quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DOS DONS E TALENTOS PARA A QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO EXTREMO ZELO COM A CASA COMUM NA EFETIVA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Você já fez as pazes com o seu dom?

        Dom é dádiva.

         Talento é desejo de realizar o dom

         Para mim, talento é dom aprimorado.

         Mais do que tratar das diferenças de significado entre as palavras, acredito que o grande desafio nesse tema é identificar qual é o nosso dom, transformá-lo em talento e usá-lo da melhor forma possível.

         Na escola vemos de tudo. Aprendemos a perceber o sujeito oculto, a calcular o valor de x, a desvendar o funcionamento da mitocôndria, mas não aprendemos algo fundamental para a nossa realização: não somos ensinados a pontuar os nossos dons.

         O dom pode ser natural, mas ele não é identificado naturalmente. É preciso um olhar atento e amoroso de quem está em volta – caso dos pais, parentes e professores – e autoconhecimento para que a gente consiga perceber o que faz com facilidade e prazer.

         Não conheço ninguém que não goste de exercer um dom.

         Mas conheço muita gente que nunca entrou em contato com o próprio dom ou, se entrou, acabou deixando o dom de lado por não ter sido incentivado a transformá-lo em talento.

         Um desperdício.

         Penso no meu caso.

          Sempre tive facilidade em me relacionar. Mas esse meu dom já foi tido como um problema. Quantas vezes fui punido na escola porque conversava muito?

         Poderia ter uma vida frustrante se tivesse seguido o que me ensinaram ser um comportamento correto.

         Sorte que eu tenho outro dom, o de questionar. E foi me questionando que cheguei à conclusão de que a minha facilidade de relacionamento poderia ser usada para criar conexões entre as pessoas que não têm a mesma facilidade que eu.

         Com essa clareza, eu tive disposição para estudar e me aprofundar em temas como networking.

         Ótimo para mim, que tiro parte do meu sustento do talento de me relacionar. Ótimo para as outras pessoas, que poderiam perder grandes chances de deixar de oferecer algo importante ao mundo por não terem o talento de criar conexões.

         Mas, e se o dom é identificado quando já temos uma profissão que nada tem a ver com nosso dom? e quanto não temos estrutura para transformar o dom em talento e adotá-lo na carreira?

         Eu vejo que tudo é uma questão de alinhamento de discurso interno.

         O que está por trás do seu dom?

         Conheço um neurologista que sempre gostou de arte. Em meio a uma depressão, começou a pintar e a estudar o assunto. Depois de 20 anos de carreira como médico, descobriu que poderia usar técnicas de pintura no tratamento de seus pacientes. Seu entusiasmo e sua virada de jogo com a entrada do talento em cena são de encher os olhos e aquecer o coração.

         Em um mundo com tantas demandas, tantas regras, em que temos que “brigar” pela felicidade, entrar em contato com um dom exige amor-próprio, autocuidado e coragem.

         Colocar o dom na coluna dos hobbies pode ser uma estratégia até chegar o tempo de tirar proveito dele como um talento. Fato é que dom é essência e que está sempre atuando, direta ou indiretamente.

         Feliz daquele que tem consciência de que o dom é presente de Deus e que transformá-lo em talento é gratidão.”.

(Lúcio Júnior. CEO da Open Mind Brazil, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de novembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 6 de janeiro de 2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Flavio Comim, professor de economia da IQS School of Management (Barcelona) e professor afiliado da Universidade de Cambridge (Inglaterra), e que merece igualmente integral transcrição:

“Enfim, o IDH verde

        Existem no mundo mais de cem índices compostos de desenvolvimento. Mas nenhum deles possui a solidez e o reconhecimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que recentemente completou 30 anos de existência.

         Parte do sucesso histórico desse indicador tem sido sua adaptabilidade dentro de parâmetros que identificam seus propósitos iniciais de expansão de liberdades substantivas das pessoas. Muito já foi mudado no IDH, como na sua revisão de 20 anos, na qual o indicador passou a ser produzido a partir de médias geométricas, substituindo antigas variáveis pelas que são usadas atualmente. Mas, até agora, o IDH não havia honrado uma promessa que nasceu com a sua criação, lá em 1990: a elaboração de um IDH que levasse em conta as pressões planetárias.

         De certo modo, a introdução agora do IDH verde, ou o IDH “ajustado pelas pressões planetárias” (PIDH), significa um convite aos países que reorientem seus objetivos e escolhas públicas – não apenas na direção daquelas políticas e estratégias consideradas mais essenciais ao desenvolvimento humano (como de saúde e de educação), mas também sintonia com um desenvolvimento com baixas emissões de carbono e menos dependentes de ciclos materiais. Combina, assim, uma preocupação com a desigualdade intra e intergeracional.

         Mas como se calcula o PIDH? Em linhas gerais, o PIDH é o IDH de cada país corrigido pelas pressões planetárias, estimadas como uma média aritmética das emissões de dióxido de carbono per capita e da pegada ecológica das matérias (biomassa, metais, carbono etc.) usadas nos processos produtivos. Como tal, mostra a pressão na biosfera resultante das atividades econômicas, como uso da terra, perda da integridade dos ecossistemas, composição de fontes de energia e até mesmo empobrecimento cultural das sociedades.

         Essa inovação dever ser celebrada, pois destaca a inexorável interdependência entre o desenvolvimento humano e a natureza. Mais da metade do PIB mundial, por volta de US$ 44 trilhões, é moderadamente ou fortemente dependente de serviços de ecossistemas. O custo econômico anual dos desastres naturais está chegando a US$ 800 bilhões. Além disso, 44% dos materiais processados são usados para a geração de energia; ou seja, não podem ser reciclados. Existem outros custos, como o de 25 milhões de pessoas em todo o mundo que foram desalojadas em 2019 por causa de desastres naturais. Se considerarmos  que quase 50% da humanidade vive com menos de US$ 5,5 por dia e que o comércio ilegal de animais selvagens chega a US$ 19 bilhões por ano, podemos entender como as pressões planetárias podem logo comprometer o crescimento e o desenvolvimento humano das sociedades.

         Mas o que dizem os números? O PIDH promove uma reviravolta espetacular no discurso promovido pelo IDH. Alguns países antes considerados “mocinhos” passam para países “vilões”. De fato, das mais de 60 nações classificadas como de desenvolvimento humano muito alto, somente 10 estão na categoria muito alto do PIDH. Por outro lado, para aqueles países com valores do IDH próximos de 0,7 ou abaixo, não há muita diferença entre o IDH e o PIDH. A mensagem é clara: as melhorias obtidas no IDH daqueles países que hoje se encontram na categoria de desenvolvimento humano muito alto foram obtidas com maiores pressões planetárias.

         O Brasil, que caiu cinco posições em relação ao último valor do IDH, perde mais 7,2% do valor do seu IDH com o ajuste das pressões planetárias; mas, em comparação com outros países, principalmente aqueles mais desenvolvidos, sobe 10 pontos no ranking. Mas isso ainda é pouco quando comparamos com os ajustes necessários em países mais desenvolvidos. Noruega cai 15 posições; Canadá, 40; Estados Unidos, 45; Austrália, 72; e Luxemburgo, 131.

         O novo IDH leva a outro patamar a discussão sobre as injustiças climáticas e ambientais, mostrando que, sem levar em considerações as pressões planetárias, temos uma história muito incompleta sobre o desenvolvimento das sociedades.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 343,55% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,82%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,74%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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