segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA BOA GOVERNANÇA, VISÃO OLÍMPICA E INTEGRIDADE PARA A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“Círculo vicioso

        Quando olhamos para as decisões emanadas de Brasília, fica uma certeza: o Brasil gasta muito e gasta mal. Precisamos entender as razões desses gastos, que passam longe das necessidades dos brasileiros e alimentam privilégios vergonhosos. Vivem uma aliança da corrupção com caos econômico, um círculo vicioso que se retroalimenta e que, se não for debelado, seguirá consumindo as riquezas e a renda que produzimos no país.

         As mazelas de nossa economia, que vão do desemprego à inflação, possuem clara relação com a corrupção e o modelo de compadrio e privilégio em vigência no Brasil. Jamais solucionaremos de nossa economia se não atacarmos de frente a questão da corrupção, principal gargalo de dinheiro público que conhecemos. A Lava Jato provou que o sistema brasileiro está apodrecido e, se não for reformado, condenará nosso país à instabilidade econômica e social.

         Investimentos públicos de qualidade somente ocorrem em um sistema transparente e oxigenado, com respeito aos instrumentos legais e com atuação severa de órgãos de controle. Do contrário, o gasto público torna-se apenas instrumento para execução de desvios, dando corpo a um sistema podre e corrupto, que atua simplesmente pela sua manutenção no poder, gerando serviços de péssima qualidade para uma população cada vez mais empobrecida.

         O Brasil não gasta pouco. Nossos gastos públicos são maiores que os de muitos países emergentes e proporcionalmente maiores que na maioria do mundo desenvolvido. Somos o país que mais gasta com proteção social, cerca de 13% do PIB, enquanto países desenvolvidos aplicam 7% de sua riqueza, e emergentes, 4%.

         Somos o sétimo país que mais gasta com funcionalismo, mais que Suécia e Inglaterra, nações com serviços públicos de alta qualidade. Como vemos, o Brasil gasta mal. Nosso modelo nacional de gestão pública é ultrapassado, somos reféns de corporações que visam apenas manter seus privilégios, e a corrupção corrói qualquer chance de mudança.

         É preciso que os brasileiros entendam que não faltam recursos. Falta seriedade com o dinheiro dos pagadores de impostos. Sobram gargalos de gastos. Faltam sistemas de controle efetivo. São cargos demais. Falta auditoria. Sobram esquemas. Falta punição. Sobra corrupção. Falta reação da sociedade. Sobram acordos de bastidores e compadrio. Falta meritocracia. Sobram empresas públicas. Nenhum país sobrevive com um sistema perverso assim. A mudança é urgente.

         O Brasil precisa quebrar esse modelo sob pena estar condenado à miséria e à pobreza. Sabemos que nossa nação merece e pode mais do que isso. É preciso romper com o velho, com os mesmos projetos que jamais foram capazes de erguer nosso país ao patamar que sabemos pode alcançar. Se quisermos dar o primeiro passo em direção ao resgate de nossa nação e de nossa economia, precisamos de meios efetivos para combater a corrupção e limitar o tamanho do governo.

         Vivemos um círculo vicioso, uma aliança da corrupção com caos econômico. É preciso debelar esse sistema perverso que se retroalimenta das misérias de nosso país.”.

(MÁRCIO COIMBRA. contato@casapolitica.com.br, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de fevereiro de 2022, caderno A.PARTE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 04 de fevereiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação, pilar da paz

        A educação é pilar da paz, sublinha o Papa Francisco, na oportuna mensagem para o Dia Mundial da Paz. O reconhecimento da importância do campo educacional leva, imediatamente, a um lamento: no Brasil e em outros países, aos investimentos em educação têm diminuído consideravelmente. Não priorizar esses investimentos é sinal de juízos medíocres, que podem desconsiderar outras áreas também determinantes no desenvolvimento integral da sociedade, a exemplo da cultura, compreendida em seu sentido mais amplo – conjunto de hábitos e práticas civilizatórias que podem inspirar o exercício da solidariedade, eleger a igualdade como meta principal, reorganizar o contexto político e econômico nos parâmetros da justiça e da fraternidade universal. Reduzir investimentos na educação representa imposição dolorosa de atrasos à sociedade – comprometimentos que demandam muito tempo para serem superados. Por isso, as instâncias de decisão política precisam ter adequada compreensão no tratamento dedicado ao contexto educacional.

