(Maio = mês 66; faltam 104 meses para a Primavera Brasileira)
“Escolhas conscientes e saudáveis na
alimentação
A
busca por alternativas saudáveis e que impactam cada vez menos o meio ambiente
é uma tendência crescente na alimentação dos brasileiros. Pesquisa realizada
pela McKinsey, em parceria com a plataforma de dados Scanntech, que analisou as
movimentações no varejo alimentar em todas as regiões do Brasil durante o
último ano, mostrou que produtos com atributos de saudabilidade – como
orgânicos, nutritivos e funcionais – continuarão a ganhar relevância.
Mais da
metade (56%) dos consumidores está disposta a pagar mais por itens saudáveis e
orgânicos. Além disso, no Brasil, o mercado de alimentos saudáveis e que
promovem bem-estar deve crescer a um ritmo de 9% ao ano e chegar a um quinto do
total de alimentos embalados em 2030.
Sem
dúvida, a forma mais efetiva de ajudar o meio ambiente e escolhendo bem o que
colocar no prato. E a melhor forma de fazer isso é focar alimentos inteiros e
variados. Inteiros porque não foram processados – o que nos ajuda a fugir dos
itens plantados e refinados pela monocultura, uma das maiores causadoras de
desmatamento no país. E variados porque assim incentivamos diversos produtores,
geralmente pequenos e locais. Afinal, um prato colorido e cheio de vegetais é o
reflexo do que é a natureza.
O melhor
cenário seria optar por uma dieta plant-based, ou seja, só com alimentos de
origem vegetal. No curto prazo, ela dá energia, disposição, melhora a digestão
e faz você se sentir mais leve. No longo prazo, ela é a única dieta que
comprovadamente ajuda a evitar uma série de doenças crônicas – como diabetes,
doenças cardíacas e Alzheimer.
Se o
mundo todo adotasse uma dieta plant-based até 2050, 8 milhões de mortes seriam
evitadas todos os anos, devido à redução de infartos, diabetes, doenças
cardíacas e câncer, de acordo com dados da Oxford School. Sem contar que uma
alimentação vegetariana é mais ética com os animais e com o planteta.
Por
exemplo, se alguém substituir a proteína animal pela vegetal em apenas uma
refeição do dia, ao longo de um ano ela economiza: 350.209 litros de água na
cadeia produtiva; 6.336 metros quadros de terra para produzir os alimentos; e
654 kg de CO2 emitidos na atmosfera.
No
entanto, a cultura da carne no Brasil é muito forte. Comida é a coisa mais
cultural que existe. Comer junto gera senso de pertencimento, cria memória
afetiva. Como seres humanos, estar são coisas importantes para nós. E este é um
dos fatores que mais pesam para pessoas que querem parar ou reduzir o consumo
de carne ou derivados.
Quando
você pergunta para um brasileiro o que ele almoça, ele provavelmente vai dizer:
arros, feijão, salada e uma “proteína”. Como deixar de comer o hambúrger
suculento, as almôndegas da avó ou aquele sushi no rodízio japonês? Nesse
sentido, as “carnes vegetais” são importantes para que não precisemos abria mão
de nada: nem do sabor, nem da memória afetiva, nem das nossas escolhas de saúde
e ideológicas.
Um dado
interessante que demonstra que essa mentalidade está mudando é o número de
pessoas que seguem uma dieta “flexitariana” atualmente. Os flexitarianos já são
52% dos consumidores brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope.
Esse termo diz respeito a um segmento da população que, apesar de não eliminar
completamente produtos de origem animal de sua dieta, consomem majoritariamente
alimentos de origem vegetal. Com o flexitarianismo, as pessoas começam a
entender que o consumo de proteína animal é uma escolha, e não uma necessidade.
Isso
abre espaço para um universo de possibilidades, já que existem mais de 20 mil
plantas comestíveis no mundo. Mas, para muita gente, salada ainda e sinônimo de
alface e tomate.
O
flexitarianismo dá espaço para cada um escolher o nível de impacto que quer
gerar. Afinal, é mais efetivo ter 50% da população gerando impacto 80% do
tempo, do que 3% da população gerando impacto 100% do tempo. As escolhas mais
conscientes começam na prioridade dos ingredientes.”.
