globalização e as novas organizações econômicas e sociais evidenciam a quebra das barreiras geográficas entre os indivíduos, ampliando o espectro de saúde necessário para garantir a sobrevivência individual. Num contexto de pandemia, fica ainda mais evidente a necessidade constante do desenvolvimento de estratégias em busca do equilíbrio nas relações entre os habitantes dos ambientes urbanos.

         As pandemias permeiam a história das civilizações, enquanto a busca pelo enfrentamento e pelo combate às doenças transmissíveis foi um forte impulsionador do desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas médica e biológica. O conhecimento dos processos biológicos de interação dos microrganismos patogênicos com o organismo humano, por exemplo, levou ao aprimoramento na identificação e no enfrentamento de doenças que permitiram a duplicação da expectativa de vida nos últimos cem anos. Ocorre que apenas conhecimento e tecnologia não são suficientes para que o acesso seja equitativo a toda a população, considerando a amplitude local e global.

         A concepção de saúde global tem três níveis de conexão: a) corpo/mente/espírito; b) indivíduo/sociedade/ambiente; c) local/global. Essas conexões retroalimentam os processos que imputam resistência e resiliência aos organismos e permitem que eles enfrentem os agentes agressores. Esses processos são naturais e conhecidos e praticados por culturas ancestrais e tradicionais.  Vale, assim, destacar que o distanciamento do ser humano da natureza, da sociedade e si mesmo, motivado por um novo arranjo estrutural de sua própria sociedade, com o rápido estabelecimento dos centros urbanos, desafiou os próprios processos de seleção natural.

         Devido à sua natureza biológica, potencializada pelo processo civilizatório, as pandemias encontram na ecologia urbana e nas cidades ecointeligentes um espaço para pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologia para enfrentamento e mudança de condutas para prevenção.

         Entender os cidadãos como um dos elementos componentes de uma complexa teia de conexões é o primeiro passo para motivar o conhecimento do impacto e do potencial dessas mesmas conexões.

         Dessa forma, a cidade ecointeligente transpõe e busca, de maneira inovadora e prática, de meios de proporcionar ferramentas para o cidadão assumir a responsabilidade e o protagonismo nas decisões individuais em consonância com interesses coletivos e em prol de um futuro factível.

         A situação vivenciada com a pandemia da Covid-19 tem nos colocado de frente com inúmeras limitações técnicas, sociais, políticas, econômicas e pessoais que impedem a concretização de uma cidade sustentável, justa e que tenha como valor a qualidade de vida de todos seus habitantes, sejam eles pessoas, animais ou plantas – desta ou de futuras gerações.”.

(Marta Luciane Fischer e Selene Elifio-Esposito. Coordenadoras da especialização em Ecologia Urbana PUC-PR, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de abril de 2021, caderno OPINIÃO, página 25).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 23 de abril de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Mais escuta, melhor juízo

        A manifestação de juízos no horizonte da autonomia e da liberdade é um direito e um dever, exercício que envolve responsabilidade e riscos. É possível perceber as consequências de uma opinião formulada ao serem considerados o alcance e a incidência de um juízo de valor a respeito de uma situação ou pessoa. Por isso mesmo, a manifestação de uma opinião exige compromisso moral e ético, requer reflexões. Mas as facilidades tecnológicas, a intermediação das redes sociais, marcadas por uma velocidade inusitada na veiculação de pontos de vista, não raramente, são “faísca em um barril de pólvora”. A formulação de juízos é indispensável, alimenta processos de diálogo que são insubstituíveis na recomposição de cenários sociopolíticos, culturais e no âmbito das famílias. Contudo, há necessidade urgente de se qualificar o compromisso de se expressar de modo construtivo, para gerar entendimentos.