         A sociedade brasileira, embora contando com avanços, está proporcionalmente padecendo com muitos atrasos. Para superar esses retrocessos, os recursos destinados à educação não podem ser considerados como despesas. São investimentos essenciais para que uma civilização alcance o desenvolvimento integral. Sem a educação há comprometimentos da liberdade e, consequentemente, da paz. O Papa Francisco diz, em tom de advertência e convocação: instrução e educação são os alicerces de uma sociedade coesa, civil, capaz de gerar esperança, riqueza e progresso. Compreende-se que na educação há um caminho insubstituível para superar descompassos – a exemplo das confusões alimentadas por violências – inclusive aquelas verbais – e tantas outras formas de incivilidade que atrasam diferentes contextos.

         A escassez de líderes capazes de oferecer novas respostas aos problemas contemporâneos e a ameaça de ideologias que desencadeiam disputas sem lucidez, distanciando o ser humano da competência para estabelecer diálogos com força incidente na sociedade, são consequências do inadequado tratamento dedicado à educação. Há, infelizmente, uma tendência de se promover “cortes” de investimentos no campo educacional para compensar o aumento de despesas em outros setores. A raiz dessas escolhas lamentáveis é uma equivocada compreensão política, aliada à força de certos grupos que, a qualquer custo, buscam o lucro. Para superar essa realidade, são necessárias políticas econômicas que valorizem mais, conforme indica o Papa Francisco, investimentos públicos na educação, em vez de se criar fundos que estimulem o armamento. Também é preciso reconhecer que outros fundos, como o partidário, e diferentes rubricas das instâncias de decisão consomem recursos que poderiam ser destinados ao campo educacional.

         As gestões pública e privada precisam ser interpeladas a priorizar a educação e, para isso, a sociedade deve conhecer mais profundamente o que se passa na realidade educacional do Brasil. As instituições de ensino públicas e particulares enfrentam sucateamentos preocupantes. As providências para corrigir essa situação, obviamente, não se restringem a ampliar os recursos financeiros destinados à educação. Precisam ser eleitos parâmetros pedagógicos, acadêmicos e científicos capazes de contribuir com o desenvolvimento integral e inspirar um novo humanismo.

         O Papa Francisco lembra que um país cresce quando dialogam, de modo construtivo, as suas diversas riquezas culturais: a cultura popular, a cultura universitária, a cultura juvenil, a cultura artística e tecnológica, a cultura econômica, a cultura da família e a cultura dos meios de comunicação. Por isso, o Santo Padre está propondo um novo Pacto Educativo Global, em processo de reflexão e efetivação, para forjar um novo paradigma cultural. Uma proposta abrangente que há de envolver as gerações jovens, universidades, famílias, escolas, religiões, instituições, governantes e todos os cidadãos e cidadãs. A civilização contemporânea está desafiada a promover a educação que prepara o ser humano para viver nos parâmetros da ecologia integral e da fraternidade, inspirando um novo estilo de vida. É um caminho longo, mas prioritário.

         A Igreja no Brasil, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), neste ano, contribuirá ainda mais para que todos conheçam a realidade da educação no país, com a Campanha da Fraternidade 2022. Um convite para que cada pessoa assumir o compromisso de mudar a realidade, promovendo avanços, na perspectiva do Pacto Educativo Global. A Campanha da Fraternidade 2022, Fraternidade e Educação, “Fala com sabedoria, ensina com amor”, por ocasião dos 40 anos da Pastoral da Educação no Brasil, será relevante na reconstrução do tecido social, cultural e político-econômico do país. Reconstrução a ser efetivada com o fortalecimento da educação – pilar da paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a estratosférica marca de 349,62% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 127,57%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

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