“Impacto do BIM no mercado de trabalho da construção
A
transformação digital já é uma realidade em quase todas as áreas da economia, e
na construção civil não é diferente. Nesse sentido, uma das principais
tendências é o Modelagem de Informação da Construção (BIM). A empresa
norte-americana de consultoria e análise de mercado Markets and Markets trouxe
recentemente um dado que ilustra esse movimento de alta. Segundo o
levantamento, o mercado global de BIM deve ter crescimento de 14,5% até 2025.
Segundo
os especialistas da área, o Brasil também deve seguir essa tendência,
principalmente em virtude do Decreto 10.306, de 2 de abril de 2020. O documento
estabelece a utilização do BIM na execução direta ou indireta de obras e
serviços de engenharia realizadas pelos órgãos da administração pública
federal. Com isso, todas as empresas que atuam no ramo da construção civil e
que desejam participar de licitações devem contar com profissionais capacitados
para usar essa metodologia.
A
utilização do BIM tem ganhado cada vez mais força, e com a entrada em vigor da
lei brasileira sobre a metodologia na construção civil, a expectativa é que se
crie uma cultura, que valoriza a execução de projetos com mais produtividade,
transparência e custos mais baixos.
Deve
resultar ainda no surgimento de oportunidades para os profissionais da área.
Como uma das principais características da metodologia é a
multidisciplinaridade, a maioria dos cursos de exatas, como arquitetura e
engenharias, oferece base sólida, mas a atuação específica depende de especialização.
Segundo informações do site focado em mercado de trabalho Glassdoor, atualmente
a faixa salarial do BIM Maneger no Brasil varia de R$ 8.000 a R$ 10 mil.
Além da
geração de empregos, o governo tem o objetivo de aumentar a transparência e disseminar
o BIM em território nacional. Além de industrializar a obra e reduzir os custos
em aproximadamente 20%, o BIM permite a visualização virtual do produto final
antes da execução, prevendo possíveis problemas que possam surgir. Com isso,
evita-se o retrabalho e o desperdício, que é um problema recorrente na
construção civil brasileira.
Criado
no início dos anos 2000, o BIM é a representação virtual de uma obra. Seu
grande diferencial é a quantidade de informações que traz sobre cada detalhe do
projeto. Além de permitir uma pré-visualização do resultado final em termos de
estética, nele já constam dados sobre acabamento, ventilação, materiais,
instalações elétricas e hidráulicas, entre muitos outros. Por isso, o projeto
BIM pode ser usado durante toda a vida útil do edifício, desde seu nascimento
até sua demolição, passando pelas manutenções pontuais.
É
importante enfatizar que não se trata de um software, mas sim de um modelo de
gestão das informações referentes a um determinado projeto, seja de um edifício,
um automóvel, uma aeronave ou até mesmo de uma cidade inteira.”.
(Marcos Carvalho. Professor de BIM no curso de
arquitetura do Centro Universitário Newton Paiva, em artigo publicado no jornal
O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de outubro de 2021, caderno OPINIÃO,
página 23).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 1º de novembro de 2021, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Roma, RMBH e os bárbaros
Em
todas as instâncias do governo de Minas, da mais alta até a mais técnica, estão
sendo ignorados os alertas e os apelos das prefeituras impactadas pelo projeto
em formato de travessia urbana do futuro Rodoanel da Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH). Levado à frente a quatro mãos pelo governo e pelas
empreiteiras interessadas, não poderia ser muito diferente de um formato que
maximiza os lucros, joga alguns bilhões de soluções nas contas públicas e
desrespeita a população – boa parte dela humilde e ignorando o que está sendo
engendrado.
Para
atingir o objetivo que une Estado e empreiteiras escancaradas pela Lava Jato,
durante as audiências públicas, não se apresenta nem se dá oportunidade ao
projeto alternativo das prefeituras, que é muito mais econômico, humano,
desenvolvimentista, socialmente e ambientalmente correto. Não se permite,
assim, uma comparação que mostraria como existem números inconsistentes e
omissões de alguns bilhões de gastos.
A melhor proposta, a das
prefeituras, não vai gerar demolições, desapropriações de moradias,
descaracterização urbanística de bairros, impactos em áreas de preservação. Em
vez disso, tangencia as áreas sensíveis, os bairros densamente povoados que se
consolidaram em mais de 50 anos de existência e de vida de milhares de famílias.
Mais econômica e, sobretudo, completa, não esconde custos que o próprio Estado
– ou seja, a população – deverá arcar ao longo de anos decorrentes de obras
complementares, omitidas pelo Estado ou deixadas fora da proposta apresentada.
