quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA VISÃO OLÍMPICA, RELEVÂNCIA, CONSISTÊNCIA E COERÊNCIA NO EMPREENDEDORISMO SOCIAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA SABEDORIA ESPIRITUAL, VOCAÇÃO MISSIONÁRIA, ALTRUÍSMO E PAZ NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Escolhas poderosas

        A ideia de desperdício deixa um gosto amargo. Quando falamos de empreendedorismo social, ele vem na forma de potencialidades mal aproveitadas, recursos mal aplicados, ações inócuas... é como uma ‘frustração corporativa’ com impactos institucionais e emocionais que, claro, queremos evitar.

         A vivência e a observação ensinam. Atuando no mundo ESG, tenho aprendido com experiências que sempre apontam para uma questão essencial: os critérios para definir a direção dos esforços das empresas.

         Considerando que o ecossistema do empreendedorismo social no Brasil está evoluindo (e rápido), algumas concepções já estão ultrapassadas: o “fazer só para cumprir tabela”; a distribuição indiscriminada de recursos; os interesses que se distanciam da dinâmica virtuosa de resultados sociais combinados a resultados de negócios.

         Falta de pragmatismo e de visão estratégica estão, felizmente, caindo em desuso. Em seu lugar, entra um processo de alinhamento cada vez maior dos investimentos sociais aos negócios e uma preocupação muito positiva em definir pautas de atuação que tenham sintonia com os propósitos da organização e de seus stakeholders.

         Partindo desse contexto e buscando uma resposta à questão dos critérios, gosto de pensar em um tripé que estabelece uma lógica abrangente: relevância, consistência e coerência. Qualquer que seja o formato adotado pelas empresas para seleção das iniciativas que apoiam, ou para desenvolvimento de iniciativas próprias, a sinergia entre esses três aspectos reduz a margem de erro.

         A relevância se refere à capacidade da iniciativa de atender aos aspectos prioritários das agendas envolvidas – sociedade, empresa, stakeholders – de forma positiva e desejavelmente contínua. O que é mais significativo: Também se considera a pertinência dessas iniciativas à realidade das comunidades e públicos afetados: o que vai ser realmente transformador e efetivamente absorvido aqui, um projeto de educação, um aparelho urbano, capacitação profissional? A escuta e interlocução com sociedade, governos e agentes conectados às necessidades e expectativas dos locais e grupos atingidos, e a avaliação constante dos nossos impactos como negócio e das nossas possibilidades de ação e participação são vetores que impulsionam no sentido de ações relevantes.

         Em termos de consistência, me refiro à estrutura das iniciativas em si. Sejam operadas interna ou externamente, pontuais ou extensivas, devem idealmente se caracterizar pela gestão profissional e eficiente, com objetivos e metas bem definidas; pela capacidade de articular e operar as ações necessárias à materialização; e por resultados verificáveis. Parece óbvio, mas bons propósitos podem se perder em deficiências de competência técnica – no lazer ou no gerir.

         Sobre isso, acho importante colocar que também é foco do empreendedorismo social desenvolver essas capacidades: ao criar espaço para as pautas ESG, identificamos expoentes que, se for o caso, podem e devem ser equipados e estimulados em sua competência social-empreendedora – dentro e fora de casa. É um olhar aprofundado, para a construção de um ecossistema mais sólido.

         Por fim, a coerência. A chave aqui é o alinhamento do investimento social: aos propósitos e crenças organizacionais; aos nossos recursos e talentos, ligando o know-how da empresa e sua contribuição social; à estratégia do negócio. E, por que não, à conexão emocional entre iniciativas, públicos, empresa, colaboradores, agentes envolvidos?

         Afinal, estamos, sempre, falando de pessoas. De transformar seu mundo. De conquistas e melhorias que fazem a diferença. Pense nisso: muitas vezes, o equilíbrio entre relevância, consistência e coerência no empreendedorismo social tem como indicador mais evidente a sinceridade de um sorriso!”.

(Eduardo Fischer. CEO da MRV, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de fevereiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de fevereiro de 2022, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Tocha acesa

        Já passei por muitas, graves e até inexplicáveis circunstâncias e continuo movido por força juvenil. Como se o tempo não tivesse oxidado minha alma e apagado o meu coração.

         Os anos aos poucos encolheram minhas necessidades e raio de ação, sem tolher a felicidade. Para conhecer o mundo, não preciso mais viajar.

         A pele e os cabelos ressecaram, mas a serenidade ficou mais fácil de ser mantida.

