segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DO EMPREENDEDORISMO, VISÃO OLÍMPICA, TECNOLOGIAS E NOVO CAPITAL SOCIAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E O PODER TRANSFORMADOR DA ALEGRIA DO NATAL, SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA SUSTENTABILIDADE

“O que é resultado para você?

        Basta olhar em volta: as pessoas estão amadurecendo a consciência sobre seu papel no mundo e seu legado para o futuro. Por que com as corporações seria diferente? Empresas têm enorme potencial para impactar positivamente não só em aspectos macroeconômicos, mas na sociedade como um todo, especialmente nas comunidades com que se relacionam. Indicadores ambientais, sociais e de governança estão em evidência. E isso é fruto de um processo histórico que as corporações vivenciam: a evolução do paradigma de resultados, para além dos indicadores financeiros e cada vez mais conectado, também, à ideia de relevância.

         Não se trata de mudança de foco – afinal, empresas são empresas. Viabilidade econômica é um fundamento da sua própria existência. Mas a sustentabilidade do negócio hoje é indissociável da maximização do capital social e de uma postura concreta sintetizada em uma expressão simples – fazer a diferença.

         No encontro desses objetivos se estabelece a noção de empreendedorismo social. Conceitos como capacidade de gerar empregos, valorização e benefícios aos colaboradores ou estímulo a elementos da cadeia produtiva são só o começo.

         São esforços positivos que, claro, beneficiam a sociedade – e que têm raiz na performance do negócio. Que tal ir mais longe? Que tal pensar também em performance social? Falo aqui de legado. De transformação. De impactos potencialmente ainda mais perenes, para que empresas e líderes olhem para trás e saibam que fizeram diferença para o mundo e para muito mais pessoas além de seus quadros, parceiros e consumidores. O economista indiano Subramanian Rangan, PhD em economia política pela Harvard University, sugere uma reflexão fundamental: a escolha entre minimizar os riscos ou arrependimentos.

         Acredito que ela indique bem o ponto de inflexão em que nos encontramos, em que liderança e empresas nascidas em “outros tempos” precisam ampliar a visão de resultados e traduzi-la em práticas; incorporar o empreendedorismo social à realidade das organizações, para construir um futuro em que o passado nos orgulhará, também, pela relevância e pelo alcance de nossas ações.

         Podemos nos inspirar na atuação de corporações em iniciativas de alto impacto social – como a Rede Gerando Falcões, de Eduardo Lyra, que aplica o conhecimento e o apoio de grandes organizações para transformar a vida de moradores e líderes das favelas, com capacitação, acesso ao trabalho e a tecnologias; a Escola de Impacto, que transforma jovens em futuros protagonistas sociais, criadores de projetos inovadores, a partir de habilidades socioemocionais e despertando o DNA empreendedor; o Instituto MRV, cujo projeto Educar para Transformar (na oitava edição) seleciona em chamada pública e coloca em prática projetos sociais transformadores na área da educação, com aporte financeiro, capacitações em gestão e mentoria de líderes da MRV. Diferentes modelos, todos atravessados pelo eixo da educação e instrumentalização das pessoas, em uma perspectiva possível.

         Ações que materializam a integração entre performance de negócios e performance social, uma sintonia antes de tudo necessária. Afinal, em um mundo mais consciente do valor da capacidade de contribuir para o exercício do empreendedorismo social, a inércia das corporações gera prejuízos – para elas mesmas, para a sociedade e para o Brasil no novo cenário global.

         O paradigma de resultados evolui em um caminho, felizmente, sem volta. Trilhá-lo depende de fatores culturais, organizacionais e também pessoais; pela minha própria experiência, um processo de aprimoramento constante. Por isso mesmo, impulsionar o empreendedorismo social é um movimento estratégico e inteligente rumo a uma nova visão de performance, que redefine o que é sucesso – nos negócios e na vida. Vamos?".

(Eduardo Fischer. CEO da MRV, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de dezembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 28).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br/alegria-do-natal/, edição de 17 de dezembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“ALEGRIA DO NATAL

Neste tempo, há uma pergunta recorrente sobre o local onde se vai passar o Natal. As respostas indicam muitos lugares e diversificadas dinâmicas, incluindo viagens, ceias, ambientes festivos. Raríssima é a interrogação sobre o que se poderá renovar ou mudar com a força transformadora da celebração do Natal. A Festa guarda na sua interioridade um tesouro capaz de renovar a vida do ser humano, lições para reconfigurar as relações e restaurar o interior de cada pessoa, garantindo a habilidade essencial para o bem viver – arte que precisa inspirar a organização social e política, possibilitando à sociedade a seguir nos trilhos da fraternidade universal. Mas a oportunidade oferecida no tempo do Natal pode ser desperdiçada, reduzida às cores e às luzes que se espalham e piscam, aos banquetes e às outras circunstâncias que, quase sempre, tomam o lugar das dimensões essenciais da celebração.  Uma perda triste quando são considerados os desafios que comprometem a fraternidade universal, a exemplo desta realidade em que muitos não têm o que comer, enquanto tantos outros, de modo indiferente, estão nas festas e confraternizações.

