“Tecnologia inédita para reflorestamento de Brumadinho
Uma
tecnologia inédita para acelerar o processo de restauração florestal em
Brumadinho (MG), como forma de reparar os impactos causados pelo rompimento da
barragem B1, da mina de Córrego do Feigão, poderá contribuir para desacelerar o
aquecimento global em todo o planeta. Mudas de espécies nativas, que poderiam
levar mais de oito anos para florescer, iniciam esse processo entre seis e 12
meses, propagando suas sementes e consequentemente novas mudas, o que acelera o
reflorestamento de áreas degradadas.
O
aquecimento global está em pauta durante a Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas (COP26), realizada entre os dias 31.10 a 12.11 em Glasgow,
na Escócia. O encontro é uma oportunidade para que os países tornem mais
ambiciosas suas metas ambientais até 2030, data considerada como decisiva para
que se consiga limitar o aquecimento global em 1,5ºC, nível indicado como
“desejável” pelo Acordo de Paris.
Esse
método utilizado para recuperar a biodiversidade em Brumadinho nunca havia sido
praticado no mundo e foi considerado por especialistas como um marco para a
conservação genética de plantas e a recuperação de espécies em extinção,
podendo ajudar a acelerar o reflorestamento e o plantio de árvores nativas ao
redor do mundo.
Desenvolvida
pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Sociedade de Investigações
Florestais (SIF) e a Vale, a tecnologia pioneira foi batizada como “Resgate de
DNA e indução de florescimento precoce em espécies florestais nativas”.
Por meio
dela, algumas mudas que poderiam levar mais de oito anos para florescer,
frutificar e gerar sementes iniciam esse processo entre seis e 12 meses, o que
contribui efetivamente para acelerar a recuperação da biodiversidade. A
aceleração é possível por meio da coleta de DNA de árvores nativas como
jacarandá caviúna, ipê-amarelo, braúna e jequitibá. Já no laboratório, os ramos
coletados passam por um procedimento de enxertia para se tornarem capazes de
reproduzir exatamente o material genético de outras plantas a partir de
pequenas porções.
Ao
crescerem, as árvores possuem papel fundamental na purificação e na umidade do
ar, uma vez que agem como sequestradoras de dióxido de carbono (CO2),
capturando esses gases e desenvolvendo o oxigênio para a atmosfera. Além disso,
elas também auxiliam na diminuição da temperatura localmente, o que contribui
diretamente para a desaceleração do aquecimento global.
Assim, o
método criado em Minas Gerais pode ser utilizado na esfera mundial e contribuir
com resultados importantes para apoiar as metas que serão definidas em Glasgow.
Em uma esfera global, essa pode ser mais uma das ferramentas aplicadas para
reduzir o aquecimento e proteger o planeta.”.
(Gleisson Santos (*) e Raul Firmino (**)
Professor Universidade Federal de Viçosa (*) Analista
Ambiental Vale (**), em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de novembro de
2021, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 27 de novembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Escutar, ver e anunciar
A
Igreja Católica na América Latina e no Caribe celebra a sua 1ª Assembleia
Eclesial, de 21 a 28 de novembro, com representantes reunidos no México, ao
redor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, e muitos evangelizadores
participando a partir de tecnologias digitais. Com predominância de cristãos
leigos e leigas, esta Assembleia Eclesial tem no horizonte um acontecimento
marcante vivido pela Igreja no continente há 114 anos: a 5ª Conferência dos
Bispos Latino-Americanos e Caribenhos, realizada no Santuário Nacional Nossa
Senhora Aparecida, em maio de 2007. As indicações da Conferência, reunidas no
documento de Aparecida, estão sendo retomadas pelo coração do Povo de Deus na
América Latina e no Caribe, conforme pede o Papa Francisco, para inspirar nova
reação missionária em toda a região. Por meio de reflexões, avaliações,
questionamentos, a Assembleia Eclesial, guiada pelo Documento de Aparecida,
busca intuições inspiradas pelo Espírito Santo, para que a Igreja seja capaz de
oferecer novas respostas aos desafios atuais.
