“O que virá depois da
transformação digital
Embora tenhamos lembranças ou tenhamos estudado a 2ª
Guerra Mundial, entre outras feridas causadas na humanidade (como a gripe
espanhola, a varíola, a tuberculose, a cólera e a peste negra), nunca vivemos
algo semelhante a esta pandemia ou testemunhamos o exponencial número de
pessoas que foram contaminadas fatalmente.
Percebemos,
no entanto, que a vida sempre continua e que sempre demonstra que a garra e a
persistência, sobretudo quando aliadas à ciência e tecnologia, são as
características mais imbatíveis para enfrentarmos e superarmos qualquer
desafio.
É
fantástica a velocidade em que foi desenvolvida a vacina para a Covid-19 e,
nesse contexto, a forma que a humanidade tem conseguido se adaptar às novas
circunstâncias da vida através da tecnologia. Por exemplo, o tsunami de lives,
home office, aulas remotas e o “boom” do segmento de delivery feito com os
indispensáveis motoboys e outros entregadores são sem dúvidas mais do que uma
simples adaptação, mas também uma reação pela sobrevivência.
Diz um
ditado popular chinês que tempos difíceis criam pessoas fortes e que pessoas
fortes criam tempos fáceis. Ora, não há quem possa dizer que de 2020 para cá
não tenhamos vivido tempos difíceis. Em outras palavras, isso quer dizer que os
problemas que tivemos nos últimos quase dois anos forçaram os nossos
profissionais contemporâneos a desenvolver um corpo de conhecimento que
possibilitará que as gerações futuras usufruam de benesses jamais vistas e tenham
uma vida mais fácil e segura.
Com
tempos fáceis, fica fácil imaginar o futuro das vacinas. Já se lê por aí
hipóteses de desenvolvimento de uma vacina universal para o combate de todas as
variantes da gripe e do coronavírus. Será? Bem provável.
Porém
nesse futuro certamente não haverá mais o delivery de motoboy, mas o “boom” dos
drones; e não mais o home office e aulas remotas, mas talvez o tsunami do
telegransporte.
O ditado
chinês ainda tem outra parte. O adágio também diz que tempos fáceis criam
pessoas fracas. Será? Bem provável também. Porém quiçá consigamos ensinar as
gerações futuras a serem fortes. Sejamos esperançosos!
Na época
das primeiras feridas causadas na humanidade – citadas “em passant” no primeiro
parágrafo – a tecnologia era muito rudimentar aos nossos olhos contemporâneos.
Sem dúvida, a tecnologia de hoje também deverá ser rudimentar aos olhos de quem
estiver vivendo, por exemplo, em 2070.
Diante
disso, ficam algumas perguntas, ainda sem respostas certeiras: o que será que
vem depois da transformação digital? O que vai acontecer com delivery,
motoboys, home office e aulas remotas? Teremos mesmo uma humanidade mais
fraca? Será que teremos a “inteligência
natural” para gerenciarmos essas questões ou precisaremos ser beneficiados por
inteligência artificial, internet das coisas e sistemas de gestão com o uso da
promissora ciência de dados?
De
verdade mesmo, o que fica é que mais uma vez estamos sobrevivendo a uma crise e
dela saindo melhor do entramos; podemos perceber que a vida sempre continua e
sempre demonstra que a garra e a persistência, sobretudo quando aliadas à
ciência e à tecnologia, são sim as características mais imbatíveis para
enfrentarmos e superarmos qualquer desafio.”.
(Ernesto
Haberkorn. Empresário, é cofundador da Totvs e fundador da ERPFlex e do
Grupo Netas; tem mais de 50 anos de experiência no mercado de tecnologia, em artigo
publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 26 de julho de 2021,
caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de
novembro de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO
MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:
“Travessia ou Rodoanel
Os
estudos dos impactos às reservas naturais, biodiversidade, nascentes hídricas
já se encontram consagrados nas normas em vigor para licenciamento de obras,
construções, plantio de lavouras, aberturas de rodovias, linhas de transmissão
e muito mais.
A bem da
verdade, esses estudos e “condicionantes de licenciamento”, em alguns casos, no
Brasil, conseguem ultrapassar em artificialismo (e dispensabilidade) as vigentes
pelo mundo civilizado afora.
A lógica
liberalista considera: ingerência de quem não produz nos projetos de quem
pretende produzir. A lógica política comum: gerar mais uma fonte de poder e de
receitas. A lógica indefensável: gerar burocracia para ganhar indevidos ou
propinas. Isso, entretanto, não aflora nos debates públicos, pois gera
constrangimentos a todas as partes. A luta se dá nos porões, com golpes de
verdadeiros especialistas em técnicas infernais, mais que marciais.
Não é incorreto
exigir medidas preservacionistas (ou compensatórias onde se façam necessárias
para atingir um fim correto), impõe-se como um dever de todos e um respeito à
coletividade, embora, num país que precise tirar da miséria um terço da sua
população, a demora implique a manutenção do sofrimento humano.
