terça-feira, 7 de junho de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DO ALTRUÍSMO, EMPATIA E PRODUTIVIDADE NA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS PARA A TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA SOLIDARIEDADE, FRATERNIDADE E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA FORMAÇÃO DE HUMANISTAS DA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“O trabalho mudou, e as empresas?

       ‘Eu me demito’, eis a declaração que foi feita por mais de 4,5 milhões de norte-americanos em novembro. O número recorde de demissões voluntárias ganhou o nome “The Great Resignation”, fenômeno resultante da pandemia, já que a crise fez com que as pessoas repensassem seus estilos de vida e (por que não?) suas carreiras. Porém, tal mudança na percepção do trabalho não é algo exclusivo dos EUA. Na China há o movimento “Tang ping”, que em tradução literal significa “deitar-se”, que atraiu jovens fartos de salários baixos, longas jornadas de trabalho e alto custo de vida.

         Além disso, de acordo com um estudo da Microsoft chamado “2021 Work Trend Index”, mais de 40% da força de trabalho global considerava deixar o emprego em 2021. Todo esse cenário nos dá uma pista sobre o futuro: as pessoas não vão mais trabalhar como antes da pandemia, e isso inclui os brasileiros. Não digo que vivenciaremos ondas de demissão em massa por aqui, até pelo fato de o Brasil ter a quarta maior taxa de desemprego no mundo, segundo levantamento da Austin Rating, enquanto a taxa norte-americana é de 3,9%.

         Entretanto, é importante saber que 53% dos brasileiros pretendem mudar de profissão após a pandemia, de acordo com uma pesquisa realizada pela Kaspersky. Em detalhes, o relatório revela a valorização de aspectos como equilíbrio entre vida pessoal e profissional, melhor remuneração, redução da carga horária e prazer em trabalhar, pontos que demonstram o crescente interesse pela realização pessoal. Sendo assim, mais do que nunca as empresas precisam ter uma cultura que cative seus colaboradores.

         Para lidar com a situação, as empresas não precisam de ações mirabolantes e complexas. Na verdade, basta olhar para o fator principal das organizações: as lideranças. Aqui tomo a liberdade de citar uma frase de John C. Maxwell, que, a meu ver, está mais atual do que nunca: “Liderança não é sobre títulos, cargos ou hierarquias. Trata-se de uma vida que influencia outra”. Quem não se lembra daquele gerente que sabia reconhecer os pontos fortes da equipe? Ou da head que incluía todos na tomada de decisões?

         Viu só? A resposta é mais simples do que imaginamos: empatia. Em um cenário no qual todos tiveram suas fragilidades escancaradas, é importante que os líderes se coloquem no lugar dos seus liderados. Tal postura não resultará apenas no aumento da produtividade e de eficiência e na saúde mental, mas também construirá e reforçará um elo de confiança, que, aliás, é a base de um relacionamento humano. Um colaborador que confia em seu gestor, que confia na cultura da empresa e confia no próprio trabalho, definitivamente, não vai escrever uma carta de demissão tão cedo.”.

(Andreia Girardini. Diretora de pessoas e cultura no GetNinjas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de abril de 2022, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 03 de junho de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Educar humanistas

       Educar, no sentido de formar, humanistas é desafio urgente das escolas, mas também do ambiente familiar, dos contextos cultural e religioso, envolvendo ainda todas as instituições. E muitos são os indicativos que alertam para a necessidade emergencial de investimentos em processos educativos para a formação de humanistas. A consideração da escassez de líderes, em todos os âmbitos, é um desses indicativos. Sem líderes com competência humana e profissional, paga-se um preço muito alto, com comprometimentos que abrangem a dificuldade para o diálogo e a construção de entendimentos pela paz, levando ao aumento significativo de pequenos e grandes focos de guerras. Ainda que existam muitos lugares para favorecer o diálogo, não se alcança o essencial objetivo de se consolidar a cultura do encontro, um novo humanismo, capaz de superar a indiferença em relação aos pobres e sofridos, os preconceitos e as discriminações.

         Com a ausência da cultura do encontro convive-se com um passivo terrível, que leva a retrocessos civilizacionais. A humanidade segue na contramão das possibilidades para se configurar novo tecido social e político, caminho para dar à sociedade um rosto de igualdade e fraternidade. Deve-se, pois, reconhecer as responsabilidades de todos – considerando que cada pessoa tem um papel educativo a desempenhar – investindo em processos formativos para o estabelecimento de adequadas relações interpessoais e sociais. Por isso mesmo, o alto investimento em uma educação “tecnicista”, que desconsidera a riqueza e a complexidade  do que verdadeiramente representa a educação técnica, não é suficiente. A formação técnica é indispensável, mas não se trata simplesmente do aprendizado de uma arte, do cultivo de determinada habilidade ou de destreza que uma pessoa desenvolve a partir de suas aptidões.

         Para ser completa, a formação técnica deve remeter a um sentido mais profundo do viver humano, garantindo às pessoas competências organizacional e processual para administrar a própria vida. Essas competências são essenciais também para contribuir com o desenvolvimento integral e igualitário da sociedade, meta prioritária a ser alcançada. Assim, o conceito de “técnica” deve se relacionar ao aprendizado de habilidades que vão além de engrenagens e algoritmos de diferentes operações. Essas habilidades vinculam-se à dimensão humana, pois são as pessoas que devem protagonizar os processos de transformação  social. Somente o ser humano tem capacidade para reconhecer o sentido de viver, tecer relações sociais, dar rumos novos à sociedade, corrigir descompassos e promover a fraternidade, pelo inigualável princípio da solidariedade. Assim, importante é investir para que todos se tornem especialistas em relacionamento.

         Ser especialista em relacionamento é uma arte, com a sua própria técnica, indispensável para educar humanistas. O ato educativo, para além do domínio de conteúdos vinculados a diferentes áreas do saber, exige adequado desempenho na condição de especialista no relacionamento. Tem razão Santa Tereza de Ávila, doutora da Igreja, quando afirma que ensinar não é teorizar, mas transmitir experiências e compartilhar convicções. No horizonte do caminho árduo de educar humanistas, tarefa da escola formal, da família, das igrejas e instituições todas, não se pode avançar sem compreender e investir em dois princípios: “conhece-te a ti mesmo” e o desenvolvimento da capacidade humana e humanizante para se exercer a reciprocidade.

         A recomendação “conhece-te a ti mesmo” deve ser assumida como regra por todos que desejam reconhecer as suas próprias singularidades no conjunto da criação, passo essencial para se desempenhar um papel educativo. Deve-se, pois, buscar reconhecer o que nasce de interrogações fundamentais: quem sou eu? De onde venho e para onde vou? Por que existe o mal? O que existirá depois desta vida? A partir dessa busca pelo autoconhecimento, investir na reciprocidade. O educador é qualificado quando também cultiva a capacidade para estabelecer relações, inspirando em outras pessoas o compromisso com o exercício da reciprocidade, gerando comunhão, fraternidade e solidariedade. Assim, são sustentadas as inovações e as transformações, ao mesmo tempo em que se investe na educação de humanistas por um tempo novo – broto de esperança.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 355,19% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,60%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 12,13%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

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