(Jônatas Mesquita. Cofundador da foodtech
Beleaf, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de
23 de abril de 2022, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso
trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo
publicado no site www.domtotal.com,
edição de 29 de abril de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Vitórias e perdas
Muitas
lógicas influenciam o modo de se conduzir a vida, mas, especialmente para os
cristãos, um princípio deve ter lugar central: a lógica do Evangelho de Jesus
Cristo, que é paradoxal – perde quem acha que está ganhando. Compreender essa
realidade ensinada pelo Evangelho de Jesus é desafio humano e existencial, pois
cada vez mais prevalece o primado do lucro a todo custo, da vantagem a todo
preço, do ganho inescrupuloso, da busca sem limites pelo acúmulo, do massacre
de adversários e daqueles com quem se diverge. Para superar essas atitudes
egoístas, desumanas, o tempo pascal oferece oportunidade singular, pois
evidencia a vitória da vida sobre a morte, tendo a centralidade da pessoa de
Jesus Cristo Ressuscitado. O aparente fracasso de Jesus, no padecimento da
paixão e morte, perdas humanas insuportáveis, reverte-se, pela força do amor
maior, o amor de Deus, em vitória definitiva e garantia de vida plena. É luz
que ilumina o olhar dos discípulos, possibilitando à compreensão humana
reconhecer a lógica do Evangelho. Assim, a inteligência se qualifica com a luz
divina do amor maior.
O
princípio do Evangelho é o caminho para superar lógicas que ferem a dignidade
humana, desrespeitando a sacralidade intocável da vida de todos. Desrespeito
que se revela nas desigualdades sociais, nos preconceitos e discriminações, nas
escolhas que passam por cima do dom sagrado da vida, desde a concepção até o
declínio com a morte natural. Importante considerar que as lógicas perversas no
coração humano abalam o equilíbrio da casa comum. Isto porque muitas atitudes,
que buscam vitórias momentâneas, trazem como consequências perdas
desproporcionalmente maiores, muitas irreversíveis. Deve-se, pois, aproveitar
bem este tempo pascal que oferece singular oportunidade, por sua liturgia, para
a conquista do genuíno olhar dos discípulos de Jesus. Esse olhar, mais do que
simplesmente capaz de enxergar objetos, indivíduos ou circunstâncias da
realidade, permite tudo reconhecer sob inspiração de Deus.
O olhar
dos que são genuinamente discípulos de Jesus se distingue daquele que é
meramente humano, enquadrado e definido por dinâmicas de disputas, fermentado
por perversidades, patologias sociais, particularmente contornado por vícios de
rigidez e formalismos. Em resumo, um olhar míope, que leva a sentimentos
distantes da misericórdia, na contração dos valores do Evangelho. Essa distância
da misericórdia merece atenção especialmente daqueles que se proclamam
cristãos, mas insistem em permanecer alheios aos princípios do Evangelho.
Certas atitudes comprovam a distância entre o que se fala e o que se vive,
disritmia entre a pregação do amor, princípio basilar da fé cristã, e práticas
de certos grupos, sem ética, conduzidos pelo interesse de ganhar a qualquer
custo, sem escrúpulos, passando por cima dos outros, disseminando notícias
falsas. Posturas na contramão da autenticidade evangélica.
Importante
buscar a aprendizagem para se tornar discípulo missionário de Jesus e, assim,
não confundir vitórias com passos que levam a grandes perdas. O olhar do
discípulo é, pois, instrumento para configurar a realidade com o sabor do
Evangelho, neste mundo de aceleradas mudanças. Esse olhar é antídoto contra
equívocos nas interpretações e escolhas, provocados por disputas de poder e
defesas ideológicas. Ninguém pode achar que domina a realidade, postura que já
compromete o sentido de humildade, valor cristão. A ausência de humildade
acirra disputas, alimenta ataques sob a pretensão de querer gerar mudanças,
inclusive com a disseminação de mentiras e agressividades, revelando a
mediocridade de sentimentos.
O olhar
do discípulo, iluminado pelo da presença do Ressuscitado, graça que ultrapassa capacidades
humanas, pode dissipar a grande crise de sentido atual. A civilização
contemporânea convive com situações desconcertantes, que distanciam a
humanidade da meta de partilhar um só coração. Ao invés disso, cada vez mais
pessoas estão fechadas na própria realidade, ilusoriamente bafejadas pelos
ventos de defesas partidárias. Só há um jeito para se conquistar o olhar dos
discípulos de Jesus, para reconhecer o genuíno sentido da vida e, assim, adotar
condutas coerentes com o Evangelho: os cristãos precisam começar o seu caminho
a partir de Cristo, sem doentios apegos a perspectivas individuais, de grupos,
associações ou partidos. A meta deve ser contemplar quem revelou – e o modo
como revelou – a plenitude do cumprimento da vocação humana. Distanciar-se
desse caminho faz com que o mundo não seja iluminado pela luz do Evangelho. Com
isso, as sementes cairão em pedregulhos e não brotarão; a unidade dos
discípulos ficará comprometida, com olhares atrofiados pela nuvem de ódios e
disputas. Sem a luminosidade do amor, não haverá vitórias: ao invés disso, a
humanidade padecerá, cada vez mais, com a multiplicação de perdas.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI, OUVI
E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído
com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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