terça-feira, 10 de maio de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E SABORES DO ENSINO NA QUALIFICAÇÃO HUMANA PARA A TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA, SOLIDARIEDADE E HUMANISMO INTEGRAL NA NOVA ORDEM ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Educação e seus sabores

       Uma das atividades humanas mais importantes é comer. Comer é, antes de tudo, uma necessidade fisiológica. Todo ser humano necessita comer para se manter vivo. E o que tem a ver comida com educação? Acredito que educação seja tão importante quanto comer.

         Rubem Alves, em seu livro “Variações sobre o prazer”, faz uma analogia com as figuras da nutrição e da cozinheira. Constrói um paralelo entre o comer por necessidade e saciedade, com o desejo de sabor e a busca por prazer no ato de comer.

         A nutricionista, segundo ele, tem o intuito de saciar a fome, por isso, prepara um cardápio balanceado, onde cada nutriente e caloria são postos na balança e medidos para a saciedade e a saúde. A cozinheira, não, porque ela visa ao sabor. Ela quer que o comensal se sinta amado com sua culinária. Ela “sonha com os efeitos que os sabores irão produzir no corpo de quem come”. A cozinheira não quer matar a forme. “A cozinheira deseja que o seu convidado morra de prazer”!

         A cozinheira quer que seu convidado tenha mais fome, a fome de sabor.

         Talvez seja este o modo que deveríamos viver a educação. Não como raciocínio frio de conteúdos e substratos curriculares. Mas como uma mistura de sabores, toques pessoais. Elaborar uma aula acerca de temas e estímulos do saber deveria aguçar os sentidos, porque saber é “sapere” em latim, que tem duplo sentido: “saber” e “ter sabor”. Ou seja, “saber”, conhecer, é saborear, degustar, fazer parte da nutrição da existência.

         A educação deve retomar a comensalidade como elemento poderoso de construção para ser relevante na realidade escolar. Mas não deve projetar-se nas limitações aderindo ao corte e à redução para se fazer aceitável, que quase nunca é palatável, agradável de executar e experimentar. Ela deve ser servida como alimento de “sustança”. Como um prato preparado em uma cozinha onde as receitas suportam experimentações, cozidas sem pressa. Como comida de vó, na qual o cheiro e o sabor são indispensáveis. Sem necessidade de contar calorias ou impor restrições.

         Uma educação que fuja da mesa talvez não seja a mais adequada para os nossos tempos, tão famintos de sentido, afeto e educação. Estamos famintos de compreensão, paciência, afago, saberes. Nosso desafio está em reverter essa situação a nosso favor, instigando todos a saborearem o melhor, o prato preparado com a mistura do conhecimento, com o tempero da persistência, da socialização, do respeito, do acolhimento que faz a diferença.

         Precisamos de “professores cozinheiros”, que, na magia das misturas, encantem com sabores e estimulem seus alunos a quererem degustar sabores, criar novas receitas, arriscar na busca de novas experiências, desbravando com audácia os caminhos da educação!”.

(Irmã Eliane Viana. Diretora do Colégio Nossa Senhora das Dores, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de maio de 2022, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 06 de maio de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Recomeços cidadãos

       Clássico, consagrado e bem atual é o que expressa o imortal Rui Barbosa, ao referir-se sobre o triunfo das nulidades e o crescimento das injustiças. Ante essa constatação, a cidadania é interpelada a não abrir mão de virtudes, a superar a desconsideração da honra e a eleger como prioridade a honestidade. Aí está o exigente programa, em cada etapa da história e em todos os momentos da (re) construção da sociedade, buscando edificar “um mundo aberto”, isto é, sem fechamentos que comprometem o humanismo integral. A grande mudança civilizatória em curso não permite relativizações ou soluções que podem parecer fáceis, mas conduzem a fracassos que são consequências de escolhas equivocadas, de respostas que contemplam parte dos anseios de uma parcela da população, em um contexto que exige mais compromisso com a solidariedade universal.

