“Empreendedorismo político
O Brasil está diante
de uma encruzilhada como nação, um transe coletivo, que levou o país a uma
polarização de enorme serventia somente aos dois grupos que duelam pelo poder.
Longe de apresentar soluções para o país, nossos políticos vivem em estado de
graça, representado pela acomodação e por um falso sentimento de rejeição mútua
que somente alimenta os dois polos de um duelo que recusa aquilo que o país
mais precisa.
Faltam ao país projetos de
nação, planos de governos realistas, compromissos com ideias e valores. Na
verdade, vivemos dependentes de lideranças frágeis que almejam o poder pela
simples satisfação pessoal e bem-estar de seu grupo, governando por narrativas,
ódios, manipulações, seguidos por pessoas incapazes de julgar a política de
forma racional, movidos apenas por uma emoção cega.
Enquanto sobram
iniciativas empresariais, projetos de inovação e empreendimentos sociais, falta
ao Brasil empreendedorismo político, representado pela iniciativa cidadã de
propor ideias, liderar movimentos, expor projetos e pedir a confiança da
população nas eleições para implementar, por meio da política, novos rumos em
nossos municípios, Estados e em nível federal, em Brasília.
Este ano é uma das raras
oportunidades para os que acreditam que podem fazer a diferença, empreender
politicamente e lançar suas ideias, propostas e projetos. A polarização que
tomou conta do Brasil abre também uma janela de oportunidades para aqueles que desejam
mostrar-se como uma alternativa ao velho jogo da política que tenta se
reinventar mais uma vez, com os mesmos atores e enredo.
Precisamos de novos
líderes, capazes de iniciar um processo de mudança longe das práticas que
tornaram o Brasil refém de dois grupos que se alternam no poder e se tornaram
donos do país, garantidos por uma base alugada, que assegura sua estabilidade
no poder e o falso confronto eleitoral que serve apenas para legitimar suas
escolhas. Nós nos tornamos reféns de uma classe política velha e ultrapassada.
A política jamais deve ser
uma carreira, mas uma etapa dentro de uma trilha profissional, em que o cidadão
procura contribuir para a sociedade, durante um período definido, servindo sua
comunidade ou seu país. Findo esse tempo, o caminho mais apropriado é seguir o
curso natural e retornar para a vida profissional privada. Política jamais deve
se tornar uma atividade com um fim em si mesma e perene, sob pena de se desviar
de sua atividade principal, que é servir a sociedade.
Um povo empreendedor como
o brasileiro merece mais que uma polarização entre iguais. Já chegou o momento
de transpor o empreendedorismo que funciona como motor de nosso país, tanta na
área econômica, assim como na frente social, e aplicá-lo na política. O empreendedorismo
político é um caminho natural para uma sociedade que deseja tomar as rédeas de
seu próprio país e torná-lo uma nação vitoriosa. Existem muito mais do que dois
caminhos no horizonte, e certamente as alternativas passam pelos brasileiros
dispostos a encarar uma forma efetiva de ser a sociedade já nestas eleições.
Nunca precisamos tanto desse grupo de brasileiros.”.
(MÁRCIO COIMBRA. contato@casapolítica.com.br, em artigo publicado
no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de março de 2022, caderno
A.PARTE, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização
para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 20 de
março de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Ensina com amor
Ensinar com amor é meta prioritária e compromisso interpelante da
Campanha da Fraternidade 2022 - de tema “Fraternidade e Educação” -, iniciativa
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), iluminada pelo horizonte
do tempo da Quaresma. A prioridade desta meta - ensinar com amor - formando o
binômio com o “falar com sabedoria”, contém propriedades para respostas
urgentes na configuração civilizatória do mundo contemporâneo. E somente é
capaz de ensinar com amor aqueles que são aprendizes do amor a ser ensinado.
Essa capacidade para educar remete a um inteligente pensamento de Santa Tereza
d´Ávila, Doutora da Igreja: ensinar não é teorizar, mas transmitir convicções e
compartilhar experiências.
A qualidade da educação vai além da transmissão e do aprendizado de
conteúdos informativos e técnicos - essenciais para a condução de processos.
