A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS CIDADES ECOINTELIGENTES NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA PALAVRA ASSERTIVA, ESCUTA FECUNDA E QUALIFICADO JUÍZO NA SUSTENTABILIDADE
“Pandemias como pauta das cidades
ecointeligentes
A
interconexão entre os componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores
físicos, químicos e geológicos do ambiente) constituintes do meio é um aspecto
essencial da ecologia. Nas cidades – da mesma forma como ocorre nos ambientes
naturais –, plantas, animais e seres humanos coabitam e interagem entre si e
com o meio urbano. A globalização e as novas organizações econômicas e sociais
evidenciam a quebra das barreiras geográficas entre os indivíduos, ampliando o
espectro de saúde necessário para garantir a sobrevivência individual. Num
contexto de pandemia, fica ainda mais evidente a necessidade constante do
desenvolvimento de estratégias em busca do equilíbrio nas relações entre os
habitantes dos ambientes urbanos.
As
pandemias permeiam a história das civilizações, enquanto a busca pelo
enfrentamento e pelo combate às doenças transmissíveis foi um forte
impulsionador do desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas médica e
biológica. O conhecimento dos processos biológicos de interação dos
microrganismos patogênicos com o organismo humano, por exemplo, levou ao
aprimoramento na identificação e no enfrentamento de doenças que permitiram a
duplicação da expectativa de vida nos últimos cem anos. Ocorre que apenas
conhecimento e tecnologia não são suficientes para que o acesso seja equitativo
a toda a população, considerando a amplitude local e global.
A
concepção de saúde global tem três níveis de conexão: a) corpo/mente/espírito;
b) indivíduo/sociedade/ambiente; c) local/global. Essas conexões retroalimentam
os processos que imputam resistência e resiliência aos organismos e permitem
que eles enfrentem os agentes agressores. Esses processos são naturais e
conhecidos e praticados por culturas ancestrais e tradicionais. Vale, assim, destacar que o distanciamento do
ser humano da natureza, da sociedade e si mesmo, motivado por um novo arranjo
estrutural de sua própria sociedade, com o rápido estabelecimento dos centros
urbanos, desafiou os próprios processos de seleção natural.
Devido à
sua natureza biológica, potencializada pelo processo civilizatório, as
pandemias encontram na ecologia urbana e nas cidades ecointeligentes um espaço
para pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologia para enfrentamento e
mudança de condutas para prevenção.
Entender
os cidadãos como um dos elementos componentes de uma complexa teia de conexões
é o primeiro passo para motivar o conhecimento do impacto e do potencial dessas
mesmas conexões.
Dessa
forma, a cidade ecointeligente transpõe e busca, de maneira inovadora e
prática, de meios de proporcionar ferramentas para o cidadão assumir a
responsabilidade e o protagonismo nas decisões individuais em consonância com
interesses coletivos e em prol de um futuro factível.
A
situação vivenciada com a pandemia da Covid-19 tem nos colocado de frente com
inúmeras limitações técnicas, sociais, políticas, econômicas e pessoais que
impedem a concretização de uma cidade sustentável, justa e que tenha como valor
a qualidade de vida de todos seus habitantes, sejam eles pessoas, animais ou
plantas – desta ou de futuras gerações.”.
(Marta Luciane Fischer e Selene Elifio-Esposito.
Coordenadoras da especialização em Ecologia Urbana PUC-PR, em artigo publicado
no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de abril de 2021, caderno
OPINIÃO, página 25).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 23 de abril de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Mais escuta, melhor juízo
A
manifestação de juízos no horizonte da autonomia e da liberdade é um direito e
um dever, exercício que envolve responsabilidade e riscos. É possível perceber
as consequências de uma opinião formulada ao serem considerados o alcance e a
incidência de um juízo de valor a respeito de uma situação ou pessoa. Por isso
mesmo, a manifestação de uma opinião exige compromisso moral e ético, requer
reflexões. Mas as facilidades tecnológicas, a intermediação das redes sociais,
marcadas por uma velocidade inusitada na veiculação de pontos de vista, não
raramente, são “faísca em um barril de pólvora”. A formulação de juízos é
indispensável, alimenta processos de diálogo que são insubstituíveis na
recomposição de cenários sociopolíticos, culturais e no âmbito das famílias.
Contudo, há necessidade urgente de se qualificar o compromisso de se expressar
de modo construtivo, para gerar entendimentos.
