quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA BOA GOVERNANÇA E EXTREMO ZELO COM A CASA COMUM PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO BÁSICO E NOVAS TECNOLOGIAS NO HUMANISMO TRANSFORMADOR NA SUSTENTABILIDADE

“Desastres: estamos atacando o real problema?

        Acompanhamos nos noticiários as tragédias que levaram sofrimento para a Bahia e Minas Gerais em razão dos impactos derivados das fortes chuvas, que causaram inundações, estradas fechadas e pontes destruídas. Como não se comover com as famílias desabrigadas que perderam tudo em plena pandemia e os negócios que tiveram prejuízos e precisarão fechar as portas?  Ao mesmo tempo, vemos um calor recorde no Rio Grande do Sul, com as temperaturas passando dos 40ºC.

         É necessário ainda considerar toda a amplitude dos impactos socioeconômicos deste cenário. A queda de produtividade e a perda de plantações levam a uma menor quantidade de alimentos disponíveis e, com a redução da oferta, teremos a alta de preços alimentando a inflação. E, com a economia paralisada em razão do município estar embaixo d’água, ocorre a queda de arrecadação de impostos, prejuízos e aumento de desemprego. Dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM) falam de R$ 1,6 bilhão de prejuízo apenas na Bahia. Já o calor extremo no Sul e o contato com água não tratada aumenta o caso de problemas de saúde nas populações atingidas. Tudo culpa da natureza, certo? Errado.

         Não podemos confundir as consequências com as suas causas. Existem diversos estudos demonstrando os efeitos dos gases de efeito estufa nas mudanças climáticas. Temos testemunhado uma maior recorrência de chuvas e ventos fortes, seca e calor intenso no Brasil e no mundo. A isso se soma a falta de planejamento urbanístico, a inadequação da infraestrutura, as injustiças sistêmicas e a marginalização destacados em artigo recente de Baju, Boyd e Otto, publicado pela revista Nature. A humanidade precisa entender e assumir o seu papel e sua responsabilidade de formas individual e coletiva. Temos responsabilidade na forma que consumimos, trabalhamos, colaboramos e vivemos.

         E este é um tema tão relevante que, no recém-publicado “Relatório de Riscos Globais 2022” do Fórum Econômico Mundial, dos dez riscos de maior severidade para os próximos dez anos em escala global, os oito primeiros estão relacionados à questão ESG (em português, Ambiental, Social e Governança), sendo nas ações climáticas, extremos climáticos e perda de biodiversidade os mais críticos. O problema está visível e exige ação. A boa notícia é que existem soluções que, contudo, precisam urgentemente serem adotadas: redução das emissões dos gases de efeito estufa, transição energética, economia circular e minimalismo, entre outros. E para isso a vontade política, a pressão e o engajamento da sociedade, das empresas e demais organizações devem se fazer presente.

         No caso do mundo corporativo, o tema ESG voltou a ganhar relevância. Precisamos de líderes e profissionais conscientes e proativos para fazer com que as mudanças tão necessárias de fato aconteçam. Negar ou minimizar o problema só contribui para que tragédias e desastres como estamos vendo em Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul se perpetuem e ampliem. A adoção pelas empresas de práticas de sustentabilidade é condição para a perenidade dos negócios e da humanidade. Vamos para a ação?”.

(Jefferson Kiyohara. Diretor de Compliance & Sustentabilidade na ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de janeiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de junho de 2003, mesmo caderno, página 9, de autoria de SILO MEIRELES, engenheiro industrial, com curso de extensão na Universidade de Paris, e que merece igualmente integral transcrição:

“O fim da escola pública

        O último relatório do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) dá contornos dramáticos a uma sucessão de fracassos em que foi transformado o ensino básico no País: 41% dos brasileiros não terminam o ensino fundamental e 60% deles não concluem o ensino médio.