         As aspirações, também, não são mais impetuosas. Agora desço em campo apenas para enfrentar injustiças; amenizar sofrimento já me enche de satisfação, mesmo sem qualquer agradecimento. Neste momento consigo aplaudir até adversários, “inimigos declarados”, reconhecendo neles a companhia necessária e proveitosa na longa viagem. Neles vejo a razão da superação, o cumular de experiências, o aprendizado para estar mais preparado e um pouco mais sábio.

         Nesta minha vida, tão acelerada, vi a justiça se cumprir na forma de tristeza, de doenças, de infortúnios, de solidão, de desprezo.

         Aprendi a avaliar os defeitos de outros com moderação, pois todos nós temos ainda muitos para superar.

         Felizmente, passei a ver os adversários como úteis e estimulantes, os mais terríveis como enviados daquele diabo do deserto que nos testa.

         Sinto-me espiritualmente mais sensível e evoluído, melhor a cada dia, sem pânico ou preocupação com o fim da vida. Esse sentimento me atormentava na juventude. Hoje, seja quando for, será no momento certo e bem-vindo. Será o começo de outro estado da vida, sem esta carne velha. Shakespeare disse: “Apaga-te, fugaz tocha! A vida nada mais é que uma sombra que passa, um pobre histrião que se pavoneia e se agita uma hora em cena, e, depois, nada se ouve dele. É uma história contada por um idiota, cheia de fúria e tumulto, que nada significam”.

         Sou cristão, sou budista, sou sufista e não nego a qualquer religião a sua bondade e suas limitações. Sem Deus, a vida seria um tormento. A ciência, apenas a ciência, é uma lata que enferruja. Deus é o passado, o futuro, o infinito, eu uma parte dEle.

         Tenho como obrigação ser justo, não me envergonhar frente a esse Deus que me deu vida e uma missão. A justiça é a garantia dos oprimidos, dos humildes, dos sem voz, dos que sofrem. É meu dever.

         É estranho, entretanto, deparar-se com uma justiça nesta terra que falha aparentemente. Limitada e incerta, quando exercida pelos homens.

         Convenci-me: a vida é uma missão que podemos viver com o dever de fazer dela uma obra de arte.

         Nos anos que vivi, meus olhos viram festas de arromba na véspera de desastres, como derrotas penosas pouco antes de vitórias incríveis. Nunca vi alguém ficar realmente impune aos sofrimentos desnecessários que provocou. A lei cósmica anota e devolve quando menos se espera.

         Vi arrogantes “invencíveis”, como Golias, derrubados por um simples descuido. Soberbos quebrados a descer uma escada. Já vi humilhados admirando o passar de seus torturadores arrastados pela correnteza.

         Os bens materiais são empréstimos temporários, que dão alegria e geram tormentos. Senti como a glória é, enfim, uma ilusão, que passa mais rápido que a juventude. Registrei que quem comemora com exageração esquece que voltará a sofrer derrotas.

         O sábio comemora a verdadeira vitória com compaixão do derrotado.

         A ciência não é exata, mas relativa, maior que ela é uma cadela que dá à luz os seus filhotes numa galeria abandonada e os defende sacrificando a própria vida.

         Ainda me convenci de que a paciência, a benevolência, a honestidade, o respeito à verdade – atitudes ao alcance de qualquer um – acabam proporcionando uma felicidade intensa. Mas a maior está no ato de receber o que vem como alegria, sentir na dor uma experiência e o pagamento que estamos realizando de uma dívida. Manter a serenidade.

         Um estudo científico encontrou a maior felicidade do planeta em monges orientais que vivem nas ruas e de restos de comida. São aqueles que oferecem aos abutres a carne dos familiares recém-falecidos, dando-lhe utilidade, como tudo tem que ter.

         O estoico imperador Marco Aurélio repetia: “Viva sempre como fosse o último dia de sua vida, não chore a perda de um corpo, porque na eternidade um dia, uma semana ou cem anos são granéis que não valem pela quantidade, mas como diamantes pela raridade e pureza”. Melhor um dia com honradez e bondade do que cem anos desperdiçados sem proveito para o mundo.

         Deparei que a idade altera as necessidades, seleciona o que tem de melhor, de mais simples, apaga a angústia dos sonhos mirabolantes. Concede a capacidade de adorar a beleza dos seres vivos, o esplendor da juventude, como a pureza do olhar puro de um sábio. Mostra que na simplicidade reside a elegância mais agradável. Permite ler nas feições, nos gestos das pessoas o que se passou em suas vidas e antever seu futuro.

         Passa-se a ter uma terna e amorosa atitude com os jovens, que, por não terem vivido muito, se contorcem nas dúvidas, se perdem em julgamentos apressados, se atormentam em aspirações efêmeras. Com minha idade a maior aspiração é a paz, mas antes dela o dever de cumprir a missão que foi dada.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a estratosférica marca de 349,62% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 127,57%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,38%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio...

 

 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

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