“As encruzilhadas do Brasil
Os
tempos atuais são sombrios, desafiadores e incertos. Países de renda média não
conseguem romper as barreiras que impedem seu crescimento econômico, a
globalização esbarra nos seus limites, e a democracia liberal, tal qual a
conhecemos, está em período recessivo.
Que
caminho seguir, se não se sabe o que será o mundo pós-pandemia? Voltará ao
normal do passado ou haverá outro normal? Que caminho seguir, se não se sabe
qual o futuro da globalização, que, ampliada após a Queda do Muro de Berlim,
ficou abalada com a invasão da Ucrânia pela Rússia? O mundo retornará ao
período da Guerra Fria ou um novo acordo imporá limites à Otan e aos objetivos
expansionistas da Rússia?
Que
caminho seguir? Preservar as florestas que ainda restam ou ampliar a exploração
predatória? Acelerar a exploração mineral ou submetê-la às regras mais
rigorosas de proteção do meio socioambiental? Continuar usando fontes não
renováveis de energia, como o petróleo, ou mudar os hábitos de consumo da
sociedade? Intensificar o uso da inovação digital ou optar pela inclusão social
de baixa produtividade? Enfim, para os países de renda média, que ainda não
atingiram os padrões de consumo e bem-estar das economias industrializadas, o
que seria correto fazer? Acelerar seus processos de crescimento com base nas
práticas passadas ou pagar o ônus das restrições ao crescimento, submetendo-se
aos novos padrões de produção e consumo com baixo carbono? Aceitar mais
controles internacionais sobre suas decisões internas para garantir maior
equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental ou, ao
contrário, exigir que esse equilíbrio seja pago por quem no passado devastou a
natureza? A soberania nacional ficará submetida a alguma entidade supranacional?
Os
tempos atuais trazem novos dilemas que pensávamos terminados após o fim da
Segunda Guerra Mundial, como a expansão de governos autocráticos sobre Estados
democráticos. Segundo Relatório recente do V-DEM Institute, da Universidade de
Gotemburgo, da Suécia, a participação de democracias liberais no mundo voltou
ao seu nível de 1989, com apenas 13% da população mundial usufruindo de
liberdade plena, em 32 países. O número de ditaduras chegou a 30 países,
cobrindo 26% da população mundial, e a democracia eleitoral, que apresenta
diferentes formas de restrições à liberdade de expressão, é o regime mais
comum, absorvendo 44% da população mundial, inclusive o Brasil. Dos 10 países
mais populosos do mundo, nenhum está entre top 10% das democracias. Os Estados Unidos
estão no intervalo de 10% a 20%, e os demais se distribuem entre os 50% menos
democráticos. Democracia liberal parece não ser regime para grandes países.
Seria a sina do Brasil grande?
Neste
ano, escolheremos um novo (ou velho) presidente. O que pensam os candidatos a
respeito desses dilemas? Que caminho seguir?”.
(PAULO PAIVA. ptapaiva@gmail.com,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de
março de 2022, caderno A.PARTE, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno OPINIÃO, página 26,
de autoria de Alberto Gallo, engenheiro civil, especialista em gestão
pública e infraestrutura, e que merece igualmente integral transcrição:
“A doutrina social da Igreja e a ação dos
empresários
Na
visão cristã, Deus é um Pai amoroso, e, segundo o livro do Gênesis, Ele criou o
Céu e a Terra. Durante seis dias foi criando o ar, a água, as árvores, animais
e, por último, criou o “homem e mulher, sua imagem e semelhança”.
Essa
bela cena nos mostra que o ser humano, como ápice da criação é único ser a
convidado para uma amizade especial com Deus, somente ele é capaz de conhecer e
amar seu Criador. Foi nos dada a missão de povoar e dominar a terra e todos os
seres, como intendentes. Assim nos cabe explorar os recursos de toda a criação,
mas com a responsabilidade de que é nossa casa comum. Portanto faz desta missão
empreender, utilizar os dons do trabalho, da criatividade e da ciência para
desenvolvermos tecnologia e bens para o benefício de todos. Colaborar na
construção do bem comum e da dignidade humana.
E nesse
sentido a figura do empresário deve ser vista como propulsora da economia e do
desenvolvimento. É a partir do seu esforço criativo e capacidade de trabalho,
que são produzidas riquezas, oportunidades de trabalho, impostos para gerar
retorno público e a multiplicação do capital.
Diferentemente
do que se prega na mídia e nos discursos ideológicos, onde empresários são
“malvados”, que exploram o trabalho de pobres funcionários, só pensando em
riqueza e ganhos e que não têm sentimentos de respeito por outras pessoas.
Ainda há também uma visão deturpada de magnatas milionários que praticam
corrupção e se unem em clubes de poderosos com intuito de promover todo tipo de
perversidade para aumentarem suas fortunas e lucros. Infelizmente essa visão é
errada, mas continua sendo alimentada no inconsciente coletivo e gera ódio
entre grupos.
Ao
contrário, o censo de 2010 mostra que a maior parte dos empresários é de
pessoas com até seis funcionários, mas que no conjunto são empregadores de até
42% da mão de obra. São pessoas que acordam cedo, junto com o sol, e dedicam
seus esforços para manter em operação suas empresas, num ambiente complexo como
é nosso país. São pessoas comprometidas com suas comunidades, interessadas em
prestar um serviço decente e o principal: cuidar das pessoas. Empresários no
Brasil são aqueles que abraçam os empregados como se família fossem, e não são
poucos os casos de deixarem de retirar sua participação para honrarem com os
salários e obrigações da empresa. Os empresários naturalmente têm por objetivo
o progresso e lucro. Por isso assumem riscos, mas faz parte do empreendedorismo
a responsabilidade social e o respeito às leis. Se alguns donos de empresas ou
gestores praticam ilícitos, transgressões ou infrações não podem ser chamados
de empresários, mas sim de bandidos. Por isso é importante que a sociedade
tenha clareza de valores e princípios.
E nesse
sentido que a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE) convidou
empresários de todo o país para um encontro de reflexão no papel dos
empresários no mundo. O encontro ocorre até o dia 20 de março, em Aparecida
(SP). Busque informações nas redes sociais da ADCE/MG. Ela, é uma entidade que
tem por objetivo divulgar os princípios da doutrina social da Igreja. Visa unir
os dirigentes cristãos na sua responsabilidade econômica e social frente à
realidade, fomentando a humanização das relações nas empresas, comunidades e
famílias, valorizando o dirigente como veículo de transformação.
O que se
pretende é trazer à discussão o estudo da doutrina social cristã, como um
caminho para uma sociedade mais humanizada. O mundo do trabalho e da economia
deve avançar, mas submetido aos valores morais, fundamentados na lei natural
inscrita na consciência de toda pessoa.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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