         O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) já haviam mostrado que os alunos brasileiros são os piores em leitura, lideram a repetência na América Latina e estão entre os nossos 74% de analfabetos funcionais. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) registram, há bastante tempo, uma queda sensível na qualidade do nosso ensino.

         O mais grave, entretanto, é que os indicadores mostram que a queda é muito mais acentuada na rede oficial. Os esforços do Ministério da Educação, padronizando projetos pedagógicos com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e estimulando o avanço escolar com as promoções continuadas, os ciclos de aprendizagem e as classes de aceleração, não se mostraram capazes de reverter a tendência. O sistema de cotas é uma tentativa grosseira de passar a conviver com esta intolerável distorção.

         A qualidade do ensino básico é um fator de reordenamento dos países no mundo globalizado. Isto porque ela se refere diretamente na competitividade dos bens e dos serviços que cada um deles é capaz de produzir. Por este motivo, nesta última década, os países que mais se destacam no cenário mundial, são exatamente os que orientaram os seus modelos pedagógicos por critérios objetivos de eficácia.

         O domínio da leitura e da escrita é percebido, nestes países, como um requisito básico para o sucesso em toda a vida escolar. As diversas estratégias e metodologias disponíveis para ensinar a ler e a escrever passaram a ser discutidas publicamente, utilizando e realimentando projetos de pesquisa comparada, tendo como objetivo central minimizar as possibilidades de fracasso.

         O resultado é que os governos de países como França, Estados Unidos, Inglaterra, Chile, Itália, Portugal e muitos outros passaram a recomendar ostensivamente, a professores, escolas e pais de alunos em geral, que adotem a concepção fônica do ensino de leitura e da escrita. Agem assim porque constataram que a habilidade de reconhecer e de manipular os sons do idioma e os fonemas em particular – consciência fonológica e consciência fonêmica – é a variável isolada que melhor permite prever o sucesso na alfabetização. Um número crescente de avançados centros acadêmicos de todo o mundo vem aprofundando essas pesquisas e reforçando essa convicção.

         Os analfabetos aprendem inicialmente a identificar e a manipular os sons elementares do idioma (fonemas). Aprendem então as relações entre estes sons e as letras do alfabeto (grafemas). Entendem as palavras escritas como sequências de letras que correspondem a combinações de sons que formam as palavras faladas. Desenvolvem a mecânica e a compreensão da leitura com a própria leitura supervisionada. Trabalham as habilidades da escrita, em paralelo, com as mesmas premissas.

         Cuba, França, Portugal, Chile, Canadá, Austrália, Itália, Inglaterra, Escócia, Irlanda, EUA, Finlândia, Alemanha, Israel, Suécia, Dinamarca, Noruega, Holanda e Bélgica alfabetizam desta forma, e a esmagadora maioria das suas crianças, com um ano de instrução, é capaz de ler e de escrever com segurança, fluência e compreensão, coordenando os indicadores fônicos, gráficos, sintáticos e contextuais, para guiar e corrigir seus erros.

         O Ministério da Educação insiste em ignorar todos estes fatos. Recusa qualquer critério objetivo de eficácia e continua a recomendar que as suas escolas coloquem os analfabetos para ler e produzir textos e esperem que eles formulem hipóteses e descubram sozinhos as relações entre os sons e as letras. Os pouquíssimos alunos que aprendem a ler assim parecem ser motivo mais do que suficiente para justificar os milhares de analfabetos que frequentam as séries avançadas das escolas de todo o País, os milhares de diplomados reprovados pelo Saeb e pelo Enem e os milhares de desistentes que vão engrossar as estatísticas do Inep ou vão frequentar um dos inúmeros programas que se eternizaram tentando ensinar jovens e adultos a ler.

         A rede oficial de ensino nos países onde existe, promove a igualdade de oportunidades e a melhoria contínua dos padrões de qualidade. Se no Brasil ela promove o fracasso, a evasão e a exclusão, podemos denunciar o fim da escola pública.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a estratosférica marca de 349,62% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 127,57%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,38%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

        

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