         Essenciais são valores e princípios iluminadores, a exemplo daqueles que integram a doutrina cristã, com propriedades para configurar respostas adequadas a este tempo. Por isso mesmo, o desafio partilhado por todos inclui o adequado exercício da cidadania, alicerçando-o sobre valores e princípios insubstituíveis. Esse desafio pede o reconhecimento das consequências de “um mundo fechado”, para que sejam geradas mudanças. Adverte o Papa Francisco: as sombras de “um mundo fechado” trazem o risco de prejuízos pesados. Isso se comprova quando são observadas as guerras que mancham a história da humanidade. Mesmo diante de tantos sofrimentos registrados no passado, os conflitos permanecem, com focos de guerra mundo afora. Os anseios por integração não têm alcançado seus bons propósitos, que são necessários e urgentes. Ao invés disso, sinais apontam para um processo de regressão da humanidade, indicando ser essencial investir no cultivo de envergadura humana, moral e política para inspirar recomeços cidadãos.

         O atual contexto pede mais inteligência e generosidade solidária da civilização contemporânea, para que sejam efetivadas mudanças alicerçadas no bem, no amor, na justiça e na paz. Trata-se de um processo exigente, que inclui consciência individual e coletiva, na construção de um caminho que efetivamente seja recomeço cidadão. Oportuno lembrar que a grave crise sanitária enfrentada por todo o mundo vem produzindo grandes perdas, a morte de muitas pessoas, trazendo no reverso uma série de lições que precisam ser aprendidas, a exemplo da adoção de um novo estilo de vida e de novas dinâmicas. Mas, infelizmente, o que se verifica é a pouca disponibilidade para mudar, conforme revelam certas ações que ignoram a inadiável necessidade de se respeitar o meio ambiente. Privilegia-se alógica do lucro, que cega, fazendo tantos acreditarem que o dinheiro rápido na mão é o que mais vale, sem considerar que logo virão as perdas arrasadoras, a exemplo da escassez de água potável.

         Neste tempo de grandes possibilidades ainda se convive com a discriminação crescente, desconsiderando a fraternidade, endurecendo corações, incapacitando-os para vencer situações de injustiças. O antídoto para esses males é recuperar o sentido de família, reconhecendo-se parte de um grupo marcado por laços sanguíneos, mas também integrante de um conjunto maior, a família humana. Importam os recomeços cidadãos para dissipar as sombras de “um mundo fechado”.

         É preciso vencer o desânimo, conforme alimenta e alicerça a esperança cristã. O Papa Francisco, na Carta Encíclica Fratelli Tutti, adverte, de modo simples e muito assertivo, a respeito deste tempo, apresentando três perigosos verbos: exasperar, exacerbar e polarizar. As atitudes conceituadas por esses três verbos obscurecem a sociedade e o horizonte urgente que inspira recomeços cidadãos. Pertinente e sempre interpeladora é a interrogação do Papa: “Nesta luta de interesses que nos coloca todos contra todos, onde vencer se torna sinônimo de destruir, como se pode levantar a cabeça para reconhecer o vizinho ou ficar do lado de quem está caído na estrada?”.

         O que se verifica é um conjunto de consequências desastrosas, capazes de enfraquecer até mesmo o sentido de família, afrontando seus valores e princípios intocáveis. Debelam também os sentimentos de solidariedade, desprezando a disposição para o diálogo e a capacidade para reconhecer a nobreza da dignidade humana de cada pessoa. Dentre essas situações graves que causam um verdadeiro terremoto social está a política que deixa de ser debate saudável, buscando o desenvolvimento de todos e o bem comum. Essa política, conforme bem sublinha o Papa Francisco, limita-se a receitas efêmeras de marketing, cujo recurso mais eficaz está na destruição do outro. É preciso reagir evocando um sentimento amplo e irrestrito para emoldurar a cidadania e iluminar a consciência coletiva pela luz da humildade, pelo mecanismo do diálogo e pelo sentido imprescindível de solidariedade. Todos, tecendo riquezas a partir das muitas diferenças, são convocados a contribuir: com a força do respeito, é hora de importantes recomeços cidadãos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 355,19% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,60%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,30%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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