Quando há indiferença em relação aos que sofrem, os votos de “feliz Natal” se exaurem na demagogia de palavras que pouco significam e nada mudam, em um contexto que clama por transformações profundas e urgentes. A alegria do Natal vai além das sensações experimentadas, da simples congregação dos que entram na lista de convidados por afinidades e, até mesmo, por interesses. Na contramão de sensações passageiras, muitas produzindo ressacas, inclusive com comprometimentos físicos, a alegria do Natal é a dinâmica de um novo projeto de vida. Trata-se, pois, de uma experiência alicerçada em promessa fidedigna, somente encontrada quando se busca uma pessoa, aquele que tem a palavra capaz de desconcertar e interpelar, indicando o passo a passo que leva à vitória. Sabe-se, obviamente, tratar-se de Jesus Cristo, o Menino-Deus, o verbo de Deus encarnado, o Salvador do mundo que vem ao encontro da humanidade, pelo seio puríssimo da Virgem Maria.

Experimentam a alegria do Natal aqueles que buscam por Jesus. Essa experiência é renovada a cada ano quando acompanhada da sincera disponibilidade para aproximar-se do Mestre. Correm o risco de perder a oportunidade deste tempo aqueles que não o vivem adequadamente, por soberba ou simplesmente por terem se acomodado na vivência das festividades desta época do ano. Algo semelhante ocorre com os que se consideram religiosos, dominam ritualidades litúrgicas, informações sobre o presépio, mas somente enxergam repetições, as mesmas luzes e cores, não se deixando tocar pela palavra forte e os ensinamentos do Mestre de Nazaré.  Não conquistam a alegria do Natal aqueles que o celebram fora da própria interioridade, um risco comum. É preciso, pois, constituir a manjedoura que acolhe Jesus dentro de si, o que significa admitir: a simplicidade de Deus é princípio determinante, não permitindo sofisticações que geram exclusões, discriminações e preconceitos, tão presentes em festas pautadas nas exterioridades e sob o domínio das aparências.

Celebrar adequadamente o Natal, vivendo a sua alegria, é contemplar a necessidade humana de conquistar genuína felicidade. Quando não se vive essa alegria, padece-se com um peso insuportável, muitas vezes tratado paliativamente com remédios, incapazes de levar a uma cura definitiva. Essa ausência de uma felicidade genuína pode alimentar indiferenças e mesquinhez a ponto de enjaular uma civilização na desorganização social, revelada no tratamento perverso dedicado aos pobres, nas manipulações para contemplar interesses egoístas, prejudicando o bem comum. Ao invés disso, a alegria do Natal bate fundo na alma, produz lucidez nova que inspira a compaixão, alavancando partilhas, entendimentos que intuem novos caminhos e produzem respostas novas para os desafios atuais.

Compreende-se a força do apelo próprio da fé cristã, quando se ouve: alegrai-vos sempre no Senhor. Bem diferente das sensações que facilmente seduzem o coração humano, alegrar-se sempre no Senhor garante a clarividência para compreender que o outro é irmão e irmã, que a construção de uma sociedade justa e solidária é tarefa cidadã de todos. A alegria do Natal será realidade abundante e inspiradora, enchendo corações da ternura que fortalece, quando se marchar para um novo êxodo, quando os pobres, com a língua seca de sede, parafraseando o profeta Isaías – o profeta da esperança – buscarem água e encontrá-la, e Deus rasgar córregos nas montanhas áridas, abrindo olhos d’água nas baixadas, transformando os desertos em brejo, a terra seca em minas de água. Esse milagre ocorre primeiramente naqueles que se deixam habitar por Deus – e são verdadeiramente habitação de Deus aqueles que exercem, constantemente, a solidariedade, cultivam adequada compreensão sobre o significado de viver bem, a coragem para defender os pobres, a determinação para efetivar novo estilo de vida, com respeito à casa comum. Quem faz do coração a manjedoura que acolhe o Menino-Jesus é protagonista na construção de um tempo novo que vem a partir do amor de Deus. Seja, pois, acolhido o convite para autenticamente viver a alegria do Natal.".

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 343,55% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,82%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,74%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

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