“Método e lógica: o caminho da observação
Uma
cliente de mentoria me perguntou sobre como poderia saber da veracidade das
informações que recebe. Sua pergunta era: será que tudo isso que dizem das
vacinas e da pandemia é verdade? Neste cenário em que todo mundo diz tudo e
opiniões se sobrepõem por meio de mensagens falsas, temos um grande desafio. Se
todas as opiniões estão poluídas por visões e interesses políticos e
econômicos, como avaliar? Na base de sua dúvida está a falta de método. Simples
assim!
Se o caminho (o método) para a verificação de
uma informação fosse uma pesquisa em fontes confiáveis ou a busca por
evidências, ou confrontar pesquisas, ou ainda a leitura de textos de outros
autores, muitas dúvidas já seriam eliminadas. Ah, mas eu me esqueci do mais
importante: pesquisar dá trabalho! E muito!
Com a
disseminação de informações – não de conhecimentos – pelas ferramentas de
mídia, todos produzem opiniões disfarçadas de ciência. Aliás, o método que usam
é eficaz, pois fragiliza os pesquisadores e a ciência. Usando algoritmos,
tendências e perfis, as mensagens são encaminhadas de forma sutil. Uma
informação aqui é repetida ali, repassada acolá, vista ali e aqui, e resultado:
“viralizou”! Essas ferramentas usam estratégias para repassar ideias sem
métodos.
Seja na
busca por conhecimentos ou por melhores resultados nas ações, o método está no
centro desta conversa. Estudantes e profissionais me procuram querendo obter
melhores resultados em seus estudos ou na atuação profissional. Uma conversa
dessas, você, caro leitor, também teve ou já ouviu. A resposta tem um mesmo
início: para chegar a bons resultados, você precisa de um método!
Pode
parecer simples, mas nem sempre é tão fácil para a maioria das pessoas. Temos
muitos métodos para resolver questões simples e complexas. O caminho que vamos
usar para a resolução desses desafios diários pode ser formatado em métodos. O
curioso é que esses métodos têm origem no ano 650 a.C. Usamos hoje métodos com
base na filosofia antiga desde os pensadores antes de Sócrates, os sofistas, até
as inovações do francês René Descartes. O ponto central de tudo é como obter
processos que validem os conhecimentos.
Compreendemos
por método científico (“meta”: “através”; e “odos”: “caminho”) o caminho usado
por pesquisadores para saber mais de um tema. É um conjunto de regras que
possibilitam desenvolver uma experiência e produzir ideias sobre um determinado
tema ou para, utilizando um termo de pesquisa, duvidar do que se sabe. O método
científico nos ajuda a corrigir hipóteses, teses e sínteses já consolidadas na
busca por melhores soluções.
Na
história da humanidade, temos mulheres e homens que buscaram conhecer mais a
fundo o mundo. Todos os que obtiveram sucesso contaram com um método; todos
estruturaram um processo lógico-racional capaz de duvidar do que se sabia até
então. Todas as contribuições com métodos da filosofia aconteceram a partir de
uma sequência de operações lógicas que buscam um resultado que possa ser
legitimado, analisado e comprovado.
Da
maiêutica de Sócrates à dialética de Platão ou à lógica de Aristóteles, esses
pensadores tinham como premissas o entendimento, a observação da realidade e a
coesão das ideias envolvidas. O grande marco de virada foi publicado em 1637. O
discurso do método de René Descartes demonstrava os passos para se
fundamentarem saberes e estruturar a dúvida. Seu método apresentava regras que
podem trazer luz ao fortalecimento dessa competência tão importante para a
performance, o método e a lógica: regra da evidência, regra da análise, regra
da síntese e regra da enumeração.
É isso,
procuramos seguir métodos na vida para errar menos! Pode parecer contraditório,
pois, para se produzirem conhecimentos, vai ser necessário se predispor a errar
e a tentar novamente. Aliás, tentativa e erro é um tipo de método. Métodos nos
ajudam a avançar em nossas entregas. Métodos constroem caminhos que pode ajudar
outros a se superarem. Onde não se tem métodos, tem-se achismos, tem-se
opiniões particulares sem nenhum compromisso com a verdade ou a busca dela. E
você? Quais métodos tem usado? Boas escolhas!”.
(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de
abril de 2021, caderno INTERESSA, página 21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, mesma edição, caderno A.PARTE, página
2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Com vontade
Permito-me
reconstruir com algumas palavras mais um texto de Albert Einstein.
Não podemos querer que as coisas mudem
se sempre fazemos o mesmo, se recusamos o desafio e preferimos o conforto
contemplativo. Ou ainda se permanecemos no exercício da crítica sem tomar
alguma atitude real. Pior quando distorcemos a verdade, a camuflamos, a
subvertemos pelo interesse próprio ou pela vaidade, permanecendo estáticos.
A crise
é a maior bênção que pode acontecer às pessoas e aos países, porque a crise
traz desafios e provoca progressos. A criatividade nasce da angústia, assim
como o dia nasce da noite escura.
É na
crise que nascem os inventos, os descobrimentos e as grandes estratégias, é
nela que se dão as viagens improváveis, as migrações. A superação dos
obstáculos leva a ampliar os limites do ser humano e reorganiza um país, coloca
em ordem as prioridades. A crise atiça a coragem, a ousadia. Quem vence a crise
derrota as adversidades, se supera sem ter sido superado.
Quem
atribui à crise seus atrasos, fracassos e penúrias violenta seu próprio
talento, se rende aos problemas.
A
verdadeira e mais séria crise é o triunfo da incompetência. A mediocridade que
se esquece da vontade, da genialidade, da dedicação, da porta aberta que homem
algum pode fechar.
Erra
quem pensa que a derrota é inevitável, quem não age com suas virtudes naturais,
aquelas que não dependem dos outros e só ele pode determinar: sinceridade,
honestidade, ternura, aversão ao prazer efêmero, contentamento com a sua parte
e com poucas coisas, benevolência, franqueza, nenhum amor ao supérfluo,
desprendimento do insignificante, magnanimidade, compaixão, firmeza, moderação,
humildade.
O
inconveniente das pessoas e dos países é a dificuldade para encontrar a saída e
as soluções. Sem crise não há desafios; sem desafios a vida é uma monótona
rotina, uma lenta agonia, um morno aproximar-se ao túmulo sem ter acrescentado
qualquer coisa para o bem da humanidade.
Sem
crise não há méritos; sem méritos não há progresso nem avanço real. É na crise
que aflora o melhor de cada um, é na superação dos obstáculos que os limites
são ampliados, porque sem crise todo vento é uma carícia. Falar de crise é
promovê-la, reconhecer-lhe como uma vitoriosa; e calar-se na crise é exaltar o
conformismo, subscrever a própria insignificância.
Em vez
disso, trabalhemos duro, incansavelmente, porque dentro de nós há uma
divindade, quase sempre ofuscada pelo egoísmo, pelo medo, pela ignorância.
Acabemos
de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar
para superá-la.
Neste
momento, mais que terceirizar responsabilidades, vejamos com franqueza aquilo
que, até então, deixamos de fazer, aquilo que podemos fazer.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
59
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem! ...
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário