quinta-feira, 17 de junho de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E AS LUZES E DESAFIOS DAS NOVAS ESTRUTURAS DE SAÚDE E TRAVESSIA DAS PANDEMINAS NA SUSTENTABILIDADE

“O impacto da falta de eficiência energética no Brasil

        Menos é mais. Esse é o conceito básico de eficiência energética: dosar a quantidade de energia utilizada para determinada ação a fim de obter um resultado tão bom quanto outro que foi realizado com uma quantidade maior de energia. Mas o Brasil é um país preparado para considerar a eficiência energética no dia a dia?

         Um estudo realizado pelo Instituto E+, centro que aborda temas relacionados à energia, aponta a falta de eficiência energética no país. Segundo a pesquisa, o investimento nacional não chega a 50% do total aplicado por países europeus, e estima-se que, para chegar ao mesmo nível da União Europeia, por exemplo, o Brasil ainda precise de 20 anos de caminhada.

         O fato é que o Brasil tem uma carência de investimentos no mercado local para a fabricação de produtos voltados à energia, não possibilitando ao consumidor e às empresas ter à sua disposição uma gama de produtos eficientes e com mais opções de escolha. Além disso, a pouca oferta de incentivos fiscais por parte do governo brasileiro a fim de ajudar desde o fabricante ao consumidor final, torna a energia renovável inviável do ponto de vista financeiro.

         Ainda de acordo com o relatório do Instituto E+, atualmente o consumo de energia no país é distribuído nos seguintes segmentos: transportes (34,8%), industrial (33,8%), energético (11,2%), residencial (10,6%), comercial e público (5,2%) e agropecuário (4,4%). Observa-se que os setores de transportes e indústria são os que mais consomem energia, fator difícil de reverter por se tratar de áreas que demandam muito mais energia se comparadas às outras.

         Segundo a Associação Brasileira das Empresas Brasileiras de Conservação de Energia (Abesco), em um período de três anos (2014-2016) o desperdício de energia no Brasil custou R$ 61,7 bilhões para o país. Este dado deixa clara a necessidade de ações voltadas ao mercado de eficiência energética para auxiliar na redução desses gastos nas empresas e, consequentemente, na economia nacional. Apesar da necessidade de investimentos em eficiência energética para minimizar o desperdício, ainda estamos bastante defasados. Conhecimento e informação são fundamentais para as boas práticas de eficiência energética não apenas nas empresas, mas em todos os lugares.

         Com um consumo energético mais eficiente, o mercado local torna-se mais competitivo, as empresas reduzem custos, mantendo ou até melhorando sua produtividade e, como resultado, a população é beneficiada com a redução do preço de produtos e serviços. Não é segredo que todo setor que possui gastos elevados com energia são os mais impactados economicamente. Portanto, são estes também os que mais devem se preocupar com a eficiência energética e como aplicá-la em seu ambiente.

         Apenas dessa maneira será possível aumentar o investimento em energia renovável no Brasil para fomentar a competitividade internacional e aumentar a demanda local.”.

(Rodrigo Pereira. Gerente de contas da Fluke do Brasil, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de outubro de 2020, caderno OPINIÃO, página 27).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 14 de junho de 2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e membro do Instituto Todos pela Saúde, e que merece igualmente integral transcrição:

“Como enfrentaremos a próxima pandemia?

        Existirão mais crises sanitárias como esta? Infelizmente, sim. Da forma como o homem está vivendo da Terra e não na Terra, ele cria um estresse ecológico cada vez maior. Esse estresse leva à abertura de caminhos alternativos, como fizeram o Sars-Cov-2, o Mers, o H1N1, a gripe aviária, a gripe suína, o ebola, a Aids e a febre amarela. Essas manifestações são resultantes da ação do homem na natureza.

         Para enfrentar a próxima crise, o Brasil precisará de cinco instrumentos. Primeiro, é necessário ter um sistema de saúde de base universal que possibilite acesso a diagnóstico e tratamento. Mas não basta ter a oferta de serviços de saúde; todos os cidadãos devem ser capazes de acessá-los. Uma pessoa pode ter dificuldades para chegar a uma unidade de saúde por falta de dinheiro para o ônibus, ou mesmo por falta de condição social para perceber que tem um problema de saúde. Assim, acesso é um conceito mais amplo do que ter uma unidade de saúde próxima.

