“Como as estações
Pensando
na instabilidade das estações do ano, comecei a perceber algumas semelhanças
com o nosso jeito de ser e de viver. Se pararmos para observar bem, vamos nos
descobrir primavera, outono, inverno e verão a cada dia, a cada atitude, a cada
momento. Como a instabilidade das estações do ano, vamos atropelando e amando
nosso semelhante com tanta naturalidade que nem percebemos quando é que
machucamos ou “curamos” alguém com nosso ódio/amor, fel e mel que escorrem de
nossas palavras – palavras que nem sempre saem do coração, mas de uma razão
cega e insensível.
É... e
como na modernidade tudo tem nome, poderíamos dizer que somos, todos nós,
portadores do famoso distúrbio de personalidade bipolar. Ah, mas aí eu estaria
sendo muito cruel, prefiro deixar a psicologia moderna de lado e recorrer à
natureza. Se é tão ruim ser e viver a instabilidade emocional, que seja então
inspirados na natureza!
Descobri
que somos estações, e não bipolares, primeiro me olhando muito no espelho,
depois observando atentamente as atitudes das pessoas que convivem comigo. Meu
Deus, quantas vezes somos tempestades, ventanias, trovoadas, furacões,
tornados, sem necessidade alguma. Horas depois, somos flores, brisa, sol, luz e
calor para aquecer e acolher a quem, minutos atrás, afogamos e destruímos com
nossos raios e trovões.
Rotação
e translação, lembram? É, giramos em volta de nossas certezas, medos e coragens
e nos fazemos primavera, outono, verão e inverno em minutos.
Não
pretendo ensinar nada a ninguém, até mesmo porque se eu soubesse como fazer
para não agir com tanta instabilidade, eu seria bem melhor do que sou. Mas
desejo muito que todos nós pensemos um pouco em nossos momentos estações.
Quanto
será que custa tirar do outono apenas o cheirinho bom das frutas amadurecendo
nos pés e deixar a secura do tempo de lado? Pensarmos em folhas que caem porque
precisam dar lugar para que outras nasçam e não ver apenas folhas secas
atrapalhando nossas passagens.
Será que
é muito difícil ver no verão apenas a alegria, calor, toda luz e energia? Tirar
apenas o que é bom para sermos o outro, sem ser trovoadas e insolações?
E por
que não ser acolhida e aconchego, em vez de ser frio e distância? Tirar do
inverno o exemplo dos ipês que florescem apesar da estação, não nos guardarmos
no frio triste de nossas omissões de amor ao próximo.
E, na
primavera, ver brotar da terra flores e deixar brotar de nossos corações lições
de paz, amor e solidariedade.
Podemos
ser e somos estações. O que precisamos é aprender a nos conhecer melhor para
fazer dos nossos momentos de estações/instabilidades, momentos que não nos
machuquem tanto, que não machuquem nosso semelhante, que não deixem marcas
profundas e dores incuráveis causadas pelas palavras e atitudes que fazem de
nós pessoas tão cruéis.
Somos mutantes,
nossos metamorfose, somos a loucura da instabilidade das estações que não
obedecem mais ao calendário. Não há mais como negar que somos “muitos” dentro
de um só, mas que Deus nos dê a sensibilidade e o discernimento de não nos
fazermos “estações”, sem pelo menos pensar em nos colocarmos no lugar do outro
que muitas vezes espera uma brisa leve e gostosa e acaba recebendo uma
tempestade acompanhada de trovões e relâmpagos.
Que toda
instabilidade emocional seja perdoada, mas que ninguém jamais use-a como
desculpa para pisar no outro como se pisam nas folhas secas que o outono deixa
cair no chão.”.
