segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, SOLIDARIEDADE, ALTRUÍSMO E DIGNIDADE HUMANA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DAS NOVAS REDES DE HUMANISMO E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA QUALIFICAÇÃO CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Um gesto de solidariedade

        O cenário brasileiro tem-nos apresentado histórias chocantes, com todo tipo de violência, dirigida principalmente contra os pobres. Mas, eles continuam entregues à própria sorte. Sequer são reconhecidos como o rebanho preferido do grande Pastor de almas. Em geral, omitindo-nos de uma participação social responsável e solidária, porque esperamos que aqueles que estão sofrendo com a exclusão social tenham forças para lutar contra as condições adversas em que se encontram. Cobramos deles a obrigação de serem fortes, quando nós mesmos não o somos, diante de problemas pessoais menores.

         Pouco pensamos no esforço que os pobres têm de fazer para sobreviver, material e emocionalmente, nesse Brasil de injustiça social, em que são sempre discriminados. Participamos desse teatro preparado para atender a interesses de uma minoria privilegiada, sem nos importarmos com o fato de que todos protagonizam papéis que são verdadeiros, mesmo quando trágicos. Para o desempenho desses papéis, a sociedade ainda cobra mais: a vestimenta adequada. Assim, as roupas e acessórios, além de proteção ao corpo, representam uma participação no jogo de aparências do mundo. Sabemos que esta participação, felizmente, nem sempre implica uma renúncia à procura da essência da vida.

         Esquecemo-nos, no entanto, de que em condições sociais por demais adversas, as pessoas podem perder a esperança de que a sua existência venha a atingir os direitos previstos na constituição brasileira, ou determinados pela sua própria noção de dignidade humana. Foi o que ocorreu na comunidade de José Roberto, Abre Campo-MG, cuja população teve suas casas e “roças” inundadas pelas águas da barragem de Cataguazes. Um dos moradores, Sílvio, diante da situação de abandono em que foram deixados, depois da construção dessa barragem, acabou se desesperando. Antes do gesto final, porém, deixou em casa o chapéu, sem o qual nunca saía. O chapéu de Sílvio simbolizou o último adereço pessoal que o vinculava à farsa social de que ele desistira de participar. Isto não passou despercebido aos seus companheiros, pois no dia 14/03/01, Dia Internacional dos Atingidos pelas Barragens, numa mobilização da comunidade em torno dessa data, o sr. Manoel Clemente declarou que apesar de “tirar o chapéu para os que lutam contra as barragens naquele dia, permaneceria com ele na cabeça, em lembrança ao amigo morto” (Jornal Pelejando, Abril 2001, Comissão Pastoral da Terra-MG). Gestos como estes fazem pensar na omissão da nossa sociedade em relação a tantos brasileiros privados da sua dignidade. O que demonstra ser, apenas, em teoria o Cristianismo vivido por pós.”.

(LAIR MATTAR. Mestre em Educação, professora da Rede Municipal de Ensino/BH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de abril de 2001, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 25 de fevereiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Redes de dizeres

         O mundo contemporâneo vem sendo tecido e impulsionado por redes. Um fenômeno impactante, facilitado, particularmente, pelos avanços tecnológicos. A compreensão desse fenômeno exige estudos, adaptações e mudança de mentalidade, para que não se produzam atropelos e se saiba encontrar soluções e respostas adequadas. Uma novidade que revoluciona e imprime velocidade com força de avalanche no conjunto dos processos da vida contemporânea em qualquer parte do planeta. São muitas as possibilidades e incontáveis as exigências. Desafios que acabam por pesar nos ombros da humanidade, sinalizando fortemente a exigência de adequada administração. Uma gestão que não se esgota no viés técnico e não abre mão, sobretudo, do que se guarda no âmago do existencial de cada indivíduo e do conjunto da comunidade humana. São redes de todo naipe, compondo um mosaico com singulares complexidades, com desenhos censitários apontando relevantes desafios à mente e ao humanismo. Importante indicar a referência ao humanismo que está em pauta neste momento, aquele que requer novas configurações, enquanto integral, compreendido com força de modelação de rumos e tempos novos para a civilização contemporânea, palco de gritos e clamores que incomodam e precisam ser acolhidos como interpelação.

