“O que você escuta quando tudo se cala?
Estamos
inseridos em ambientes cada vez mais ruidosos. Barulhos, ruídos, gritos,
sinais, notificações, caixas de som individuais, sonos de propaganda, buzinas e
tudo mais. Nossa atenção é recrutada a cada momento em uma avalanche de
estímulos. Lembro-me da experiência após o retorno das aulas presenciais,
quando fomos fazer um trabalho em grupo, e – que espanto1 – o arrastar das
cadeiras simultâneo parecia me invadir o ser. Será que sempre foi assim? O que
vem acontecendo com os estímulos? Vamos pagar um preço por essa demanda de
atenção? Será que perdemos a capacidade de nos silenciarmos?
A
questão é que atropelamos as pessoas e o mundo pelos sons que produzimos. Um
mundo imerso em gritos e que a todos atordoa. Uns podem até dizer que já se
acostumaram e que sabem filtrar e viver sempre em um estado de atenção
seletiva, mas os sintomas estão aí. Uma bateria de ruídos que atravessam nosso
ser e invadem o silêncio. Talvez por trabalhar, diariamente, com crianças e
jovens com autismo, aprendi com eles o quanto esses sons que nos invadem podem
fazer tanto mal.
Os
neuropesquisadores demonstram que existem quatro tipos de atenção: a seletiva,
a sustentada, a alternada e a dividida. Mesmo podendo migrar entre esses tipos
de atenção, o que percebo hoje é que vivemos um instante curioso: a necessidade
de silenciar-se para ouvir-se.
Tudo
isso me faz pensar em três pontos importantes: na elaboração do meu primeiro
livro, “Conquistas Autênticas” (Ed. Cândido, 2020), lembro-me do quanto
pesquisei sobre a competência da comunicação. Comunicar-se passa,
essencialmente, pela capacidade de escuta. Uma escuta ativa e efetiva. O ouvir
o outro transforma-se em um ponto estratégico em nossa convivência e interação
com as pessoas. Para a conquista de relações saudáveis e consistentes, é
preciso ouvir. O processo de escuta de si mesmo, de escuta do outro, das coisas
e do mundo. Saber ouvir transformou-se em competência desafiadora. E para ouvir
é preciso silenciar-se.
Segundo,
buscamos ficar imersos em tantos sons e barulhos para não nos ouvirmos. A
construção do silêncio nos coloca de frente com nós mesmos, nos faz ouvir
apelos e pedidos que não usam linguagem oral e sonora. Nossos “rádios internos”
falam dos nossos medos e inseguranças. Ouvi-los vai demandar elaborá-los e
compreendê-los.
Terceiro,
ainda não aprendemos a ler nossos bioindicadores. Esses marcadores dizem da
nossa percepção do nosso ser no mundo. Eles nos pedem para desenvolver uma
sintonia com nossas necessidades fundantes. Não se trata só de saber que se
está com sono, fome ou sede. Trata-se de perceber-se pessoa, de localizar-se
como ser vivente. Que nossa escuta não seja só pela existência. Evoco Oscar
Wilde: ‘Viver é algo extremamente raro, a maioria das pessoas apenas existe’.
Escute sua vida no silêncio. Boas escolhas.”.
(Otávio Grossi. É filósofo, mestre em
psicologia, psicopedagogo de autistas, mentor de empresários. Escreveu o livro
“Conquistas Autênticas” -Ed. Cândido, 2020 -, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de maio de 2022, caderno INTERESSA,
página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, mesma edição, caderno A.PARTE, página
2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral
transcrição:
“O desafio
A
Lei Divina, que muitos procuram com esforço, não é um ajuste severo, um acúmulo
de mandamentos sufocantes e dolorosos, uma flagelação ou uma proibição disto ou
daquilo. Ela, segundo os Mestres da Humanidade, é o desenvolvimento natural,
apropriado, progressivo e gradual de cada ser.
Não
exige da pessoa menos desenvolvida aquilo que um ser altamente evoluído é capaz
de realizar. A cada um, dentro de sua realidade, se apresentam possibilidades
para exercer o livre arbítrio e as oportunidades.