(Jacqueline Caixeta. Educadora, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de dezembro de
2021, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de dezembro de 2021, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Nascer a cada dia
Natal,
para a maioria, é o dia de trocar presentes e se reunir com a família em volta
de uma mesa farta. Alegria e confraternização. Dia da natalidade por
excelência, nascimento do menino Jesus. Sim, do menino Jesus, não de Jesus
Cristo. A condição crística da figura humana de Jesus será adquirida depois,
mesmo sendo um predestinado desde o nascimento e até antes dele, como os Reis
Magos reconheceram.
Cristo,
entidade divina, é Filho de Deus. Não teria sentido que um filho de Deus
precisasse brincar de menino por mais de dez anos. A condição crística veio
progressivamente tomando conta do Jesus que nasceu em Belém. Em etapas
distintas, marcam-se essas transformações nos Evangelhos. Depois do nascimento,
o segundo degrau rumo ao “Cristo” aparece e se manifesta discursando
eruditamente com os sacerdotes no templo, e os pais se surpreendem ao encontrar
“outro iluminado”, diferente do menino que criaram. O terceiro degrau, depois
de um longo período de silêncio dos Evangelhos, se dá a partir do batismo no
Jordão, aos 30 anos. Nessa ocasião, o Jesus “erudito” recebeu o “Cristo” em si
e iniciou sua missão mais importante de divulgação da nova doutrina, que supera
o “olho por olho” judaico.
A
explicação mais sublime e esotérica, no mundo ocidental, foi descrita por
Rudolf Steiner, em seus quatro Evangelhos, seguidos do quinto Evangelho. Aquilo
que descreve o que a entidade crística nunca parou de impulsionar.
O dia 25
de dezembro foi assumido pela Igreja como o dia do nascimento de Jesus a partir
do ano 353, em função de frustrar o caráter pagão da festa que ocorria a cada
ano naquela data, comemorando o nascimento do deus Mitra, “dies natalis Solis”
– dia do nascimento do deus Solar –, que acontecia ao fim de sete dias de
festas dedicadas a Saturno, entre 17 e 24 de dezembro.
Apesar
de os relatos de Clemente Alexandrino, respeitado pesquisador católico da vida
de Jesus – vivido no século II d.C. –, situarem o nascimento do Messias entre
19 de abril e 20 de maio, os líderes da Igreja sincretizaram a natividade de
Mitra (deus solar romano, tanto quanto o Apolo grego) e, antes dele, Horus,
filho de Osíris (pai-sol) e de Isis (mãe-lua).
O
conceito de “trindade” transcende a época cristã. Sob outras representações e
aparências, a Tríade Divina perpassa todas as épocas e religiões, vindo de Atma
(Pai), Buddhi (Filho), Manas (Espírito Santo), os três aspectos da unicidade
divina.
Cristo,
Mitra, Apolo, Zoroastro, Horus, Krishna, Buddhi são figuras diferentes de um mesmo
conceito de Segunda Pessoa da Trindade, de Filho dos princípios solar e lunar,
equilíbrio de Ying e Yang, masculino e feminino, luz e escuridão.
Os
egípcios comemoravam Horus, filho de Isis (lua) e Osíris (sol), em 25 de
dezembro. Suponho eu – depois de anos de observação e leituras – que o deus
solar (Cristo) simbolicamente não poderia nascer em outra data a não ser no dia
25 de dezembro, 40 semanas após o equinócio de primavera, que se dá no dia 21
de março. As 40 semanas, ou 280 dias (= 7 dias x 40 semanas), são o prazo de
gestão no ventre materno do óvulo fecundado, e em 25 de dezembro de cada ano,
após 280 dias, nasceria quem é fecundado em 21 de março.
Seja
como for, estas são apenas deduções pessoais que divido com meus leitores
augurando que o Natal, a natividade de 2021, seja também o nascimento de mais
esperanças e o início de um ciclo melhor. E, para quem se sente desesperançado,
deprimido ou triste, desejo que este o primeiro dia do que resta de uma nova
vida. A cada nascer do sol, possamos virar uma página e iniciar um novo ciclo.
Feliz
Natal, com muita fé, paz e saúde.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal
sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa
capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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