         Menção oportuna também sobre a importância da rede de solidariedade transformando a solidariedade em rede, modo singular para se conseguir esperançar mudanças mais rápidas em se considerando cenários de miséria e exclusão, envergonhando sociedades e ferindo a intocável sacralidade da vida humana, em todas as suas etapas. A solidariedade em rede é um remédio indispensável para reavivar o sentido comprometido de fraternidade universal, a começar pelo efeito de desconcertar os indiferentes, empurrar e balizar entendimentos políticos com incidências transformadoras no esfarrapado tecido político, responsável por rumos inadequados na economia, com vítimas causadas pela crueldade do mercado e massacradas pela ganância alimentada pelo lucro e medo de não se ter, embora se possua em excesso.

         A rede de solidariedade tem importantes interseções de influências com outros circuitos. Promover o engajamento nas redes de solidariedade é investir também em uma grande mudança cultural, despertando o conjunto da população para uma sensibilidade que conta muito, e decisivamente, no desenvolvimento integral. Tem relevância também na relação direta com a rede de solidariedade, a “rede de dizeres”. Todo indivíduo tem direito a se expressar, no uso de sua liberdade e de sua autonomia cidadã. Mas, a contemporaneidade, neste inquestionável processo de viragem civilizatória, está fortemente afetada por uma “Babel de dizeres” que, consequentemente, produz comprometimentos e contaminações – talvez mais que avanços significativos em entendimentos construtivos e corretivos, em se focalizando, especificamente, o nível comum do cotidiano das relações edificadas pela força determinante do que se fala a todo momento.

         Certamente, além da normal influência do muito falar, particularmente do se expressar sobre tudo, mesmo quando não se entende suficientemente daquilo que se fala, ou não é, como se diz popularmente, “da sua conta”, as redes sociais facilitadoras têm impactos determinantes e avassaladores na configuração desta “Babel de discussões” com suas contaminações e comprometimentos no âmbito dos diálogos indispensáveis e do próprio direito da livre opinião. O fato é que está posto um desafio ao entendimento lúcido. Em curso está o exigente desafio de contribuir, digerir e suportar a rede de narrativas. A dificuldade e incompetência da falta desse traquejo estão pesando muito e requerem urgente atenção e tratamento sob pena de prejuízos irreversíveis e também a imposição de atrasos, frutos de escolhas inadequadas e tendenciosas. A “rede de dizeres”, em contínua aceleração, no leito das redes sociais, está expondo mentalidades estreitadas, acirrando sentimentos expressos pela impactante falta de sentido de limites, dificuldades cognoscitivas de confrontos em vista de juízos lúcidos e sóbrios, em se pensando a importância decisiva daquilo que se diz. Por isso, a veiculação volumosa e acelerada de inutilidades equivocadas torna-se preocupante. Constata-se um emaranhado que afeta cada indivíduo, até em razão do que diz ou não, e incide sobre o conjunto de uma sociedade, confundindo escolhas, atrasando processos. São muitos os aspectos do conjunto complexo da “rede de dizeres”, do mais sofisticado e significativo ao comum nas esferas populares.

         Com o apoio de especialistas dos vários campos, com tarefa primordial nos ambientes e pelos meios educativos todos, torna-se urgente um investimento na competência, em todas as camadas, de se suportar as narrativas e de se desenvolver sua adequada produção. Há de se puxar fio por fio desta meada. Uma tarefa complexa e também artesanal com propriedades de resgastes. Isso porque é visível a ocorrência de um adoecimento emocional e também uma perda do sentido de limites e dos balizamentos que assegurem o mínimo de racionalidade e equilíbrio. As facilidades das redes sociais a serviço da “rede de dizeres”, não pode ser espaço para narrativas que geram confusão e ativam o caos. É preciso lembrar que, muitas vezes, ao se precipitar no caos não se conseguirá sair dele, e ainda que se consiga sair, haverá um alto custo. Assim, é urgente investir, corrigir, compreender e contribuir, para que o estrago dos discursos ressentidos, polarizados e dissolutos não ganhem força, capitaneando pares que, até inconscientemente, se envolvem com narrativas, na maioria truncadas e amparadas em estatísticas inexatas.

         Curioso é conferir como as visualizações em publicações equivocadas, revelando o grau de patologias disseminadas e alimentadas, conseguem volumosas audiências em comparação ao número pífio alcançado por narrativas edificantes. Que as “redes de dizeres” possam se tornar construtivamente narrativas que qualifiquem a viragem civilizatória do momento atual, ao invés de vetores para mais adoecimentos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a estratosférica marca de 349,62% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 127,57%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,38%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade   “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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