No
entanto, cada ser humano deve viver e agir conforme o seu conhecimento pessoal
e o grau de sabedoria que possui. Um iluminado não pode se contentar com o que
um submerso nas trevas faria. Cada qual realizará aquilo que se considera ser
seu dever com o planeta dentro de suas capacidades. Isso quer dizer viver o
certo e o bem, sempre “incondicionalmente”, pois, se for para ter retorno de
honras, benefícios materiais e glória, servirá apenas em ínfima parte ao
espírito eterno que somos.
A Lei
Cósmica acompanha a evolução humana, desde seu começo até sua conclusão; nada
perde ou esquece; tudo aproveita, acumula, processa, destila, devolve.
As
palavras terrenas são insuficientes para esclarecer os pormenores e a sutileza
deste mecanismo superior que se abriga numa dimensão imperscrutável aos nossos
limites cognitivos racionais. Dela temos vislumbre, contudo podemos ir além e
“intuir” e “sentir”, porque nós somos (e nossa consciência é) parte integrante
e fruto desta Lei.
Conforme
acumulamos variadas experiências de vida em vida (e trazemos no nosso DNA o
darma e o carma das vidas anteriores), é importante observar o mecanismo divino
e deixá-lo operar, cada vez mais, em nossa existência, aceitando-o com
serenidade, mesmo quando adverso. Tudo é necessário, imprescindível em nossa
escalada.
Ao
deixar o ventre materno, carregamos duas principais características (segundo
Rudolf Steiner): uma genética, herdada dos familiares; e outra espiritual, que
trazemos de nossas outras existências, por vez centenas, em milhões de anos de
evolução, que determinam o que somos no momento presente. Raríssimos,
entretanto, são aqueles que, embrenhados na luta dentro da “caverna”, dominam o
conhecimento desse passado. Também tê-lo conosco impediria de viver os não
preparados para conviver com tantos horrores. Ficariam assombrados com o que já
foram e fizeram.
Todas as
experiências e conhecimentos “determinam” a unicidade de cada ser humano, fruto
de miríade de diversidade acumuladas.
O
esforço de evolução se tornará pouco eficaz se trabalhado em função apenas dos
nossos bens materiais. O ser humano deve aproveitar suas oportunidades de fazer
o bem quantas vezes for necessário, até ser capaz de “superar” suas limitações
– não saindo à rua dando esmolas, mas com pensamento e ações que procurem
ajudar, e não ser nocivo. Esses que vivem praticando maldade, tenham certeza,
as terão uma por uma de volta.
O homem
pode ser distinguido pela Lei Cósmica conforme o grau de evolução. Existe,
contudo, absoluta imparcialidade da Justiça Divina, mesmo que a aparência
externa se mostre contraditória. A felicidade e a dor, especialmente esta
última, são necessárias e imprescindíveis, assim como a doença, para corrigir a
rota, avançar, evoluir, limpar nosso carma.
No
hinduísmo, considera-se a doença da varíola uma deusa, e quem é morto por causa
dela não é incinerado em respeito à deusa que dele se apoderou. O corpo é
enfaixado como múmia e submerso nas correntezas de um rio em signo de especial
reconhecimento e respeito.
Duvidar
da Justiça Divina que regula a evolução é um atraso na compreensão dos
equilíbrios.
Como
explica Platão, alguns são acorrentados no fundo da caverna, outros já se
aperceberam que fora dela existe a realidade infinita, à qual somos destinados.
Esses últimos, mais raros, abominam a arrogância e a soberba, aplicando-se à
humildade e ao silêncio, em estado de serenidade e aceitação dos resultados
como o melhor e o justo que sempre se realiza.
Aquilo
que o ser humano espera de ajudas da Lei Divina ele deve estar, na medida do
possível, pronto para retribuir. Não apenas por agradecimento, mas
especialmente para acelerar a expansão do bem como fórmula de retorno à
“Unidade” da qual todos pertencem.
Estas
rápidas considerações na Mestra Pórtia, sobre a Lei e a Justiça Divinas,
sugerem aplicar-se, constantemente, ao conhecimento do bem, da verdade, da
beleza e da liberdade. Ainda, devemos proceder corretamente segundo nosso
próprio conceito, e aquilo que almejamos para nós é o que também devemos
desejar aos outros.
A
espera, em relação ao progresso e ao desenvolvimento espiritual, jamais irá
decepcionar (diz a Mestra) se observadas as Leis Divinas do bem e da aceitação
serena de tudo.
Tenha um
excelente dia!”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais
devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação
dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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