Não se
alcançará a meta de um novo ciclo civilizatório, nos parâmetros da paz e da
justiça, sem qualificadas palavras – a palavra tem força própria, capaz de
alimentar entendimentos e gerar lucidez. A palavra pode ser usada para
construir, mas também é capaz de provocar destruições incalculáveis. Há o risco
de se usar a palavra para semear caos na sociedade, equivocada aposta na
tentativa de promover um ciclo novo. Os cristãos sabem que essa não é a direção
a ser seguida. A encarnação do Verbo, Jesus Cristo – “e o Verbo se fez carne e
habitou entre nós” – é a mais genuína prova da força criadora e redentora da
palavra. Assim, tudo que é dito precisa ser igualmente instrumento de criação,
recriação e redenção. É verdade que a palavra pode gerar destruição, mas o seu
propósito deve sempre ser a promoção do entendimento, do diálogo, da
reconciliação, com a superação de barreiras e distâncias.
Falar
não é somente a capacidade de produzir sons guturais, mas ato de criação e recriação,
gesto de redenção. Um exercício moralmente responsável e cidadão de se
expressar. A falta de consciência sobre a própria responsabilidade a respeito
do que é dito, aliada às facilidades para se expressar no mundo contemporâneo,
conduz indivíduos à banalização das palavras, o que alavanca o mal. As
consequências podem ser irreversíveis. Por isso mesmo, torna-se urgente
investir para que a formulação de juízos seja sempre atitude responsável. Nesse
caminho, cada pessoa também precisa cuidar para que não seja legada gerência a
desajustados – gente distante de princípios e valores inegociáveis.
Reconhecendo essas necessidades, oportuno é dedicar-se a um exercício básico
fundamental: aprender a escutar.
Trata-se
de aprendizado desafiador, pois tem como obstáculo uma sociedade barulhenta,
incapaz de se silenciar. O silêncio causa especial incômodo, pois remete o ser
humano às suas raízes. E contemplar as próprias raízes constitui grande desafio
existencial, porque pode revelar limitações pessoais, exigindo novas atitudes,
novos entendimentos. Ocorre também o fenômeno de uma preguiça mental e afetiva.
Essa preguiça prejudica a capacidade de deixar o próprio lugar para colocar-se
na realidade do outro e, assim, escutá-lo qualificadamente. Perde-se a oportunidade
de se deixar tocar-se por clamores e apelos, de se viver novos aprendizados,
pois há incapacidade para sair do próprio domínio. Deixa-se de “untar as
engrenagens” do diálogo, ponte para entendimentos, de relacionamentos maduros,
lúcidos, fecundados por princípios inegociáveis e determinantes na construção
da vida.
A
sociedade carece sempre do melhor juízo, que não pode ser confundido com
simples opinião formulada. O melhor juízo demanda competência humana e
espiritual, saber escutar para adequadamente articular as experiencias e os
recursos intelectuais com a realidade. Essa articulação qualificada, em um
processo de discernimento, leva a escolhas quem contribuem para que sejam
alcançadas metas humanitárias, com força para reverter cenários na contramão da
vida. Todos, sem exceção, são desafiados à construção do melhor juízo, que
exige de cada um mais investimento na arte de escutar. A gravidade do atual
momento não dispensa falas e opiniões que busquem soluções, mas indispensável é
praticar, com gosto, o exercício da escuta. Deus fala a quem se silencia e
busca escutá-lo.
A
qualificada escuta garante ao ouvinte a capacidade para se deslocar na direção
do outro e de realidades complexas que paginam a vida contemporânea, uma
experiência humana e espiritual. Sem esse exercício, não se consegue opinar
acertadamente: poderá deixar de dizer o que é preciso, ou estar privado dos
entendimentos indispensáveis para contribuir com a construção de um tempo novo,
pelo exercício indispensável do diálogo. Este mundo contemporâneo,
enlouquecido, incapaz de dar conta de si mesmo e distante da razão, precisa
investir na escuta para melhorar juízos.
Recordando São João Paulo II, na sua carta encíclica Fé e razão,
os cristãos, em diálogo com os outros cidadãos, são exigidos a agir e a
caminhar conduzidos por estas duas “asas” – fé e razão – pelas quais o espírito
humano se eleva para a contemplação da verdade. São João Paulo II completa
sublinhando que ‘foi Deus quem colocou no coração humano o desejo de conhecer a
verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e
amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio’. A escuta que
leva ao conhecimento de Deus e do próprio ser humano qualifica os juízos,
fazendo com que se tornem trilhos sobre os quais a vida encontra adequada
direção.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto
das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas,
soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente
desenvolvidas...
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
59
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem! ...
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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