Envolve o compartilhamento de convicções e de experiências, emoldurando e
fecundando as dinâmicas do contexto educacional. Compreende-se,
consequentemente, que ensinar com amor é força pedagógica determinante e
investimento importante para que a humanidade consiga revestir-se de um novo
tecido civilizatório, com mais fraternidade, justiça e paz. Por isso, abordagens
relacionadas aos processos educativos não se limitam aos ambientes das escolas
e academias. Oportuna é a convocação do Papa Francisco para que todas as forças
sejam investidas na efetivação de um Pacto Educativo Global. Isto significa
compreender e atuar por uma nova realidade e um novo horizonte para a educação,
incontestavelmente porque o atual cenário dá sinais evidentes de que precisa
mudar, em diversos âmbitos e aspectos.
A sociedade pede rápidas mudanças, que podem ser alcançadas por meio de
um processo educativo capaz de levar o ser humano a reconhecer a sacralidade da
vida e a necessidade de se priorizar a fraternidade universal. Tristemente, o
mundo convive com escolhas e decisões equivocadas que inviabilizam esse
reconhecimento. Com isso, a justiça e a paz ficam comprometidas, convive-se com
os horrores das guerras, com a exclusão social que agrava cenários de miséria e
de fome. A vida - da concepção à morte, com o declínio natural – fica
permanentemente ameaçada, por escolhas e decisões equivocadas, também de
dirigentes e líderes. Convive-se com o envenenamento das manipulações de
interesses e até de legislações, para favorecer desmandos e ilegalidades.
Atitudes egoístas que atrasam a sociedade na conquista de uma lucidez possível,
quando considerados os avanços científicos e as lições oferecidas pela
história.
Ensinar com amor é, pois, o desafio a ser assumido para que se possa
transformar a realidade. Particularmente, merece atenção o que ocorre no
Brasil, onde o ensino formal avançou significativamente nas últimas décadas,
mas, ao mesmo tempo, há graves desafios estruturais no campo da educação. As
dimensões continentais do País, marcadas pelas singularidades regionais,
configuram um cenário complexo, com problemas que, para serem superados, pedem
a participação de toda a sociedade, com inteligente e arrojada articulação de
instâncias governamentais. De modo especial, é preciso acabar com uma dívida
histórica, relacionada à escolarização dos mais pobres. Trata-se de “um dever
de casa” que o Brasil não conseguiu concluir.
Investimentos mais determinantes no ensino, para superar as carências
desse campo no Brasil, é especialmente relevante no contexto de um pacto
educativo global - que considera a necessidade de avanços mais expressivos, em todo
o planeta, edificando nova consciência civilizatória. É hora de um novo tempo
na educação - não como um processo sectário, singular, mas uma obra
necessariamente social. Uma educação integral e inclusiva, cuidadosa - para não
se contaminar com ideologias venenosas e prejudiciais -, capaz de promover
diálogos construtivos, contribuindo para que prevaleça a unidade e sejam
superados os conflitos. Pertinente é a observação do Papa Francisco, na Carta
Encíclica Laudato Si’: a educação será ineficaz e seus esforços estéreis se não
houver compromisso com a construção de novos parâmetros relacionados ao ser
humano, à sociedade e ao cuidado com a natureza.
A atuação de educadores no âmbito formal escolar, na família, nas
instâncias governamentais e empresariais é, pois, decisiva. Igualmente
importante: cada cidadão compreenda que processos educativos são válidos e
cumprem bem o seu papel na medida em que se ensina com amor. Isto significa
reconhecer a importância do outro, do sentido de alteridade, conforme ensina a
fé cristã. Essa compreensão sublinha a importância do amor, invalidando ódios e
disputas. Assim, revela-se prioridade investir na educação dos sentimentos e
das emoções, de onde podem nascer preconceitos e discriminações que ferem o
tecido civilizacional. Consegue aprender e, consequentemente, ensinar com amor
quem se deixa fecundar pela espiritualidade da solidariedade fraterna,
curando-se dos extremismos e das polarizações. Trata-se do caminho que leva à
competência para falar com sabedoria. O mundo precisa, muito e urgentemente, de
quem ensina com amor.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto
das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas,
soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente
desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira, pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.