À frente
desse indigesto desafio, o Estado escalou pessoas supostamente ingênuas,
inexperientes, embora domesticadas, e determinadas a passar o rolo compressor
sobre quem apresenta soluções que divergem deles, apesar de mais rápidas,
econômicas e sem sofrimento ou perdas da população.
Nos
relatórios oficiais do Estado, declara-se que quase 40% das reuniões realizadas
foram mantidas com grupos empresariais interessados na construção e na concessão
daquela que será a maior obra de todos os tempos na RMBH, estimada em valor
fantasiosamente levado a R$ 5,1 bilhões. Não houve reuniões com associações dos
bairros atingidos nem com as prefeituras que pagarão o desastre. O governador
também, até hoje, não opinou sobre o mais impactante projeto do Estado, que já
nasce no modelo de concessão pública, sem avaliar outras possibilidades, que
podem levar à conclusão de que não será necessária a cobrança de pedágio, seguindo
assim o modelo atual do Anel Rodoviário de BH.
Existe, em hipótese, a
possibilidade de construir o Rodoanel, para em seguida leiloar a concessão do
trecho viário com valor de pedágio menor ou quase inexpressivo. Chama a atenção
que o acordo da Vale deixa a ela a obrigação de fazer obras nos municípios, e
essa o Estado assume? Que coerência há nisso? Pois todo o acordo se choca com a
constitucionalidade que classifica as verbas indenizatórias ao par de receitas
públicas que se incorporam ao orçamento do Estado, submetidas à Lei 8.666 e à
fiscalização do TCE e do MP.
A planilha de custos das
obras é resumida, anêmica, hermética e tão transparente como um muro de
concreto. Omite gastos com a indenização de benfeitoria e empreendimentos que
serão impactados. Já a alternativa das prefeituras dá condições de, com um
valor de R$ 4 bilhões, inserir as obras complementares de um rodoanel de
verdade e as extensões que ligam (com os 20 km de seis pistas) a Via Expressa
até Brumadinho e conectam a capital da Mutuca até Ibirité.
Ainda, não há um número
mínimo suficiente de transposições, como viadutos e trincheiras, nem a
reconstrução de redes de drenagem, esgoto, água, energia e fibras óticas. Cerca
de R$ 2 bilhões ou R$ 3 bilhões, necessários e não considerados, ficarão em
seguida suportados pelo erário público ou mais simplesmente por privações
suportadas pela população de toda a Minas Gerais.
Não há menção a respeito
dos prejuízos à saúde, à economia e ao bem-estar que explodirão ao se
transformarem cidades em canteiros de obras durante anos, com poeira, lama,
desvios de trânsito, interrupção da vida normal e sofrimentos generalizados.
A proposta alternativa
das prefeituras, aquela em formato de anel de verdade – que incomoda o Estado
–, transita apenas em áreas rurais (fora de APAs) e de expansão urbana, sem
prejuízo aos moradores, sem obrigatoriedade de pedágios, que, no fim, serão de
apanágio, provavelmente de operadoras escancaradas pela Lava Jato. Esta
alternativa dos municípios nem sequer é considerada, divulgada, discutida, mas
comparada ao “monstro de Frankenstein” do Estado, como se não existisse.
Também o traçado do
governo Zema, por não cortar as BRs 381 e 262, despejará milhões de veículos a
cada mês nos percursos densamente povoados de Betim e Contagem, eternizando,
nas 24 horas do dia, o inferno no trânsito e os ruídos da poluição sonora. Bem
diferente dos concessionários da via, já carimbados como donos do maior negócio
de todos os tempos em Minas, que, por sua vez, terão como morar em Paris ou em
algum paraíso de águas limpas, combatendo a monotonia da “dolce vita” na
produção de filmes sobre como pilharam o Brasil.
A proposta do Estado, até
agora, foi conduzida por ventríloquos das empreiteiras, que tiveram como mandamento
o pedágio que deverá remunerar as empreiteiras. “O povo que se lixe”, como
notar o governador em relação aos rombos da Cemig, que ele, entretanto, não
relaciona à empreiteira mineira “rainha da Lava Jato”. Faltam peças importantes
e lógica nessa narrativa. A lavagem se insere bem em cérebros despreparados,
mas não se sustenta numa realidade correta, à luz da verdade.
Estarrece que o conceito
universalmente utilizado nos países mais civilizados, e até nos menos, nesses
casos é o de vias que contornam a área urbana, passa por fora do dedo, não o
corta ao meio.
Minas parece passar pelo
flagelo que Roma suportou no fim do império, com hordas de bárbaros saqueando
suas riquezas, demolindo o passado e arrasando o futuro. Dessa vez, querem,
também, levar as esperanças de progresso e os bens das próximas gerações.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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