quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA APRENDIZAGEM NA GERAÇÃO AUTODIDATA PARA A TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Aprendizagem na geração autodidata

        A tecnologia torna o aprendizado mais agradável, dinâmico e eficiente, independentemente da escola. As crianças da nova geração acessam conteúdos midiáticos, cada vez mais precocemente, porque já “nasceram” num contexto como parte da vida delas, sendo expostas a telas e a conteúdos digitais.

         Claramente, a internet é uma ferramenta útil e bastante influenciável, tanto no comportamento como sobre o modo em que as pessoas se relacionam, trabalham e estudam. A questão é o que essas crianças farão com essa exposição e oportunidade de aprender muito mais?

         A escola possui uma excelente oportunidade para iniciar um processo reflexivo, por exemplo, sobre a capacidade empreendedora e marcante desta nova geração. Até então, não existiu um período em que se observou essa dinâmica na aprendizagem, cuja necessidade de se reinventar colocou todos a prova. A tecnologia ficou e se mostra muito útil para diferentes finalidades, principalmente, em relação à educação. O processo de aprendizagem se modificou, e a mídia é um espaço rico para muitas trocas e vivências.

         As plataformas como YouTube, Instagram e Tik Tok, entre vários outros canais, se tornaram realidade para a geração Z, que, inclusive, adquiriu diferentes habilidades para aprender, ou seja, uma forma mais ativa e, nem tanto, passiva.

         O comportamento se tornou natural para essa nova geração, agindo de forma empreendedora, focando o uso de ferramentas disponíveis para adquirir algum tipo de conhecimento. Trata-se de uma “turma” mais interessada em prática e que evita a postura reativa, ou seja, esperar pela escola ou a faculdade não é uma opção.

         A palavra de ordem é a proatividade, buscando a informação, independentemente do formato.

         A pesquisa “A Próxima Geração de Aprendizes”, promovida pela empresa de ensino digital Pearson, apontou que a Geração Z tem mais interesse em aprender, por exemplo, com a ajuda do YouTube. Os vídeos são um método mais usado por jovens americanos, aproximadamente 59% deles, com menos de 21 anos.

         A escola tem alterado o sistema de ensino para incorporar os recursos digitais em seu cotidiano e fazer com que a aprendizagem seja mais dinâmica e eficiente.

         Ainda é uma situação em transformação, mas não há dúvidas de que a tecnologia apresenta um elevado potencial para contribuir com a educação brasileira, auxiliando a professores, de certa maneira e, apresentando conteúdo aos alunos que usam materiais interativos para compreender melhor os conteúdos didáticos, por exemplo.

         Contudo, é um processo de adaptação, considerando que a experiência em tecnologia dos Gen Z é interpretada como “nativa digital”, tendo capacidade para aprender sobre diversos temas em livros, e-books e vídeos personalizados, ou seja, são autodidatas.”.

(Ângela Mathylde. Professora, psicanalista e doutora em educação e saúde, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de dezembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, mesma edição, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Flávio Bartmann, engenheiro mecânico (ITA) e doutor pela Universidade de Princeton, é professor na Universidade Columbia e na NYU Stern School of Business, e que merece parcial transcrição:

“Esta crise é diferente

         O Brasil está num grande buraco. A última década foi um desastre, com crescimento econômico quase nulo. Na verdade, os brasileiros, na média, ficaram mais pobres nesse período. Mais de 4 milhões vivem hoje no exterior em busca de melhores oportunidades, e cerca de 15 milhões estão desempregados. Menos da metade dos trabalhadores tem carteira assinada. A população urbana vive num clima de profunda insegurança. E o país se encontra hoje mais dividido do que nunca.

         O Brasil já passou por muitas crises políticas e econômicas. Mas esta é diferente: é estrutural e permanente. O país caiu do bonde econômico no começo dos anos 1980. Tivemos alguns sucessos, é verdade. A inflação foi controlada pelo Plano Real; o governo Lula melhorou significativamente a distribuição de renda. O programa do álcool, a Embraer e o agronegócio são incontestáveis.

         Apesar destes e outros êxitos, a econômica brasileira teve um desempenho decepcionante no período, quando o Brasil ficou à margem das cadeias globais de valor. O país desindustrializou significativamente e aumentou sua dependência de produtos primários. As exportações, de US$ 250 bilhões anuais, estão hoje no mesmo nível de 2011. Exportamos menos do que o Vietnã. A evolução da economia do Brasil é exatamente oposta àquela dos países que estão crescendo rapidamente.

         Em 1980, o Brasil tinha um PIB per capita de US$ 6.437 (em dólares de 2015); hoje, o PIB é de US$ 8.230. Os números da Coreia do Sul são, respectivamente, US$ 4.055 e US$ 31.264. O Brasil tem hoje 18 companhias com uma capitalização acima de US$ 10 bilhões. Várias dessas são estatais, e sete são companhias financeiras. A única companhia industrial privada na lista é a Suzano. Já a Coreia, um país com menos de um quarto da população brasileira, virou uma grande potência industrial e tem 28 companhias com capitalização acima de US$ 10 bilhões, incluindo várias no setor automobilístico, eletrônico, de comunicações e químico. A Samsung, por exemplo, tem uma capitalização seis vezes maior que a da Petrobras ou da Vale.

         Para complicar ainda mais as coisas, é mero espectador na revolução tecnológica que hoje puxa o crescimento econômico. Resultado de políticas equivocadas, como a reserva de mercado de informática – que enriqueceu alguns, mas que assegurou que os brasileiros tivessem acesso limitado a equipamentos de baixa qualidade e a preços exorbitantes –, de uma iniciativa privada contente em receber benefícios e proteção do governo federal e de uma estrutura educacional inflexível e ineficiente, o setor de tecnologia é hoje completamente dominado pelas subsidiárias de multinacionais estrangeiras.

         Transformar o Brasil em um país próspero, com oportunidades para os seus cidadãos, é um desafio enorme que irá requerer décadas de trabalho de toda a nação. As prioridades são claras: para construir uma economia moderna, competitiva e aberta ao mundo, precisamos estabelecer um governo ágil, eficiente e tecnicamente competente. O país necessita dar prioridade à educação, à saúde, à infraestrutura e à segurança pública, mantendo, ao mesmo tempo, uma sociedade democrática, fundada no respeito aos direitos humanos e na liberdade de expressão. O desafio é enorme, e a situação política é desalentadora. A fragmentação das forças políticas torna impossível a formulação e implementação de um programa consistente de ação econômica. A corrupção sempre presente torna o problema ainda maior.

         A eleição do próximo ano oferece uma oportunidade única para mudar os rumos do país. Os augúrios, entretanto, não são nada bons. As manobras eleitorais se aceleram, com cargos e privilégios no topo da pauta; nenhum dos candidatos, entretanto, parece se preocupar em definir um programa de governo com uma visão clara para o país, necessário para fazer uma boa gestão. O Brasil não pode passar em branco mais uma vez. As consequências seriam trágicas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 346,12% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 129,64%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,74%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

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