“Ecologia”
é a ciência que estuda as relações estabelecidas entre os seres vivos e destes
com o meio ambiente em que vivem. O homem é o principal ser vivo a ser
considerado, e os impactos, quaisquer que sejam, precisam considerar, além da
sustentabilidade, as condições de alimentação, de saúde, de sustento, de
geração de empregos, aumento da receita pública decorrentes de atividades
pretendidas. Algumas delas irrenunciáveis para garantir o equilíbrio e a paz
social. O negacionismo obtuso atrapalha sempre a melhor escolha, aquela que dá
“a César o que é César e a Deus o que é de Deus”. O conflito, a exacerbação
ocultam a incapacidade da escolha equilibrada.
Não é
preciso virar as costas ao meio ambiente, como fizeram algumas potências
econômicas para elevar a qualquer custo sua produção e renda per capita.
Entretanto, a urgência em melhorar as condições de vida que dependem das de
ordem econômica deve correr sobre dois trilhos e juntas.
O Brasil
tem um papel-chave para a humanidade inteira, na necessidade do sequestro de CO2,
de biodiversidade, contudo não pode essa missão ser pretexto para penalizar o
anseio da nação e traiçoeiramente facilitar finalidades inconfessáveis e
prevaricações que ocorrem em volta desse desafio.
Fomentar
atividades que geram oportunidades é a principal meta chinesa; no Brasil, a
principal é manter o poder e usar atalhos e complicações.
O longo
preâmbulo justifica as anotações e análise sobre o projeto do Rodoanel da RMBH,
defendido com ímpeto pelo Estado de Minas Gerais.
As ações
do governo de Minas testam a capacidade de resistência dos municípios em
aceitar o que se apresenta como grave prejuízo não só para os municípios, mas
até para o próprio Estado, com reflexos para toda a população de Minas,
concomitantemente aos ganhos imerecidos de empreiteiras (sempre as mesmas que
deixam crateras nos erários).
AS FALHAS EM SÍNTESE:
-
Admissibilidade
para um projeto de Anel Viário ou Rodoanel da RMBH que passa por dentro, e não
por fora de regiões urbanas consolidadas, dividindo-as. Se é anel, precisa tangenciar
as áreas densamente povoadas, e não as cortar.
-
Interferência em milhares de quilômetros de redes de drenagem, de esgotamento
sanitário, de distribuição de água, de energia, de fibra ótica, de
acessibilidade às escolas, à saúde, às rotas de transporte coletivo, à
mobilidade urbana (ampliando em vários quilômetros os percursos e o tempo de
viagem, os gastos com combustíveis, emissões de CO2).
-
Desvalorização e prejuízos econômicos aos empreendimentos existentes. Demolição
de milhares de residências, êxodo de milhares de famílias que construíram seus
lares.
-
Aumento de ruídos pelo trânsito incessante de veículos pesados em alta
velocidade no meio de áreas densamente povoadas.
-
Cobrança de pedágio que resultará em privações da população para transitar numa
via, construída integralmente com recursos indenizatórios decorrentes da
tragédia de Brumadinho.
-
Ausência da função de interceptar os veículos provenientes das BRs 381, 262 e
040 antes da entrada na zona povoada e urbanizada, que será trajeto, dessa
forma, obrigatório de milhões de veículos a cada mês, impactando a mobilidade
do sistema viário municipal.
AINDA SE FAZ IMPERIOSO LEMBRAR AS
AUSÊNCIAS DE:
-
Estudos,
e de sua divulgação, de impactos na rede viária metropolitana que não receberá
benefício algum e terá aumento de complexidade em vias já precarizadas.
-
Demonstrações dos impactos sociais e humanos, legalmente obrigatórios, cuja
ausência representa a desinformação e falta de transparência no maior projeto
de infraestrutura de Minas Gerais.
- Considerar
o pedágio como irrenunciável à execução do projeto, enquanto a obra é coberta
totalmente, dentro da correta valoração, por recursos indenizatórios da Vale.
- Prever
aporte de recursos públicos adicionais de R$ 2 bilhões – injustificados em
relação aos valores legalmente vigentes.
- Explicação
das perdas econômicas de investimentos já consolidados, que serão destruídos ou
alterados, perdendo-se ainda a possibilidade de áreas de desenvolvimento,
reordenação habitacional e medidas de melhorias da mobilidade na RMBH.
- Execução
de duas em cada três transposições por viadutos e trincheiras que, caso
executadas sucessivamente, serão suportadas pelo erário, cerca de R$ 1,4
bilhão.
-
Valores corretos nos gastos de implantação da iluminação da via que resulta
superior ao que se adota em casos análogos.
- Terceira
pista pavimentada, já que no projeto são limitadas a apenas duas pistas de cada
lado, iniciando-se insuficiente.
- Estudo
de volume de veículos que permanecerão transitando pelas vias municipais com
transtornos e impacto na mobilidade e nos gastos municipais.
A
proposta do Estado é absurdamente negativa sobre a qualidade de vida, as perdas
econômicas e a possibilidade de ampliar o desenvolvimento. Mais ainda
inexplicável em relação ao meio ambiente a proposta de cortar em 13 km a Área
de Preservação Ambiental da Várzea das Flores, em Contagem – desnecessária e
colocando em risco o abastamento, já problemático, de água na região.
Espera-se
que o governo ouça com atenção a voz dos municípios, e não a das sereias.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto
das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas,
soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente
desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência,
eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com
menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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