“Você já fez as pazes com o seu dom?
Dom
é dádiva.
Talento
é desejo de realizar o dom
Para
mim, talento é dom aprimorado.
Mais do
que tratar das diferenças de significado entre as palavras, acredito que o
grande desafio nesse tema é identificar qual é o nosso dom, transformá-lo em
talento e usá-lo da melhor forma possível.
Na
escola vemos de tudo. Aprendemos a perceber o sujeito oculto, a calcular o
valor de x, a desvendar o funcionamento da mitocôndria, mas não aprendemos algo
fundamental para a nossa realização: não somos ensinados a pontuar os nossos
dons.
O dom
pode ser natural, mas ele não é identificado naturalmente. É preciso um olhar
atento e amoroso de quem está em volta – caso dos pais, parentes e professores
– e autoconhecimento para que a gente consiga perceber o que faz com facilidade
e prazer.
Não
conheço ninguém que não goste de exercer um dom.
Mas
conheço muita gente que nunca entrou em contato com o próprio dom ou, se
entrou, acabou deixando o dom de lado por não ter sido incentivado a
transformá-lo em talento.
Um
desperdício.
Penso no
meu caso.
Sempre tive facilidade em me relacionar. Mas
esse meu dom já foi tido como um problema. Quantas vezes fui punido na escola
porque conversava muito?
Poderia
ter uma vida frustrante se tivesse seguido o que me ensinaram ser um
comportamento correto.
Sorte
que eu tenho outro dom, o de questionar. E foi me questionando que cheguei à
conclusão de que a minha facilidade de relacionamento poderia ser usada para
criar conexões entre as pessoas que não têm a mesma facilidade que eu.
Com essa
clareza, eu tive disposição para estudar e me aprofundar em temas como
networking.
Ótimo
para mim, que tiro parte do meu sustento do talento de me relacionar. Ótimo
para as outras pessoas, que poderiam perder grandes chances de deixar de
oferecer algo importante ao mundo por não terem o talento de criar conexões.
Mas, e
se o dom é identificado quando já temos uma profissão que nada tem a ver com
nosso dom? e quanto não temos estrutura para transformar o dom em talento e
adotá-lo na carreira?
Eu vejo
que tudo é uma questão de alinhamento de discurso interno.
O que
está por trás do seu dom?
Conheço
um neurologista que sempre gostou de arte. Em meio a uma depressão, começou a
pintar e a estudar o assunto. Depois de 20 anos de carreira como médico,
descobriu que poderia usar técnicas de pintura no tratamento de seus pacientes.
Seu entusiasmo e sua virada de jogo com a entrada do talento em cena são de
encher os olhos e aquecer o coração.
Em um
mundo com tantas demandas, tantas regras, em que temos que “brigar” pela
felicidade, entrar em contato com um dom exige amor-próprio, autocuidado e
coragem.
Colocar
o dom na coluna dos hobbies pode ser uma estratégia até chegar o tempo de tirar
proveito dele como um talento. Fato é que dom é essência e que está sempre
atuando, direta ou indiretamente.
Feliz
daquele que tem consciência de que o dom é presente de Deus e que transformá-lo
em talento é gratidão.”.
(Lúcio Júnior. CEO da Open Mind Brazil, em
artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de
novembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 6 de janeiro de
2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de
autoria de Flavio Comim, professor de economia da IQS School of
Management (Barcelona) e professor afiliado da Universidade de Cambridge
(Inglaterra), e que merece igualmente integral transcrição:
“Enfim, o IDH verde
Existem
no mundo mais de cem índices compostos de desenvolvimento. Mas nenhum deles
possui a solidez e o reconhecimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
que recentemente completou 30 anos de existência.
Parte do
sucesso histórico desse indicador tem sido sua adaptabilidade dentro de
parâmetros que identificam seus propósitos iniciais de expansão de liberdades
substantivas das pessoas. Muito já foi mudado no IDH, como na sua revisão de 20
anos, na qual o indicador passou a ser produzido a partir de médias
geométricas, substituindo antigas variáveis pelas que são usadas atualmente.
Mas, até agora, o IDH não havia honrado uma promessa que nasceu com a sua
criação, lá em 1990: a elaboração de um IDH que levasse em conta as pressões
planetárias.
De certo
modo, a introdução agora do IDH verde, ou o IDH “ajustado pelas pressões
planetárias” (PIDH), significa um convite aos países que reorientem seus
objetivos e escolhas públicas – não apenas na direção daquelas políticas e
estratégias consideradas mais essenciais ao desenvolvimento humano (como de
saúde e de educação), mas também sintonia com um desenvolvimento com baixas
emissões de carbono e menos dependentes de ciclos materiais. Combina, assim,
uma preocupação com a desigualdade intra e intergeracional.
Mas como
se calcula o PIDH? Em linhas gerais, o PIDH é o IDH de cada país corrigido
pelas pressões planetárias, estimadas como uma média aritmética das emissões de
dióxido de carbono per capita e da pegada ecológica das matérias (biomassa,
metais, carbono etc.) usadas nos processos produtivos. Como tal, mostra a
pressão na biosfera resultante das atividades econômicas, como uso da terra,
perda da integridade dos ecossistemas, composição de fontes de energia e até
mesmo empobrecimento cultural das sociedades.
Essa
inovação dever ser celebrada, pois destaca a inexorável interdependência entre
o desenvolvimento humano e a natureza. Mais da metade do PIB mundial, por volta
de US$ 44 trilhões, é moderadamente ou fortemente dependente de serviços de
ecossistemas. O custo econômico anual dos desastres naturais está chegando a
US$ 800 bilhões. Além disso, 44% dos materiais processados são usados para a
geração de energia; ou seja, não podem ser reciclados. Existem outros custos,
como o de 25 milhões de pessoas em todo o mundo que foram desalojadas em 2019
por causa de desastres naturais. Se considerarmos que quase 50% da humanidade vive com menos de
US$ 5,5 por dia e que o comércio ilegal de animais selvagens chega a US$ 19
bilhões por ano, podemos entender como as pressões planetárias podem logo comprometer
o crescimento e o desenvolvimento humano das sociedades.
Mas o
que dizem os números? O PIDH promove uma reviravolta espetacular no discurso
promovido pelo IDH. Alguns países antes considerados “mocinhos” passam para
países “vilões”. De fato, das mais de 60 nações classificadas como de
desenvolvimento humano muito alto, somente 10 estão na categoria muito alto do
PIDH. Por outro lado, para aqueles países com valores do IDH próximos de 0,7 ou
abaixo, não há muita diferença entre o IDH e o PIDH. A mensagem é clara: as
melhorias obtidas no IDH daqueles países que hoje se encontram na categoria de
desenvolvimento humano muito alto foram obtidas com maiores pressões
planetárias.
O
Brasil, que caiu cinco posições em relação ao último valor do IDH, perde mais
7,2% do valor do seu IDH com o ajuste das pressões planetárias; mas, em
comparação com outros países, principalmente aqueles mais desenvolvidos, sobe
10 pontos no ranking. Mas isso ainda é pouco quando comparamos com os ajustes
necessários em países mais desenvolvidos. Noruega cai 15 posições; Canadá, 40;
Estados Unidos, 45; Austrália, 72; e Luxemburgo, 131.
O novo
IDH leva a outro patamar a discussão sobre as injustiças climáticas e
ambientais, mostrando que, sem levar em considerações as pressões planetárias,
temos uma história muito incompleta sobre o desenvolvimento das sociedades.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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