         Segundo, após o diagnóstico será necessário um sistema de acompanhamento e coleção dos dados. Um caso tem de ser visto com o conjunto de casos em uma base populacional. O espaço demográfico e suas condições são fundamentais para explicar a ocorrência de doenças. Temos na área hospitalar um bom sistema de registro de diagnósticos e tratamentos. O mesmo não se pode dizer do que ocorre na atenção ambulatorial, de emergência, e, principalmente, na atenção primária. Temos de fazer um esforço importante para coletar e interpretar os dados oriundos da assistência à saúde. O sistema de informação que chamamos de vigilância epidemiológica é fundamental.

         Terceiro, entra em campo uma nova área, a da saúde populacional. Trata-se de interpretar essas informações da assistência à saúde juntando grandes massas de dados, como econômicos, sociais, educacionais, de emprego, de segurança, de saneamento – em suma, cruzar arquivos que permitam realizar correlações que expliquem os fenômenos sanitários que não são determinados por agentes infecciosos. O vírus da Covid-19 não mata: o que mata é a pobreza que faz o pobre ir para a rua em busca de comida, e aí ele encontra a morte.

         Quarto, é preciso buscar detalhar os diagnósticos observando a realidade por meio das ciências ôhmicas, como a genômica. Precisamos ter centros de produção de análises contínuas do que está sendo encontrado nos diagnósticos. São instituições que fazem perguntas complexas em relação a tudo o que está ocorrendo no ambiente em que a sociedade está imersa. Identificar e sequenciar agentes infecciosos é fundamental para entender sua dinâmica e comportamento e poderá criar formas de enfrentamento de novas ameaças.

         Quinto, temos de desenvolver um movimento nacional junto às universidades para criar uma rede de formação de novos pesquisadores dessas novas ciências – epidemiologistas genômicos, gestores de saúde 4.0. Gente que seja capaz de entender novas e complexas realidades e de analisá-las e propor modelos disruptivos para enfrentá-las.

         Noto que a tarefa primeira trata da restruturação do sistema de saúde, ou seja, do SUS, e, principalmente, da sua capacidade de formular as vigilâncias – epidemiológica, sanitária e a vigilância à saúde. A tarefa dois é tipicamente uma ação de polícia sanitária de Estado. As tarefas três e quatro podem ser realizadas fora do Estado. Já a quinta é uma tarefa do Estado que pode ser executada por uma rede de instituições.

         O que estamos colocando em discussão é a necessidade de um Centro de Controle de Doenças, um CDC brasileiro. O Todos pela Saúde identificou essa grave deficiência do Brasil e se dispôs a construir um caminho para vencê-la. A Fundação Itaú Unibanco fez uma doação para enfrentar esse desafio e criou, neste ano, o Instituto Todos pela Saúde. No caminho, tem uma pedra – parte desses desafios depende da ação do Estado. Assim, resolvemos pular a pedra e tentar criar respostas possíveis e preparar o terreno para, no médio prazo, entregar ao Estado algo que poderá vir a se constituir em um CDC brasileiro.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 335,25% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,51%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

Um comentário:

Jardel Assis disse...

Olá meu nobre Mário, meus comprimentos guerreiro.

Passando aqui para agradecer pela enorme contribuição dada a mim e a outros, não simplesmente pela respeitável capacidade de ver, e dizer de forma clara oque está vendo no futuro do nosso país, e também da nossa Ibirité.
Mas também, pela inspiração que você é, para os que olham para o futuro com a mesma bravura, e ao te vêem incansável e dedicado, percebem que sim, e possível sonhar e acreditar em um mundo melhor.
Hoje só queria passar por aqui e dizer, obrigado meu "Nobre Guerreiro" pela incansável e invencível vontade de contemplar o melhor para nossa cominidade.

Sou Jardel, corremos juntos a alguns meses, e falamos muito sobre este futuro a ser buscado. Vamos em frente.

Termino com uma frase que me faz lembrar você.

"Devemos não somente nos defender, mas também nos afirmar, e nos afirmar não somente enquanto identidades, mas enquanto força criativa."

"Michel Foucault"

Você é especial do jeito que você é! Com as suas ideias, com a sua força. Mas o que você consegue fazer com isso? Mostre ao mundo do que você é capaz! Mostre o valor das suas ideias e irá se surpreender com o poder delas. Você não vai se arrepender.


Um forte abraço meu Nobre.