         Não se alcançará a meta de um novo ciclo civilizatório, nos parâmetros da paz e da justiça, sem qualificadas palavras – a palavra tem força própria, capaz de alimentar entendimentos e gerar lucidez. A palavra pode ser usada para construir, mas também é capaz de provocar destruições incalculáveis. Há o risco de se usar a palavra para semear caos na sociedade, equivocada aposta na tentativa de promover um ciclo novo. Os cristãos sabem que essa não é a direção a ser seguida. A encarnação do Verbo, Jesus Cristo – “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós” – é a mais genuína prova da força criadora e redentora da palavra. Assim, tudo que é dito precisa ser igualmente instrumento de criação, recriação e redenção. É verdade que a palavra pode gerar destruição, mas o seu propósito deve sempre ser a promoção do entendimento, do diálogo, da reconciliação, com a superação de barreiras e distâncias.

         Falar não é somente a capacidade de produzir sons guturais, mas ato de criação e recriação, gesto de redenção. Um exercício moralmente responsável e cidadão de se expressar. A falta de consciência sobre a própria responsabilidade a respeito do que é dito, aliada às facilidades para se expressar no mundo contemporâneo, conduz indivíduos à banalização das palavras, o que alavanca o mal. As consequências podem ser irreversíveis. Por isso mesmo, torna-se urgente investir para que a formulação de juízos seja sempre atitude responsável. Nesse caminho, cada pessoa também precisa cuidar para que não seja legada gerência a desajustados – gente distante de princípios e valores inegociáveis. Reconhecendo essas necessidades, oportuno é dedicar-se a um exercício básico fundamental: aprender a escutar.

         Trata-se de aprendizado desafiador, pois tem como obstáculo uma sociedade barulhenta, incapaz de se silenciar. O silêncio causa especial incômodo, pois remete o ser humano às suas raízes. E contemplar as próprias raízes constitui grande desafio existencial, porque pode revelar limitações pessoais, exigindo novas atitudes, novos entendimentos. Ocorre também o fenômeno de uma preguiça mental e afetiva. Essa preguiça prejudica a capacidade de deixar o próprio lugar para colocar-se na realidade do outro e, assim, escutá-lo qualificadamente. Perde-se a oportunidade de se deixar tocar-se por clamores e apelos, de se viver novos aprendizados, pois há incapacidade para sair do próprio domínio. Deixa-se de “untar as engrenagens” do diálogo, ponte para entendimentos, de relacionamentos maduros, lúcidos, fecundados por princípios inegociáveis e determinantes na construção da vida.

         A sociedade carece sempre do melhor juízo, que não pode ser confundido com simples opinião formulada. O melhor juízo demanda competência humana e espiritual, saber escutar para adequadamente articular as experiencias e os recursos intelectuais com a realidade. Essa articulação qualificada, em um processo de discernimento, leva a escolhas quem contribuem para que sejam alcançadas metas humanitárias, com força para reverter cenários na contramão da vida. Todos, sem exceção, são desafiados à construção do melhor juízo, que exige de cada um mais investimento na arte de escutar. A gravidade do atual momento não dispensa falas e opiniões que busquem soluções, mas indispensável é praticar, com gosto, o exercício da escuta. Deus fala a quem se silencia e busca escutá-lo.

         A qualificada escuta garante ao ouvinte a capacidade para se deslocar na direção do outro e de realidades complexas que paginam a vida contemporânea, uma experiência humana e espiritual. Sem esse exercício, não se consegue opinar acertadamente: poderá deixar de dizer o que é preciso, ou estar privado dos entendimentos indispensáveis para contribuir com a construção de um tempo novo, pelo exercício indispensável do diálogo. Este mundo contemporâneo, enlouquecido, incapaz de dar conta de si mesmo e distante da razão, precisa investir na escuta para melhorar juízos.  Recordando São João Paulo II, na sua carta encíclica Fé e razão, os cristãos, em diálogo com os outros cidadãos, são exigidos a agir e a caminhar conduzidos por estas duas “asas” – fé e razão – pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. São João Paulo II completa sublinhando que ‘foi Deus quem colocou no coração humano o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio’. A escuta que leva ao conhecimento de Deus e do próprio ser humano qualifica os juízos, fazendo com que se tornem trilhos sobre os quais a vida encontra adequada direção.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 326,68% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 6,10%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

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