“Necessidade de investimentos em infraestrutura
A
base do desenvolvimento econômico e social de um país está diretamente
relacionada à capacidade de atrair, direcionar e gerar investimentos em
infraestrutura. Entretanto, por aqui, o assunto não recebido a devida atenção.
O Brasil tem investido no setor menos de 2,5% do Produto Interno Bruto durante
as últimas duas décadas, quando seriam necessários, no mínimo, de 4% a 5% desse
volume.
Esse
cenário, contudo, vem registrando mudanças positivas diante do aumento de
investimentos oriundos pela iniciativa privada – que respondem por quase 80% de
todos os recursos do setor, percentual mais alto já alcançado no Brasil. Essa
tendência vem se consolidando com a execução de dezenas de projetos de peso em
infraestrutura. Vale citar, por exemplo, os novos empreendimentos no setor
ferroviário, até então estagnado, que somam quase R$ 25 bilhões: a Ferrovia de
Integração Oeste-Leste (Fiol), que vai interligar os Estados de Tocantins,
Maranhão, Goiás e Bahia, e a Ferrogrão, que conectará a região produtora de
grãos do Centro-Oeste ao Estado do Pará. Tais linhas deverão proporcionar
eficiência à malha de escoamento logístico brasileiro, garantindo agilidade,
acessibilidade e maior competitividade no custo logístico.
Analisando
a dinâmica histórica do mercado e acompanhando os movimentos de
desburocratização regulatória, é possível afirmar que os investimentos no setor
logístico podem alcançar R$ 40 bilhões neste ano. Isso significa mais atenção para
a construção e manutenção de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e
mobilidade urbana. Já no setor de saneamento, que vem ganhando destaque e
importância após a aprovação do novo marco regulatório, a previsão é que sejam
investidos cerca de R$ l5 bilhões por meio ofertas de privatização.
Além de
prover a maioria dos recursos em infraestrutura, a iniciativa privada contribui
ainda com a incorporação de conceitos sustentáveis e de práticas ESG (sigla em
inglês para “meio ambiente, social e governança”). Mais do que nunca, ações de
resposta à crise climática despertam enorme atenção dos principais tomadores de
decisão. Nesse contexto, o setor de infraestrutura tem um papel fundamental a
desempenhar, especialmente por meio de mecanismos robustos e pela criação de soluções
que considerem o uso da matriz energética limpa.
Por fim,
como em demais setores da indústria brasileira, ainda há muito a avançar tanto
na aderência a novas tecnologias quanto na conjuntura estrutural das
organizações. A transformação digital deve se fazer presente também entre as
equipes e os processos, principalmente no setor de infraestrutura, em que se
encontra justamente a maior lacuna de produtividade – e comparação com áreas
como a indústria e a manufatura.
Já que o
conceito 4.0 é imprescindível, torna-se fundamental que os gestores das
empresas busquem gerar valor por meio de sistemas conectados e do uso
inteligente de dados, além da capacitação de funcionários, para manter-se competitivas
no mercado.”.
[Leonardo Giusti (*) e Daniela Macario (**). Sócio-líder
de infraestrutura (*) e gerente do segmento (**) da KPMG, em artigo publicado
no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de maio de 2022, caderno OPINIÃO,
página 19].
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 13 de maio de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral:
“Aparecida 15 anos
Era
13 de maio de 2007. No Santuário Nacional – casa da Mãe Aparecida -,
iniciava-se a 5ª Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe.
Quase três semanas de espiritualidade e reflexões fecundas. Ungido o ambiente
pela singular, amorosa e sincera presença de milhares de peregrinos. Dias de
bênçãos e de iluminação para o horizonte missionário da Igreja. O povo orante e
confiante na intercessão materna e discipular da Mãe Maria, por força
espiritual invisível e imensurável, inspirava os pastores e seus assessores ali
congregados a dimensões essenciais da vivência autêntica da fé cristã católica:
todos discípulos e discípulas missionários no seguimento de Jesus Cristo,
Mestre e Senhor, Crucificado e Ressuscitado. Na riqueza da participação dos
congregados na Conferência Geral, há de se destacar a presença amorosa do Papa
Bento XVI – hoje Papa emérito –, que
inaugurou a Conferência de Aparecida, e a singular dedicação do então Arcebispo
de Buenos Aires, Argentina, hoje o Papa Francisco. Na atualidade, o Santo Padre
reafirma a importância e o potencial evangelizador do Documento de Aparecida,
fruto da Conferência, publicado no dia 29 de junho de 2007.
