“Aprendizagem na geração autodidata
A
tecnologia torna o aprendizado mais agradável, dinâmico e eficiente,
independentemente da escola. As crianças da nova geração acessam conteúdos
midiáticos, cada vez mais precocemente, porque já “nasceram” num contexto como
parte da vida delas, sendo expostas a telas e a conteúdos digitais.
Claramente,
a internet é uma ferramenta útil e bastante influenciável, tanto no
comportamento como sobre o modo em que as pessoas se relacionam, trabalham e
estudam. A questão é o que essas crianças farão com essa exposição e
oportunidade de aprender muito mais?
A escola
possui uma excelente oportunidade para iniciar um processo reflexivo, por
exemplo, sobre a capacidade empreendedora e marcante desta nova geração. Até
então, não existiu um período em que se observou essa dinâmica na aprendizagem,
cuja necessidade de se reinventar colocou todos a prova. A tecnologia ficou e
se mostra muito útil para diferentes finalidades, principalmente, em relação à
educação. O processo de aprendizagem se modificou, e a mídia é um espaço rico
para muitas trocas e vivências.
As
plataformas como YouTube, Instagram e Tik Tok, entre vários outros canais, se
tornaram realidade para a geração Z, que, inclusive, adquiriu diferentes
habilidades para aprender, ou seja, uma forma mais ativa e, nem tanto, passiva.
O
comportamento se tornou natural para essa nova geração, agindo de forma
empreendedora, focando o uso de ferramentas disponíveis para adquirir algum
tipo de conhecimento. Trata-se de uma “turma” mais interessada em prática e que
evita a postura reativa, ou seja, esperar pela escola ou a faculdade não é uma
opção.
A
palavra de ordem é a proatividade, buscando a informação, independentemente do
formato.
A
pesquisa “A Próxima Geração de Aprendizes”, promovida pela empresa de ensino
digital Pearson, apontou que a Geração Z tem mais interesse em aprender, por
exemplo, com a ajuda do YouTube. Os vídeos são um método mais usado por jovens
americanos, aproximadamente 59% deles, com menos de 21 anos.
A escola
tem alterado o sistema de ensino para incorporar os recursos digitais em seu
cotidiano e fazer com que a aprendizagem seja mais dinâmica e eficiente.
Ainda é
uma situação em transformação, mas não há dúvidas de que a tecnologia apresenta
um elevado potencial para contribuir com a educação brasileira, auxiliando a
professores, de certa maneira e, apresentando conteúdo aos alunos que usam
materiais interativos para compreender melhor os conteúdos didáticos, por
exemplo.
Contudo,
é um processo de adaptação, considerando que a experiência em tecnologia dos
Gen Z é interpretada como “nativa digital”, tendo capacidade para aprender
sobre diversos temas em livros, e-books e vídeos personalizados, ou seja, são
autodidatas.”.
(Ângela Mathylde. Professora, psicanalista e
doutora em educação e saúde, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 27 de dezembro de 2021, caderno OPINIÃO, página
17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, mesma edição, caderno opinião,
coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Flávio Bartmann,
engenheiro mecânico (ITA) e doutor pela Universidade de Princeton, é professor
na Universidade Columbia e na NYU Stern School of Business, e que merece
parcial transcrição:
“Esta crise é diferente
O
Brasil está num grande buraco. A última década foi um desastre, com crescimento
econômico quase nulo. Na verdade, os brasileiros, na média, ficaram mais pobres
nesse período. Mais de 4 milhões vivem hoje no exterior em busca de melhores
oportunidades, e cerca de 15 milhões estão desempregados. Menos da metade dos
trabalhadores tem carteira assinada. A população urbana vive num clima de profunda
insegurança. E o país se encontra hoje mais dividido do que nunca.
O Brasil
já passou por muitas crises políticas e econômicas. Mas esta é diferente: é
estrutural e permanente. O país caiu do bonde econômico no começo dos anos 1980.
Tivemos alguns sucessos, é verdade. A inflação foi controlada pelo Plano Real;
o governo Lula melhorou significativamente a distribuição de renda. O programa
do álcool, a Embraer e o agronegócio são incontestáveis.
Apesar
destes e outros êxitos, a econômica brasileira teve um desempenho decepcionante
no período, quando o Brasil ficou à margem das cadeias globais de valor. O país
desindustrializou significativamente e aumentou sua dependência de produtos
primários. As exportações, de US$ 250 bilhões anuais, estão hoje no mesmo nível
de 2011. Exportamos menos do que o Vietnã. A evolução da economia do Brasil é
exatamente oposta àquela dos países que estão crescendo rapidamente.
Em 1980,
o Brasil tinha um PIB per capita de US$ 6.437 (em dólares de 2015); hoje, o PIB
é de US$ 8.230. Os números da Coreia do Sul são, respectivamente, US$ 4.055 e
US$ 31.264. O Brasil tem hoje 18 companhias com uma capitalização acima de US$
10 bilhões. Várias dessas são estatais, e sete são companhias financeiras. A
única companhia industrial privada na lista é a Suzano. Já a Coreia, um país
com menos de um quarto da população brasileira, virou uma grande potência
industrial e tem 28 companhias com capitalização acima de US$ 10 bilhões,
incluindo várias no setor automobilístico, eletrônico, de comunicações e
químico. A Samsung, por exemplo, tem uma capitalização seis vezes maior que a
da Petrobras ou da Vale.
Para
complicar ainda mais as coisas, é mero espectador na revolução tecnológica que
hoje puxa o crescimento econômico. Resultado de políticas equivocadas, como a
reserva de mercado de informática – que enriqueceu alguns, mas que assegurou
que os brasileiros tivessem acesso limitado a equipamentos de baixa qualidade e
a preços exorbitantes –, de uma iniciativa privada contente em receber benefícios
e proteção do governo federal e de uma estrutura educacional inflexível e
ineficiente, o setor de tecnologia é hoje completamente dominado pelas
subsidiárias de multinacionais estrangeiras.
Transformar
o Brasil em um país próspero, com oportunidades para os seus cidadãos, é um
desafio enorme que irá requerer décadas de trabalho de toda a nação. As
prioridades são claras: para construir uma economia moderna, competitiva e
aberta ao mundo, precisamos estabelecer um governo ágil, eficiente e tecnicamente
competente. O país necessita dar prioridade à educação, à saúde, à
infraestrutura e à segurança pública, mantendo, ao mesmo tempo, uma sociedade
democrática, fundada no respeito aos direitos humanos e na liberdade de
expressão. O desafio é enorme, e a situação política é desalentadora. A
fragmentação das forças políticas torna impossível a formulação e implementação
de um programa consistente de ação econômica. A corrupção sempre presente torna
o problema ainda maior.
A
eleição do próximo ano oferece uma oportunidade única para mudar os rumos do
país. Os augúrios, entretanto, não são nada bons. As manobras eleitorais se
aceleram, com cargos e privilégios no topo da pauta; nenhum dos candidatos,
entretanto, parece se preocupar em definir um programa de governo com uma visão
clara para o país, necessário para fazer uma boa gestão. O Brasil não pode
passar em branco mais uma vez. As consequências seriam trágicas.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação
dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.