sexta-feira, 6 de maio de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ESCUTA AMOROSA, SILÊNCIO E INTERIORIDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DO BEM, VERDADE, BELEZA E LIBERDADE NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“O que você escuta quando tudo se cala?

       Estamos inseridos em ambientes cada vez mais ruidosos. Barulhos, ruídos, gritos, sinais, notificações, caixas de som individuais, sonos de propaganda, buzinas e tudo mais. Nossa atenção é recrutada a cada momento em uma avalanche de estímulos. Lembro-me da experiência após o retorno das aulas presenciais, quando fomos fazer um trabalho em grupo, e – que espanto1 – o arrastar das cadeiras simultâneo parecia me invadir o ser. Será que sempre foi assim? O que vem acontecendo com os estímulos? Vamos pagar um preço por essa demanda de atenção? Será que perdemos a capacidade de nos silenciarmos?

         A questão é que atropelamos as pessoas e o mundo pelos sons que produzimos. Um mundo imerso em gritos e que a todos atordoa. Uns podem até dizer que já se acostumaram e que sabem filtrar e viver sempre em um estado de atenção seletiva, mas os sintomas estão aí. Uma bateria de ruídos que atravessam nosso ser e invadem o silêncio. Talvez por trabalhar, diariamente, com crianças e jovens com autismo, aprendi com eles o quanto esses sons que nos invadem podem fazer tanto mal.

         Os neuropesquisadores demonstram que existem quatro tipos de atenção: a seletiva, a sustentada, a alternada e a dividida. Mesmo podendo migrar entre esses tipos de atenção, o que percebo hoje é que vivemos um instante curioso: a necessidade de silenciar-se para ouvir-se.

         Tudo isso me faz pensar em três pontos importantes: na elaboração do meu primeiro livro, “Conquistas Autênticas” (Ed. Cândido, 2020), lembro-me do quanto pesquisei sobre a competência da comunicação. Comunicar-se passa, essencialmente, pela capacidade de escuta. Uma escuta ativa e efetiva. O ouvir o outro transforma-se em um ponto estratégico em nossa convivência e interação com as pessoas. Para a conquista de relações saudáveis e consistentes, é preciso ouvir. O processo de escuta de si mesmo, de escuta do outro, das coisas e do mundo. Saber ouvir transformou-se em competência desafiadora. E para ouvir é preciso silenciar-se.

         Segundo, buscamos ficar imersos em tantos sons e barulhos para não nos ouvirmos. A construção do silêncio nos coloca de frente com nós mesmos, nos faz ouvir apelos e pedidos que não usam linguagem oral e sonora. Nossos “rádios internos” falam dos nossos medos e inseguranças. Ouvi-los vai demandar elaborá-los e compreendê-los.

         Terceiro, ainda não aprendemos a ler nossos bioindicadores. Esses marcadores dizem da nossa percepção do nosso ser no mundo. Eles nos pedem para desenvolver uma sintonia com nossas necessidades fundantes. Não se trata só de saber que se está com sono, fome ou sede. Trata-se de perceber-se pessoa, de localizar-se como ser vivente. Que nossa escuta não seja só pela existência. Evoco Oscar Wilde: ‘Viver é algo extremamente raro, a maioria das pessoas apenas existe’. Escute sua vida no silêncio. Boas escolhas.”.

(Otávio Grossi. É filósofo, mestre em psicologia, psicopedagogo de autistas, mentor de empresários. Escreveu o livro “Conquistas Autênticas” -Ed. Cândido, 2020 -, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de maio de 2022, caderno INTERESSA, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, mesma edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“O desafio

       A Lei Divina, que muitos procuram com esforço, não é um ajuste severo, um acúmulo de mandamentos sufocantes e dolorosos, uma flagelação ou uma proibição disto ou daquilo. Ela, segundo os Mestres da Humanidade, é o desenvolvimento natural, apropriado, progressivo e gradual de cada ser.

         Não exige da pessoa menos desenvolvida aquilo que um ser altamente evoluído é capaz de realizar. A cada um, dentro de sua realidade, se apresentam possibilidades para exercer o livre arbítrio e as oportunidades.