O
Documento de Aparecida, na festa de seus 15 anos, é um tesouro para impulsionar
as forças missionárias da Igreja Católica, interpelada a oferecer novas
respostas ante desafios do mundo contemporâneo. As linhas mestras de Aparecida
são uma resposta atual e essencial dentro dos parâmetros do Concílio Vaticano
II, especial acontecimento vivido de 1962 a 1965, e que preparou a Igreja para
evangelizar na contemporaneidade. Assim, o Documento, fruto da Conferência do
Episcopado Latino-Americano e Caribenho, reúne entendimentos e indicações
concretas para o caminho desafiador deste terceiro milênio. Diferentemente das
vozes que alardeavam interpretações equivocadas, difundindo que o evento de
Aparecida correria o risco de ser um retrocesso no caminho eclesial e missionário,
indicações da Conferência permanecem como um desafio pastoral, urgindo
efetivações assertivas de respostas na vivência do discipulado e nas exigências
evangélicas do seguimento de Jesus Cristo.
Incontestável
é a afirmação que vem do coração do próprio Papa Francisco: a Igreja é
desafiada a oferecer novas respostas a partir do horizonte da Conferência de
Aparecida, neste tempo de grandes mudanças. Muito atual, o Documento de
Aparecida afirma que o caminho da Igreja na América Latina e no Caribe tem
lugar em meio a luzes e sombras deste tempo, que traz aflições. Sublinhe-se o
processo de redação do Documento, que envolveu momentos de impasse, mas foi
permeado pela ação do Espírito Santo de Deus, o guia da Igreja. O Espírito
Santo gestou caminhos corajosos e inspirações proféticas, trazendo à luz o
conjunto de indicações do Documento de Aparecida – interpelação à Igreja
Latino-Americana e Caribenha, irradiando inspirações para a Igreja em todo o
mundo. As contribuições da Conferência de Aparecida fortalecem a Igreja na
missão de formar discípulos e discípulas de Cristo, caminho, verdade e vida,
para que todos os povos tenham vida. As contribuições são especialmente
singulares porque contam com a inspiração e proteção da Mãe Maria, perfeita
discípula e pedagoga da evangelização, ensinando sempre a fazer o que Ele,
Cristo Jesus, indica.
As
indicações do Mestre são essenciais para cultivar as grandes riquezas dos
povos, a fé no Deus amor, a tradição católica na vida e na cultura –
lembrando-se sempre das raízes católicas que inspiram a arte, a linguagem e
estilos de vida, tecendo identidades, originalidade e unidade na realidade
histórico-cultural latino-americana e caribenha. Uma realidade marcada pelo
Evangelho de Cristo, que não pode abandonar Deus por comportamentos viciosos,
opressão, violência, ingratidões e misérias. Esses cenários de desolação
precisam ser debelados pela graça da vitória pascal. O atual período da
história, marcado por desordem generalizada, crises sistêmicas variadas, turbulências
sociais, políticas e ecológicas, urge por indicações preciosas e testemunhos,
sublinha o Documento de Aparecida.
A Igreja é chamada a
repensar profundamente as suas dinâmicas, a relançar com fidelidade e audácia a
sua missão, considerando as novas circunstâncias mundiais, sublinha o
Documento. Trata-se da preciosa indicação de confirmar, renovar e revitalizar a
novidade do Evangelho de Jesus – sempre a partir d’Ele, viver a missão de fazer
despertar discípulos missionários. Esse avanço almejado não se efetiva pela
dependência de grandes programas ou estruturas, mas pelo encontro com Ele,
Cristo. Depende, pois, de homens e mulheres que encarnam essa tradição e
novidade, missionários do Reino de Deus, protagonistas de uma vida nova. A
celebração dos 15 anos da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e
Caribenho é convite para revisitar o Documento de Aparecida, com indicações
concretas, para efetivar o que é próprio de uma Igreja Sinodal: alicerçada na
autenticidade e na formação permanente, na vivência e no testemunho de
discípulos e discípulas missionários, para fecundar vidas a caminho do Reino de
Deus.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais
devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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