A Igreja
procura avaliar o seu caminho pela articulação de todos os segmentos do Povo de
Deus. Uma clara consolidação vivencial e celebrativa do Sínodo sobre a
Sinodalidade na Igreja, já vivido pelos cristãos católicos em todo o planeta. O
Sínodo é um passo novo em escala maior, inspirado no que se vivencia em muitas
instâncias locais, qualificando ainda mais o que significa caminhar juntos no
contexto eclesial. Ultrapassa, assim, o simples sentido de uma dinâmica que
procura investir mais na comunhão, participação e missão. O objetivo é
continuamente promover a renovação da Igreja e o fortalecimento da fé cristão,
com incidências transformadoras na dimensão existencial do ser humano e,
consequentemente, nos contextos político, econômico e social, que precisam se
reconfigurar ao sabor do Evangelho.
A Igreja
Católica reconhece o tamanho de seu desafio e, por isso mesmo, celebra a 1ª
Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe a partir de uma dinâmica com
potencial para gerar os efeitos esperados. Pode-se dizer que é uma dinâmica
tríplice, com esses movimentos conjugados: escutar, ver e anunciar. Esse
tríplice movimento na celebração da 1ª Assembleia Eclesial ultrapassa o evento
para alcançar respostas missionárias necessárias à Igreja, que enfrenta muitos
desafios – a perda de fiéis, rigidez em tradicionalismos e, especialmente, a
urgência de se promover mais sinergia entre a fé cristã e a vida cotidiana. Os
princípios do Evangelho de Jesus Cristo precisam mudar dinâmicas perversas que
ameaçam a vida no planeta e, particularmente, a sociedade latino-americana e
caribenha.
O ponto
de partida da 1ª Assembleia Eclesial – e do Sínodo sobre a Sinodalidade – será
sempre a “escuta”. Esta é a tônica forte ensinada no basilar Livro do
Deuteronômio: “Ouve, ó Israel”. Ao escutar Deus, o Povo testemunha a sua fidelidade,
expressa na fraternidade universal. Escutar Deus tem força e propriedade para
gerar redirecionamentos e inspirar respostas. Neste tempo em que se fala muito,
e de tudo, com pouca disponibilidade para escutar, torna-se ainda mais difícil
superar as crises humanitárias e institucionais.
A
necessidade de aprender a escutar Deus é sublinhada por Jesus muitas vezes. Em
diálogo com Pilatos, na narrativa bíblica em que Cristo é condenado à morte na
Cruz, Jesus explica: aqueles que são da verdade ouvem a sua voz. E a
competência para ouvir está vinculada à capacidade de ver. Oportuno lembrar a
narrativa sobre o cego Bartimeu, mendigo da estrada de Jericó. Ele, ouvindo a
multidão, despertou-se para o personagem maior que ali passava, e gritou
pedindo: “Senhor, tem piedade de mim”. A escuta da multidão, que gerou o clamor
de Bartimeu, tornou-se oportunidade para o diálogo com Deus. Jesus pergunta ao
cego: “O que queres que eu lhe faça?” a pronta resposta: “Que eu veja”. Curado
da cegueira, Bartimeu segue e anuncia o Mestre.
A escuta
da Palavra de Deus será sempre o ponto de partida e a consequente capacitação para
deixar-se interpelar pelas palavras-clamores dos pobres e sofredores, do meio
ambiente, da humanidade sofrida. Isto significa que escutar Deus inspira a
capacidade de ver com compaixão. E todos que veem à luz da fé anunciam com
inabalável convicção o que diz o Documento de Aparecida: “Conhecer a Jesus
Cristo pela fé é a nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este
tesouro aos demais é uma tarefa”.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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