         No entanto, cada ser humano deve viver e agir conforme o seu conhecimento pessoal e o grau de sabedoria que possui. Um iluminado não pode se contentar com o que um submerso nas trevas faria. Cada qual realizará aquilo que se considera ser seu dever com o planeta dentro de suas capacidades. Isso quer dizer viver o certo e o bem, sempre “incondicionalmente”, pois, se for para ter retorno de honras, benefícios materiais e glória, servirá apenas em ínfima parte ao espírito eterno que somos.

         A Lei Cósmica acompanha a evolução humana, desde seu começo até sua conclusão; nada perde ou esquece; tudo aproveita, acumula, processa, destila, devolve.

         As palavras terrenas são insuficientes para esclarecer os pormenores e a sutileza deste mecanismo superior que se abriga numa dimensão imperscrutável aos nossos limites cognitivos racionais. Dela temos vislumbre, contudo podemos ir além e “intuir” e “sentir”, porque nós somos (e nossa consciência é) parte integrante e fruto desta Lei.

         Conforme acumulamos variadas experiências de vida em vida (e trazemos no nosso DNA o darma e o carma das vidas anteriores), é importante observar o mecanismo divino e deixá-lo operar, cada vez mais, em nossa existência, aceitando-o com serenidade, mesmo quando adverso. Tudo é necessário, imprescindível em nossa escalada.

         Ao deixar o ventre materno, carregamos duas principais características (segundo Rudolf Steiner): uma genética, herdada dos familiares; e outra espiritual, que trazemos de nossas outras existências, por vez centenas, em milhões de anos de evolução, que determinam o que somos no momento presente. Raríssimos, entretanto, são aqueles que, embrenhados na luta dentro da “caverna”, dominam o conhecimento desse passado. Também tê-lo conosco impediria de viver os não preparados para conviver com tantos horrores. Ficariam assombrados com o que já foram e fizeram.

         Todas as experiências e conhecimentos “determinam” a unicidade de cada ser humano, fruto de miríade de diversidade acumuladas.

         O esforço de evolução se tornará pouco eficaz se trabalhado em função apenas dos nossos bens materiais. O ser humano deve aproveitar suas oportunidades de fazer o bem quantas vezes for necessário, até ser capaz de “superar” suas limitações – não saindo à rua dando esmolas, mas com pensamento e ações que procurem ajudar, e não ser nocivo. Esses que vivem praticando maldade, tenham certeza, as terão uma por uma de volta.

         O homem pode ser distinguido pela Lei Cósmica conforme o grau de evolução. Existe, contudo, absoluta imparcialidade da Justiça Divina, mesmo que a aparência externa se mostre contraditória. A felicidade e a dor, especialmente esta última, são necessárias e imprescindíveis, assim como a doença, para corrigir a rota, avançar, evoluir, limpar nosso carma.

         No hinduísmo, considera-se a doença da varíola uma deusa, e quem é morto por causa dela não é incinerado em respeito à deusa que dele se apoderou. O corpo é enfaixado como múmia e submerso nas correntezas de um rio em signo de especial reconhecimento e respeito.

         Duvidar da Justiça Divina que regula a evolução é um atraso na compreensão dos equilíbrios.

         Como explica Platão, alguns são acorrentados no fundo da caverna, outros já se aperceberam que fora dela existe a realidade infinita, à qual somos destinados. Esses últimos, mais raros, abominam a arrogância e a soberba, aplicando-se à humildade e ao silêncio, em estado de serenidade e aceitação dos resultados como o melhor e o justo que sempre se realiza.

         Aquilo que o ser humano espera de ajudas da Lei Divina ele deve estar, na medida do possível, pronto para retribuir. Não apenas por agradecimento, mas especialmente para acelerar a expansão do bem como fórmula de retorno à “Unidade” da qual todos pertencem.

         Estas rápidas considerações na Mestra Pórtia, sobre a Lei e a Justiça Divinas, sugerem aplicar-se, constantemente, ao conhecimento do bem, da verdade, da beleza e da liberdade. Ainda, devemos proceder corretamente segundo nosso próprio conceito, e aquilo que almejamos para nós é o que também devemos desejar aos outros.

         A espera, em relação ao progresso e ao desenvolvimento espiritual, jamais irá decepcionar (diz a Mestra) se observadas as Leis Divinas do bem e da aceitação serena de tudo.

         Tenha um excelente dia!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 355,19% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,60%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,30%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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